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Artigo Original
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1413-785220212901236466
Medicina Desportiva

EPIDEMIOLOGIA DA ORTOPÉDICA
LESÕES EM ATLETAS DE JIU-JITSU

EPIDEMIOLOGIA DAS LESÕES ORTOPÉDICAS


EM ATLETAS PRATICANTES DE JIU-JITSU
Alexandre Pedro Nicolini1 , Nathália Abolis Penna1 , Gabriel Taniguti de Oliveira1 , Moisés Cohen1
1. Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, Centro de Traumatologia do Esporte, São Paulo, SP, Brasil.

ABSTRATO RESUMO

Objetivo: Este estudo tem como objetivo identificar a epidemiologia das lesões Objetivo: Este estudo tem como objetivo identificar um perfil epi-
ortopédicas em praticantes de jiu-jitsu. Métodos: Noventa e seis praticantes de jiu-jitsu demiológico das lesões ortopédicas presentes em praticantes da
com idade entre 18 e 45 anos, homens e mulheres, responderam a um questionário modalidade jiu-jitsu. Métodos: 96 praticantes de jiu-jitsu, entre 18 e
contendo dados pessoais e histórico de lesões relacionadas ao esporte nos últimos 24 45 anos, de ambos os sexos, responderam a um questionário que
meses. Resultados: No período abrangido, 85% da amostra apresentou lesões abordou dados pessoais e histórico de lesões relacionadas à prática
relacionadas à prática do jiu-jitsu, com média de 60 dias de afastamento da prática
do esporte nos últimos 24 meses. Resultados: 85% da amostra
esportiva. Dedos, ombros e joelhos foram as articulações mais afetadas pelas lesões
apreendida com lesões relacionadas à prática do jiu-jitsu no período
abordado, com média de 60 dias de absenteísmo da prática
ortopédicas. Conclusão: As lesões ortopédicas são bastante prevalentes entre os
esportiva. Os locais mais acometidos por lesões ortopédicas foram:
praticantes de jiu-jitsu, muitas vezes afastando os atletas da modalidade. Nível de
dedos, ombros e joelhos. Conclusão: As lesões ortopédicas são
evidência IV, série de casos/ estudo transversal.
bastante prevalentes na prática do jiu-jitsu, muitas vezes afastando
os atletas de sua prática . Nível de evidência IV - série de casos / estudo transve

Palavras-chave: Lesões Atléticas. Artes marciais. Epidemiologia. Descritores: Traumatismos em Atletas. Artes Marciais. Epidemiologia.

Citação: Nicolini AP, Penna NA, Oliveira GT, Cohen M. Epidemiologia de lesões ortopédicas em atletas de jiu-jitsu. Sutiãs Acta Ortop. [on-line]. 2021;29(1):49-53.
Disponível na URL: http://www.scielo.br/aob.

INTRODUÇÃO Essas lutas são caracterizadas por movimentos inesperados, rápidos, repetitivos e de
grande esforço, submetendo articulações e músculos a uma intensa sobrecarga.
O Jiu-jitsu originou-se durante a época feudal no Japão como uma arte baseada em
Somados ao grande número de competições e intensidade de treinamento, esses
arremessar, bater, chutar, golpear, sufocar, torcer os membros e imobilizar o oponente.
fatores acarretam em muitas lesões musculoesqueléticas.5
Porém, somente a partir da segunda metade do século XVI o jiu-jitsu começou a ser
Muitos estudos epidemiológicos na literatura mundial investigam lesões sofridas em
praticado e ensinado de forma sistematizada. Muitos japoneses migraram para o
Ocidente após a Primeira Guerra Mundial, especialmente para o Brasil, espalhando o jiu- diversas artes marciais, como judô, caratê, taekwondo e artes marciais mistas (MMA).

jitsu por todo o país; desde então, o jiu-jitsu tem sido uma arte marcial amplamente Porém, estudos que associam lesões à prática do jiu-jitsu ainda são escassos. Estudos

difundida e praticada. Atualmente, o jiu-jitsu é mundialmente conhecido como jiu-jitsu mostram que a incidência de lesões musculoesqueléticas associadas à prática do jiu-

brasileiro e representado pela Federação Internacional de Jiu-Jitsu Brasileiro (IBJJF). jitsu é semelhante à encontrada em outras artes marciais, e que joelhos, cotovelos e

Os atletas são divididos de acordo com faixas (graduação), faixa etária e peso. O tempo outras articulações comumente submetidas ao mecanismo de torção são os locais mais

de combate é determinado com base na faixa e na categoria do combatente. Na comuns de lesões.2,3, 5

categoria adulto (18 a 29 anos), o tempo de luta varia de 5 a 10 minutos de acordo com
a faixa. Na categoria Master o tempo de luta é de 5 minutos independente da faixa. Estudos que avaliam a epidemiologia de diversas modalidades e comparam a incidência
de lesões entre elas em competições como Olimpíadas e campeonatos de ensino médio
e universitário são bastante comuns na literatura.6-9 E, embora esses estudos não
No jiu-jitsu, o objetivo é finalizar a luta por meio de projeções, estrangulamentos, torções incluam o jiu-jitsu, eles servem como base para comparação da epidemiologia de outras
e imobilizações, muitas vezes com bloqueio articular, o que pode resultar em diversos modalidades, incluindo lutas como judô e luta livre.2-7,10-12
tipos de lesões, predominantemente ortopédicas.1-5

Todos os autores declaram não haver nenhum potencial conflito de interesses relacionado a este artigo.

O estudo foi realizado na Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, Centro de Traumatologia do Esporte.
Correspondência: Alexandre Pedro Nicolini, Rua Estado de Israel, 636, São Paulo, SP, Brasil, 04022001. apnicolini@uol.com.br

Artigo recebido em 11/04/2020, aprovado em 24/06/2020.

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As lesões músculo-esqueléticas representam cerca de 80% das lesões desportivas. Tabela 1. Representatividade da graduação.
Assim, o número de lesões ortopédicas tem aumentado paralelamente ao aumento Atletas de Cintos
Branco 25 Azul 25 Roxo 16 Marrom 9 26%
exponencial da prática esportiva pela população em geral (inclusive em faixas etárias
Preto 21 Total 96 26%
extremas).12-14
17%
Muitas são as categorias atribuídas às lesões desportivas, tais como: as que levam à
9%
interrupção da prática desportiva e/ou das competições , as que levam à diminuição do 22%
nível de actividade, ou as que necessitam de tratamento, seja cirúrgico ou não cirúrgico. . 100%

As lesões podem ser classificadas de acordo com sua gravidade, período de afastamento
da prática esportiva, duração do tratamento, natureza da lesão e perfil (tipo) da lesão,13-15 A Tabela 2 apresenta a frequência de treinamento dos praticantes, com frequência média
indicando que a compreensão das lesões esportivas ajuda a prever e prevenir lesões de 3,56 treinos/semana (± 0,31).
futuras.8,15

Tabela 2. Descrição da frequência semanal de treinamento.


A maioria das lesões musculoesqueléticas são pequenas contusões, entorses e Frequência de treinos/semana
lesões musculares (54%) que acarretam apenas uma curta ausência das atividades.12-16 2 26 27%
3 17 18%
Este estudo tem como objetivo identificar a epidemiologia das lesões ortopédicas em
4 13 13%
praticantes de jiu-jitsu. Os estudos epidemiológicos são extremamente importantes para
5 18 19%
estabelecer dados literários, desenvolver métodos preventivos, comparar modalidades 6 7 7%
esportivas e até mesmo implementar ou alterar regras. 7 3 3%
8 3 3%
9 4 4%

MATERIAIS E MÉTODOS 10 4 4%
11 1 1%
Design de estudo Total 96 100%

Trata-se de um estudo transversal, baseado em questionário, realizado com praticantes


de jiu-jitsu maiores de 18 anos. O questionário (Anexo 1) coletou dados pessoais e histórico A Tabela 3 apresenta os resultados da periodicidade anual das competições.

de lesões ortopédicas relacionadas ao esporte nos últimos 2 anos por meio de perguntas
que abordavam o número de lesões, local afetado, se as lesões ocorreram durante Tabela 3. Número anual de competições.
treinamento ou competição e o tratamento recebido . Este projeto foi aprovado pelo Comitê Frequência das competições n %

de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (parecer nº: Não informado 25 26%
19 20%
52533815.2.0000.5505).
10 10%
14 15%
1%
Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados 1 5%

foram coletados por meio do inquérito de Morbidade Referida, testado por Pastre et al.17 5 5%
5 5%
e validado para a modalidade em questão.
Nenhum 1 2 3 4 5 6 8 54 4%
Participantes

Foram considerados elegíveis para o estudo praticantes de jiu-jitsu do sexo masculino e Oitenta e um participantes (84% da amostra) sofreram algum tipo de
feminino há pelo menos 12 meses, de diferentes centros de treinamento da Região lesão ortopédica nos últimos 2 anos (Figura 1), totalizando 229 lesões.
Metropolitana de São Paulo no período de outubro a dezembro de 2019, e maiores de 18 Destes, 69 eram do sexo masculino (84%) e 12 do sexo feminino (86%).

anos.

Critério de inclusão

Foram incluídos no estudo praticantes de jiu-jitsu do sexo masculino e feminino há pelo


menos 12 meses, com idade entre 18 e 45 anos e com frequência mínima de treino de
duas vezes por semana.

Critério de exclusão

Foram excluídos da pesquisa indivíduos fora da faixa etária estipulada, praticantes de jiu-
jitsu há menos de 12 meses e menos de duas vezes por semana, que tivessem sido
submetidos a procedimento cirúrgico recentemente e retornassem à prática dentro de 1
ano da avaliação.
No total, 96 praticantes responderam ao questionário, sendo 82 do sexo masculino e 14
do sexo feminino.

Figura 1. Número de participantes que relataram lesões ortopédicas.


RESULTADOS

A análise inicial diz respeito aos dados dos participantes (Tabela 1).
Quanto ao sexo, 85% dos participantes eram do sexo masculino e 15% do feminino. A Com isso, analisamos o momento em que ocorreu a lesão e qual região anatômica foi
média de idade da amostra foi de 27,65 (± 1,42). afetada. Em relação ao local afetado, encontramos a seguinte distribuição (Tabela 4):
Quanto à graduação dos atletas, observamos a seguinte distribuição:
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Tabela 4. Local da lesão


Cuidados médicos
Feminino Total

Local Coluna 2 6
sim não Autotratamento
cervical Coluna 3

torácica Coluna 1 17

lombar 5 55
13
21
Quirodáctilos 11 2 5 4 41
Masculino 4 2 12 44 11 16 37 7 0 7
Pulso 32 5 37
19 3 22
Cotovelo Ombro 7
5 189 Total
Quadril Joelho Tornozelo Pododáctilos 2 40 229
Figura 4. Busca por atendimento médico.

Os quirodáctilos foram o local mais lesionado durante a prática de jiu-jitsu,


com 24% do total de lesões, seguido por ombro, joelho e tornozelo (Figura 2).
Quanto ao tratamento médico recebido, obtivemos a seguinte distribuição
(Tabela 5):

Tabela 5. Tratamento médico recebido.


Procedimento realizado n

Cirurgia 4
Imobilização 11

Fisioterapia 21
Medicamento 18

A Tabela 6 apresenta dados dos sujeitos que realizaram autotratamento.

Espinha cervical Coluna Torácica Espinha lombar Quirodáctilos


Tabela 6. Autotratamento realizado.
Pulso Cotovelo Ombro Tratamento n
Quadril

Imobilização 7
Joelho Tornozelo Pododáctilos 5
Fisioterapia
Medicação 12
Figura 2. Porcentagem de locais afetados.

O período médio de absenteísmo foi de 63,33 (± 4,48) dias entre os homens


e 58,63 (± 8,40) entre as mulheres.
Quanto ao momento da lesão, os praticantes relataram se ela ocorreu durante Em relação ao retorno ao esporte pós-lesão, 22% dos praticantes relataram
o treino ou competição, sendo que as lesões durante os treinos foram mais retornar em nível igual ou superior ao pré-lesão, 60% relataram retornar em
comuns do que as ocorridas durante as competições, conforme mostra a nível inferior e aproximadamente 18% não informaram.
Figura 3.
DISCUSSÃO
Entre os 96 praticantes que responderam ao questionário, 13 homens e duas
mulheres relataram não ter sofrido nenhuma lesão durante a prática de jiu-
jitsu nos últimos 2 anos, enquanto 81 participantes tiveram pelo menos uma
lesão ortopédica – um percentual significativo. Essas lesões acarretam longos
períodos de ausência esportiva e perda de treinamento, aptidão física e até
mesmo recursos financeiros para atletas profissionais.
Em nossa amostra, quirodáctilos, ombro, joelho, tornozelo, cotovelo e coluna
lombar foram os locais mais acometidos, o que pode ser explicado pela
mecânica dos movimentos e golpes inerentes ao jiu-jitsu. Lesões de
quirodáctilos são bastante comuns devido a agarramentos, golpes e bloqueios
do quimono. Lesões no ombro e cotovelo são decorrentes de quedas e
chaves de braço, que podem colocar o cotovelo em posições de hiperextensão
Sessão de treinamento Concorrência
e/ou estresse de adução-abdução. Lesões nos joelhos são bastante comuns
Figura 3. Distribuição das lesões segundo o momento. após quedas, quedas dos adversários sobre o joelho, “passagem de guarda” e em chutes/
tropeçar em alguém.2 A coluna cervical geralmente fica comprometida após
engasgo e trauma direto pós-queda,18 enquanto lesões no tornozelo
geralmente ocorrem após “fechamento do pé”. Lesões pododáctilas também
Após investigação das lesões e regiões anatômicas mais afetadas, estudamos são comuns após trauma torcional no tatame.2
as abordagens de tratamento. A primeira variável dizia respeito à busca por Estudos epidemiológicos são necessários para compreender os mecanismos
intervenção médica.
de lesão, as lesões mais prevalentes, as regiões anatômicas mais afetadas ,
Apenas 65% dos praticantes que se lesionaram nos últimos 24 meses bem como os tratamentos recebidos e o tempo de absenteísmo relacionado à
procuraram atendimento médico. Entre os 35% que não o fizeram, 21% prática do jiu-jitsu. Isso possibilita melhores condutas preventivas e terapêuticas
relataram autotratamento (Figura 4). para reinserção do atleta na prática esportiva

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de forma mais ágil, sem prejuízos funcionais e com baixo risco de recorrência. mãos e dedos, pés, cotovelos e ombros são os locais mais comumente afetados,
Dado que este é um estudo baseado em questionário e que os atletas/pacientes corroborando nossos resultados.
podem não ter conhecimento sobre o tipo de lesão, não avaliamos esta variável. Ao comparar o jiu-jitsu com outras modalidades de luta, um estudo abordando
lesões causadas pelo judô encontrou quirodáctilos e joelhos como os locais mais
As lesões sofridas durante os treinos foram mais prevalentes do comumente afetados, semelhante aos nossos achados.19
que as sofridas nas competições, o que se justifica pelo maior Petrisor et al.4 realizaram um estudo baseado em questionário com 70
número de horas de treino durante a semana e ainda maior praticantes de jiu-jitsu para estabelecer a epidemiologia das lesões sofridas
durante os treinos (uma ou mais horas), enquanto as lutas de no esporte. Em consonância com nossos achados, eles relataram que 91%
competição duram de 2 a 10 minutos. Quanto maior o tempo de das lesões ocorreram durante o treinamento e uma alta prevalência de
exposição/prática dentro de uma mesma sessão, maior o risco de lesão.9,16
lesões no pescoço, dedos/mãos, joelhos, ombros e cotovelos.
Alguns autores explicam que as lesões de competição tendem a ser diferentes Em relação ao momento pós-lesão, os participantes relataram, em
daquelas sofridas durante os treinos, visto que nas competições os atletas muitas sua maioria, procurar atendimento médico (65%) e receber tratamento
vezes buscam a vitória por finalização. Tal submissão pode resultar em lesões, não cirúrgico, incluindo imobilização, repouso, fisioterapia e medicação.
principalmente quando o adversário não “bate” por rendição.19 Descobrimos que o período de absenteísmo relacionado a lesões foi em média
de dois meses, indicando lesões leves a moderadas com curta e média duração
Estudos epidemiológicos abordando lesões na prática do jiu-jitsu ainda são do tratamento. No entanto, mesmo períodos curtos de ausência podem acarretar
escassos na literatura. Scoggin et al.2 realizaram um dos mais importantes perda de técnica e aptidão física.
estudos sobre o tema, avaliando lesões sofridas durante um campeonato de jiu- Este estudo tem como objetivo proporcionar uma melhor compreensão sobre os
jitsu entre 2005 e 2011. tipos de lesões musculoesqueléticas às quais os praticantes de jiu-jitsu estão
Os autores relataram uma incidência de 9,2 lesões a cada 1.000 lutas, com alta expostos e suas implicações. Esses dados poderão ajudar treinadores e atletas
prevalência de lesões ortopédicas (78% das lesões). a desenvolver melhores técnicas e métodos educacionais para prevenir e mitigar
Também constataram que o cotovelo é o local mais acometido, o que pode ser lesões.
explicado pela movimentação da barra, bastante comum no esporte. Por se tratar de um estudo baseado em questionário, nossos dados podem não
Kreiswirth et al.3 avaliaram 951 atletas durante um campeonato de jiu-jtsu e refletir a totalidade das lesões, uma vez que lesões leves muitas vezes passam
relataram 62 lesões, sendo 40 em articulações. Eles constataram que atletas despercebidas ou são esquecidas pelos pacientes. Além disso, os participantes
faixa-preta apresentam maior incidência de lesões, afetando mais comumente não informaram o tipo de lesão, constituindo uma limitação deste estudo. Estudos
joelhos, cotovelos e tornozelos. prospectivos acompanhados de perto por um profissional de saúde podem
Em estudo retrospectivo realizado com prontuários e prontuários, Stephenson e avançar no conhecimento sobre o assunto.
Rossheim5 encontraram 39.181 lesões entre 2008 e 2015 relacionadas à prática
de jiu-jitsu, judô e artes marciais mistas (MMA) nos Estados Unidos. Os autores
CONCLUSÃO
constataram que as entorses são o tipo de lesão mais comum no jiu-jitsu e,
corroborando nossos achados, as lesões ocorreram predominantemente durante A prevalência de lesões ortopédicas entre praticantes de jiu-jitsu é bastante
o treinamento. Cabeça, mãos, ombros e pés foram os locais mais comumente elevada (84%). Quirodáctilos, ombros, cotovelos, joelhos e tornozelos são os
afetados. locais mais afetados e as lesões ocorrem com maior frequência durante o
treinamento. A maioria dos praticantes recebe tratamento não cirúrgico e
McDonald et al.19 realizaram estudo semelhante baseado em questionário e permanece ausente da prática esportiva por 2 meses, em média.
obtiveram 166 respostas de praticantes de jiu-jitsu. Eles encontraram

CONTRIBUIÇÕES DOS AUTORES: Cada autor contribuiu individual e significativamente para o desenvolvimento deste artigo. APN: concepção e delineamento,
recrutamento dos participantes, análise e interpretação dos dados, redação do artigo e aprovação final da versão submetida; NAP: concepção e delineamento,
recrutamento dos participantes, análise e interpretação dos dados, redação do artigo e aprovação final da versão submetida; GTO: concepção e delineamento, redação
do artigo e aprovação final da versão submetida; MC: concepção e desenho, redação do artigo, perícia estatística, suporte técnico e aprovação final da versão submetida.

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APÊNDICE 1

QUESTIONÁRIO

NOME:

IDADE:

MEMBRO DOMINANTE: CERTO ( ESQUERDA ( )


CINTO: BRANCO ( )) AZUL ( ) ROXO ( ) MARROM ( ) PRETO ( )

QUAL A SUA FREQUÊNCIA DE TREINO SEMANAL?

QUAL A SUA FREQUÊNCIA DE COMPETIÇÃO DURANTE O ANO?

VOCÊ PRATICA ALGUM OUTRO ESPORTE? SIM (SE SIM, ) NÃO ( )

QUAL?

VOCÊ SOFREU ALGUMA LESÃO AO PRATICAR JIU-JITSU NOS ÚLTIMOS 2 ANOS? SIM ( ) NÃO ( )

LOCAL DA LESÃO:
TREINAMENTO COMPETIÇÃO OUTROS
ESPINHA CERVICAL R( ) EU ( R( ) EU ( ) R( ) EU ( )
COLUNA TORÁCICA R( ) EU ( R( ) EU ( ) R( ) EU ( )
ESPINHA LOMBAR R( ) EU ( R( ) EU ( ) R( ) EU ( )
DEDO R( ) EU ( R( ) EU ( ) R( ) EU ( )
PULSO R( ) EU ( R( ) EU ( ) R( ) EU ( )
COTOVELO R( ) EU ( R( ) EU ( ) R( ) EU ( )
OMBRO R( ) EU ( R( ) EU ( ) R( ) EU ( )
QUADRIL
R( ) EU ( R( ) EU ( ) R( ) EU ( )
JOELHO R( ) EU ( R( ) EU ( ) R( ) EU ( )
TORNOZELO R( ) EU ( R( ) EU ( ) R( ) EU ( )
PODODÁTICOS R( ) EU ( ))))))))))) R( ) EU ( ) R( ) EU ( )

PROCUROU ASSISTÊNCIA MÉDICA? SIM ( ) NÃO ( )

TRATAMENTO RECEBIDO:

CIRURGIA ( ) FISIOTERAPIA ( ) IMOBILIZAÇÃO ( ) MEDICAMENTO ( )

POR QUANTO TEMPO ESTIVEU AUSENTE DA PRÁTICA ESPORTIVA?

DEPOIS DE VOLTAR À PRÁTICA ESPORTIVA, VOCÊ ESTAVA NO MESMO NÍVEL DE ANTES DA LESÃO?

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