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As artes marciais têm como características o desenvolvimento espiritual, físico e técnico do

praticante, o praticante de uma arte marcial nunca deve ferir o outro intencionalmente, mas
deve estar “preparado para a guerra” por assim dizer. O principal objetivo é o desenvolvimento
motor e espiritual do praticante, buscando melhorar seu potencial próprio e amenizando a
competividade com o oponente (SIMPKINS e SIMPKINS, 2007).

As lutas fazem parte da cultura corporal do movimento humano, desde que toda ação de
ataque ou defesa para defesa pessoal ou sobrevivência, como a caça, utilizando ou não armas
está presente a luta. As lutas podem ser de forma organizada como as modalidades
conhecidas, ou instintiva, emanada da necessidade do ser humano em proteger a si mesmo
(LANÇANOVA, 2006).

Embora seja uma arte marcial milenar, o Jiu-Jítsu chegou ao Brasil apenas em 1917, com o
então cônsul japonês Myutso Maeda (DELL VECHIO et al., 2007). Com o intuito de popularizar
esta prática em solo brasileiro, Conde Koma, como era conhecido, fez várias apresentações que
chamaram a atenção de vários alunos. Dentre estes destacou-se Carlos Gracie, que juntamente
de seus cinco filhos homens, desenvolveram um estilo de luta diferente, dando prioridade para
as técnicas de solo, como alavancas, chaves, estrangulamentos e imobilizações (GEHRE et al.,
2010). Esta arte marcial diferencia-se do Jujutsu e é conhecida hoje como Jiu-Jítsu Brasileiro.

A disseminação dessas práticas refere-se ao caráter militar, quando passaram a fazer parte do
programa de treinamento dos militares. Além desse aspecto, o crescimento da indústria de
entretenimento como filmes, revistas e jornais, com ênfases nas práticas de artes marciais de
origens orientais, favoreceram ainda mais a sua propagação (SAMPAIO, 2014).

As técnicas utilizadas tem o objetivo de vencer o opositor subjugando-os. Os principais golpes


são: Alavancas, torções, pressão, asfixia, chave de perna reta, leg Lock, estrangulamento, mata-
leão, etc. Fazendo que com isso; ocorra inúmeras lesões em seus praticantes e competidores.
Nem todos os praticantes de Jiu-jitsu são competidores. Há alguns que treinam para melhorar
a sua qualidade de vida, outros como defesa pessoal. Independente do objetivo todos estão
passivos a lesões durante os treinos.(https://www.kimonoparajiujitsu.com.br/principais-
golpes-jiu-jitsu)

Barroso (2011) explica que alguns fatores que aumentam consideravelmente o risco de
ocorrência dessas lesões nas lutas, seriam o excesso de treinamento, a falta de experiência,
falha do uso de equipamento e também a falta de descanso adequado após o período de
treinamento. Alguns pesquisadores observaram ainda que quanto maior o nível de
competição, maior é o número de lesões. Essa relação pode vir a ocorrer devido à maior
intensidade de treinamentos para manter o nível desejado, onde membros inferiores e
superiores sofrem alta carga de intensidade podendo vir a acarretar em lesões do tipo
tendinites, luxações, fraturas, contusões e até em tratamentos cirúrgicos em alguns casos
(CARAZATTO; CABRITA; CASTROPIL, 1996 Apud SENA, 2014).

Os esportes de combate frequentemente envolvem contato, quedas, ou imobilização do


oponente, por este motivo, alguns autores os consideram mais perigosos quando comparados
com outras atividades esportivas (OLER et al., 1991; JARRET et al., 1998 apud PAPAS 2007).

Os tipo de lesões crônicas em atletas são diferentemente de lesões agudas, e em muitos casos
necessitam de afastamento do treino para com o tempo fazer adequados tratamentos da lesão
( TAMBORDEGUERI, TIRLONE, DOS REIS 2011) Segundo Almeida (1991), os mecanismos de
lesões nos esportes relacionam-se com os fatores de risco que são classificados em intrínsecos
fatores relacionados idade, sexo, condição física, desenvolvimento motor, alimentação e
fatores psicológicos e extrínsecos relacionados a especificidade técnica de cada modalidade,
tipo de equipamento usado, organização do treino e da competição, cargas do treino e
condições climáticas.

Para Meneses (1993), classificam-se as lesões em: típicas e atípicas. Lesões típicas representam
aquelas mais frequentes na prática esportiva, ou seja, as mais comuns em cada modalidade
esportiva. Já as atípicas, são acidentais, isto é, que não são comuns à determinada modalidade
esportiva, ocorrendo de forma rara no esporte. As lesões decorrentes da prática de
modalidades esportivas são frequentes e geram preocupações constantes na vida tanto do
atleta, do técnico, como dos dirigentes esportivos, pois além do prejuízo físico e psíquico para
o atleta, também é prejuízo financeiro para o Clube e geram dificuldades para o técnico em seu
plano geral de treinamento.(AMORIN ET AL, 1989). São muitas as consequências para os
praticantes de lutas de combate advindas dessas lesões. Os esportes de combate exigem
grande força muscular, boa reatividade. Além disso, risco de lesão pode ser alto devido ao
contato prolongado entre os lutadores. As lesões mais comuns entre os praticantes desses
esportes são: Tendinopatia patelar (joelho); tendinopatia de aquiles, concussão, entorse de
tornozelo e joelho (ligamento cruzado anterior, ligamento medial lateral), lombalgia, contusão
muscular, estiramento dos isquiotibiais, quadríceps ou panturrilha (KUDŁACZ;CYNARSKI,2006).
Recentemente o jiu-jitsu ocupa lugares de destaque dentre várias artes marciais, fazendo que
com isso; aumente o número de praticantes como também sua representatividade, não tão
somente com o objetivo de competição, mas também como qualidade de vida. Sendo um
instrumento, para os profissionais que atuam na redução de lesões na prática esportiva.

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