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1 Parafraseamos o título de uma monografia da autoria do Padre Ernesto Ferreira, Os três patriarcas do
Romantismo nos Açores. Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1947 (edição comemorativa
do 1.º centenário da chegada de Castilho a S. Miguel).
2 Parafraseamos desta feita o título de um estudo de Fernando Catroga, O Céu da Memória. Cemitério
Romântico e Culto Cívico dos Mortos. Coimbra: Minerva, 1999.
3 Sobre este tema, veja-se o conjunto de textos compilado por Carlos Alberto Ferreira e Maria José Marinho,
Bom Senso e Bom Gosto (A Questão Coimbrã). 2 vols. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985.
7 Vd. Alfredo Margarido, “Quelques mythes agriculturistes et instructionnistes dans la pensée et la pratique
portugaises (particulièrement chez António F. de Castilho) pendant la première moitié du XIX siècle”.
In Utopie et Socialisme au Portugal au XIX siècle. Paris, FCG-Centre Culturel Portugais: 535-585, 1982.
8 Ponta Delgada, Typ. da Rua das Artes, 1850. Para além deste título, anotem-se ainda os seguintes: Camões.
Estudo historico-poetico. Ponta Delgada, Typ. da Rua das Artes, 1849; Ou Eu ou Elles. Ponta Delgada, Typ. do
Castilho, 1849; Hymno dos Lavradores. Ponta Delgada, Typ. do Castilho, 1849; Noções Rudimentares para uso das
Escolas dos Amigos das Letras e das Artes em São Miguel. Ponta Delgada, Typ. da Rua das Artes, 1850.
9 Sobre o Cônsul Britânico Read, veja-se Francisco Maria Supico, As Escavações de Francisco Maria Supico,
vol. I, Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1995, pp. 249-254; sobre os primórdios da carreira
política de Costa Cabral na ilha de S. Miguel, veja-se, do mesmo autor, As Escavações, vol. III, pp. 1074-1077.
12 Sobre este particular veja-se José Tengarrinha, História da Imprensa Periódica Portuguesa, 2.º ed, Lisboa:
Editorial Caminho, 1989, pp. 175-177.
13 Veja-se a casa que habitou em Ponta Delgada no desenho (aqui reproduzido) do seu filho Júlio de Castilho. A
designação toponímica de Rua do Lameiro (que correspondia a uma realidade orográfica da malha urbana de Ponta
Delgada em tempo chuvoso) decerto desagradou à sensibilidade de Castilho, que a rebatizou de Rua das Artes,
nome efémero que nunca alcançaria foros de toponímia oficial, até que em 1886, a vereação municipal de Ponta
Delgada, então presidida por Aristides Moreira da Mota, atribuiu à rua a designação de Rua do Castilho, ao mesmo
tempo que descerrava uma lápide de homenagem ao poeta na fachada dessa casa, por sinal fronteira à residência
do morgado Fernando Quental e de seu filho Antero. Vd. Carlos Falcão Afonso, Ponta Delgada – Vandalismo ou
Desenvolvimento. Ponta Delgada: Câmara Municipal de Ponta Delgada, 2006, pp. 335-339.
14 A escritura e contrato das obrigações entre a Direção da SPAM e António Feliciano de Castilho (2 Janeiro
1848), encontra-se tombada no Livro de Notas do Tabelião Jacinto Manuel Melo Botelho. Cf. BPARPD,
Cartório Notarial de Ponta Delgada – 3.º Ofício, n.º 2662, fls. 112-114.
Agora, o que é mais de notar (e isto aqui só para nós) é que esta proposta de redacção, tão
util no fundo, e delicadissima em todas as cláusulas que a acompanharam, me foi feita
por gente do partido Setembrista, e da mais exaltada (...) pelo que, com mais que pro-
babilidade, infiro eu, que negocio, em que eles pecuniariamente vão ter perda, e no qual
todavia mostraram mais empenho do que eu (...) foi decidido por motivos politicos; a sa-
ber: pespegar uma bofetada estrondosa no focinho do centro ou maioral do partido car-
tista aqui, por este não ter feito coisa alguma comigo, depois de haver arrotado tanto16.
(…) eu aqui estou redigindo por 800$ reis francos anuais um periódico mensal de 2 folhas
de impressão (...) mas dá-me um trabalho insano por causa sobretudo da imprensa que
nesta paragem se pode dizer está ainda na infância da arte; compositor e impressor é o
mesmo individuo que nem sabe de impressão, nem de composição; tudo o mais está em
15 Sobre este tópico veja-se o estudo de Sacuntala de Miranda, O ciclo da laranja e os gentlemen farmers da ilha
de S. Miguel: 1780-1880. Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1989.
16 Cf. Obras Completas de A.F. Castlho. Cartas, vol. 1, Lisboa: Empresa da História de Portugal, 1910, p. 112.
17 Com periodicidade mensal: 1.ª série, 21 números, 1843-1845, Typ. da Rua do Provedor, 328 pp.; 2.ª série,
51 números, 1848-1852, Typ. da Rua do Garcia, 852 pp. Vd. Luísa César (coord.), Jornais Açorianos – Catálogo.
Ponta Delgada: Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada, 1995, p. 18.
18 Vejam-se sobre este domínio os trabalhos de Maria de Fátima Nunes, Imprensa periódica científica: leituras
de “sciencis agricola” em Portugal (Lisboa: Estra Editora, 2001) e Maria Carlos Radich, Agronomia no Portugal
oitocentista: uma discreta desordem (Oeiras: Celta, 1996).
20 A fazer fé no testemunho de Júlio de Castilho, então ainda criança, “o Robinson foi denunciado a meu Pae não
sei por quem, em Ponta Delgada, e tornou-se logo relação antiga”. Cf. Júlio de Castilho, op. cit., p. 270. A edição
francesa da obra aqui referida faz parte da Livraria particular de José do Canto, integrada no acervo bibliográfico da
BPARPD (Le Robinson Suisse. Traduit de l’allemand de Wyss par MMe Élise Voiart, Paris: Lavigne – Libraire Éditeur, 1841).
21 Castilho chamava a este jovem cavalheiro micaelense, administrador de extenso património vincular
espalhado por diversas ilhas do arquipélago, “O Plínio moço dos Açores” (Cf. Júlio de Castilho, op.
cit., p. 164), referência que deve ser entendida como reportando-se a Plínio, o Velho, autor clássico
da História Natural (c. 77 d.C.). O interesse de José do Canto pelo campo da Agricultura, Silvicultura e
Botânica, fazem de facto jus ao cognome que lhe atribuiu Castilho e as marcas da sua ação em matéria
de aclimação e introdução de espécies e culturas exóticas na ilha de S. Miguel ainda hoje estão presentes
na paisagem micaelense, como comprova o estudo de Pedro Maurício Borges, O desenho do território e
a construção da paisagem na ilha de S. Miguel, Açores, na segunda metade do século XIX, através de um dos seus
protagonistas (Coimbra: Universidade de Coimbra, 2007; dissertação de doutoramento em Arquitectura).
Menos conhecidas e divulgadas são as relações cúmplices e familiares estabelecidas entre ambos – José do
Canto foi padrinho de batismo de uma filha do poeta nascida em S. Miguel e prestou-lhe generoso apoio
mecenático ao longo da vida, desde a oferta do prelo tipográfico que para ele mandou vir durante a estadia
em Ponta Delgada, até ao patrocínio da primorosa edição, impressa em Paris, das Geórgicas traduzidas por
Castilho. Cf. As Georgicas / de Virgillio; trasladadas a portuguez por António Feliciano de Castilho, Paris: Typ. De
Ad. Lainé et J. Havard, 1867 (301 p. [5] est.).