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NACIONAIS - ACHERON
PERIGOSAS
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PERIGOSAS
Capa
Ficha Catalográfica
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
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Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Epílogo
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Sob o mesmo céu - Livro 2
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desde que nos vimos pela última vez. Segundo ele, passara
tanto tempo dentro de uma biblioteca jurídica absorto em
pesquisas, que sequer fazia ideia de quantas foram. Contratou
até um investigador particular para se infiltrar no submundo
dos policiais corruptos, mas foi por ter conseguido encontrar
uma brecha em uma lei, cujo nome não consigo me lembrar e
que agora não importa, é que novas provas foram levadas em
consideração. Trent conseguiu provar que usaram de má-fé ao
testarem as evidências, e foi capaz de afirmar, com absoluta
certeza, que todas tinham sido plantadas. Como houve muitas
inconsistências, o julgamento foi anulado e eu fui exonerado
de toda e qualquer culpa. Por fim, não tiveram outra opção, a
não ser me soltarem.
— Tenho que ir embora daqui, sair do estado — informo.
— E isso... por quê? — Trent pergunta com o olhar
curioso fixo em mim.
— Recebi um envelope com fotos rotineiras da minha mãe
e dos meus irmãos. Não havia nada mais dentro, só que o
recado para mim foi bem claro. Se eu ficar, minha família
corre perigo, e isso eu não posso e não vou permitir —
afirmo, decidido.
— Vá para onde for, aja com cuidado! Esses caras não
costumam desistir, você sabe.
Meu amigo advogado me dá o aviso, com uma ruga funda
entre os olhos. Sinto que tem receio por minha causa.
— Sim, eu sei, vou dar um tempo, deixar as coisas
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terminado de passar.
Amy pensou por um momento antes de responder. Estava
em dúvida sobre o tempo exato.
— Há uns dois meses, eu acho... Mas não precisa se
preocupar, ele é um cara legal, gente boa — garantiu a
adolescente.
Danna se pôs pensativa, absorvendo a informação.
— Como eu não o conheço, não posso afirmar. Qual a
idade dele? — quis saber ela, um pouco incomodada, no
entanto, não entendia bem por quê.
Seguia insistindo no assunto, pois sentia que precisava
saber mais sobre o rapaz por quem a filha demonstrava um
evidente interesse, acima do normal. Amy voltou a ficar
pensativa. Percebeu que não sabia qual era a idade exata de
Grant. Ele não havia dito e nem ela teve interesse em
perguntar. Sem alternativa, a garota só foi capaz de especular.
— Eu acho que ele deve ter uns vinte e seis ou vinte e sete
anos — respondeu ela. — Mas é muito gato, mãe! A senhora
precisa ver. Não que seja como esses marombados, fortões ou
que se parecem com modelos de capas de revista, nada disso.
Ele é um cara normal, só que bonito. As garotas da escola são
todas loucas pelo Grant, só que ele é um tipo sério e não dá
muita bola para elas. No máximo, cumprimenta algumas com
um aceno de cabeça, nada mais que isso. E como possui esse
ar de mistério, chama ainda mais atenção e aguça a
curiosidade. Além de ser mais velho e nada bobo, como os
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suspiro de desânimo.
— No começo, eu também achei frustrante, mas depois
desses anos todos acabei me acostumando. Hoje em dia, faço
no automático. Na verdade, nem me importo mais. E não
adianta, seu pai é assim desde que nos casamos, e não é agora
que ele vai mudar.
Amy assimilou os argumentos usados pela mãe, porém,
mesmo sabendo disso, há anos, ela ainda se recusava a aceitá-
los.
— Mesmo assim, eu acho uma tremenda falta de respeito
e de bom senso ele deixar essas listas até hoje. Quinze anos,
mãe! É muito controle! Não conheço ninguém assim. Papai é
um maníaco compulsivo e devia estar fazendo um tratamento
— constatou Amy.
Danna se espantou com o tom de revolta da filha. De
imediato, voltou o olhar a ela e retrucou, chamando a sua
atenção.
— Amy?! Como você pode falar assim do seu pai? Ele só
tem algumas manias e a lista é uma delas, isso não é nada
demais! — defendeu-o, o que fez a filha revirar os olhos e
bufar.
— Nada demais? Por favor, mãe! Existem tratamentos
para essas manias dele, e eu estou falando a mais pura
verdade. Ele chega em casa e a primeira coisa que faz é ficar
passando os dedos sobre os móveis, observando tudo, como
se tivesse fazendo uma inspeção; e se encontra alguma coisa
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uma situação que via todos os dias, durante anos, a qual não
aceitava, e já que tinha começado a externar o que pensava,
estava determinada a ir até o fim.
— Desculpe-me, mãe, mas a meu ver, eu não estou lhe
faltando com respeito, e também não estou mentindo. Ele te
sufoca. Nunca te deixou trabalhar fora. Lembra quando você
quis fazer MBA? Ou daquela vez que desejou fazer um
curso? Não me lembro do que era agora, mas acho que tinha a
ver com arte.
Danna se recordava muito bem da época a qual a filha se
referia. Tinha sido uns dois ou três anos antes. Ela e Caleb
conversavam sobre o assunto, porém, do nada ele começou a
ficar nervoso, então passaram a discutir alterando as vozes, e
como sempre, ela perdeu, pois o marido foi irredutível em sua
negativa.
— Era um curso de história da arte — foi a sua resposta
simples.
— Isso mesmo! Lembro-me disso agora — exclamou a
menina. — E o que foi que meu pai disse? Que isso de fazer
cursos eram futilidades, que a senhora não precisava, que, de
toda maneira, não ia fazer uso, que era perfeitamente capaz de
manter a família, que ele podia comprar tudo o que queria e
precisasse, e que a sua obrigação era cuidar de mim e manter
a casa limpa e em ordem, apenas isso! — Amy enumerou os
argumentos usados pelo pai para manter a esposa sob o seu
domínio.
Danna levou os olhos para a filha, pois não imaginava que
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ela tivesse conseguido ouvir tudo aquilo e nunca ter dito nada,
nenhum comentário.
— E como você sabe disso? — questionou Danna,
espantada e indignada ao mesmo tempo. — Andou ouvindo
as nossas conversas?
— Não. Eu não fico pelos cantos ouvindo conversas
alheias, mãe, a senhora me ensinou isso muito bem. Só que
nesse dia em particular, eu estava no meu quarto e foi
impossível não ouvir os gritos do meu pai. Escutei vocês dois
debaterem o assunto. Ele acabou com a sua autoestima,
destruiu os seus sonhos. A senhora é tão nova, tão bonita, mas
não se arruma mais, não se cuida, não liga para a aparência...
Parece que se esqueceu de como ser mulher, que desistiu da
vida, e isso me deixa triste, porque eu te amo e não posso me
espelhar na senhora. Não quero ser uma pessoa manipulável e
controlada.
Amy não lhe deu trégua, seguia falando sem parar. Eram
verdades difíceis de ouvir. Danna continuou escutando,
pensativa, o discurso da filha. Sabia que ela tinha razão, pelo
menos em parte do que dizia, mas era ainda muito jovem para
entender os motivos que a levavam aceitar a vida que tinha.
— Você é muito nova e não tem experiência de vida,
Amy! Não sabe do que está falando. Um dia vai entender que
a vida nem sempre é como queremos ou imaginamos. O
mundo está cheio de desilusões, sonhos que ficam pelo
caminho ou são simplesmente destruídos. O que possuímos
de verdade é a nossa realidade. Temos um bom lar, seu pai
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redor.
— Eu só queria que a senhora fosse mais, sei lá, feliz?
Está sempre com uma sombra de tristeza nos olhos. Quando
não nos sentimos bem com alguma coisa ou situação, não
devemos deixar isso para trás e procurar aquilo que nos faz
sentir melhor? Para ficarmos de bem com nós mesmos? —
Amy questionou com uma pequena ruga no meio da testa,
parecendo mais velha do que de fato era.
Fato esse que Danna acabou por confirmar em seguida.
— Está muito madura para a sua idade, mocinha! Eu é que
deveria estar te dando conselhos, e não você a mim. Mas você
está certa, é assim mesmo que deve ser. Temos sempre que
procurar o que nos faz bem, o que é melhor, porém, não sei se
consigo. Quem sabe um dia? — Sorriu um sorriso sem
vontade. — Ah, minha menina, eu também te amo. Muito,
muito mesmo! — declarou tocando o rosto da filha. — Nunca
se esqueça disso!
A adolescente a fitou com uma expressão grave.
— Eu acho que não existe mais amor entre você e o meu
pai. Já percebi isso, mãe. Se a senhora tiver que decidir algo,
se quiser mudar alguma coisa na sua vida, não se reprima por
minha causa. Eu amo os dois e só quero que fiquem bem,
juntos ou separados, não importa, mas que fiquem bem.
Amy continuava séria quando se aproximou ainda mais da
mãe e a abraçou. Danna a recebeu em seus braços, passando a
acariciar os longos cabelos da filha.
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não entendia como podiam gostar tanto daquilo. Uma vez ela
tentou recusar, dizer não para ele, e ganhou um tapa no rosto,
sendo forçada a se submeter contra sua vontade.
Durante um período no passado, ela soube que o marido
tinha uma amante, descobriu detalhes e pistas que a levaram a
essa conclusão, porém, naquela época, era recém-casada e
seria inadmissível pedir o divórcio. Sua família jamais a
apoiaria, e de acordo como foi criada, Danna apenas fechou
os olhos para o fato, acreditando que fosse culpa sua, afinal,
se fosse uma esposa melhor para ele, Caleb não sentiria a
necessidade de ter uma mulher fora do casamento. Como era
ingênua! Por mais que se esforçasse, ele continuou com as
traições. Caleb já não fazia a menor questão de dissimular
havia alguns anos, desde a primeira vez em que Danna criou
coragem para enfrentá-lo. Mas ele apenas desdenhou, zombou
dela, dizendo exatamente o que ela pensava, que se fosse
pouco mais que uma boneca inflável na cama, não precisaria
buscar fora o que não encontrava dentro de casa. Sempre que
podia, repetia a mesma desculpa, responsabilizando-a sem
qualquer arrependimento.
Muitas vezes, Danna chegou a se perguntar se não era
uma mulher frígida, pois não conseguia sentir nada durante as
relações com o marido. Como precisava de estímulos para se
excitar e Caleb não fazia o menor esforço para isso, ela
invariavelmente ficava a ver navios. A princípio, achou
normal, devido à sua falta de experiência. Depois de um
tempo, começou a acreditar no que Caleb dizia, que ela, na
verdade, não sabia como agradá-lo. Por fim, simplesmente
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desistiu.
Havia se tocado algumas poucas vezes, mais por
curiosidade, mas sentindo algo diferente, até mesmo
prazeroso, embora tivesse se arrependido logo após o ato,
sentindo-se culpada. Era como se fazer aquilo consigo mesma
fosse errado, muito errado, um pecado do qual seria punida
com o fogo do inferno. Vinha à sua mente os intermináveis
sermões dos anciões e se retraía, prometendo que jamais
repetiria.
Agora, o prazer que as amigas tanto falavam que recebiam
de um homem, esse ela não conhecia. Não era assim tão
ingênua, já havia lido a respeito, mas, na prática, parecia uma
monja em comparação com as amigas. Seria engraçado se não
fosse quase trágico e patético. Uma mulher casada há tantos
anos sentindo-se praticamente uma virgem. E como se isso
não bastasse, no seu dia a dia ainda existiam aquelas malditas
listas.
Levantou-se, andou até o espelho de corpo inteiro e
começou a fazer uma análise crítica de sua figura. Não, não
era uma mulher feia, pelo contrário. Possuía cabelos
castanhos longos e ondulados nas pontas, olhos esverdeados e
pele clara com algumas sardas sobre o nariz afilado. Com um
metro e setenta de altura, possuía um corpo magro, longilíneo
e com curvas nos lugares certos. Sim, a filha tinha razão,
ainda era uma mulher bonita, porém, não se arrumava, não era
vaidosa e nem se sentia feminina. Mais um ponto para a Amy.
Tinha que admitir que sua autoestima, com efeito, era baixa.
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vidrados. Era uma visão tão rara que ela levou um momento
para entender o seu significado. — Amy foi levada para o
hospital — o homem completou.
Ela o fitou incrédula e levou a mão em punho até a boca,
abafando um gemido.
— Meu Deus! E como ela está? Nossa filha está bem?
Fala, Caleb! — exigiu ela, sentindo as pernas falharem e
procurando o sofá para sentar-se novamente.
O restante da noite e o dia seguinte passaram como se ela
estivesse em uma bolha. Graças aos céus tudo não passara de
um susto. Amy havia perdido o controle do carro e derrapado
no gelo da estrada no caminho para casa. Apenas sofreu
algumas escoriações e quebrou uma perna. Danna ficou
aliviada por não ter sido nada de mais grave.
Agora, estava sentada em uma poltrona em um quarto
particular do hospital observando a filha dormir. Passou o dia
recebendo visitas. Alguns poucos amigos mais próximos e
outros colegas da escola onde estudava.
Como todos já tinham ido embora e Amy seguia
dormindo, Danna resolveu esticar as pernas. Saindo do
quarto, virou à esquerda e andou até um bebedouro que ficava
no corredor. Estava com a garganta seca e se sentia exausta,
pois mal pregara os olhos na noite anterior. Ficara acordada e
atenta para atender a filha no que precisasse.
Em meio às diversas pessoas que se encontravam na sala
de espera, ela notou um rapaz alto encostado de maneira
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atrapalhar, de verdade.
Betsy sorriu para a amiga. Gostava dessa nova Danna de
atitude.
— Danna querida, eu imagino que tudo isso esteja sendo
estranho para você, se ver livre de uma hora para outra,
depois de quinze anos vivendo sob o julgo de um carrasco
como o seu ex-marido. Sei que não deve ser fácil. Pode
chegar o momento em que você se perguntará o que fará com
essa liberdade recém-adquirida, mas tenha sempre em mente
que o que acabou de fazer foi o melhor para você e para sua
filha. E quanto à minha privacidade, eu e o Bob temos um
acordo, sempre nos vemos na casa dele, por ser perto do
nosso trabalho, pura comodidade. Não se preocupe, vou
adorar ter a sua companhia por aqui — Betsy falou e, ao
entrar, guiou Danna até o quarto onde se hospedaria.
O cômodo era pintado na cor gelo e possuía duas janelas
altas e largas adornadas por cortinas brancas esvoaçantes. Era
mobiliado com um guarda-roupa de madeira maciça, uma
pequena cômoda, uma cama de casal, uma long chaise, um
espelho de corpo inteiro afixado em uma das paredes, e uma
penteadeira, onde Danna poderia guardar os cremes e
perfumes que adquirira dias antes. O quarto era mesmo
aconchegante, ela abriu um sorriso apreciando o que via.
Danna havia comprado algumas roupas novas e práticas,
apropriadas para a sua idade, diferentes das camisas de
mangas compridas, abotoadas até o pescoço, e das saias
longas que costumava usar, e que a faziam parecer bem mais
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chegarem, Danna fez com ele o mesmo que havia feito com
Betsy, percorreu todos os cômodos da casa. Ela lhe mostrou
tudo, cada detalhe, inclusive o estúdio dos fundos.
— Quero reformar essa casa e preciso que você faça um
orçamento do material que vai precisar para torná-la
habitável. Pode fazer isso? — Danna perguntou em dado
momento. Estavam no meio do pequeno quintal que separava
a casa principal do estúdio.
— Posso, claro. Mas para quando precisa que ela fique
pronta?
— O mais breve possível — respondeu Danna, voltando a
olhar para ele.
— Pretende alugá-la? — Grant não conteve a curiosidade,
retribuindo o olhar.
— Não, pretendo morar aqui — respondeu, tratando de
soar natural.
Grant, a princípio, não entendeu o que ela quis dizer com
morar ali, porém, algo que não havia notado antes chamou
sua atenção. Em seu dedo anelar não havia mais uma aliança
de casamento, e tomar ciência disso o deixou intrigado.
Será que ela e o marido se separaram?, perguntou-se ele.
Essa é a única explicação plausível, uma vez que a mulher
está trocando uma casa em um bairro luxuoso por outra
muito mais simples, no subúrbio.
Grant sentiu-se abalado só de pensar na possibilidade da
mulher não estar mais casada.
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não é?
— Quase três — Danna afirmou pensativa ao se lembrar
da angústia que sentiu naquele dia, mas logo piscou duas
vezes para tirar esses pensamentos da mente. — Bom, como o
Grant vai precisar deixar o trailer onde está vivendo, porque é
propriedade do colégio, eu disse a ele que poderia começar o
trabalho pelo estúdio e, quando estiver habitável, se mudar
para lá. Acho que assim fica mais prático, uma mistura de faz-
tudo com caseiro.
— E se ele trabalhava na escola, quer dizer que é uma
pessoa de confiança — Betsy concluiu. — Muito bem, amiga!
Vejo que essa reforma a está deixando empolgada, mais do
que eu imaginava que ficaria.
O que Betsy deixou de comentar, no entanto, é que havia
notado o brilho nos olhos de Danna quando falava a respeito
de Grant, o faz-tudo, e desconfiou de tamanho interesse por
parte dela. Decidiu que precisava conhecê-lo, e isso ela faria
logo, logo.
— Estou mesmo. Boa noite aos dois, e comportem-se,
crianças! — desejou ela, dirigindo-se para o quarto, porém,
antes de entrar, ainda teve tempo de ouvi-los lhe desejando
uma boa noite.
Betsy deu uma olhada cúmplice para o namorado e
percebeu que, o que viu, também não passou despercebido
para ele.
Danna entrou em seu quarto e fechou a porta atrás de si.
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Danna suspirou. Era tão difícil para ela ser do jeito que a
amiga queria que ela fosse. Tão firme e tão segura. Muitos
anos de condicionamento não acabariam de um momento para
outro. Tinha consciência disso. Mas tentaria.
— Entendi, pode deixar, farei o possível. Só que não está
rolando nada entre nós. Nada de nada — afirmou com
firmeza. — Pelo menos, não da parte dele — completou em
um sussurro, quase que para si mesma.
— Como você sabe? Já reparou em como ele te olha?
Aquele homem te devora com os olhos!
— Não seja exagerada! Imagina... Isso não é verdade —
negou ela, ficando sem graça de novo.
— Vai por mim, que disso eu entendo.
Danna ficou pensativa. Será que a amiga tinha alguma
razão no que dizia? Ela, que não tinha qualquer experiência
no assunto, não sabia identificar o interesse de um homem.
Sentia-se uma boba e, às vezes, ingênua demais.
— E esse envelope? — perguntou Betsy, mudando de
assunto.
Danna virou a cabeça para olhar o papel em sua mão.
— Intimação da audiência do divórcio. Caleb está
requerendo a guarda total da Amy.
— Maldito! Que desgraçado filho de uma puta! — Betsy
explodiu. — Desculpa, amiga, mas esse homem me tira do
sério!
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tenho nada com ele — Danna falou alto, todavia, logo baixou
o tom. — Mas bem que eu gostaria... — sussurrou para si
mesma e, nesse momento, um sorriso matreiro e um olhar
misterioso invadiram seu rosto.
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anterior.
— Desculpe não ter ligado antes, a bateria do meu celular
acabou e deixei o carregador no carro. Eu estou no hospital.
— Hospital? O que houve? Está tudo bem com você? —
Betsy perguntou preocupada.
— Sim, comigo está — Danna apressou-se em confirmar,
a fim de tranquilizar a amiga. — Foi com o Grant, acho que
se esforçou demais no trabalho ou não tomou os antibióticos,
não sei, mas o fato é que a ferida do braço abriu e
infeccionou.
— Nossa, e como ele está? — Betsy indagou horrorizada.
— Nesse momento, dormindo, mas até agora há pouco ele
delirava, de tão alta que a febre estava. Tiveram que colocá-lo
debaixo do chuveiro para abaixar um pouco a temperatura,
depois aplicaram uma injeção de antibióticos.
— Puxa, então estava a ponto de ter uma convulsão. Que
perigo, amiga! Mas que bom que você está bem. Pensei o pior
aqui. Não faz mais isso, mulher, ou eu morro do coração. Da
próxima vez, use um telefone público, pede um celular
emprestado, sei lá, mas se vira aí e me dá notícias.
— Está bem, pode deixar. Não tive a intenção de
preocupá-la.
— É que você nunca fez isso antes, e quando liguei e você
não retornou, já viu, né? A cabeça aqui pensou um monte de
besteiras, ainda mais com o maluco do seu ex solto por aí,
mas, enfim, já passou. Espero que o gostoso fique bem.
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em seu rosto.
— Danna... — Grant chamou levantando a cabeça,
olhando para si mesmo e para o local onde se encontrava. —
Onde estou? Como foi que eu cheguei aqui? — indagou com
a voz rouca, o que o fez engolir em seco duas vezes. Ela me
beijou mesmo ou isso foi um sonho?, perguntou-se, sentindo-
se um pouco confuso.
— Eu te encontrei desmaiado e febril, e como não podia
colocá-lo no carro eu mesma, chamei os socorristas. Depois
eu te conto tudo em detalhes, agora você precisa descansar
para poder se recuperar — disse ela, em um tom de voz
manso e terno.
Grant assimilou suas palavras e obedeceu, voltando a
descansar a cabeça no travesseiro e soltando um longo
suspiro. Olhou para o teto, ficando pensativo por um instante,
antes de voltar os olhos para a mulher, ainda de pé, ao lado da
cama. Era preocupação e cuidado o que lia em seu rosto? A
possibilidade de ela se importar com ele, em um nível
pessoal, fez o seu coração se aquecer.
— Obrigado mais uma vez, você tem feito muito por mim
— Grant agradeceu e a viu sorrir para ele.
Uau, como essa mulher mexe comigo! Ela é simplesmente
linda, e que sorriso é esse? Tem até adoráveis covinhas nas
bochechas. Adoro!, pensou ele, fitando-a encantado.
Logo se remexeu na cama, inquieto, só de pensar que
poderia estar certo ao imaginar que Danna se importava
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mesmo com ele, uma vez que seu olhar e seu sorriso lhe
passavam isso, no entanto, sabia que teria que se manter
afastado, pelo menos por enquanto, pois não queria se
precipitar com alguém tão especial como sentia que ela era, e
sempre podia ler os sinais que ela lhe transmitia de forma
equivocada. É claro que não desejava estar enganado, por isso
decidiu que precisava ser paciente e manter a calma, embora o
seu corpo todo reagisse, traiçoeiro, à presença dela.
— Não foi nada, Grant. E não precisa me agradecer,
afinal, você é meu funcionário, preciso que termine a reforma
da minha casa. Fiz tudo isso por puro egoísmo — brincou
Danna, fitando-o com carinho.
— Sei que está brincando, você é uma mulher generosa
demais para agir apenas por interesse próprio — declarou ele,
dirigindo-lhe um olhar profundo e perscrutador, buscando
analisar sua reação ao que acabara de dizer. Não fora leviano
ao afirmar isso, havia exposto o que realmente sentia e
pensava da pessoa que ela era.
Diante do que ouviu, Danna tomou a mão livre dele entre
as suas e o fitou nos olhos com ternura. Grant deu um leve
sorriso, sentindo o coração se revirar em uma cambalhota
dentro do peito. Ela não entendia como um sentimento podia
surgir tão rápido e sem que pudesse fazer absolutamente nada
para deter o seu crescimento, porém, o que admitira para a
amiga havia sido a mais pura verdade. Estava mesmo
gostando daquele homem. Só ela sabia a agonia e o desespero
que sentira ao encontrá-lo desmaiado e com o olhar perdido,
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se fazer não era essa. A correta era: teria que dar em algo?
Talvez não desse em nada, mas poderiam passar bons
momentos juntos. Tantas dúvidas e nenhuma certeza.
Nossa, como eu posso estar pensando nisso? Cogitando
essa possibilidade? Nunca beijei outro homem além do
Caleb, ainda assim, nem era lá grande coisa. Antes de nos
casarmos ele até era mais empolgado, mas depois... Melhor
nem me lembrar disso, deixar onde está, no passado. Como
será beijar o Grant? Quero dizer, beijar de verdade, sentir
seu gosto. Seu cheiro eu já conheço, e é estimulante,
almiscarado. Cheiro de homem, que mexe com a minha libido
e atiça todos os meus sentidos.
Provocar: Estimular, incitar, desafiar; obrigar alguém a
fazer ou participar de alguma coisa.
Talvez o que ele precise é de um incentivo, mas como eu
posso fazer isso? Droga, deixa para lá! Nem mesmo coragem
eu tenho. Mas, se eu tentar, será que consigo? Ah, por que é
tão difícil, meu Deus? Se eu não arriscar, nunca vou saber,
mas se a Betsy estiver errada e ele não quiser nada comigo,
não vou saber é onde enfiar a minha cara, vou morrer de
vergonha. Não posso pensar nisso. Vamos! Coragem, Danna!
Hum, já sei, uma cerveja. Uma cerveja eu posso oferecer a
ele. Isso! Uma bebida na beira da piscina não é nada demais,
e não me compromete, certo? Certo! Vamos lá, então.
Decidida, andou até a geladeira e...
Ué, eu achei que tivesse algumas cervejas aqui. Comprei
há apenas dois dias, quando a Betsy veio comigo... ah, ok,
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ambos.
A expectativa era quase insuportável, e quando Grant
finalmente cobriu sua boca, Danna não resistiu e deixou
escapar um suspiro de puro alívio, que mais se parecia a um
choramingo, abafado pelos lábios dele.
Grant começou a mover os lábios de maneira suave e
delicada, sondando o terreno. Desenhava o contorno de sua
boca usando a ponta da língua. Beijava, sugava, sempre
lentamente, devagar. E ao constatar que não podia mais
suportar a vontade de sentir seu gosto, aprofundou o contato,
explorando todos os recantos da boca da mulher que o tirava
do sério.
Hum, o gosto dela é bom demais. Amo tê-la em meus
braços, senti-la, beijá-la..., pensava enquanto perdia-se
naquele beijo.
Quando a sentiu corresponder, seu sangue bombeou veloz
e quente nas veias, concentrando-se em seu baixo-ventre, e
não foi capaz de controlar o membro, que começava a dar
sinal de vida, enrijecendo. Excitado, intensificou ainda mais o
beijo, tornando a respiração de ambos mais ofegante, porém,
ele não queria parar. Ouvia Danna gemer baixinho, e seus
corpos se colaram um ao outro. Por instinto, fez um
movimento de rotação com os quadris, esfregando sua ereção
no abdômen da mulher que beijava com fervor. Tirou uma das
mãos dos cabelos de Danna e a espalmou em cima de um dos
seios, apertando-o com firmeza. E tão logo encontrou o
mamilo, passou a estimulá-lo, deixando-o duro, rijo, sob o
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preparado.
— E acordei mesmo, como é que você adivinhou? — quis
saber Danna, sentando-se e pegando a xícara com café
fumegante de sua mão.
— Aconteceu o mesmo comigo. Tivemos uma noite,
digamos, agitada. Gastamos muitas calorias, e isso dá uma
fome... — expressou bem-humorado, inclinando-se e a
beijando de leve nos lábios. — Bom dia.
— Bom dia, meu anjo! — Danna sorriu, retribuindo o
beijo. — É a primeira vez que tomo café na cama.
E que delícia ser mimada por ele!
— E com certeza não será a última, prometo! — afirmou
com um selinho. — O que tem para fazer hoje, princesa? —
perguntou começando a se servir, espetando o garfo em um
pedaço de mamão e o levando até a boca. — Está uma delícia,
quer?
Ele pescou outro pedaço, esticou o braço e serviu a ela.
— Está gostoso mesmo. Docinho — Danna concordou,
saboreando a fruta. — Na verdade, eu não tenho nada de
muito importante para fazer hoje — disse e arregalou os
olhos, pois acabou se lembrando de algo que deveria ter feito
na noite anterior, mas que havia esquecido completamente. —
Preciso ligar para a Betsy, nem me lembrei de avisar que não
voltaria para a casa dela.
Danna falou vasculhando o lugar com os olhos e
localizando o seu celular, jogado em um canto do quarto. Ela
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outro.
— Mais uma semana e venho. Mas calma, não precisa se
esforçar demais, seu braço ainda não está cem por cento.
— E como você sabe disso? — indagou surpreso.
— Notei que te incomodou um pouco ontem à noite,
quando estávamos, você sabe... — explicou ela.
— Por que não fala: quando estávamos fazendo amor?
— Não sei se você percebeu que eu sou um pouquinho
tímida e não costumo falar essas coisas. Criação rígida, mas
você pode falar por mim, eu não me incomodo.
— Só que agora eu quero ouvir de você — pediu ele,
retirando a bandeja da frente de Danna e colocando-a em
cima da mesinha ao lado oposto da cama. Logo voltou a se
sentar de frente para ela. — Estou começando a ficar com
vontade de... — começou, em um tom de voz baixo e sensual.
— Fazer amor com você! — Danna conseguiu, embora
hesitante, terminar a frase iniciada por ele.
— Isso, assim mesmo! — Grant aprovou. — Vamos
brincar um pouco. Pode repetir para mim? A frase inteira?
Ela gostou do jogo e resolveu fazer o que ele pedia.
— Eu quero... — começou a falar, engatinhando em sua
direção.
— Sim? — Grant a incentivou, colocando uma mão em
seu pescoço e a puxando para perto.
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segundo.
— Não sei, mais solta, com uma luz nova. Você está com
cara de apaixonada. É isso! Tem uma expressão de felicidade
no rosto, e isso só pode ter nome de homem!
— Eu?! Quanta imaginação, Betsy! Só estou me sentindo
bem hoje.
— Você e o Grant… Vocês dois...? — Betsy não
completou a frase, pois queria que ela o fizesse, mas se
frustrou quanto a isso. Danna, como sempre, estava reticente
em falar sobre o assunto.
— O que tem nós dois? O que está se passando nessa sua
cabeça, Betsy?
— Vocês conversaram? Ontem a senhora passou a noite
lá. Nem te liguei porque você me conhece, sou do jeito que
sou, mas, no fundo, não passo de uma romântica. Vai que
estava rolando algo, não seria eu a atrapalhar os dois
pombinhos.
— Você? Romântica? Conta outra, vai! — Danna
zombou, colocando em dúvida esse lado da amiga.
— Ué, sou sim! E você não me respondeu! Fala, amiga, já
estou ficando cheia de urticárias de tanta curiosidade.
— Está bem, eu conto. Sim, nós conversamos, e passamos
a noite juntos — confessou a olhando de soslaio, ficando no
aguardo de sua reação.
— Nossa! Jura que passaram a noite juntos? Quero dizer,
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juntos mesmo?
— Sabe que não costumo falar... dessas coisas.
— Sei, mas já passou da hora de mudar isso, deixar de
lado essas restrições que você se impõe. Que mal pode haver
em falar desse assunto? Você tem que relaxar mais, não
precisa ser tão comedida. E comigo vai falar, sim! Vem aqui,
quero detalhes, muitos detalhes, senta — pediu quando
chegaram ao sofá da sala e aprovou quando ela o fez. —
Agora, me conta, quero saber de tudo, não me poupe dos
detalhes, não me negue isso!
— Detalhes, detalhes, não vou contar, não, mas posso te
dizer que nunca me senti como me senti com ele. O Grant é...
Nossa! Nem sei como te explicar. É lindo, carinhoso,
atencioso, tem uma aura de mistério que me encanta.
— E na cama? Quero saber como ele é na cama. Conta
logo, mulher!
— Você não para, hein?! Não vai me deixar em paz até
que eu conte!
— Exatamente, que bom que sabe disso! Conta logo tudo
de uma vez, e não em conta-gotas. Quero detalhes picantes.
— Foi maravilhoso. O Grant é tudo de bom.
Danna começou a contar, e para sua surpresa, nem ficou
vermelha ao admitir como tinha gostado de estar com ele.
Estava mesmo mudando, e adorava isso.
— Se sentiu bem com ele, então?
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— Pode até não querer, mas vai ter que admitir, pois está
na sua cara que você está apaixonada, isso é fato e
consumado. Do que exatamente você tem medo, mulher?
— Ainda não sei o que esperar, ou se posso esperar algo
disso que estamos vivendo. Está sendo tão intenso e tão
rápido! Você conhece a minha história de trás para frente,
tenho medo de que tudo isso o que estou sentindo pareça
maior do que realmente é por conta da minha carência.
— Eu sei, Danna, nós temos a tendência de nos apegar
muito nesses casos, mas esqueça isso um pouco e comece a
viver. Ele não disse o que sente por você?
— Sei que gosta de mim, sente-se atraído. Não chegamos
a nos aprofundar em uma conversa mais séria, eu não quis
forçar nada, como disse, só estamos nos conhecendo mesmo.
— Fez bem. Quando achar que é o momento, ele vai falar.
Talvez esteja se sentindo como você, em dúvida, não sei, mas
acho que o Grant sente algo mais forte por você, e quer um
conselho? Aproveita, amiga, se joga nessa relação! Ele parece
ser um bom rapaz, honesto, trabalhador... E, sabe, aquela
palavra que eu disse que ia parar de chamá-lo...
Ambas riram, achando graça e segurando as mãos uma da
outra.
— Que bom que está mantendo a promessa — comentou
Danna, ainda rindo.
— Estou me policiando quanto a isso, mas, continuando,
só o tempo dirá se vai dar em algo ou não. Não coloque a
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Dias depois.
Danna andava de um lado para o outro no saguão do
quinto andar do Tribunal da Família, situado no centro de
Brooklyn. As luzes baixas das salas onde as pessoas
aguardavam até que seus casos fossem chamados conferia ao
lugar um ar sombrio, apesar de amplo e de uma de suas
paredes ser de vidro. Havia várias cadeiras espalhadas por ali,
mas Danna estava agitada demais para permanecer sentada.
Tentava manter a calma, sentia-se muito aborrecida, na
verdade. Acabara de sair da sala onde tiveram, ela e o ex-
marido, a primeira audiência de mediação de divórcio. Havia
sido informada, através do advogado de Caleb, que além de
estar pedindo a custódia total da filha, o canalha também
estava alegando que Danna tinha sido infiel durante os quinze
anos do casamento.
Como ele pôde ser tão cínico? Olhar na minha cara e
dizer uma coisa dessas?, perguntava-se indignada. Não podia
ver a si mesma, mas tinha absoluta certeza de que estava
vermelha devido à ira que sentia por dentro. Não o conhecia.
O homem com quem fora casada por mais de uma década e
meia revelou-se um verdadeiro estranho para ela. Sentiu-se
profundamente enojada.
Em uma conversa com seu advogado, o mesmo a
tranquilizou dizendo que Caleb teria que provar tais
alegações, e como estas não eram verdadeiras, isso não seria
possível. Garantiu que ela não precisava se preocupar, pois
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— Não, mais tarde não. Prefiro que seja agora, pode ser?
— Eu trabalho para você, está lembrada? — ele fez a
pergunta com um sorriso meio de lado. Sem dúvida,
encantador.
Deveria ser contra lei ser tão sexy assim a essa hora da
manhã!, pensou ela, escondendo um sorriso malicioso por
detrás da xícara de café enquanto o observava se servir.
— Claro, meu anjo, não esqueci, e é por isso mesmo que
estou dizendo que prefiro que seja agora — declarou ela,
vendo-o sorrir divertido.
— Ah, entendi! Está exercendo seu poder como patroa,
certo? — Grant indagou, dando uma mordida em uma fatia de
bolo. — Hum, isso está bom...
— Fico feliz que tenha gostado — Danna agradeceu o
elogio indireto, já que havia assado o bolo no dia anterior,
antes de sair para a corte.
Levou o olhar até ele, achando graça da maneira como
tinha colocado as coisas, fazendo-a lembrar-se de que era seu
empregado, pois há muito não pensava nele como seu
funcionário. Tirando a parte pessoal, que ainda não sabia bem
como tipificar, passou a vê-lo apenas como alguém que a
ajudava em mais de um sentido.
O assunto que estavam a ponto de discutir era muito
importante, e Danna deixou o ar sair devagar, preparando-se
para começar a falar.
— O Caleb foi muito agressivo ontem, e para justificar o
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também.
— O senhor é quem manda, chefe! Entro em contato
quando tiver o serviço completo.
— Conto com isso. Você foi muito bem recomendado. Só
preciso que tenha claro que eu não admito fracassos,
tampouco aceito trabalho pela metade!
Dito isso, pegou uma folha de cheque, preencheu e
assinou.
— Aqui. Tome. É um adiantamento para os tais recursos
que acaba de mencionar. Terá o mesmo valor quando me
trouxer o que te pedi.
Caleb estendeu o braço e entregou o cheque ao detetive. O
homenzinho arregalou os olhos com evidente admiração ao se
dar conta do valor, o fitando com expressão de espanto,
porém, logo mudou para satisfação. Parecia até salivar diante
do montante.
— É bem mais do que costumo cobrar, posso ver que
dinheiro não é problema mesmo — comentou ele, virando-se
e deixando Caleb sozinho no recinto que chamava de
escritório.
O lugar tinha luz baixa e era decorado com um sofá
revestido de veludo na cor vermelha que tomava uma parede
inteira. As paredes tinham espelhos de corpo inteiro e vários
pufes se espalhavam pelos cantos. O gosto era bem duvidoso,
realmente, um contraste com o dono, sempre elegante e
impecável.
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Danna
Eu me pergunto todos os dias como consegui viver todo
esse tempo sem sentir o que sinto quando estou com Grant.
Não é só pelo sexo, que tem sido uma descoberta maravilhosa
do meu próprio corpo e um aprendizado incrível. Sei que, de
frígida, nunca tive e não tenho nada. Ainda me surpreendo
com o fato de ter conseguido me despir dos meus pudores e
me entregar a ele, o que eu achava que jamais teria coragem
de fazer. Isso porque nunca me desnudei na frente de outro
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com ele sentado à mesa comigo, ainda que insista que não
tenho obrigação nenhuma de cozinhar para ele, mas eu
também preciso comer, certo? Qual o problema em fazermos
isso na companhia um do outro? É prático e eu faço por
prazer, não por obrigação. Nessa minha nova vida, deito e
acordo na hora que quero. Se eu quiser limpar a casa, eu
limpo, se não quiser, não limpo. Não tem ninguém no meu pé
verificando se fiz direito ou não. Claro que faço tudo, adoro a
minha casa com cheirinho de limpeza, só não sou uma
fanática, aliás, penso seriamente em contratar alguém para
me ajudar com isso, por um ou dois dias da semana,
talvez. Estou querendo me matricular naquele curso de
história da arte que sempre desejei fazer e não pude. Quem
sabe eu escolha algum outro que me interesse e, mais para
frente, posso até vir a conseguir um emprego. Tenho o
dinheiro que guardei da minha herança, não dá para viver no
luxo, mas levando uma vida mais simples, como a que tenho
agora, posso ficar tranquila por muito tempo. Eu só quero me
sentir útil. Enfim, planos para o futuro. Alguns mais
próximos, outros, nem tanto. O que está me preocupando
agora, de verdade, é o andamento do meu divórcio. Tento
não pensar muito nisso, porém, confesso que está me
afetando. Amo a minha filha de todo coração e espero que ela
não se deixe manipular pelo pai, ainda mais quando souber o
que se passa entre o Grant e eu. Cortaria meu coração se
isso acontecesse. Estou tão entretida em meus pensamentos
que apenas ouço, ao longe, o meu celular vibrando. Saio pela
sala à sua procura.
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que remediar.
Danna fez o trajeto normal, enquanto Grant resolveu dar
umas voltas a mais, assegurando-se de que não havia ninguém
atrás deles. Podia não fazer mais parte da força policial, mas
mantinha seus sentidos sempre alerta.
Robert, que estava sentado no sofá da sala, levantou-se
aos vê-los entrar.
— Bob, este é o Grant, o rapaz que trabalha para a Danna.
Está reformando a casa dela.
— Ah, sim, o faz-tudo — comentou com um sorriso
simpático no rosto. — Prazer em conhecê-lo. Robert Sullivan,
mas pode me chamar de Bob.
— Grant Collins. O prazer é meu — cumprimentou ele,
retribuindo o aperto de mão do homem à sua frente.
— Querem tomar uma bebida antes de passarmos para a
sala de jantar? — indagou Bob, solícito.
— Melhor não, já vamos tomar o vinho e minha tolerância
alcoólica é mínima — respondeu Danna, tirando o casaco e o
pendurando no mancebo atrás da porta.
— Eu aceito uma cerveja, se tiver. Sei que não é o usual,
mas... — pediu Grant.
— Nada disso, tomamos o que temos vontade, nada de
formalidades aqui, e claro que temos cerveja, vou até te fazer
companhia.
Robert se dirigiu à cozinha e abriu a geladeira, de onde
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tirou duas long necks, voltando com elas até a sala. Passou
uma para o rapaz sério que parecia se sentir meio deslocado.
Resolveu começar uma conversa amena com ele.
— Betsy comentou comigo que você é da Califórnia. O
que fazia lá? Não parece o tipo rato de praia. — Deu um
sorriso.
— Eu trabalhava com segurança... pública — Grant
respondeu, tomando um gole de cerveja e agradecendo
intimamente por ter algo o que fazer com as mãos.
A resposta não estava muito longe da realidade, e desejou
que as perguntas pessoais parassem por ali.
— Hum... interessante — foi tudo o que Robert conseguiu
dizer.
Tinha ido com a cara do rapaz, parecia tranquilo e
simpático. Se estava com a Danna, devia ser boa gente. Só
não entendia uma coisa: ele trabalhava para ela, por que,
então, tinham vindo juntos? Seriam amigos também? Sim,
podia ser isso mesmo, concluiu bebendo da própria cerveja.
— Pois é, nada glamoroso, como imaginam as pessoas
quando se diz que é da Califórnia. Pensam em sol, praia, vida
à beira do mar, mas creio que não me encaixo no estereótipo.
— Isso é verdade, e você está certo, pensamos mesmo —
Robert concordou, virando-se para as duas mulheres que
entravam conversando sorridentes com travessas fumegantes
nas mãos.
Grant seguiu o olhar do homem mais velho à sua frente e
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Grant
Estou olhando para ela e não ouso mexer um músculo
sequer. Deus, mal consigo respirar. Sinto meu corpo tenso,
retesado. Eu sempre soube que esse dia chegaria, só não
achei que seria tão rápido. Pensei que nossa relação estaria
mais forte, porém, não aconteceu assim. Sei que, após contar
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eles, precisava confessar que não esperava por isso. Grant era
como um sonho que se tornou realidade, mesmo que ela
jamais tenha ousado em sonhar com alguém como ele.
Estranho e difícil de explicar, porém, verdadeiro.
Esticou o braço para tocá-lo. Não conseguia ficar um
minuto sem senti-lo sob os dedos quando estavam assim,
juntos e relaxados, em um momento só deles. Ele a observava
por entre os cílios e sempre tinha aquele jeito preguiçoso de
olhar para ela. Nesses momentos, chegava a fantasiar que ele
a amava, ele até tinha insinuado isso, não abertamente,
entretanto, Danna sabia que Grant tinha percebido quais eram
os seus reais sentimentos em relação a ele. Teve a esperança,
ainda que fugaz, de que fosse ouvir o mesmo, mas não foi
como esperava, porém, tinha consciência de que ele o faria
quando estivesse pronto. Uma declaração forçada não era o
que ela queria. Não ia pressioná-lo mais. Já o tinha feito para
que contasse sobre o seu passado e estava satisfeita, pelo
menos por enquanto. Notou que era a segunda vez que repetia
isso para si mesma, tratando de se convencer. Resolveu mudar
o rumo dos pensamentos e o levou para algo que ele havia lhe
contato durante o seu relato.
— Eu estava pensando... Por que não pedir para esse seu
amigo advogado pegar o envelope que você deixou guardado
lá na Califórnia?
Fez a pergunta se virando na cama para melhor olhar seu
rosto. Estava intrigada com o fato das pessoas que haviam
feito aquela sordidez não terem recebido o que mereciam.
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para saber o que tem dentro. Isso não te deixa curioso, não te
intriga?
— Pensando bem, sim, me deixa curioso. Cheguei a
pensar em pedir para o Trent pegá-lo, mas achei que poderia
ser perigoso para ele. Já fez tanto por mim, não quis colocá-lo
em uma possível situação de risco. Esse pessoal costuma ter
olhos e ouvidos em todos os lugares. Prefiro eu mesmo fazer
isso, quando for até lá.
Enquanto ele falava, Danna mantinha uma expressão de
surpresa no rosto, pois ele não havia mencionado, sequer uma
vez, que tinha a intenção de viajar.
— Você pretende voltar para a Califórnia? — perguntou
ela.
— Pretendo. Faz tempo que não vejo minha família, estive
pensado em fazer uma visita. Sempre fomos muito apegados,
eu, minha mãe e meus irmãos.
Outra razão para se surpreender. Ele não havia lhe contado
sobre sua família também. Ao mesmo tempo em que se
preocupava por ele querer voltar para o seu estado de origem,
ficava encantada ao notar que começava a se abrir mais com
ela.
— Você tem irmãos? Eu não sabia...
— Tenho. Somos quatro, e eu sou o mais velho. Travis
tem dezoito anos, Connor tem vinte e um, e a caçula, Emma,
dezesseis.
— Sua irmã tem quase a mesma idade da Amy —
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consultório do médico.
Danna estranhou quando entrou e viu que o médico não
era o mesmo que a tinha atendido anteriormente.
— Danna Martin? — perguntou ele, a título de
confirmação, e ela assentiu com a cabeça. — Olá, sou o
doutor Stephen Parker. Por favor, sentem-se.
— Obrigada, doutor — Danna agradeceu, acomodando-se
em uma das duas cadeiras que ficavam de frente para ele, com
Grant ao seu lado, fazendo o mesmo.
— Bom, deve estar se perguntando pelo outro médico com
quem começou a consulta, mas o meu colega é clínico geral, e
diante do resultado do seu exame, achou melhor me passar o
caso.
— Não entendi. O que eu tenho não é uma simples
anemia? — Danna fez a pergunta e só então notou que a
especialidade do homem à sua frente era ginecologia, pois
podia ler no bolso do jaleco.
— Na verdade, a senhora está com um pouco de anemia,
sim. Inclusive vou receitar ferro e vitaminas. Vai precisar
tomá-las a partir de agora.
— A partir de agora? O que está querendo me dizer? O
senhor pode ser mais claro, doutor?
Danna sentia-se ansiosa. O que está acontecendo aqui?
Ferro, vitaminas, ginecologista, exame de sangue...,
compilou mentalmente.
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coisa que jamais havia pensado que seria. Será que havia sido
ele? Mas como? Ele seria tão cruel a ponto de fazer uma coisa
dessas com alguém que, na época, dizia amar? Precisava tirar
isso a limpo e sabia como, porém, nesse momento, tinha algo
muito mais urgente em que pensar.
Seria mãe! Não que já não fosse, é claro que se sentia mãe
da Amy, afinal, a criara desde os três anos de vida e a amava
muito, só que agora iria gerar uma vida em seu ventre. Os
pensamentos em sua cabeça se embaralhavam e insistiam em
se confundir, não se formando de maneira coerente. Respirou
fundo e olhou para ele, Grant. Em meio à sua agonia pessoal,
tinha até se esquecido dele. A consulta terminou de maneira
surreal para ela. Na verdade, o médico, em respeito ao seu
estado, passou todas as instruções e receitas para Grant, que
parecia um autômato naquele momento. Ambos voltaram para
casa em total silêncio, cada um imerso em seus próprios
pensamentos. Grant entendia o que se passava com ela, por
isso, permaneceu calado, conversariam quando chegassem em
casa.
Danna
Eu me sinto feliz. Eu me sinto mesmo, mas estou morrendo
de medo também. Quando eu poderia imaginar que, ao
dizer: “não precisa usar camisinha, meu anjo, meus exames
estão em dia e eu sei que os seus também”, mudaria a minha
vida, mais uma vez? Para ser bem sincera, medo é pouco, eu
estou apavorada e quero chorar de felicidade também. Será
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junto de Danna.
— Eu não via a hora de todos irem embora. Adoro meus
amigos, amo a minha filha, mas às vezes essa tagarelice toda
me cansa — falou Danna, levando a mão até a parte posterior
do pescoço, sentindo os músculos rígidos.
Grant se aproximou, parando às suas costas, quando a
notou inclinar a cabeça para trás em uma tentativa de aliviar a
tensão concentrada ali. Ele retirou as mãos da mulher com
gentileza e as substituiu pelas suas, começando a massagear o
local de maneira firme, porém, ao mesmo tempo suave,
desfazendo os nós. Danna fechou os olhos, apreciando
aqueles movimentos que lhe produziam uma sensação
agradável de alívio.
— Isso é tão bom... — sussurrou em um quase gemido.
— Eu percebi quanto você esteve tensa esta noite — disse
ele, continuando a massagem. Adorava poder tocá-la.
— Não sei mentir, disfarçar, me custa muito fazer isso.
— Eu também não gosto, não me sinto bem, mas entendo
que, nesse momento, é preciso — concordou Grant, mantendo
o ritmo dos dedos na base da nuca de Danna.
Minutos se passaram e, ao se sentir melhor, Danna
resolveu começar a retirar os pratos da mesa e levá-los para a
cozinha. Grant fez o mesmo, ajudando-a. Quanto mais cedo
terminassem, mais cedo poderiam descansar e relaxar, juntos,
na cama.
— Está muito cansada? — indagou Grant, mais tarde,
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mesma pode correr algum perigo caso não tenha nada a ver
com essa história. Lembre-se sempre que esse cara é
inteligente, esperto e, acima de tudo, discreto, ele se preserva
muito. A minha aposta? Que nem ela nem a filha sabem de
nada, o filho da mãe deve levar uma vida dupla. De qualquer
maneira, você terá algum tempo para pensar no que vai fazer,
mas tenha em mente que vai chegar o momento em que você
terá que lhe contar a verdade.
— É, acho que você pode ter razão. Não vejo a Danna
envolvida nisso, e pensando bem, não tenho como acreditar
que ela seria capaz. É uma mulher doce, meiga, tem sua força,
mas não vejo um lado mau, frio ou cruel nela. Não, me recuso
a crer que ela possa ter alguma coisa a ver com isso.
— Não a conheço, mas só de ouvir você falar dela,
consigo acreditar no que diz.
Trent terminou de copiar os arquivos e retirou o pen drive,
o guardando no próprio bolso. Em seguida, levantou-se e
pegou o paletó que tinha jogado, o vestindo novamente.
Ajeitou a gravata e olhou para Grant.
— Bem, agora vou sair, quanto mais cedo passar isso aqui
para frente, melhor. Quer carona? Você disse que queria ver
sua família.
— Sim, quero, obrigada — disse Grant, pegando o pen
drive original e o devolvendo à carteira, ainda pensativo.
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queria ter ido visitar a minha, só que esse ano não deu... E é
por isso que você está com essa carinha? Ele demora em
voltar?
— Não, é uma viagem curta, em poucos dias já vai estar
de volta.
— Está sentindo falta dele, não é? — perguntou Betsy,
tocando de leve o joelho da amiga, que havia se sentado e
ficado de frente para ela.
— Sim, estou. Muito! — Danna respondeu, e sem
perceber, levou a mão ao ventre, inclinando a cabeça na
direção dele ao mesmo tempo. Como sempre, seus gestos não
passaram despercebidos, e Betsy notou que ela queria dizer
algo.
— O que foi? Tem alguma coisa para me contar? —
perguntou ela, brindando-a com um olhar desconfiado.
Danna ouviu a pergunta, porém, hesitou em respondê-la,
pois não sabia qual seria a reação de Betsy. Acreditava que
iria ficar feliz por ela, no entanto, como a amiga tinha
conhecimento da situação em que se encontrava, tinha receio
de que a criticasse. De qualquer maneira, sentia que precisa
falar com alguém, dividir a alegria que sentia, e ninguém
melhor do que ela, que ficaria decepcionada se Danna a
escondesse a gravidez.
— Na verdade, sim, tenho, mas eu gostaria que ficasse só
entre nós duas, pode ser? — pediu.
— Claro, amiga, sabe que pode sempre confiar em mim.
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— Que bom que ele se sente assim, e tem que curtir muito
mesmo, isso tudo é fantástico, Danna, simplesmente
fantástico!
— Sim, é fantástico mesmo — repetiu ela, com um ar de
pura felicidade no rosto.
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nome e o do senhor.
— Entendo. E ele corre risco de morte?
— O médico disse que não, mas tudo dependerá da
evolução do quadro do paciente. Vou avisá-lo que o senhor
está aqui, ele o encontrará na sala de espera, e então o senhor
poderá tirar todas as suas dúvidas. Aqui estão as coisas
pessoais do senhor Collins, posso deixar com o senhor?
— Claro — Trent falou, recebendo o saco plástico das
mãos dela.
Dentro encontrava-se apenas o chaveiro, o cinto e as
botas. O celular e a carteira não foram localizados, o mais
provável era que tinham sido consumidos pelas chamas. As
roupas foram cortadas no momento do atendimento, e tiveram
que ser jogadas fora.
— Por enquanto é só isso. O senhor, por favor, vá até o
balcão de atendimento e preencha a documentação para a
admissão do senhor Collins.
— Claro. Estou indo até lá. Obrigado.
Trent se retirou da sala com o semblante preocupado.
Passou o final da tarde e grande parte da noite resolvendo
a papelada de admissão e seguro saúde de Grant. Falou,
também, com o policial designado para o caso. Acidente ou
não, o que aconteceu teria que ser investigado. Como Melinda
havia dito, o médico responsável o procurou. Contou que o
amigo teve uma parada cardíaca durante a cirurgia e foi
preciso intervir usando um desfibrilador. Uma costela
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— Trent.
— E aí, cara? Como se sente?
— Uma bagunça, dói tudo. — Tentou sorrir, entretanto, só
conseguiu fazer uma careta. — Mesmo com os remédios,
parece que um trator passou por cima de mim. — Sua voz
estava rouca, débil e saía com dificuldade.
— Consegue me dizer o que aconteceu?
— Me empurraram para fora da avenida. Uma pick-up
preta e grande. Decorei parte dos números da placa, só que
agora não estou conseguindo me lembrar.
Falava dando pequenos espaços entre uma frase e outra,
visto que até isso doía, incomodava.
— Está certo, depois, quem sabe, você consegue. Grant,
eu não avisei a sua família, esperei até agora para falar com
você, quer que eu os avise?
— Não. Você fez bem. Não quero colocá-los em perigo.
Ainda bem que nem avisei que viria. Queria fazer uma
surpresa, e também que não ficassem comentando sobre a
minha vinda.
— E a sua mulher? Vai deixá-la sem notícias também?
Grant suspirou, porém, logo se arrependeu, fazendo outra
careta de dor.
— Não posso deixá-la nervosa sem saber de mim. Eu vou
falar com ela amanhã, mas não vou contar o que me
aconteceu. Não ainda.
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— Mas ela vai perceber que algo está errado. Você mal
consegue falar. Vai ficar preocupada de qualquer maneira, e
imaginando, o que é pior.
— Tem razão. Eu não queria envolvê-la nisso, mas acho
que não vai ter jeito.
— Ela merece saber. Não pode deixá-la na ignorância
depois do que houve hoje, tanto ela quanto o bebê podem
estar correndo perigo.
Grant assentiu.
Trent olhou para ele pensativo. Precisariam de um lugar
onde o amigo pudesse se recuperar depois que deixasse o
hospital, e já tinha uma ideia de qual seria.
Queens, NY.
Danna estava preocupada. Desde a noite anterior não tinha
recebido notícias de Grant, e seu celular estava mudo, o que
era muito estranho. Tinha tido um pesadelo e dormido muito
mal, acordando de repente, suando frio e com o coração a mil.
Sentia que alguma coisa estava errada. Por isso, estava agindo
como um autômato, fazendo tudo no automático, o
pensamento nele a todo instante.
Estava tentando comer algo, pois tinha posto tudo o que
havia ingerido mais cedo para fora. Os enjoos tinham chegado
e com força. Cada vez que a onda vinha, deixava-a cansada e
fraca.
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queria que pensasse que ainda estava mal e isso chegasse aos
ouvidos de Grant, deixando-o preocupado. — Diga onde
vocês estão, por favor! — pediu ela, voltando a respirar fundo
em uma nova tentativa de manter seus nervos sob controle. —
Eu preciso vê-lo.
Trent soltou um suspiro de alívio.
— Que bom ouvir que está bem, Danna! Nossa! Eu estava
apavorado aqui, e me sentindo culpado também. Perdoe-me,
era exatamente isso que eu estava tentando evitar, mas não
pensei antes de te contar. Escuta, não precisa entrar em
pânico, o Grant foi atendido e não corre mais risco.
— Ele correu risco de morte? Céus, o que aconteceu foi
tão grave assim? — Danna quis saber, sem esconder o pavor
na voz.
Trent hesitou e, por fim, decidiu que não seria bom entrar
em detalhes, muito menos contar que o amigo havia sido
reanimado devido a uma parada cardíaca no meio da operação
a que foi submetido, afinal, a mulher passou mal só com a
notícia do acidente, imagina se fica sabendo que ele quase
morreu.
— Danna, espera um minuto e eu te coloco para falar
diretamente com o Grant, assim você fica mais tranquila.
Agora ele já pode falar, o médico acabou de sair do quarto.
Não vão poder conversar muito, porque não é permitido, ele
está sob cuidados especiais, mas vou fazer isso para que você
se acalme, está bem?
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Caleb
Ver Danna hoje, na audiência, mexeu comigo. Ela está
tão diferente, me enfrentando, batendo de frente, coisa que
nunca fez antes. Estou estranhando esse comportamento dela.
Sempre foi tão dócil, subserviente, do jeito que eu gosto que
minha mulher seja. Obedecer, sem questionar, minhas ordens
e seguir todas as minhas instruções, sem nem mesmo pensar.
Não sei o que deu nela para, depois de quinze anos, decidir
pedir o divórcio. Só permiti que saísse de casa porque pensei
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desconfiada.
— Claro que sim! Por que não estaria? — Betsy forçou
um sorriso, apressando-se em responder.
— Por nada... Eu só pensei... Ah, deixa para lá. —
Danna desistiu de colocar em palavras o que se passava em
sua mente. — Vou falar com o médico responsável, ver com
ele se posso passar a noite aqui — avisou, os observando com
curiosidade.
É impressão minha ou eles parecem incomodados um com
o outro?
— Vou com você! — Betsy se ofereceu prontamente.
Qualquer coisa para sair daqui e ficar bem longe dele!
— Está bem. Trent, você fica? Eu volto logo, e depois,
se quiser, pode ir descansar um pouco. O Grant comentou
comigo que você está aqui desde ontem.
— Se for ficar, aceitarei a oferta, estou quebrado! —
Sorriu para ela.
— Danna, você vai passar a noite aqui no seu estado,
amiga?
— Vou ficar bem. Tem um sofá no quarto e me pareceu
bem confortável, além do mais...
— Já sei, nem precisa completar, não vai ficar sossegada
e blábláblá... — Betsy falou dando de ombros. Sabia que não
conseguiria demovê-la da ideia de passar a noite com o
amado.
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embaçado.
— Estou só escovando os dentes, em cinco minutos eu saio
— Trent respondeu displicente, dando uma olhada rápida em
sua direção e voltando ao que fazia.
Betsy notou que o folgado estava sem camisa, exibindo
aquele peito largo com escuros pelos na medida certa. Esses
desciam pelo abdômen definido, como tinha imaginado que
seria quando os tocou no caminho até ali, sumindo em uma
linha fina sob o cós baixo da calça do pijama que ele usava.
Uau, que visão mais sexy é essa? G-suis!, pensou, mas
logo se obrigou a se concentrar em outra coisa, voltando a
olhar para o seu rosto.
— Mas por que aqui? Imagino que seu quarto seja uma
suíte, não? — Betsy perguntou em um tom de voz
desagradável, tratando de disfarçar o que realmente se
passava com ela.
— De fato, mas deixei minhas coisas nesse aqui. Para
mim, desse jeito, tem sido mais prático.
— E está aí há quanto tempo? — ela quis saber, sentindo-
se constrangida devido à situação em que se encontrava.
— O suficiente para saber que você canta muito mal. —
Trent riu.
— Idiota! — Betsy resmungou entredentes.
— Eu ouvi isso — avisou Trent, um segundo antes de
enxaguar a boca para eliminar os resquícios de pasta.
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se acuada.
— Não estou fazendo nada... ainda! — Trent inclinou a
cabeça até a curva de seu pescoço, sem tocá-lo, apenas para
fazê-la sentir seu hálito quente contra a pele, e logo voltou a
encará-la. — Escuta, nós dois somos adultos e sabemos o que
está acontecendo aqui, não precisamos enrolar e nem fazer
joguinhos, você não acha?
— Merda! — Betsy praguejou baixinho.
— O quê? — Trent não entendeu o motivo do xingamento.
— Nada, não falei nada.
Betsy olhou-o, estava alerta, e assim que pôde, aproveitou
um momento de distração de Trent e, em um movimento ágil,
abaixou o corpo, passando sob o seu braço esticado apoiado
na parede. Saiu às pressas do banheiro, deixando um Trent
rindo atrás dela.
— Covarde! — Trent falou alto o suficiente para que ela
pudesse ouvir um instante antes de entrar no quarto de
hóspedes e fechar a porta.
Betsy encostando-se a ela por um minuto enquanto
recuperava o fôlego. Só então notou quanto seu coração batia
acelerado, e para o seu horror, sentiu as pernas bambas.
— Mas que diabos está acontecendo? — perguntou-se,
esticando o braço diante do corpo e vendo quanto sua mão
tremia. — E por que esse ser arrogante e irritante mexe tanto
comigo?
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difícil.
Trent deixou escapar um risinho sacana ao ouvir a
provocação e foi abaixando a cabeça, devagarinho, enquanto
a mulher o esperava com a boca semiaberta. Encostou os
lábios nos dela e parou. Encarando-a, desafiou a si mesmo a
resistir por mais alguns segundos. Levou a mão até sua nuca e
enfiou os dedos naquela massa negra de cabelos, os
enroscando neles. Com um pequeno puxão, fez pressão para
trás, o que a obrigou a esticar o pescoço e inclinar a cabeça.
Sentiu as mãos da mulher apertarem os seus braços na altura
dos bíceps. Deixou-a em suspense, apreciando o momento, as
respirações se misturando. Levou a outra mão até a base do
seu queixo e fez o que desejou desde o primeiro instante em
que pôs os olhos em cima dela.
— Nem vou me dar ao trabalho de responder, partindo
logo para a ação — sussurrou e a beijou com fúria, fome,
paixão, liberando no beijo todo o tesão acumulado.
Betsy foi tomada de assalto por um desejo carnal, básico,
instintivo. O beijo de Trent beirava à crueldade, liberando
nela seu lado mais primitivo. Teve uma ligeira noção da mão,
que antes segurava firme em seus cabelos, aliviando a pressão
e passando a massagear o local, que havia ficado dolorido.
Trent dominou e tomou posse da mulher em seus
braços. Sem deixar de beijá-la, guiou-a até o meio do quarto e
empurrou seu corpo sem muita força, só o bastante para que
caísse sobre a cama. Betsy se ajeitou sem quebrar o contato
visual e o viu se inclinar o suficiente para lhe tirar a camisola
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faltava!
— Só a você? E eu? Não está nos meus planos ser pai tão
cedo, se é que um dia serei! — retrucou ele, enfático,
levantando-se e andando até o banheiro, retirando a
camisinha, dando um nó e a jogando na lixeira.
Os Hamptons, NY.
Caleb estava de pé, o celular no ouvido, em seu escritório
localizado em Manhattan. Olhava para a cidade através da
grande parede de vidro à sua frente. Fechava um de seus
vários contratos milionários. Pensou em ligar para Amy
depois de concluir a negociação, para saber dela se tinha
conhecimento da história da mãe com o faz-tudo, uma vez
que o detetive o havia avisado que tinha visto a ex-mulher
saindo com uma amiga no dia anterior e que, até aquele
momento, Danna não havia voltado para casa.
Cooper ainda estava tentando descobrir onde as duas se
encontravam. Minutos se passaram, até que terminou de falar
com o investidor. Ainda com o celular em mãos, discou o
número da filha, porém, foi interrompido pelo som do
telefone sobre sua mesa antes que a garota pudesse atender.
— Pois não, Kate?! — respondeu Caleb, desligando o
aparelho.
— Desculpe-me incomodá-lo, Sr. Green. Há duas pessoas
aqui dizendo que precisam muito falar com o senhor — a
secretária avisou e ficou aguardando instruções.
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estranha e abafada.
— Eu? Mais bonito? De maneira nenhuma! — Grant
discordou sorridente. — Você é que é linda!
— Meu Deus! Que homem mais fofo esse meu! — Riu
para ele. — Acho que terá um pouco de nós dois, afinal.
— E então? — quis saber ele, após vê-la colocar o que
sobrou da laranja sobre a mesa.
— Acho que a vontade está passando — respondeu ela,
respirando fundo. — Não, espera!
Grant a viu tapar a boca com a mão, se levantar da cadeira
e sair correndo em direção ao banheiro, então se levantou e
foi atrás dela. Ao chegar, viu-a de joelhos no chão, apoiando-
se no vaso com ambos os braços, colocando tudo o que tinha
acabado de ingerir para fora.
Ele a amparou por alguns minutos, pois os espasmos a
sacudiam e a faziam engasgar.
— Uau! — foi tudo o que ele pronunciou antes de
continuar. — Está melhor? — fez a pergunta com a mão
segurando de leve sua nuca, pouco depois, viu-a levantar o
tronco e se arrastar até a parede.
— Agora sim, acho que passou — anunciou Danna, ainda
ofegante e sentindo-se fraca.
Quando a cor voltou ao seu rosto, Grant a ajudou a se
levantar e esperou, pacientemente, que a mulher se lavasse na
pia, então ambos voltaram para o quarto, onde se deitaram
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novamente.
— Amanhã temos a primeira consulta pré-natal — ela
comentou com a cabeça apoiada em seu peito.
— É, vamos ouvir o coraçãozinho pela primeira vez. Como
você se sente? — indagou Grant, fazendo carinho em seus
cabelos, meio distraído.
— Em uma expectativa só, e muito emocionada. E você?
— Danna quis saber, esticando o pescoço para ver melhor o
seu rosto.
— Idem! — Ele sorriu. — Mas ainda é meio estranho para
mim, como se não tivesse caído a ficha. Acho que isso deve
mudar amanhã.
— Eu te entendo. Às vezes não acredito que esteja
acontecendo. Se não fossem as mudanças do meu corpo e
esses benditos enjoos...
Grant levou o olhar para o relógio e viu que ainda eram
três horas da manhã.
— Vem, vamos dormir mais um pouco, temos um bom
tempo até a consulta — disse, apagando a luz e ajeitando-se
melhor na cama.
— Sim, tem razão — concordou Danna, cerrando os olhos
e se aconchegando mais a ele.
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— Não precisa dizer nada, basta que você nos ame, a mim
e a eles.
Danna olhou emocionada para o homem que amava e
depois se voltou para o monitor. Incrível era pouco. Aquilo
era demais! Para quem sempre pensou que não poderia ter
nenhum, agora teria dois. Benção em dobro. Não poderia se
sentir mais feliz. Sua felicidade só se comparava ao que sentiu
no dia em que levou Amy para casa, vários anos antes.
— Claro, isso nem precisa pedir, eu já amo os três.
— Eu vou ficar enorme, uma baleia. Será que ainda vai me
amar assim?
— Sim, sua boba, vou morrer de amor. Não tenho a menor
dúvida de que vai ser a gordinha mais linda da cidade —
Grant afirmou com um brilho de orgulho nos olhos,
depositando um beijo suave na testa da mãe de seus filhos.
O médico pigarreou, chamando a atenção dos dois.
— Vejo que foram tomados de surpresa, eu sei que é
emocionante. Tenho cinco e fiquei assim, como vocês,
quando soube de cada um deles. Foi uma emoção diferente da
outra, mas sempre me tirou um pouco do chão — contou,
passando uma caixinha com lenços de papel para ela, que
puxou alguns deles e passou sobre a barriga, tirando os
resquícios do gel.
Após se limpar, Danna ajeitou a blusa e desceu da cama,
então os três passaram para o consultório. Depois das
recomendações de praxe, saíram, levando uma cópia do
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merece saber.
— Eu sei e concordo com você. Como me disse que quer
ter essa conversa com ela sozinha, vou dar um tempo no
estúdio, me chame quando terminar.
— Está bem, te vejo depois.
Ele se inclinou para beijá-la nos lábios, porém, mudou de
ideia no último instante e a beijou na testa, deixando a sala em
seguida.
— O que a senhora tem para me contar, mãe? — Amy
irrompeu o cômodo e se aproximou de Danna com uma
expressão de cautela e curiosidade no rosto.
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“Don’t speak
I know just what you’re saying
So please stop explaining
Don’t tell me ’cause it hurts
Don’t speak
I know what you’re thinking
I don’t need your reasons
Don’t tell me ’cause it hurt”
Don’t speak – No doubt
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fez à Inglaterra?
— Não, eu o conheci aqui mesmo, em Nova York.
— Já sei! — Amy deu um gritinho entusiasmado. — Ele é
um amigo da tia Betsy e foi ela quem apresentou vocês dois,
acertei?
— Não, não foi assim. Melhor eu te contar logo quem é,
afinal, tenho protelado isso há muito tempo. — Respirou
fundo, mais uma vez, para se munir de coragem. — O homem
por quem eu me apaixonei acabou de sair daqui.
— A senhora quer dizer que se apaixonou pelo...? —
indagou Amy, deixando o restante da frase no ar, virando o
rosto na direção da porta e voltando a fitar a mãe com uma
expressão confusa no rosto.
— Isso mesmo, Amy, eu estou apaixonada pelo Grant.
— Mas, mãe, como assim o Grant? Ele não tem nada a ver
com a senhora! — retrucou Amy, sem esconder que estava
surpreendida. A minha mãe e o Grant? Juntos? Não, isso não
é possível!
— O que quer dizer com “nada a ver”? — questionou
Danna, aguardando para ouvir quais seriam os argumentos da
menina.
— Ele não frequenta as mesmas rodas, não tem uma
formação convencional, não tem as mesmas amizades e é
mais novo do que a senhora. E eu...
— Isso de frequentar rodas não é você falando, isso é
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estava decidido.
Grant atravessou o quintal e parou ao lado da garota, que
balançava os pés na beira da piscina, então se agachou para
ficarem no mesmo nível.
— Você deixou sua mãe chateada.
— Ela também me deixou.
— E por que você fez isso? Sua mãe te adora! Ela me
contou o que você falou para ela, sinto muito se um dia te fiz
acreditar que podíamos ter algo além de amizade. É uma
garota incrível e gosto muito de você, Amy, mas sempre foi
uma amiga que me faz lembrar minha irmã caçula.
— Eu sei que gosta de mim como amiga, e a culpa não é
sua se eu resolvi fantasiar com você.
— Desculpe-me por eu te dizer isso assim, mas me
apaixonei pela sua mãe, eu a amo de verdade, e você pode
fazer birra pelo resto da sua vida que essa sua atitude não vai
mudar o que sinto. Não foi você mesma que a incentivou a
sair daquela vida que levava? Que deu força para ela mudar e
se tornar outra pessoa? Mais forte, decidida e em busca da
própria identidade?
— Foi. Eu detestava o que meu pai fazia com ela. Não me
entenda mal, eu amo a minha mãe e quero vê-la bem, feliz.
Quando morávamos com ele, ela quase nunca ria, estava
sempre preocupada em não desagradá-lo, pena que não
percebia que agradar o meu pai era uma missão impossível.
Acho que só fiquei um pouco confusa quando ela me disse
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ficar?
— Ainda não vi isso, vou tentar reservar um quarto em
algum hotel perto do prédio do escritório.
— Hotel em Manhattan? Não sei, não, hein?! Os preços lá
são o olho da cara, se quiser, pode ficar aqui conosco, não tem
luxo nem nada, mas dá para se ajeitar tranquilamente.
— Opa, claro que fico! E isso de luxo, por favor, Grant,
você melhor do que ninguém sabe das minhas origens, se hoje
tenho um pouco mais, é por conta do meu esforço e trabalho.
Mas olha lá, só fico com vocês se não for incomodar —
advertiu ele, contrito. — A última coisa que quero é
atrapalhar o casal de pombinhos.
Grant riu das observações do amigo.
— Que bobagem é essa, Trent? Assim você até me ofende,
que incomodar que nada. Fique tranquilo, eu aviso a Danna, e
estou certo de que ela ficará feliz em receber você.
— Beleza, cara. Conversa com ela e nos falamos.
— Combinado!
Grant desligou o celular e notou a mulher se aproximando
por trás. Ela o envolveu com os braços, entrelaçando as mãos
em seu peito.
— Quem era? — perguntou curiosa, muito perto de sua
orelha.
— Era o Trent, me ligou para avisar que está vindo para
cá.
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Ah! Graças a Deus! Com certeza estou dentro dos dois por
cento, ufa! Melhor fazer mais um... Não, dois! Melhor fazer
três, só para garantir e me deixar mais segura, pensou duas
vezes e voltou a se sentar na borda da cama, com uma
expressão desconsolada no rosto. A quem eu quero enganar?
Já era! O negócio agora é aceitar a situação. A primeira
coisa a fazer é falar com alguém de confiança que não vai me
julgar.
— Danna, preciso da sua ajuda — pediu ao ouvir a amiga
atender.
— Betsy, o que houve? Está com a voz estranha. Você está
gripada? Ou esteve chorando?
— Eu sou uma idiota, uma burra, já me xinguei de tudo
quanto é nome, e sim, estive chorando. Estranho, não é? Não
sou dessas que chora por qualquer motivo, mas aconteceu
uma coisa. Pode vir até minha casa? Não me sinto bem o
suficiente para dirigir e preciso muito conversar com você.
Danna ouviu a amiga fungar. Devia estar muito mal, pois
nem tinha ido trabalhar. Pelo horário, não era para ela estar
em casa, e sim no escritório.
— Claro que posso, estou saindo daqui agora mesmo —
respondeu preocupada e desligou o celular.
Betsy tinha razão, era estranho mesmo, até onde se
lembrava, nunca a tinha visto assim, mas era humana, devia
estar tendo um dia ruim, só isso.
— Grant? — Danna chamou de onde estava.
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deixando preocupada.
— Ele recebeu uma oferta de trabalho, em Manhattan. Eu
penso que, na verdade, o homem deve ter um sexto sentido,
ou o Universo está conspirando para colocar vocês dois no
mesmo lugar. Vai contar para ele?
— Não sei, nem cheguei a pensar nisso, para mim, ele
estava a milhares de quilômetros de distância daqui. Que
porcaria, estou parecendo uma adolescente confusa! A
verdade é que essa notícia me deixou um pouco abalada. E,
para piorar, o Trent está chegando e nós nem somos um casal.
— Mas isso pode mudar — Danna ponderou. — Prepare-
se, porque se esse trabalho dele der certo, ele vai se mudar
para cá, em definitivo! — contou. — Não está pensando em
não ter, ou será que está?
Danna a olhou desconfiada. Betsy bem podia estar
considerando essa opção.
— Não decidi nada ainda, a verdade é que não sei o que
fazer, o que pensar, por isso te chamei aqui, queria conversar
com você, para me ajudar, minha cabeça está um emaranhado
de pensamentos, preciso da sua serenidade.
— O que você precisar, e estiver ao meu alcance, você
sabe que faço! — Danna a tranquilizou.
— Eu sei, e agradeço por isso — falou Betsy, pegando
mais um lencinho e fungando nele. — Tenho trinta e quatro
anos, um bom emprego com um ótimo salário, minha
liberdade – que por sinal, prezo muito –, enfim, uma vida toda
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tarde.
— Então ainda temos tempo, mas sim, vamos.
Ambos caminharam até a saída e atravessaram a rua em
direção ao ponto de táxi. Devido ao braço engessado, Grant
ainda não podia dirigir.
Ao chegar em casa, o anfitrião levou o hóspede até o
estúdio, o deixando à vontade. Meia hora depois, Trent entrou
na sala da casa principal, pronto para sair novamente.
— Podemos ir juntos, se quiser, só que você dirige —
Grant se ofereceu tão logo o viu entrar.
— Não precisa, você já foi me pegar no aeroporto. Chamei
um táxi, que já chegou e está aí fora me esperando, daqui até
Manhattan são só quarenta minutos.
— Tem certeza de que não quer que eu vá?
— Tenho, Grant! E a Danna? Onde está? Eu queria dar um
alô para ela antes de sair.
— Foi ver a Betsy, parece que tinham um assunto para
conversar, não sei bem. — Explicou Grant.
— Ah, ok, entendi — Trent deu a resposta com o
pensamento o trazendo o rosto da morena. — Bom, eu vou
indo, mais tarde nos falamos.
— Está bem, até mais, e boa sorte, amigo! — desejou
Grant, dando-lhe o toque de mãos.
— Valeu, até! — Trent retribuiu o toque, despediu-se do
amigo e cruzou o quintal, saindo pelo portão. Entrou no táxi
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Final do dia.
— Como você vai abrindo a porta assim, sem saber quem
é? — Trent chegou dando bronca e, sem ser convidado, foi
logo entrando. — E quero saber o motivo de não ter atendido
aos meus telefonemas e nem respondido os recados que
deixei.
Betsy olhou para ele, fechando a porta. Tremeu por dentro
e se perguntou como podia não se lembrar da carga sexual
elevada daquele homem e de que era dono de uma beleza tão
máscula e marcante. Sua presença era inesquecível, e sua
atitude foi tão arrogante que a pôs na defensiva.
— O que você está fazendo aqui, Trent?
Ele a olhou fixamente e foi direto ao ponto, ao que o estava
deixando nervoso e muito ansioso.
— Que história é essa de que você está grávida? —
perguntou enfático.
— Quem te falou isso? Como você soube? — inquiriu ela.
Será que a Danna contou para ele? Não, ela é minha
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eu não sou. Olhe bem para mim, tenho cara de quem precisa
te impingir um filho à força? Não me conhece o suficiente. Só
para você saber, eu tenho caráter, jamais faria isso, nem com
você nem com ninguém. Vindo de você, isso nem me
surpreende. E me diz, o que eu ganharia com isso? Nada. Não
se ache tanto, Trent!
Cada uma de suas palavras ferinas o atingiu como um tapa
na cara. Ela pensava que ele não era bom o suficiente para ser
o pai do filho dela? Era isso o que estava dizendo?
— Podia ter me contado, eu não ia precisar saber por
terceiros e por acaso.
— Para quê? Para você vir aqui perguntar se é seu, como
acabou de fazer? Você nem filho quer!
— E por isso você decidiu ter sozinha?
— Eu não tinha nada decidido até agora, mas diante de
tudo o que me disse, meu corpo, minha decisão. Sou
independente e sou muito mulher para assumir e criar o meu
filho sozinha, sim!
— Isso é orgulho e arrogância da sua parte, e eu pensei que
você tinha se cuidado, Betsy.
— Típico de homem machista chegar a essa conclusão. Só
a mulher tem que se preocupar em evitar a procriação, certo?
Pois você se enganou, Trent querido, porque não me cuidei e
nós dois vacilamos, você por comprar camisinhas de segunda
e eu por esquecer a maldita pílula do dia seguinte. Engole
essa agora! — esbravejou ela, nervosa.
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Queens, NY.
Grant estava preocupado, muito preocupado. Tinha se
levantado e descido para tomar um copo d’água, e estranhou o
fato do amigo não ter passado por ali antes de ir dormir no
estúdio. Deitou-se com isso o incomodando, porém, não
pensou mais no assunto com uma Danna bem disposta na
cama.
Agora, para desencargo de consciência, resolveu dar um
pulinho até lá. Saiu da casa, atravessou o pequeno quintal e
abriu a porta do estúdio. Acendeu a luz e logo notou que não
havia ninguém ali dentro. A realidade o tomou de súbito.
Tinha conhecimento de que Trent havia deixado o prédio do
escritório onde havia se reunido com os sócios umas oito
horas da noite, sabia disso porque trocaram algumas
mensagens logo depois. Como não conhecia ninguém na
cidade, além deles e da Betsy, o mais lógico era que tivesse
ido vê-la, e decidido passar a noite com ela, porém, sem
avisar? Não era do feitio do amigo fazer isso, ao menos uma
mensagem ele teria enviado. Voltou para a casa e viu a
mulher abrir os olhos, cheia de sono. Parecia estar toda macia
e quentinha, então engatinhou até ela.
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entraram.
— Betsy?! — Trent chamou em um tom de voz alto assim
que a viu sentada no sofá da sala. — Que bom que está aqui,
eu queria mesmo falar com você, e com o bebê também.
— Trent, não seja ridículo, está do tamanho da cabeça de
uma agulha, não deve escutar nada ainda.
— Mesmo assim, me deixa falar com a sua barriga?
Deixa? Eu fui um estúpido, Betsy, agora eu sei disso.
— Trent! — Danna o interrompeu ao ver a expressão no
rosto da amiga. — Trent, agora não, depois. Primeiro temos
que fazer essa bebedeira passar. Vem comigo, fiz um café
bem forte para você.
— Espera, eu preciso falar com a Betsy, quero explicar o
que aconteceu comigo, falar que eu... — disse ele, resistindo a
sair dali e ir com ela. — Você veio por mim? Estou certo,
bonita?
— Só vim para confirmar com meus próprios olhos que
você está bem, mas estou indo — Betsy explicou se
levantando. — Que beleza, hein? Passar a noite na cadeia por
bebedeira?! Era só o que me faltava! — E se virou para
Danna. — Depois nos falamos, amiga, preciso ir para o
escritório agora. Aliás, já era para eu estar lá há duas horas,
mas eu avisei o meu chefe e ele entendeu.
— Pode ir sossegada, cuidaremos bem dele, mas você sabe
que ele vai te procurar quando se sentir melhor, não é?
— É, eu sei... — suspirou. — E vou ter que aturar, fazer o
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quando soube que tinha sumido, quis vir para cá na hora, até
chegou atrasada no trabalho. A Danna me contou que ela não
sossegou até eu ligar avisando que estávamos voltando para
casa, e mesmo assim ela ficou aqui, esperando, só para te ver,
para ter a certeza de que estava bem. Ela não faria tudo isso se
não se importasse.
Grant se levantou dando um tapa amigável nas costas do
amigo.
— Valeu por me dizer isso, cara! — Trent agradeceu.
— Agora vou te deixar aqui ingerindo tudo isso. Se quiser
e achar que já dá para comer, está convidado para almoçar
conosco, em meia hora o almoço estará pronto. Vou lá ajudar
a Danna.
— Beleza, vou querer comer algo, sim, mas acho que só
uma salada, minha cabeça ainda está pesada para cacete e
sinto o estômago meio embrulhado.
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Trent
Se tem uma coisa que eu nunca mais vou fazer na minha
vida, é beber como se o mundo estivesse desmoronando. Mal
consigo me lembrar do que fiz, só da parte em que cheguei e
encontrei a Betsy, disso eu me lembro, e de ser recriminado
por ela. Estou me sentindo muito estranho, não estou me
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Horas depois.
— Oi, entra. — Betsy se afastou, dando passagem para ele.
— Tudo bem? Como vocês estão? — Trent inclinou
ligeiramente a cabeça em direção à barriga de Betsy, mas logo
voltou a olhar para o seu rosto.
— Estamos bem, quer se sentar?
— Não, prefiro ficar de pé — recusou o convite, fitando-a
meio constrangido. — Como eu te falei ao telefone, não vim
aqui para brigar ou discutir, vim porque quero me desculpar
com você pelas coisas que disse, por ter colocado em
dúvida... — começou, mas hesitou por um instante. — Você
sabe, a paternidade. Não sei nem como justificar as coisas que
eu te falei.
— Eu também disse coisas que nunca imaginei dizer a
alguém, mas você fez por merecer a maioria delas, Trent.
Admito que em alguns momentos eu exagerei, parte do que
falei foi desnecessário. A partir de agora, vamos agir como os
dois adultos que somos, nada de brigas, acusações ou ofensas.
— Tem razão, concordo! Só posso dizer que saí um pouco
do meu estado normal, essa situação toda me pegou de
surpresa. Enfim. Agora que estamos mais calmos e centrados,
o que você pretende fazer?
— Eu? — Betsy perguntou um pouco espantada, pois não
esperava esse tipo de reação da parte dele, estava dando a ela
o poder de decidir.
— É, foi você quem disse, seu corpo, sua decisão, não foi?
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perguntando.
— E como ficamos?
— Ainda não sei, Trent. Para ser sincera, não penso direito
com você me olhando desse jeito...
Não quero ceder, ainda estou magoada, mas com ele me
olhando assim, com esses olhos que parecem querer me
devorar, não consigo. Eu sei... Eu sei que o certo seria apelar
para o meu orgulho, para a minha dignidade e chutá-lo
daqui! Mas sabe por que não o farei? Porque ele está se
dizendo arrependido, e porque quero acreditar nele, me
julguem, mas esse homem é tudo demais, eu não consigo
lidar. Ele é bonito demais, sexy demais, gostoso demais,
intenso demais, mesmo quando está sendo um ogro. Imagina
agora, que está me pedindo desculpas e sendo responsável?
Olhar para ele faz todas as minhas resoluções caírem por
terra. Merda! Tenho que admitir que estou apaixonada como
nunca pensei que estaria por homem nenhum. Sempre
resguardei bem o meu coração, mas o Trent entrou nele e
nem me dei conta. Agora me sinto perdida. Eu só queria
saber por que mulher apaixonada fica boba, da maneira
irritante como eu me sinto neste exato momento.
— Betsy, você não entendeu ainda, mulher?
A voz sensual de Trent a tirou da nuvem em que estava e
a trouxe de volta à Terra.
— Não entendi o quê?
— Já que parece que não sabe do que estou falando, não
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um evento, essas duas juntas, não sei, não. A Danna até que é
mais calma, mas quando se junta com a Betsy...
— E eu não sei? Minha morena é um verdadeiro furacão!
— Trent riu alto.
— Pena que ainda é cedo para sabermos o sexo — Grant
comentou.
O médico havia dito que com quatro meses já seria
possível, e precisava confessar que estava bem ansioso.
— Nem me fale. A curiosidade está me matando aqui, mas
vamos ter que aguentar mais um tempinho — Trent anuiu e
um sorriso aberto chegou aos seus lábios ao imaginar o dia
em que saberiam. — Bem, agora tenho que ir, dê um beijo na
Danna e na Amy por mim. Um abraço, Grant!
— Pode deixar, serão dados. Idem. Nós nos vemos em uma
semana.
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— Então tem alguma coisa. Grant, por favor, não faz isso,
não diz que não há nada quando eu vejo claramente que está
preocupado, e não é com algo sem importância, como está me
dizendo. Anda, me fala o que é — pediu uma Danna
determinada a tirar a verdade do homem, ainda deitado ao seu
lado.
Ele se permitiu suspirar e se sentou na cama, vendo Danna
ajeitar o lençol que a cobria na altura do peito. Ela ainda se
sentia tímida em sua presença, só que agora Grant achava até
gracioso esse jeitinho recatado da mulher.
— Está bem. Você está certa. Tem algo rondando a minha
mente. Danna, eu não tenho posses, você sabe, e me
preocupo. Agora com os bebês, como eu vou fazer para... —
interrompeu-se, hesitando por um momento.
— Sustentá-los? — Danna completou a frase por ele. — É
com isso que está preocupado?
Claro, como eu não tinha pensado nisso? Grant é um
homem que possui um senso de honra muito forte, e seu
orgulho não permite ser sustentado, Danna concluiu em
pensamento.
Caso algo assim chegasse a acontecer, Grant se sentiria
incapaz e envergonhado por não conseguir manter os filhos.
Ainda que Danna garantisse que poderia fazê-lo sozinha, ele
jamais aceitaria. No mínimo, ele teria que dividir as despesas
da casa e das crianças com ela.
— Eu não posso negar que a situação me preocupa.
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Meses depois.
— Por que será que elas estão demorando tanto? —
perguntou Trent, visivelmente impaciente, deixando escapar
um suspiro.
Olhou para o relógio no pulso e viu as horas, logo depois
levou o olhar para o topo da escada. Ele e Grant estavam
sentados no sofá da sala à espera das duas mulheres, que se
encontravam no piso superior.
— Não faço ideia — respondeu Grant, seguindo o olhar do
amigo. — Acalme-se, elas devem descer logo. Você tem que
aprender a ser mais paciente, cara! — aconselhou.
Grant andava notando que o amigo estava muito nervoso
ultimamente, e achou que podia ser a pressão no trabalho ou o
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Dias depois.
— O Trent me enviou uma mensagem pedindo para eu ir
me encontrar com ele em um café perto do centro de
Manhattan — disse Grant, inclinando-se para beijá-la nos
lábios e fazer um carinho no pequeno Luke, que havia
acabado de mamar e dormia tranquilo no colo da mãe.
Foi até o berço onde a filha permanecia acordada, mas
quietinha e serena. Aproximou-se e depositou um beijo suave
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minutos que retornei para a minha sala. Melhor você sair daí,
já! — exclamou nervoso.
— Está pensando o mesmo que eu? — indagou Grant,
começando a caminhar e prestando atenção em cada
movimento suspeito.
— Que roubaram o meu celular para armarem contra você
e te fazer cair em uma emboscada? Sim. Sai logo daí! Rápido!
— Ok, estou saindo daqui agora!
Grant desligou o celular e o colocou de volta no bolso da
calça, olhou para os lados e não notou nada estranho.
Continuou andado, com passadas cada vez mais rápidas, até
alcançar o local onde havia deixado a pick-up. Pôs a mão na
maçaneta e enfiou a chave na fechadura da porta dando mais
uma olhada para os lados, desconfiado. De repente, sentiu
uma queimação do lado direito da cabeça. Um pensamento
cruzou sua mente e um verdadeiro terror o tomou. Levou a
mão até a têmpora e ficou horrorizado quando a viu coberta
de sangue. Agachou-se em um movimento instintivo,
tentando se proteger. Ouviu um segundo tiro, que atingiu a
janela da caminhonete, bem acima de onde estava encostado.
Levantou os olhos e notou o buraco no vidro. Tudo estava
acontecendo muito rápido, levou apenas um segundo para
entender o que se passava.
— Meus Deus! Alguém está tentando me matar! —
exclamou ele, o pensamento na mulher e nos filhos.
Quase um minuto depois, ouviu um terceiro estampido.
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seus braços.
— Eu sei que você agiu como agiu devido às traições que
sofreu no passado, eu sei pelo que passou, mas tem que ter em
mente que eu não sou como eles, não sou como a sua ex-
noiva, jamais seria capaz de te trair, de te fazer sofrer como
ela fez. Não tenho capacidade de fazer mal a ninguém, Grant.
Nunca mais duvide de mim.
— Nunca mais, princesa, prometo! Sou teu, Danna, para
fazer o que quiser de mim, mas não me abandone, não me
deixe! Eu não respiro sem você, sem os nossos filhos —
declarou Grant, sentindo o coração apertado.
Voltou a olhar para ela, ainda abraçada a ele, e com a mão
ergueu seu queixo. Seus olhares se encontraram. Sentia falta
de seu toque e de estar dentro dela. Tinham voltado a fazer
sexo, porém, com os gêmeos, não era tão simples encontrar
um tempo só para eles, a chance de serem interrompidos por
um chorinho no meio do ato era grande. Por um momento,
fitou seus lábios, fascinado pelo seu contorno perfeito e pela
evidente maciez que possuíam.
— Te desejo tanto, Danna! — disse sem pensar, tocando
sua face e correndo os dedos pela pele acetinada.
— Eu também. Demais.
Ele abaixou a cabeça cobrindo sua boca com a dele.
Instantes depois, se devoravam, a paixão e o desejo
explodindo entre eles. Grant se inclinou ainda mais em
direção a ela, levando a mão até o um dos seios. Beijou seu
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Nova York.
Duas semanas se passaram desde que a Fênix tinha sido
libertada e o Falcão, para sua desgraça, condenado. Danna,
Grant e os filhos regressaram de San Diego havia uma
semana. Agora, sem poderem contar com a ajuda de Eva, o
tempo ficou mais apertado. Porém, como os gêmeos estavam
com quase seis meses, já tinham uma rotina mais ou menos
definida, e os três se revezavam em seus cuidados.
Não puderam permanecer na Califórnia o tempo que
desejavam, Amy precisava regressar, pois iria se candidatar a
algumas universidades nos próximos dias. Durante o período
em que ficaram, no entanto, Grant levou a mulher para
conhecer alguns pontos turísticos e outros mais pitorescos.
Danna ficou encantada ao conhecer um pouco mais da cidade
natal de seu amado. Ele evitou comentar a visita que fez ao
seu ex-marido, em outro momento talvez o fizesse, ou não.
Melhor seria abstrair aquela pessoa da mente e da vida de
todos eles.
Por fim, a família estava de volta e era fim de semana.
Chamaram o casal de amigos para passarem a tarde de
Sábado tomando umas cervejas e relaxando na beira da
piscina. Trent não tirava os olhos da pequena Grace, deitada
em seu carrinho. Ele falava com ela fazendo carinho em sua
barriga, e a garotinha ria para ele enquanto movia os
bracinhos e as perninhas. Grant não ficou atrás, pegava o bebê
Luke no colo e brincava com ele enquanto Amy tomava conta
da pequena Chloe. Danna e Betsy se encontravam ocupadas
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preparando o almoço.
— Agora que esses bandidos estão presos e o chefão foi
condenado, você tem ideia do que vai fazer? — perguntou
Trent.
Grant parou o que estava fazendo e sentou o filho na perna
direita. O bebê pegou um dos seus dedos com ambas as
mãozinhas e tentava colocá-lo na pequena boca rosada.
— Não, meu amor, não pode pôr o dedo do papai na boca
— falou carinhoso com o filho, afastando a mão e dando-lhe
um brinquedo de borracha para que pudesse morder, só então
respondeu. — Bom, ainda estou procurando trabalho. Recebi
a proposta para ser reintegrado em San Diego, mas não me
decidi ainda. Se eu aceitar, tenho que voltar para lá, e não
posso deixar a Danna e os bebês aqui. Isso está me
preocupando, cara!
— Vai ter que ter um pouco mais de paciência. Logo você
consegue algo por aqui mesmo e as coisas vão se ajeitando —
Trent aconselhou, otimista.
— Estou esperando para ver se a transferência que pedi sai.
O problema é que me sinto muito incomodado com a Danna
arcando com quase todas as despesas. Eu ajudo como posso,
fazendo uns trabalhos extras, mas sei que não é suficiente.
Isso me deixa frustrado.
— Sabe, eu andei pensando... — Trent começou a falar,
porém, algo o fez desistir de continuar.
— Em quê? — Grant perguntou ao ver o amigo hesitar.
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terminar.
— Mas como? — Danna não tirou os olhos do anel em seu
dedo, fitando-o maravilhada.
— O Trent me ajudou nisso, a Betsy deu uma mãozinha na
decoração da mesa e a Amy teve a ideia de colocar as luzes ao
redor da piscina.
— Então todos foram seus cúmplices nisso? — ela indagou
sorrindo. — Tudo ficou muito lindo, Grant, mas ainda assim,
o anel...
— Não se preocupe com isso, recebi uma ligação do
distrito hoje — contou ele, um ar misterioso no rosto.
— É o que estou pensando? — Danna não pôde deixar de
sorrir.
— Se você está pensando que consegui a vaga que eu
estava esperando, sim, está pensando certo!
Danna não conteve a alegria ao ouvi-lo. Aquilo era tudo o
que ele mais queria.
— Meu amor, que notícia maravilhosa! — exclamou
pulando em seu pescoço, abraçando-o, e tendo a cintura
envolvida por suas mãos grandes e fortes.
— Vou ficar lotado no distrito do centro de Manhattan.
Volto à ativa na próxima semana. Não é na mesma unidade
em que eu trabalhava, mas estarei empregado e fazendo o que
amo.
Danna apenas sorriu ao olhar para a própria felicidade
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região.
— E tem alguma chance de conseguirem logo? — Grant
questionou com ar preocupado.
— Não tiveram resposta até o momento. Se não fizerem a
transfusão nas próximas horas, me avisaram que ela corre
risco de morte — Danna contou, enxugando as lágrimas que
se aglomeravam no canto dos olhos.
— E qual é o tipo dela? — Betsy quis saber.
— B negativo — Danna respondeu com a voz embargada.
— B negativo? — Todos os olhares se dirigiram para onde
Trent estava sentado. — É o meu tipo — afirmou ele,
sentindo o peso dos vários pares de olhos sobre ele.
— Como assim? — indagou Danna, ainda abraçada ao
Grant.
— Isso mesmo, eu sou B negativo, posso doar o meu
sangue para ela — Trent ratificou e viu a expressão no rosto
de Danna mudar.
— Meu Deus! Isso é um verdadeiro milagre! — exclamou
ela, espantada, saindo do abraço de Grant e aproximando-se
de Trent. Lágrimas de alívio escorriam pelas suas faces. —
Vem comigo! — chamou em um ímpeto, agitada, secando as
lágrimas com as costas das mãos. Ambos deixaram a sala com
passadas rápidas, quase correndo.
No momento em que Trent estava sendo preparado para a
coleta, Danna permaneceu ao seu lado, e quando seus olhares
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há muito tempo.
— Por que não vai você para casa com eles? Aproveita e
descansa um pouco, princesa. Eu fico com a Amy — ele se
ofereceu, notando a expressão no rosto da mulher, que parecia
esgotada, física e emocionalmente.
— Eu agradeço, amor, mas prefiro passar a noite aqui com
ela.
— Tem certeza? — Grant insistiu.
— Tenho. A Amy vai ficar em observação só por essa
noite. Depois teremos que voltar, me disseram que vão fazer
uma bateria de exames. O que houve pode não ser uma crise
única, é isso o que pretendem investigar. Dependendo dos
resultados, terá que iniciar um tratamento médico.
— Entendo. Ela vai ficar bem, Danna. Vamos torcer para
que este tenha sido o único. Então eu vou indo, mas amanhã
estou de volta. Precisa de alguma coisa? Posso trazer para
você antes de ir.
— Eu não preciso de nada, obrigada. — Sorriu para ele. —
Adoro que se preocupe comigo, mas vou ficar bem. Amanhã
você pode vir nos buscar, eu te ligo avisando assim que ela
tiver alta.
— Combinado. Eu e a babá cuidaremos dos gêmeos. Pode
ficar tranquila.
— Tenho certeza que sim. E os outros, já se foram?
— Sim, foram embora logo depois de terem certeza de que
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dela.
— Hoje eu prometo te dar uma canseira que você não vai
conseguir nem andar.
— Nossa, Trent, pelo jeito vou ter que reservar uma
cadeira de rodas! — Betsy zombou rindo, no entanto, seu riso
morreu ao senti-lo começar a cumprir a promessa.
O homem penetrou tão fundo que fez a mulher deixar
escapar um gritinho ao senti-lo tocar o seu útero com a ponta
do pênis. Então ele iniciou os movimentos ritmados dos
quadris, implacável, voltando a ser o Trent de sempre.
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no meio da sala.
— Vou precisar ir até o hospital da prisão de San Quentin,
em San Diego. Você pode vir comigo?
Grant estranhou a pergunta, assim como o estado em que a
mulher se encontrava. Parecia meio aérea.
— Por quê? O foi que foi que houve?
— Caleb morreu — Danna anunciou. — Ele está morto —
repetiu.
— Ele foi assassinado? — Grant indagou pensativo,
digerindo a notícia ao mesmo tempo em que sentimentos
contraditórios o invadiam, porém, pôde identificar o mais
forte deles: alívio acompanhado de uma forte sensação de
paz.
— Não. Disseram que sofreu um ataque cardíaco e querem
que eu vá até lá. É para cuidar de alguns detalhes referentes à
liberação do corpo.
— Eu não entendo o porquê você tem que ir até lá se os
dois estavam divorciados. Os parentes mais próximos de
Caleb são os pais, poderiam tê-los chamado, não?
Danna aquiesceu movendo a cabeça.
— Sim, eu também estranhei, mas a pessoa que me ligou
disse que foi um pedido do próprio Caleb. Pelo que entendi,
ele me deixou uma carta.
— Uma carta? Agora que isso está estranho mesmo —
Grant comentou intrigado.
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novamente.
Um minuto depois de chamá-los, viu Grant aparecer no
topo da escada, trazendo a filha Chloe no colo. Logo atrás,
vinha a babá, com o pequeno Luke nos braços. Ambos
desceram os degraus e pararam no meio da sala, junto a
ela. Amy cumprimentou a todos e subiu para o seu quarto.
Danna sorriu feliz por estar em casa e poder abraçar os seres
que mais amava na vida.
— Oi, meus amores, a mamãe chegou — falou, dando
beijinhos nas bochechinhas de cada um dos filhos. — Eu
estava morrendo de saudade de vocês dois — acrescentou
pegando Luke no colo, que tinha estendido os bracinhos
rechonchudos para ela.
— E eu? Não ganho nada? — reclamou Grant, fingindo-se
chateado.
— O seu, o mais especial de todos! — respondeu ela,
aproximando os lábios dos dele e beijando-o com todo amor
que se pode colocar em um beijo.
— Hum... Agora sim — murmurou ele, muito próximo de
sua boca.
Horas mais tarde, com todos em seus respectivos quartos,
Danna, por fim, decidiu que era o momento de abrir a tal
carta.
— Vamos ver o que ele tinha para me dizer... — falou,
rasgando a ponta do envelope.
— Está segura de que me quer ao seu lado quando a ler?
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“Danna,
Se você está lendo esta carta, é porque está ciente de que
não estou mais aqui. Eu nunca imaginei que meu fim seria
esse, nessa prisão, enjaulado feito um animal em uma cela
dois por dois. Mas, como costumam dizer, colhemos aquilo
que plantamos, e não sou do tipo que se lamenta, aceitei o
meu destino. É de conhecimento geral que aqui tudo pode
acontecer, como de fato já aconteceu comigo uma vez. Por
isso, como garantia, eu quis deixar esta carta escrita. Não
vou perder o meu tempo, ou o seu, pedindo perdão, sei que fiz
coisas imperdoáveis, principalmente com a Amy. Como você
sabe, não sou homem de muitas palavras, e não vou me
estender nesta carta. Além do mais, sei que ela será lida antes
de chegar até você. Escrevo para te dizer que o código do
cofre da casa nos Hamptons, onde se encontra a via original
do meu testamento, é a data do nosso primeiro encontro. Será
que você ainda é capaz de se lembrar? É, eu fiz um
testamento. Como uma pessoa sempre preparada para
situações inesperadas, deixei tudo organizado. Não tenho a
ilusão de sair daqui tão cedo, e talvez nem saia, não sei,
portanto, é melhor prevenir do que remediar. Dentro do cofre
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Trent não falou nada com a Betsy, pois não queria criar
uma situação embaraçosa por estar remexendo em coisas do
passado. Depois daquela conversa que tiveram sobre a
coincidência de ele ter o mesmo tipo sanguíneo da Amy, e da
possibilidade, ainda que remota, de que os dois fossem
parentes, ele ficou muito intrigado, de tal forma que toda essa
situação não lhe saía da cabeça. Uma garota do seu passado
veio à sua mente no momento em que falavam. Trent a tinha
conhecido em uma festa de final de verão. Rolava muita
bebida e ele havia consumido um pouco mais do que devia.
Não estava exatamente bêbado, mas tinha álcool suficiente no
sangue para agir como um irresponsável. Conversaram por
horas, falando sobre tudo e sobre nada durante aquela tarde
linda, e sabiam que existia uma química forte entre eles. Não
se lembrava de quando a beijou pela primeira vez. Quando
deu por si, estavam transando na areia. Lembrava o seu nome
e de como era linda. Possuía um corpo fantástico, cabelos
escuros compridos e grandes olhos castanhos. Ela lhe contou
que seu sonho era se tornar uma modelo famosa. Potencial e
beleza física a garota tinha de sobra. Recordava-se dela
dizendo que era de Nova York e de como ficara fascinado
com suas histórias e descrições da cidade. Desde aquela época
cresceu nele a vontade de conhecer a Grande Maçã. No
entanto, ao acordar na manhã seguinte, Claire havia sumido.
Ele até chegou a procurá-la, mas foi em vão. E se ela tivesse
engravidado? Fazia tanto tempo que seria impossível lembrar
se tinham tomado precauções para evitar uma gravidez.
Trent, só há uma maneira de sanar essa dúvida: um teste
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— Que saco isso, viu?! Vou ter que adiar todos os planos
que eu tinha para a minha carreira, mas se não tem outro
jeito, que seja, — disse e bufou, aborrecida.
— São só por mais cinco meses. Passa rápido. E o nome
dele? Você não me falou.
— Ele se chama Trent e me disse que estuda Direito na
universidade de lá. Isso é tudo o que eu sei.
E foi assim. Claire acabou sendo convencida a mudar de
ideia quanto a fazer o aborto e concordou em ter o bebê.
Infelizmente, logo após o parto, ocorreu uma grande
complicação, o que culminou em uma forte hemorragia. Os
médicos tentaram, porém, não tiveram como controlar, e a
garota veio a falecer.
Diante da situação e devido ao fato de nenhum membro da
família, além dela e do marido, terem condições de ficar com
o bebê, Sienna e Theo decidiram adotar a menina, que estaria
completando dezenove anos de idade.
— Que você tenha um feliz aniversário, Anne, onde quer
que esteja! — desejou Sienna, tocando a foto com carinho.
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“Take me to church
I’ll worship like a dog at the shrine of your lies
I’ll tell you my sins
So you can sharpen your knife
Offer me that deathless death
Good God, let me give you my life”
Take me to church – Hozier
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levaram a pensar que não seria tão absurdo pensar nela como
sendo minha.
Betsy recordou de quando ela veio até a casa deles para
agradecê-lo pessoalmente pela doação. Abordou o assunto,
ainda meio tímida no início, mas Trent falou algo que a fez rir
e a garota relaxou. Podia-se notar que os dois se davam muito
bem, inclusive tinham interesses em comum, apesar da
diferença de idade entre os dois. Lembrou-se de como ele
havia se emocionado com as palavras de agradecimento de
Amy, dizendo que lhe devia a vida, o tocando profundamente.
O grandão ficou até sem jeito, murmurando frases desconexas
a fim de disfarçar o embaraço.
— Nesse caso, existe uma maneira de comprovar se o que
você está pensando é verdade ou não — disse Betsy, mais
calma e aceitando o fato de seu homem poder ser o pai da
filha da amiga.
— Está me dizendo para fazer um teste de paternidade? —
averiguou Trent, prosseguindo quando a viu anuir com a
cabeça. — Eu cheguei a pensar nisso, mas não sei, a garota
acabou de perder o homem que sempre considerou como pai
— ponderou inseguro.
— Um pai canalha que nunca a amou de verdade! — Betsy
acrescentou ácida, seus lábios se tornando uma linha fina,
sentia-se irritada só de se lembrar do maldito.
— Você não tem como saber disso, morena, talvez o cara a
amasse, afinal, criou a menina desde muito pequena.
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anos.
— Está bem, e se vamos fazer isso, que seja da maneira
correta. Sem mentiras, sem enganos. De frente — concluiu
ele, coçando o queixo e voltando a ficar pensativo.
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perguntas, agora que Caleb está morto, mas uma coisa é certa,
a Amy vai ter que saber a verdade. Princesa, nós precisamos
contar para ela.
— Contar para ela? Agora? Não, Grant! — balbuciou
Danna, agoniada.
— Danna, deve ter uma família desesperada à procura dela
em algum lugar! — ponderou Grant, a veemência colocada
em sua voz desvanecendo-se diante da visão atormentada da
mulher.
— Só que é da minha filha que estamos falando, Grant!
Fui eu que a criei, eu a amo mais que a minha própria vida, do
mesmo modo como amo o Luke e a Chloe. E se ela conhecer
a família biológica e quiser viver com eles? Eu não posso
me separar dela. Não pretendo ser egoísta, mas vai doer
demais se a Amy me rejeitar como mãe!
— Ainda que a Amy venha a conhecer os pais verdadeiros,
ela te ama, e os sentimentos não mudam ou acabam de uma
hora para outra. Não vai acontecer nada do que você está
imaginando, portanto, não vamos antecipar as coisas, está
bem? Vai dar tudo certo, princesa! — Garantiu Grant,
tratando de consolá-la.
— Espero que consigamos resolver essa situação da
melhor maneira possível, mas eu tenho que aceitar que você
tem razão, devem ter pessoas procurando por ela. Essa mulher
da foto, por exemplo.
— Isso mesmo. Sei que você é generosa e que consegue se
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— Que bom que a Amy reagiu bem a tudo que soube hoje
— comentou Danna, deitada na cama, observando-o vestir a
parte de cima do pijama. — Quando contei sobre o que o
Caleb fez, por um momento cheguei a pensar que ela passaria
mal, mas se manteve firme e conseguiu se controlar.
Grant terminou de se vestir e foi se deitar ao lado da
mulher.
— É, concordo com você. Saber que foi sequestrada
mexeu muito com ela, mas a Amy é uma garota forte, vai tirar
de letra. Gostei muito de ela ter aceitado o Trent como pai.
Ele saiu daqui bem contente, acho que esteve angustiado esse
tempo todo.
— Certamente, mas agora está tudo esclarecido. Tenho
algumas dúvidas ainda, só que acho que parte delas só serão
sanadas com o tempo, ou talvez nunca, quem sabe? —
especulou ela.
— Existem situações que fogem ao nosso controle. Vamos
nos sentir abençoados com o que temos, que não é pouco, e
colocar essas dúvidas de lado — decidiu ele. — Depois de um
dia cheio de emoções como o de hoje, estive pensando na
pergunta da Betsy.
— Qual pergunta? — Danna indagou curiosa.
— Aquela que fez no bar, de quando temos a intenção de
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voltando à realidade.
Despediu-se logo depois, dando as costas para ele,
satisfeita por ter conseguido o que queria. Caminhou devagar
em direção à sua sala, sem saber que deixaria para trás um
Aaron pensativo com um sorriso misterioso no canto da boca,
e que permaneceu no mesmo lugar enquanto a observava
entrar na sala de aula. Só então se virou e andou até a dele.
Pelo visto, o rapaz não era tão indiferente a ela quanto
parecia.
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houve?
— Olha ali — disse Trent, virando o rosto na direção da
varanda da casa.
— Onde? — Grant perguntou, pois não conseguia ver o
que o amigo queria mostrar.
— Ali! Estão encostados naquela coluna — Trent insistiu,
impacientando-se ainda mais.
— Ah, agora eu vi, a Amy está conversando com aquele
rapaz, o Aaron. Você o conhece, Trent, foi ele quem a
socorreu quando ela sofreu aquela crise. Ficou esperando
conosco no hospital — Grant explicou paciente.
— Agora estou me lembrando. Você não acha que eles
estão muito próximos? Olha aquela mão boba dele! —
comentou Trent, fazendo cara feia na direção do casal.
—Trent, ele só está ajeitando uma mecha do cabelo dela.
Não seja exagerado! — Grant contemporizou, vendo o amigo
ficar cada vez mais exasperado.
— É assim que começa... — Trent bufou.
— Quer parar e deixar a garota curtir a festa em paz?
Larga a mão de ser tão ciumento, cara!
— Quero ver quando for a vez da Chloe. Duvido que
estará falando assim.
— A Chloe não vai querer saber de homens — afirmou
Grant.
— E por que não?
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