Análise Qualitativa de Dados

Observação

José Novais Santos

The Research Onion

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 Observação
• Avanços na tecnologia possibilita novas formas de
observação
– É hoje um método mais popular
• Por exemplo, a observação estruturada mediada pela Internet é
usada para realizar pesquisar de mercado

– Se o problema (e questões) de investigação está

relacionado com o que as pessoas fazem e como estas
interagem
• Podemos utilizar a observação
– A observação envolve
• A visualização sistemática, registro, descrição, análise e
interpretação do comportamento das pessoas em um
determinado ambiente

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Observação
• Saunders
2019,
Chapter 9,
page 379

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Observação
• Figure 9.1 Overlap between types
of observation (Saunders, 2019)
• Observação de participante
– Qualitativa
– Investiga interações e
comportamentos sociais
• Observação estruturada
– Quantitativa
– Investiga frequências de ações
• Obervação mediada por internet
– Aplicada a dados primários ou
secundários

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 Observação
• Escolhas do investigador…
– Estrutura e formalização
• Aberto Vs. focado em aspetos específicos
– Papel do investigador
• Participar no evento Vs. não participar
• Informar Vs. não informar os envolvidos que estão a ser
observados
– Natureza do contexto observacional
• Contexto naturalista Vs. situação criada/artificial

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 Observação
• Estrutura e formalização
– Elevada formalização e estrutura
• Possibilita observação estandardizada
• Utilizar grelha de codificação
– Pode produzir dados numéricos
– Informal e não estruturada
• Recolha de dados não iniciada com lista de
atributos/comportamentos predeterminada
• Exploratório
• As observações vão ficando mais estruturadas
– Descritiva >>> Focada >>> Seletiva

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 Observação
• Papel do investigador
– O nível de participação pode variar num continuo
• Participação completa observação completa

– Ocultar ou revelar o facto “observação”

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 Observação
• Papel do investigador
– Participação completa
• Observação realizada num contexto social / organização no
qual já se é participante
• Conhecimento prévio como “insider”
• Não revela que realiza “investigação por observação”
• Questões éticas…
– O investigador não deve considerar ocultar a investigação /
observação caso coloque em risco os participantes
– Os participantes não deram o seu consentimento informado e
uso dos dados
» Necessário manter o anonimato dos participantes e da
organização

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 Observação
• Papel do investigador
– Participação como observador
• Participa nas atividades
– Ou já é “insider” ou aprende a participar (nas atividades) para se
tornar “insider” – e adquirir conhecimento de “insider” para
melhor compreender os significados das interações e contextos
• Revela que realiza investigação por observação
– Necessita de ser suportado e ganhar a confiança dos envolvidos
– Observação como participante
• Participa apenas como a intenção de observar
• Revela a todos que realiza investigação por observação

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 Observação
• Papel do investigador
– Observação completa
• Não revela que realiza “investigação por observação”
• É um “espectador”
• Pode ser um papel inicial e de natureza exploratória
• Questões éticas…
– O investigador deve ter em consideração questões de
privacidade e abuso de poder
– Os participantes não deram o seu consentimento informado e
uso dos dados

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 Observação
• Papel do investigador
– Observação não participante
• O observador não partilha o mesmo espaço físico ou virtual,
nem temporal
– O observador pode por exemplo observar via internet eventos ou
atividades (material online)
– O material é produzido e disponibilizado por outra pessoa sem
considerar que o material pode ser utilizado para investigação
» Por exemplo, o material que disponibilizado por uma
empresa em forma de publicidade pode ser analisado numa
investigação sobre estratégias de publicidade
• Questões éticas…
– Os participantes não deram o seu consentimento informado e
uso dos dados

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 Observação
• Papel do investigador
– Observador colaborativo
• Revela que realiza “investigação por observação”
• Envolve os informantes em diversos aspetos da
investigação
– Desde o design até à análise e interpretação dos dados
• O investigador não deve produzir um relatório
“unificando”, reconciliando as vária visões
– Deve expor as perspetivas múltiplas e conflituantes
• Investigação geralmente abdutiva, longitudinal,
morosa, aprofundada

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 Observação
• Natureza do contexto observacional
– Situação criada/artificial
• Experiência realizada em laboratório
– Contexto naturalista
• “Trabalho de campo”
• Como observador participante “não oculto” pode
também realizar entrevistas, discutir resultados com
informantes, obter documentos, firmar, anotar, pedir
aos participantes para filmar (ou registar) atividades…

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 Critérios de qualidade
• Cuidados a ter na observação participada
– Erro do observador
• Escassa compreensão do contexto que leva a interpretações erradas
(não deliberadas)
– Deslocamento (drift) do observador
• Diferentes interpretações de situações similares de forma diferente ao
longo do tempo (tipo de erro)
– Desvio do observador
• Interpretação subjetiva sem conhecimento aprofundado
– Podemos realizar “verificação com informador”
– Efeito do observador
• O observador pode afetar o comportamento dos informantes (quando
sabem que estão a ser observados)
– Podemos ocultar
– Os informantes “habituam-se” à presença do investigador

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 Observação mediada por internet
• A Internet permite o acesso a uma enorme
quantidade de dados arquivados
– Incluindo dados primários provenientes de interações
sociais que já ocorreram ou que ocorrem em redes
sociais, sites de discussão e fóruns na Internet
• Este tipo de dados está disponível em várias formas,
incluindo texto, vídeo, áudio (som) e imagens
• O desafio para o investigador
– Aceder e utilizar deste tipo de dados primários
desenvolvendo um método de pesquisa apropriado e
aplicá-lo de forma ética

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 Observação mediada por internet
• Estratégia próxima da etnografia
– Frequentemente designada de etnografia online,
netnografia, etnografia virtual, …
• A etnografia online estuda pessoas em
comunidades online ou virtuais
– Frequentemente as comunidades online organiza-
se em torno de um interesse ou atividade comum
• Por exemplo, em relação a uma determinada empresa,
marca, produto, serviço, …

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 Observação mediada por internet
• O propósito da etnografia online ou netnografia
– É compreender as experiências de pessoas e grupos
através da interação e conteúdo online
• Investigação que frequentemente se inicia como
exploratória e se torna explanatória com o seu
desenvolvimento
– Descritiva >>> Focada >>> Seletiva
1. Observação Descritiva (mais exploratória – para compreender a
complexidade e perceber o que é interessante e importante)
2. Observação Focada (centra atenção após definir o foco – por
exemplo: interesse conceptual, pessoal, importância, …)
3. Observação Seletiva (produção de saturação teórica)

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 Observação mediada por internet
• O papel do investigador
– Não participar (apenas ler e visualizar o material)
• Não revelando a sua identidade (entrar no website
como “gest”) ou tornar-se membro
– Dados criados por membros da comunidade online sem
qualquer interação ou intervenção pelo pesquisador
• Similar ao “observador completo”
• Ocultar a investigação por observação levanta diversas
questões éticas, por exemplo relacionadas com o
consentimento informado e a privacidade

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 Observação mediada por internet
• O papel do investigador
– Participar
• Pode evitar perder aspetos importantes das interações
entre membros da comunidade e reduzir mal-
entendidos
• Participação plena e aberta permite que um
pesquisador verifique suas interpretações e que as
explore com os informantes
– Os dados são cocriados, que resultam das interações sociais
do pesquisador na comunidade online e com seus membros

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 Observação mediada por internet
• Envolve dados primários e secundários
• Participantes de comunidades online usam textos
síncronos e assíncronos para comunicar uns com
os outros
– Análogos ao discurso escrito ou notas de campo do
investigador
• Enquanto o investigador tradicional é capaz de observar a
linguagem corporal, expressões faciais e tom de voz para
auxiliar na interpretação das interações que observa
• O investigador online pode ser capaz de reconhecer nuances
no texto, emojis associados e material audiovisual
disponíveis para auxiliar a interpretação

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 Observação mediada por internet
• As comunidades online não são compostas por
membros homogéneos
– Imersão e profunda reflecção é necessária
• O investigador pode não estar ciente das limitações
– Na observação de uma comunidade online, é necessário
perceber se as trocas (acedidas) online representam todas
ou quase todas as interações entre seus membro, ou se
esses membros também interagem em outros fóruns
online, ou offline (reuniões, conferências, …)
– As comunidades online contém membros que apenas
observam – os membros mais ativos podem não
representar a população

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 Observação mediada por internet
• Critérios para escolher um “local” apropriado
para conduzir a pesquisa
– Relevância do “local” para as perguntas e
objetivos de pesquisa
– Quão atuais e ativas são as interações sociais no
“local”
– Quão substanciais e ricas são as interações sociais
no “local”
– Adequação dos participantes e conteúdo do
“local” para a pesquisa

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 Observação – Vídeo, Áudio e Imagem
• Uso de vídeo, gravações de áudio e imagens visuais
– O uso dessas técnicas pode levar a uma pesquisa mais
colaborativa, onde os informantes participam da recolha (e
analise dos dados)
• Contudo, também podem ser utilizadas camaras/gravadores…
“ocultos” o que levanta sérios problemas éticos
– É mais intrusivo do que simplesmente observar e tirar
notas
– As questões éticas incluem respeito pelos outros, evitar
danos, consentimento informado, privacidade,
confidencialidade, uso e gestão dos dados
– Permite recolher e “revisitar” os dado recolhidos

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