Você está na página 1de 26

Interação Humano-Computador

Conhecendo o usuário e suas


necessidades

André Pimenta Freire


Universidade Federal de Lavras
Roteiro
• Explorar o espaço do problema
• Principais questões para coleta de dados
• Registro de dados
• Entrevistas
• Questionários
• Observação
• Escolha e combinação de técnicas
Entendendo o espaço do problema
• O que você quer criar?
• Quais são as suas suposições?
• Sua solução vai atingir aquilo que é esperado?
O que é uma suposição?
•Assumir algo como verdade mesmo quando é
necessário mais investigação
–Por exemplo: as pessoas querem assistir televisão enquanto dirigem
Analisando o espaço do problema
• Há problemas com produtos existentes ou com a
experiência do usuário? Se sim, quais?
• Por que você acredita que existem esses problemas?
• Como você acredita que as suas ideias de propostas
de design podem solucionar esses problemas?
• Se você está realizando um design para uma
experiência de usuário diferente, como você acha que
suas propostas podem ajudar, mudar ou alterar as
maneiras atuais de realizar as tarefas?
Principais questões para coleta de
dados
1.Definir objetivos
• Decidir como analisar os dados uma vez que
forem coletados
2.Identificar os participantes
• Decidir de quem coletar dados
3.Relacionamento com participantes
• Claro e profissional
• Obter consentimento informado quando apropriado
4.Triangulação
• Analisar os dados de mais de uma perspectiva
5.Estudos piloto
• Testes preliminares antes do estudo principal
Registro de dados
• Notas, audio, video, fotografias
• Notas acompanhadas de fotografias
• Audio acompanhado de fotografias
• Vídeo
Entrevistas
• Não estruturadas – não são direcionadas por um
roteiro. Ricas, mas não podem ser replicadas.
• Estruturadas – são rigidamente definidas por um
roteiro, frequentemente como um questionário.
Replicáveis, mas não tem a mesma riqueza de dados.
• Semi-estruturadas – Guiadas por um roteiro, mas
questões interessantes podem ser exploradas em maior
profundidade. Podem prover um bom balanço entre
riqueza de dados e replicabilidade.
• Grupo focal – similar a uma entrevista em grupo
Questões de entrevistas
• Dois tipos:
– ‘questões fechadas’ tem um formato de resposta pre-determinado,
como ‘sim’ ou ‘não’
– ‘questões abertas’ não tem um formato pre-determinado
• Questões fechadas são mais fáceis de analisar
• Evitar:
– Questões longas
– Sentenças compostas – quebre em duas ou mais
– Jargões ou linguagem que o entrevistado possa não entender
– Questões que façam suposições, como “por que você gosta de ...”
– Vieses inconscientes, por exemplo, baseados em gênero
Condução de entrevistas
• Apresentação – apresente-se para o participante, explique os objetivos da
entrevista, reafirme o participante das questões éticas (privacidade,
confidencialidade, possibilidade de retirar consentimento), peça autorização
para gravar, e apresente um termo de consentimento para participar.

• “Aquecimento” – faça algumas questões mais fáceis de responder e menos


“ameaçadoras”

• Entrevista principal – Apresente as questões em ordem lógica

• Questões para desestressar – inclua algumas questões fáceis para aliviar a


tensão ao final

• Fechamento – agradeça o entrevistado, indique o final, por exemplo,


desligando equipamentos de gravação.
Enriquecendo o processo de
entrevista
• Pode-se apresentar recursos para os entrevistados, tais como
protótipos iniciais, descrição de cenários de uso, etc.
Questionários
• Questões podem ser abertas ou fechadas

• Questões fechadas são mais fáceis de analisar, e a análise pode


ser feita automaticamente

• Pode ser aplicado para grandes populações

• Pode ser feito em papel, por e-mail ou em um website


– www.surveymonkey.com
– Google Forms

• Amostragem pode ser um problema quando o tamanho da


população é desconhecido
Design de Questionários
• O impacto de uma questão pode ser influenciado pela ordem
das questões.

• É necessário ter diferentes versões do questionário para


diferentes populações?

• Prover instruções claras sobre como completar o questionário.

• Ter um balanço entre espaço em branco para separar


informações e manter o questionário compacto

• Decidir sobre usar frases todas positivas, negativas, ou uma


mistura de ambas.
Formatos de questões e repostas
•Checkboxes ‘Sim’ ou ‘Não’

•Checkboxes que oferecem múltiplas opções

•Escala de rankeamento
– Escalas Likert
– Escalas semânticas
– 3, 5, 7 ou mais pontos?

•Questões abertas
Melhorando a taxa de resposta
• Torne o propósito do estudo claro

• Garanta anonimato

• Garanta que o questionário seja bem projetado

• Ofereça uma versão mais curta do questionário para aqueles


que não tiverem tempo de responder a versão longa

• Taxas de resposta de 40% são altas, mas 20% normalmente é


aceitável
Vantagens de questionários online
• As respostas normalmente são recebidas de forma rápida

• Os dados podem ser coletados diretamente em uma base de


dados para análise

• O tempo requerido para análise é reduzido

• Erros podem ser corridos mais facilmente


Problemas com questionários
online
• A amostragem é problematica se o tamanho da população é
desconhecido

• Difícil evitar que uma mesma pessoa responda mais de uma vez
Observação
•Observações diretas em campo
–Frameworks para estruturação
–Grau de participação (insider ou outsider)
–Estudos etnográficos
•Observação direta em ambientes controlados
•Observação indireta: acompanhando as atividades de usuários
–Diários
–Logging da interação
Frameworks para estruturação de
observações
• A pessoa. Quem?
• O lugar. Onde?
• A “coisa”. O que?

• O framework de Robson (2014) :


• Espaço: Como é o espaço físico e como está arranjado?
• Atores: Quais são os nomes e outros detalhes relevantes das pessoas
envolvidas?
• Atividades: O que os atores estão fazendo e por quê?
• Objetos: Que objetos físicos estão presents, como mobília?
• Ações: Quais são as ações específicas individuais?
• Eventos: O que está sendo observado é parte de um evento especial?
• Tempo: Qual é a sequência de eventos?
• Objetivos: O que os atores estão tentando atingir?
• Sentimentos: Qual é o “clima” entre o grupo e das pessoas?
Estudos etnográficos
• Etnografia é uma filosofia com um conjunto de técnicas que
incluem a observação de participantes e entrevistas
• Existem debates sobre a diferença entre entre observação
direta de participantes e etnografia
• Na etnografia, etnógrafos fazem uma imersão na cultura que
eles estão estudando
• O grau de participação de um pesquisador pode variar em uma
escala entre “insider” e “outsider”
• Análise de vídeos e log de dados pode consumir uma
quantidade consideravel de tempo
• Coleções de comentários, incidentes e artefatos são feitas
Estudos etnográficos
• É necessária a cooperacão das pessoas sendo observadas

• Informantes são muito úteis

• A análise de dados é continua

• Técnica interpretativa

• As questões são refinadas à medida em que cresce o


entendimento do objeto de estudo

• Relatórios normalmente contém exemplos


Etnografia online
• Virtual, Online, “Netnografia”

• Atividades online e offline

• Interação online é diferente da face-a-face

• Mundos virtuais oferecem persistência de dados que o mundo


real não oferece

• Questões éticas de de apresentação são diferentes


Observação direta em ambientes
controlados
•Técnica “think-aloud” (pensar alto)

•Observação indireta
–Diários
–Logs de interação
–Web Analytics
Como escolher técnicas de coleta
de dados
•Depende:
–Do foco do estudo

–Dos participantes envolvidos

–Da natureza da técnica

–Dos recursos disponíveis


Para a próxima semana
Opções de leitura:
Personas e Cenários - Livro - BARBOSA, S.D.J.; SILVA, B.S.
Interação Humano-Computador. Editora Campus-Elsevier, 2010.
408p. ISBN 9788535234183.
Seções 6.1, 6.2 e 6.3

Modelagem de tarefas:
1) Livro - PREECE, Jennifer; ROGERS, Yvonne; SHARP, Helen. Design
de interação: além da interação homem-computador, 3a edição.
Seção 10.7

2) Livro - PREECE, Jennifer; ROGERS, Yvonne; SHARP, Helen. Design


de interação: além da interação homem-computador. 2a edição.
Seção 10.7

3) Livro - BARBOSA, S.D.J.; SILVA, B.S. Interação Humano-Computador.


Editora Campus-Elsevier, 2010. 408p. ISBN 9788535234183.
Seções 6.4.1 e 6.4.2
Créditos
•Apresentação baseada nos slides do livro SHARP,
Helen; ROGERS, Yvonne; PREECE, Jennifer. Interaction
Design: Beyond Human-Computer Interaction, 5th
edition, 2019.

Você também pode gostar