Você está na página 1de 2

«A religião como fenómeno humano»

Neste módulo III iniciamos com a reflexão sobre a dificuldade de definir o termo religião,
pois este é vivenciado em contextos e experiências humanas muito diferentes ao longo do
nosso mundo.

Olhar para a palavra religião, revejo uma vivência individual e coletiva que possui um
conjunto de atitudes e gestos, comportamentos e discursos de ir em busca do que pode estar
além do mundo.

O homem tem necessidade de se expressar desde que temos vestígios da sua existência na
terra. Está bem presente nas pinturas rupestres (ilustração I)do homo sapiens esta atividade
simbólica que acaba por evidenciar as suas ações do dia-a-dia interpretadas nas suas pinturas.
Possivelmente, já nessa altura, o homo sapiens teria as suas reflexões transcendentais que
poderemos deduzir com as estatuetas que colocavam junto aos enterros.

Nesta ilustração revejo a dimensão dinâmica sugerida por Gilberto Durante, visualizando a
capacidade de ilustrar e narrar a realidade deste povo que vivia dependente da caça destes
animais.

O fenómeno religioso é universal e próprio do ser humano. Mircea Eliade associa o mito à
dimensão religiosa dizendo que o mito se atualiza nos rituais. Estes ritos renovam aquela
força das origens conservando a reutilização dessa força que se acredita ser “originante”.

O texto 1, mostra uma oração a Deus que podemos visualizar como ritual. As palavras desta
oração poderão preencher a comunicação do quotidiano de uma sociedade.

A experiência religiosa é reconhecida nas nossas limitações naturais que contempla para
atingir um estado de plenitude em busca da vida eterna, igualmente visível neste excerto de
oração.

Cada ser humano vive a sua fé/religião de forma diferente dependendo muitas vezes da
sociedade que se insere. A ilustração reflete bem esta vivência individual com o divino. A
experiência religiosa consiste na percepção de uma realidade transcendente de qual, de certa
forma, depende a sua origem e igualmente o seu destino. O homo religiosus experiencia o
divino como algo absolutamente real tal como o sentir da areia que se faz sentir e não uma
entidade imaginária.
A experiência religiosa vivida em comunidade/sociedade visivel na ilustração 3 que se
percebe ser particular para as mulheres tuaregue. Rito vivivel nesta imagem sem duvidas de
caracter cultural vivido em comunidade. É aqui que se observa que o rito religioso não é
suposto que os praticantes se tornem espectadores mas que lhes exige intergam numa
comunoidade crente. O ser humano acaba por invocar o auxilio do divino com diversas
atitudes. Neste ilustração vemos os rostos felizes das mulheres com a certeza de que o divino
as guiará de melhor forma na busca do nome para o recem nascido. Possivelmente esta
imagem represnta uma cerimonia sagrada para este grupo de pessoas, uma forma particular de
organização e transmissão das suas práticas religiosas.

A experiência religiosa prende-se também com o sagrado que pode ser visto como na
ilustração comentada anteriormente como o sagrado ritualizado mas existe igualmente o
sagrado em termos de espaço. Com a ilustração 4, aa entrada de um templo hindu, em Jaipur,
Índia, podemos visualizar uma fronteira bem definida e que para além da porta visível se
encontrará um espaço com um valor extraordinário para aquela cultura. Poderemos chamar,
segundo Eliade, este lugar que está representado como hierofanía pois o ser humano toma
consciência de que o divino percebendo que é uma realidade distinta de si mesmo. Para que o
ser humano possa perceber o sagrado, este precisa de tomar determinadas figuras de modo a
ser situado no tempo e num espaço (espaço sagrado- templo).

E com a ilustração 5 do documento 8 está visível mais um ritual, desta vez de oferendas que
suspeito ser um ritual repetitivo que acompanha o curso de vida daquela senhora, podendo
aqui visualizar o mito em ação. A experiência religiosa é vista como um valor existencial indo
para além do conhecimento e da ação.

Ao analisar todas estas ilustrações e fragmentos e relacionando com o que foi estudado neste
módulo, é fácil de compreender que a experiência religiosa é por natureza simbólica,
realidade concreta e sensível. O significado imediato do simbolismo revela-se e acaba por
deixar transparecer uma realidade de outra ordem, uma realidade transcendente. Não é de
facto o símbolo por si mesmo mas sim a experiência que este trás ao ser humano a existência
de Deus invisível.

Você também pode gostar