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Eu sou Balaur

Meu título vem da boca de muitas crianças e de nossos cuidadores.

Eu nunca gostei de ninguém, com exceção de Gacrux, ela era como eu, cheia de escamas
mas não como os descendentes dos dragões, sua pele branca e áspera, manchada em listras
vermelhas, como não como uma marca de nascença, mas ornada como algo esculpido em carne,
ossos e sangue.
Tão feroz e sábia quanto poderia ser.
Estávamos sempre juntos, fosse de dia ou de noite, Ela estava sempre certa do que queria,
sempre sonhando sobre coisas além das estrelas.
Uma vez enquanto caminhávamos na floresta, encontramos um livro na sombra de uma
árvore, mesmo que tenha chovido na noite anterior, o livro estava em perfeito estado. Ele tinha uma
capa simples, mas sem título, suas páginas estavam em branco, sem marcas de mão ou tinta, sem
páginas amassadas, sem nada. Levamos ele conosco e, mesmo tentando escrever dentro, a tinta
sempre desaparecia segundos depois, sugada dentro das páginas para nunca mais ser vista
novamente.
Com o tempo, o livro começou a nos mostrar coisas, a princípio animais na floresta, só para
os encontrarmos mortos não muito tempo depois. Depois nos mostrou outras crianças da casa, mas
ao invés da morte direta, elas adoeceram, e depois de dias de dor excruciante, tiveram uma morte
horrível. Seus corpos incharam em larvas, como se tivessem crescido de dentro para fora, uma após
a outra, até que alguns ficaram. Nos intitularam de amaldiçoadas, pois éramos as únicas crianças
intocadas pela doença, os cuidadores tentaram descobrir o porquê, apenas para desperdiçar seu
tempo.
Nosso pensamento então começou a se desdobrar, nossas noites antes corridas e sem sonhos,
agora se tornaram longas e infestadas de pesadelos. Eu vi seres que toda as palavras combinada não
podiam descrever. As noites pareciam durar dias sem fim.
Fiz o melhor que pude, me afogando dentro da poesia, tentando me distrair o máximo que
pude. Mas Gacrux não conseguia, ela permanecia o dia todo na cama, seus olhos tão profundos
como os de um poço, mal conseguia beber ou comer, as vezes tinha problemas para dormir, muitas
vezes acordando assustada no meio da noite lavada no próprio suor, me acordando no processo.
O livro se mantinha sem ação alguma, sem imagens ou qualquer outra coisa. Mas eu podia
ouvir os ecos em minha mente, vozes no ar, gritos sobre a morte inevitável. Nós o queimamos, até
que as cinzas tivessem desaparecido. Mas os pesadelos nunca cessaram.
Com o tempo, mudamos daquela casa, Gacrux parecia melhor, mais vívida, mas eu sabia
que, no fundo ela estava tão vazia quanto uma garrafa, apenas existindo no fluxo do tempo. Suas
palavras não carregavam paixão, seu rosto parecia sempre afogado em solidão. Tentei o máximo
que pude para que ela ficasse segura. Contudo, uma noite, quando estávamos na cama, o crepitar
começou como se o fogo estivesse ao nosso redor, mas estava o mais escuro que podia estar,
ouvimos em nossas cabeças, vozes ao vento nos chamando para o abate. Ele veio da porta, algo
vestido de árvore, mas tão profano quanto nossos pesadelos;
Eu tentei o melhor que pude, mas aquela coisa a levou, então a segui, horas sem fim, e
mesmo assim perdi a pista. Amaldiçoado seja quem for que fez aquele livro.
Caminhei por toda região, narrando a criatura para quem pudesse ouvir, mas ninguém sabia
o que era, eu voltei para a casa antiga, esperando que soubessem algo, mas eu só encontrei um
mausoléu largado ao tempo e dentro, uma criatura decrépita que eu esperava não ver, apenas para
descobrir que o livro era uma maldição que nos foi dada pelos nosso pecado.
A morte estava à sua porta, então eu corri para encontrar o que perdi.

Uma noite eu estava passando por uma caverna, ao ver nada além da escuridão, decidi
descansar. Apenas para abrir os olhos e me encontrar em uma cela, rodeada de criaturas
desconhecidas.
Balaur costuma falar sozinha, como se Gacrux ainda estivesse ao seu lado, fazendo
perguntas ao vento e respondendo ela mesma.
Normalmente ela fica no canto só dando aquela olhada seca nas criaturas que andam perto
dela, agindo como se estivesse cochichando.
Ela não mente.
Não mata se não for preciso.
Não trai quem não à trai.
Não é (nem um pouco) amigável com ladrões
Não quebra a própria palavra.

Ela teme a solidão, seja ficar sozinha fisicamente ou psicologicamente.


Ela teme criaturas cujas formas sejam incompreensíveis, se a criatura não tiver um olho para
que ela possa olhar, ela perderá a própria razão das coisas, se tornando hostil com qualquer um
perto da criatura ou dela mesma.

Criaturas essas que não sejam antropomórficas, ou de Fácil compreensão.

Eu como jogador, vou fazer um teste de sabedoria ao encontrar criaturas assim.


Se sucesso, ok.
Se falha, ela perderá a razão e eu vou jogar 1d4.
Se par ela ataca só a criatura.
Se impar ela ataca a criatura e quem estiver ao seu lado.

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