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Os estudos críticos (Teoria Crítica), particularmente os de génese marxista, opõem-se tanto ao

paradigma Funcionalista como à Sociologia Interpretativa. Enquanto para os teóricos críticos o


Estado é um instrumento de dominação ao serviço da classe dominante, assegurando o statu
quo, para os funcionalistas e para a sociologia interpretativa o Estado é uma "coisa", é um
"contexto objectivo de sentido"(Schutz e Luckmann, 1973) que as pessoas interiorizam
desempenhando papéis e usando a linguagem.

Os marxistas consideram, ainda, que "as relações sociais surgem das formas de produção e
reprodução da vida. A posição dos indivíduos em sociedade é dada pela sua situação no
processo produtivo e nas relações que este gera. As ideias da classe dominante são as que
prevalecem e a ideologia constitui, de facto, um instrumento para a defesa dos seus próprios
interesses e para a reprodução da estrutura social"(Montero, 1993: 51). Para os pensadores
marxistas, os meios de comunicação social são, assim, elementos integrados dentro do
aparelho ideológico da classe dominante. Por isso, o processo de comunicação através dos
meios jornalísticos não pode ser dissociado do seu contexto sócio-histórico- cultural.

Entre os precursores da Teoria Crítica encontram-se, por exemplo, os filósofos-sociólogos


Adorno e Horkheimer, que esboçaram, como se verá ainda neste capítulo, a crítica à indústria
cultural.

A crítica marxista, cruzada com as correntes de pensamento cristão que desembocaram na


Teologia da Libertação, deu origem à Escola Latino-Americana de pensamento comunicacional,
cujos contributos ao pensamento comunicacional também serão apresentados neste capítulo.
Esta Escola desenvolveu um pensamento comunicacional autóctone, cujo cerne reside nas
formas de utilizar a comunicação para desenvolver os países e os povos, fazendo pontes, por
exemplo, com a semiótica, os métodos psicanalíticos e, naturalmente, toda a Teoria Crítica.
Entre os precursores desta corrente de pensamento encontram-se, por exemplo, Barbero,
Beltrán e Sodré.

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