Você está na página 1de 3

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Relações Internacionais Contemporâneas Giovanna Malavolta Ramello –


RA00116276

Estudo de Caso II – The Cuban Missile Crisis: United States Deliberations and
Negotiations at The Edge of the Precipice.

1. Sobre o que é o caso?

Situada dentro do contexto geral da Guerra Fria, a Crise dos Mísseis Cubanos
ocorrida em Outubro de 1961 e considerada o momento no qual o mundo
chegou mais próximo de um confronto nuclear é o evento a ser estudado nesse
caso. O início da crise consiste na instalação de mísseis nucleares soviéticos
em território cubano, um ponto de influência soviética situado dentro da esfera
de influência dos EUA e extremamente próximo do território americano, como
resposta à instalação de mísseis feita pelos Estados Unidos na Turquia.
Alegada por Khrushchev como uma manobra apenas defensiva –
principalmente após a invasão americana à Baía dos Porcos – não fora assim
vista pelos Estados Unidos, que a consideraram como um ato de guerra.
Incertos sobre as consequências trazidas pela escalada do conflito que
resultariam no inevitável uso de armamentos nucleares, optaram por evitar
manobras militares e passaram 13 dias lidando com o impasse sob clima de
tensão e iminente evolução do conflito resultando em uma destruição mútua.
Como resolução do conflito fora designada a remoção dos mísseis soviéticos
de Cuba e a secreta remoção dos mísseis americanos do território turco.

2. Qual a situação atual do caso?

Tendo já sido instalados os mísseis, ambos os atores devem lidar agora com a
resolução da crise sem que esta caminhe para uma situação que não acabe
por prejudicar ambas as partes. Discutem-se hipóteses que levaram à ação da
URSS e respostas que os Estados Unidos devem dar a ela, tentando sempre
assegurar que a crise não evolua para um conflito nuclear. Apesar de os
Estados Unidos terem Cuba como um país sob a sua tutela desde o início de
seu processo de independência, a revolução cubana em 1959 foi arruinando
aos poucos as relações entre os dois e o caráter da revolução foi trazendo a
influência soviética cada vez mais próxima, tornando Cuba um núcleo soviético
dentro do campo de influência americano. Esse rompimento com os Estados
Unidos e aproximação com a União Soviética dá margem para serem
pensadas inúmeras hipóteses pelos americanos que levaram à decisão de
instalação dos mísseis em território cubanos e compreender que a ameaça
dessa ação, antes de ter caráter militar, possuía um caráter político e
ideológico, pois dependendo da resposta americana, a instalação desses
mísseis poderia afetar a percepção que o mundo tem do poder americano,
principalmente quanto aos seus aliados, que poderiam questionar a capacidade
americana de se ater aos seus princípios e ideais, além de também ameaçar a
estrutura de poder criada a partir dos EUA, sobre a qual ele se colocava e
visava manter. Sendo assim, para serem tomadas as medidas adequadas para
a resolução da crise, era necessário traçar os motivos por trás dessa ação para
que as medidas não surtissem efeitos negativos para a imagem dos EUA
mesmo que efetivas quanto à remoção dos mísseis.

3. Quem são os atores do caso? Quais decisões precisam tomar?

Os atores do caso são, primeiramente, o presidente americano John F.


Kennedy e o Primeiro-Ministro da URSS Nikita Khrushchev, sendo cada um
amparado por seus secretários de defesa, diplomatas e outros intelectuais que
auxiliariam na compreensão do conflito de forma a tomar a decisão mais
adequada possível. Decisões estas que cumpram com os objetivos visados
pela ação de cada um sem acarretar um resultado desastroso para ambas as
partes. Os Estados Unidos precisam articular de maneira que persuadam a
URSS a remover os mísseis do território cubano, mas para isso não podem
agir de maneira brusca que possa acarretar em uma resposta violenta por parte
da União Soviética, sendo que o discurso anterior de prevenir de qualquer
forma (incluindo recorrer ao uso de força física) a expansão de atitudes
agressivas e subversivas por parte do regime marxista não surtiu efeito para
que evitasse uma manobra como a instalação dos mísseis e poderia agora
representar uma atitude hostil por parte dos EUA e, portanto foi sendo
esquecido. Khrushchev tem de avaliar sua situação com relação a Cuba de
forma a não contribuir para a eclosão de um conflito nuclear, perder sua
influência sobre Cuba, nem permitir que os mísseis americanos permaneçam
em território turco.

4. Quais são os objetivos de cada ator? Quais ideias ou perspectivas


conflitantes sobre os caminhos a tomar diante dessa situação?

Khrushchev, com a instalação dos mísseis, visava defender a revolução


cubana e deter um possível ataque semelhante ao já ocorrido à Baía dos
Porcos, além de equilibrar a situação bélica entre URSS e EUA, que uma vez
tendo sido desmascarado o “missile gap”, ainda queria demonstrar força militar,
amedrontando os EUA ao oferecer um risco real mesmo que estando atrás na
corrida de armas. Da mesma forma que havia mísseis perto da URSS, haveria
então mísseis perto dos EUA. Por último, a perda de Cuba devido alguma ação
americana, representariam a fraqueza do marxismo e do poder soviético como
influência mundial e efetiva. Kennedy visava à remoção dos mísseis o mais
rápido possível e sem levar ao temido conflito nuclear, utilizando inicialmente
manobras militares por considerarem que a diplomacia não seria eficaz na
resolução do conflito, mas depois recorrendo a ela ao ver que a URSS reagiria
de maneira hostil ao bloqueio naval em Cuba. Cada uma das partes não queria
demonstrar fragilidade diante dessa situação frente ao mundo, portanto
visavam resolver o conflito obtendo a maior vantagem possível sobre o outro, a
URSS não queria retirar os mísseis de Cuba sem que haja algo em troca, como
a retirada dos mísseis americanos da Turquia, mas os EUA não queriam se
contradizer e mostrar que poderiam ser dissuadidos pela URSS frente a seus
aliados. Por fim, há a retirada dos mísseis do território cubano com a retirada
secreta dos mísseis americanos do território turco.

Você também pode gostar