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Crise dos mísseis em Cuba:

A Crise do Mísseis em Cuba aconteceu em 1962 e foi o momento de maior


tensão da Guerra Fria. Os Estados Unidos acusaram a União Soviética de instalar
mísseis em Cuba. No ano anterior, os norte-americanos instalaram mísseis na
Turquia e na Itália, fazendo com que a União Soviética se sentisse ameaçada.

Durante 13 dias, as duas superpotências ficaram a um fio de um conflito


nuclear, o que desencadearia a Terceira Guerra Mundial. A crise acabou com um
acordo que retirou os mísseis de Cuba e da Turquia e limitou o uso de armas
nucleares.

Contexto histórico:

Os Estados Unidos e a União Soviética surgiram como superpotências mundiais


logo após o final da Segunda Guerra Mundial. Começava a Guerra Fria, o
confronto ideológico travado entre norte-americanos, que lideravam as nações
capitalistas, e os soviéticos, liderando os países comunistas.

O conflito entre as duas superpotências não ocorreu de forma direta, por isso
chamou-se Guerra Fria. Porém, guerras regionais foram motivadas por causa
desse embate ideológico. Tanto os Estados Unidos como a União Soviética
pretendiam ampliar as suas zonas de influência conquistando o apoio de outros
países por meio da força militar ou por empréstimos financeiros.

A década de 1950 foi marcada pelo acirramento das duas forças antagónicas,
em questão. Norte-americanos e soviéticos possuíam armas nucleares, e um
conflito direto entre ambos certamente contaria com essas armas, que, de tão
potentes, poderiam destruir o mundo. Cientistas dos dois lados corriam contra
o tempo para apresentar alguma tecnologia inovadora ou armamento perigoso
para intimidar o inimigo.

Até o final da década de 1950, a influência soviética alcançava a Europa Oriental,


ou seja, a Cortina de Ferro. Porém, um fato marcaria não somente as relações
entre as duas superpotências durante a Guerra Fria, mas também chamaria a
atenção dos Estados Unidos para seus países aliados na América Latina.

Em janeiro de 1959, um grupo de guerrilheiros liderados por Fidel Castro


e Ernesto Che Guevara desceram da Sierra Maestra, em Cuba, para tirar
Fugêncio Batista do governo. A ação obteve êxito, e, em pouco tempo,
os cubanos estavam sob um novo governo, que prometia adotar medidas de
cunho social.
A revolução cubana não foi apenas a derrubada de um presidente pelos seus
opositores, mas o começo de um governo que, meses depois de chegar ao
poder, se alinhou com a União Soviética. A adesão do governo Castro ao
comunismo fez com que os Estados Unidos percebessem que o perigo da
influência soviética tinha ultrapassado a Cortina de Ferro na Europa e chegado
bem próximo do seu território.

Logo após a revolução, o governo norte-americano voltou as suas atenções


para os países latino-americanos. A notícia de que um governo popular foi
formado em Cuba espalhou- se pelo continente e fez com que outros
guerrilheiros seguissem o mesmo caminho. A Casa Branca tratou de se
aproximar dos governos aliados na América Latina e buscar uma relação mais
amigável com estes.

O presidente norte-americano John Kennedy aceitou a sugestão do presidente


brasileiro Juscelino Kubitschek em 1960, de fazer um plano que favorecesse o
desenvolvimento económico dos países da região. Surgia a Aliança para o
Progresso, uma ajuda financeira aos países mais pobres para que se
desenvolvessem, evitando, assim, que a propaganda comunista, que utilizava a
pobreza como forma de criticar os Estados Unidos e o capitalismo, se
espalhasse com facilidade.

Pelo lado soviético, a adesão de Fidel Castro ao comunismo foi muito bem


recebida. Além da ajuda financeira e logística a Cuba, essa aliança possibilitaria
à União Soviética a posse de um satélite próximo aos Estados Unidos,
ameaçando-os quando fosse necessário.

A década de 1960 aprofundaria a rivalidade entre norte-americanos e soviéticos,


levando o mundo inteiro a temer uma Terceira Guerra Mundial com o uso de
armas nucleares.

Quarentena a Cuba:

Assim, os Estados Unidos optam por fazer um bloqueio naval a Cuba, uma
quarentena, como foi chamada.

Nela, a Marinha americana iria inspecionar os navios de bandeira soviética e


aqueles que contivessem armas seriam mandados de volta ao porto de origem.
A iniciativa foi apoiada pela OTAN.
Sábado negro:

O auge da Crise dos Mísseis em Cuba aconteceu em 27 de outubro de 1962.


Um avião espião dos Estados Unidos foi abatido enquanto sobrevoava a ilha, e
seu piloto morreu. As negociações entre as duas superpotências ficaram cada
vez mais difíceis. Eram constantes os telefonemas de embaixadores em
Washington contatando os representantes soviéticos em Moscou.

Consequências desta crise:

A principal consequência da Crise dos Mísseis em Cuba foi a assinatura de um


acordo entre Estados Unidos, União Soviética e Inglaterra que limitava o uso de
armas nucleares. O Tratado de Não Proliferação Nuclear trazia em seu texto a
proibição de testes nucleares na atmosfera, em alto-mar ou no espaço.
A fabricação de armas nucleares foi limitada, e a tecnologia nuclear seria
permitida desde que apresentasse fins pacíficos.

Com o acordo, a rivalidade entre norte-americanos e soviéticos mudaria de foco


e passaria para a corrida espacial. As duas superpotências disputariam a
liderança na conquista do espaço. Além disso, um canal de comunicação entre
Washington e Moscou foi estabelecido para evitar que outra crise como a de
1962 pudesse acontecer novamente.

Curiosidade:

Em cada país, o episódio recebeu um nome distinto: Crise do Caribe, na


URSS; Crise de Outubro, em Cuba e Crise dos Mísseis, nos EUA.

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