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Impresso por Rita Sulzbach, CPF 777.249.680-04 para uso pessoal e privado.

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não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 11/08/2021 14:21:24

Análise crítica sobre o capital cultural

Nos dias atuais, vivemos um dilema: Como diminuir as diferenças


em uma sociedade tão excludente? Partindo do ponto que a educação
seria um caminho para que todo o jovem carente pudesse obter êxito
profissional e fi nanceiro no futuro, como proceder quando essa torna-
se mais uma ferramenta de desni velamento social?
Refletir sobre o atual sistema educacional é necessário para que
possamos entender como a escola pode ser um imp ulsionador no que
diz respeito ao crescimento de desigualdades sociais. Uma escola que
visa a cultura erudita como foco principal não levando em conta que
uma fatia enorme dos seus alunos não tem acesso à mesma, acaba
por tornar o ciclo estudantil algo que não atende ou que não atraí o
interesse dos educandos.
Porém, analisar apenas o sistema educacional é tornar a discussão
algo meramente raso. Uma vez que o desi nteresse do brasileiro com
relação à busca por conhecimento acaba por tornar a escola cada vez
mais um lugar de interação com outras i ntenções que não a de busca
do saber. É normal no dia-a-dia ouvirmos de alunos que o hábito da
leitura é algo “chato”, que tal conhecimento não irá influenciar em nada
sua vida ou até mesmo que vai para a escola só para não ficar em
casa durante aquele período. Dessa forma o que se pode notar é uma
minoria que tem acesso ou hábito de buscar conhecimento fora do
ambiente escolar que procura a escola com o interesse de ascensão
intelectual e social, por outro lado, uma grande fatia considera-se
intimidada por conteúdos que lhes soam como um “bicho de sete
cabeças” ou por um vocabulário recheado de palavras difíceis que não
lhes permitem assimilar quase nada do que é dito durante explicações.
O que se tem como senso é que a família tem papel fundamental na
formação dos costumes do aluno e pode influenciar diretamente em
sua adaptação ao ambiente escolar e aquisição de conhecimentos. O
que é solução também age como mais uma forma de desigualdade,
uma vez que nem toda família é estruturada e nem sempre a mesma
possuí condições de proporcionar acesso a outra forma de cultura que
não seja a trazida de suas vi vencias e que lhes foi passada por seus
antepassados. Cultura essa que não é vista como relevante pelo
sistema.
O capital econômico influencia diretamente sobre o capital cultural,
não somente pela facilidade de acesso de quem o possuí, mas também
pela necessidade que o jovem mais carente encontra de ingressar no
mundo do trabalho mais cedo em busca de ajudar nas despesas de
casa ou até mesmo ter condições de pagar por um curso que o
qualifique para uma vaga sem perspectivas de crescimento,
condicionado por um ciclo social que não permite ao jovem mais pobre
Impresso por Rita Sulzbach, CPF 777.249.680-04 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e
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sonhar com uma realidade que não seja apenas a de se sustentar e ter
uma vida pouco melhor do que sua infância.
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Bourdieu, Pierre, Capital Cultural classe e gênero.

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