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MINI GUIA E GLOSSÁRIO JURÍDICO

Para uso exclusivo da VR Advogados Associados

Autor: Geovani Caon Tomaz de Oliveira


Colaboração: Heloisa da Silva Silverol
Roberta Reis Batista
Gabriel Carlos Gallon
Grégore Gomes de Barros
Jullya Palma Vieira
Caroline da Silva Moraes
1. INTRODUÇÃO

Sabemos que um bom trabalho requer excelência, e excelência requer estudo e


dedicação. Não menos importante, é preciso conhecer com clareza aquilo que se vende
e o que se informa ao cliente, a fim de passar segurança e certeza de que investiu bem
seu dinheiro.
Acontece que o mundo jurídico é repleto de palavras e expressões desnecessariamente
usadas que dificultam o entendimento do público. Além disso, conhecer o antes,
durante e depois de um processo judicial torna o processo de venda e pós venda muito
mais natural e fácil.
Diante disso, desejamos que este documento auxilie na melhor compreensão possível
dos nossos trabalhos.

2. DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA À PROPOSITURA DAS AÇÕES

a) Exibição de Documentos

• Documento oficial de identificação com foto; (ex: RG, CTPS, Passaporte);


• Comprovante de Residência atualizado;
• Procuração devidamente assinada;
• Declaração de Hipossuficiência; (se for o caso de pedir Assistência Judiciária
Gratuita)
• Comprovação de prévio requerimento administrativo não respondido em
tempo hábil; (usamos a comprovação pelo Green, depois de 7 dias do envio
da notificação)
Considerações: Não é necessário, mas é interessante, no ato da solicitação de
documentos, requerer do cliente qualquer documento que comprove uma
ligação entre ele o banco, como, por exemplo, um desconto que ocorre na conta
bancária ou no contracheque, ou até mesmo o número do contrato. Mas por que
isso? Porque alguns juízes costumam pedir comprovação de alguma relação
jurídica existente entre Autor e Réu, na intenção de justificar a ação.

b) Revisional de Juros

• Documento oficial de identificação com foto; (ex: RG, CTPS, Passaporte)


• Comprovante de Residência atualizado;
• Procuração devidamente assinada;
• Declaração de Hipossuficiência; (se for o caso de pedir Assistência Judiciária
Gratuita)
• Cópia da Integralidade do contrato a ser discutido.

Por que é essencial ter todas as informações do contrato?


Resumidamente, por lei é obrigatório, na revisional de juros, informar na petição inicial
o valor incontroverso das parcelas, ou seja, o valor que deveria se pagar caso o contrato
possuísse juros “justos”. Além disso, tal informação é essencial para que se determine o
valor da causa, cujo valor deve estar correto na forma da lei, sob pena de determinação
de emenda à inicial.

c) “RMC”

• Documento oficial de identificação com foto; (ex: RG, CTPS, Passaporte);


• Comprovante de Residência atualizado;
• Procuração devidamente assinada;
• Declaração de Hipossuficiência; (se for o caso de pedir Assistência Judiciária
Gratuita)
• Demonstrativo do desconto RMC ocorrendo seja no extrato do benefício,
contracheque;
• Preenchimento do formulário RMC;
• Documentos de Assistência Judiciária Gratuita.

d) “Golpe”

• Documento oficial de identificação com foto; (Ex: RG, CTPS, Passaporte);


• Comprovante de Residência atualizado;
• Procuração devidamente assinada;
• Boletim de Ocorrência;
• Comprovantes dos depósitos/transferências;
• Descrição objetiva e completa do caso.
Considerações: A ação de golpe é um pouco diferente das outras ações que fazemos na
VR. Ela é, geralmente, uma ação de indenização por danos morais, com foco em
condenar o banco, ou os bancos, por falha de segurança ao “permitir” que contas
fraudulentas sejam abertas para aplicação de golpes. Ou seja, é como se o banco tivesse
contribuído para o fato criminoso. Outra diferença é que, por ser um processo que não
precisa de perícia, ele é feito nos juizados especiais cíveis, onde o processo corre mais
rápido (em teoria) e, do início até a sentença, não há custas judiciais ou honorários,
então, a menos que tenha recurso, comprovação de renda e declaração de
hipossuficiência não são necessárias.
e) Defesa de Busca e Apreensão

• Documento oficial de identificação com foto; (ex: RG, CTPS, Passaporte);


• Comprovante de Residência atualizado;
• Procuração devidamente assinada;
• Declaração de Hipossuficiência; (se for o caso de pedir Assistência Judiciária
Gratuita)
• Documentos de Assistência Judiciária Gratuita.
Considerações: Como se pode ver, são os documentos básicos. Somente juntamos o
comprovante de pagamento da dívida caso o cliente informe que pagou.

f) “Super endividamento”

• Documento oficial de identificação com foto; (ex: RG, CTPS, Passaporte);


• Comprovante de Residência atualizado;
• Procuração devidamente assinada;
• Declaração de Hipossuficiência; (se for o caso de pedir Assistência Judiciária
Gratuita)
• Todos os gastos pessoais do cliente, detalhados com os devidos
comprovantes. Contas da casa, gastos do cartão de crédito, empréstimos,
etc;
• Documentos de Assistência Judiciária Gratuita.

ATENÇÃO
É importante sempre verificar se os documentos estão legíveis e não cortados. Ainda,
todas as informações acima são referentes ao cliente que é PESSOA FÍSICA.

DOCUMENTOS DA PESSOA JURÍDICA:

• Contrato Social (Solicitar ao sócio da empresa – Observar se o sócio que irá


representar a empresa possui poderes específicos para representar a empresa
extra ou judicialmente);

• Documentos pessoais do SÓCIO REPRESENTANTE (RG, CPF ou CNH - Solicitar ao


sócio da empresa);

• Comprovante de Residência em nome da empresa;


• Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral - CNPJ atualizado, emitido nos
últimos seis meses (Emitir no site da Receita Federal);

• A procuração deve ser confeccionada em nome da pessoa jurídica


REPRESENTADA PELO SÓCIO LEGÍTIMO E COM PODERES DE REPRESENTAÇÃO
no contrato social, além disso, deve ser usado a razão social e não o nome
fantasia na qualificação.

➢ PARA MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL:

• Documentos de identidade e CPF (Solicitar ao sócio da empresa);

• Comprovante de residência em nome da empresa;

• Certificado de microempreendedor individual, emitido nos últimos seis meses


(Emitir no site do Portal do Empreendedor);

• Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral - CNPJ atualizado, emitido nos


últimos seis meses (Emitir no site da Receita Federal);

• A procuração deve ser confeccionada em nome da pessoa jurídica


REPRESENTADA PELO SÓCIO LEGÍTIMO E COM PODERES DE REPRESENTAÇÃO
no contrato social, além disso, deve ser usado a razão social e não o nome
fantasia na qualificação.

➢ PARA MICROEMPRESA OU EMPRESA DE PEQUENO PORTE:

• Certidão simplificada emitida pela Junta Comercial nos últimos seis meses / Ou
Certidão de Serviço de Registro de Pessoas Jurídicas emitida nos últimos dois
anos; (Emitir em https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/drei/juntas-
comerciais - OBSERVAR O ESTADO DA EMPRESA)

• Contrato Social (Solicitar ao sócio da empresa – Observar se o sócio que irá


representar a empresa possui poderes específicos para representar a empresa
extra ou judicialmente);

• Documentos pessoais do SÓCIO REPRESENTANTE (RG, CPF ou CNH - Solicitar ao


sócio da empresa);

• Comprovante de Residência em nome da empresa;

• A procuração deve ser confeccionada em nome da pessoa jurídica


REPRESENTADA PELO SÓCIO LEGÍTIMO E COM PODERES DE REPRESENTAÇÃO
no contrato social, além disso, deve ser usado a razão social e não o nome
fantasia na qualificação.

• Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral - CNPJ atualizado, emitido nos


últimos seis meses (Emitir no site da Receita Federal);

3. A ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

A Assistência Judiciária Gratuita é um “benefício” concedido à parte considerada “pobre


nos termos da lei” para que não haja cobrança de custas judiciais ou honorários de
sucumbência. Não é a regra, é a exceção.
É complicado determinar de fato o que se considera pobre na forma da lei, como dito
acima, uma vez que os entendimentos são variados. Existem juízes que tomam por base
o rendimento líquido puro e simples do solicitante, enquanto outros veem a situação
financeira geral da pessoa, verificando gastos essenciais além da renda mensal. Juízes
mais solícitos costumam ir mais a fundo e solicitam até certidões de imóveis e veículos,
mas não é a regra.
A fim de não onerar demais o cliente com solicitação demasiada de documentos, mas
ainda assim buscando uma concessão dos benefícios da justiça gratuita, são estes os
documentos necessários a se pedir, inicialmente, ao cliente:

PESSOA FÍSICA: 3 últimos contracheques e extrato bancário dos últimos 3 meses.


É aposentado ou pensionista? Extrato dos 3 últimos benefícios.
É desempregado? Foto da CTPS mostrando que não há vínculo empregatício.

PESSOA JURÍDICA:

• Declaração de pobreza;

• Balanço Patrimonial;

• Recibo de Imposto de Renda dos três últimos exercícios;

• Extrato bancários de todas as contas bancárias ativas dos três últimos meses;

• Balancetes dos três últimos exercícios;

• Certidão de protestos (se possuir inscrições);


• Inscrição em órgãos de proteção (se possuir inscrições).

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA


GRATUITA
➔ É muito importante a maneira com que se pede os documentos de renda do
cliente. É preciso explicar a necessidade, que o processo vai andar mais rápido e
que o juiz vai pedir os documentos querendo ou não, sob pena de condenação
em custas judiciais.

➔ Sempre explicar ao cliente, no ato da contratação, que existe diferença entre


assistência judiciária gratuita e os honorários advocatícios contratados pelo
escritório. O cliente pode confundir o fato de ter sido beneficiado pela
assistência gratuita com a necessidade de pagar o pro labore. As custas judiciais
são uma espécie de “imposto”, devidas ao tribunal de justiça daquele estado,
porque, afinal, nada é de graça, nem um processo judicial.

DOS PEDIDOS LIMINARES


➔ O pedido liminar é um pedido de urgência, ou seja, é feito já na petição inicial e
dá prioridade àquele processo para a análise inicial. Devido à urgência, ele será
analisado antes mesmo de qualquer defesa do Requerido. Pode-se assim ver a
importância e a seriedade que é um pedido liminar, pois irá prejudicar a parte
contrária sem mesmo ela saber da existência de um processo contra ela.
➔ O juiz analisa dois requisitos essenciais ao pedido liminar, quais sejam: O
perilucum in mora, ou, o perigo da demora, e o fumus boni iuris, ou, a fumaça do
bom direito. O perigo da demora quer dizer que o pedido deve ser concedido de
urgência naquele momento, caso contrário ocorrerá uma lesão à parte de difícil
ou impossível reparação. A fumaça do bom direito diz respeito à necessidade de
demonstrar a mínima existência do direito pedido de forma liminar. Na realidade
da VR, é mais comum vermos liminares com relação a negativação indevida.

4. COMO FUNCIONA O PROCESSO JUDICIAL

Saber como funciona o andamento de um processo, bem como alguns dos requisitos
para se pode ter um processo, é essencial para realizar uma boa venda, afinal de contas
conhecer o que se vende é muito importante. Dito isto, vamos do começo, antes da
existência de uma ação judicial.
Quais são as condições da Ação? O que precisa?
Basicamente existem 3 condições: A Legitimidade de pedir, o interesse processual e o
pedido juridicamente possível. Vamos analisar brevemente os três. O mais importante,
para nós na prática, é entender o primeiro.
Da Legitimidade: O Autor da ação precisa ser, via de regra, a pessoa diretamente
interessada, ou lesada, pelo que se vai pedir na ação. Por exemplo, o titular do contrato
do empréstimo, ou a vítima do golpe. Sabemos que, na prática, o comercial lida com
muitas pessoas simples e muitas delas de idade avançada, geralmente sendo
representadas por parentes de idade mais nova. Ocorre que esse tipo de representação
não pode ser confundido com uma representação processual. Mas como assim?
Existem situações em que uma pessoa pode ser representada por outra dentro do
processo, como por exemplo, os menores de idade ou os deficientes mentais sem
capacidade nenhuma de discernimento, incapazes de responderem pelos próprios atos.
No primeiro caso, basta que se comprove a idade, contudo, no segundo caso, que
podemos nos deparar às vezes em uma venda, é preciso que exista alguma decisão
judicial que determinou a interdição da pessoa. Nesse documento sempre irá constar
quem irá representá-la em seus direitos e deveres. Existe também a possibilidade de
uma pessoa representar a outra através de procuração, e nesse caso será necessário
requisitar também tal documento.
Resumindo, não se pode aceitar apenas a alegação de que “meu parente é acamado”,
ou “de idade avançada”, ou algo semelhante. É preciso ter a documentação de
procuração pública ou decisão judicial.
Do Interesse Processual: É preciso que se mostre a necessidade da ação através da
análise do que se pede no processo. É preciso que haja nexo, ou conexão, entre as duas
partes, de alguma forma.
Do Pedido Juridicamente Possível: É necessário que o se peça em um processo seja
previsto em lei, ou então humanamente possível, por assim dizer. O exemplo mais
clássico pra esse requisito é que, por exemplo, não se pode querer comprar a lua, ou um
processo para dispor da própria vida.

O Processo judicial depois do protocolo

Após o protocolo, em regra o processo será distribuído, por sorteio, para alguma Vara
competente. Inicialmente será feito, ou por um serventuário da justiça, ou pelo juiz, se
aquele processo recém iniciado preenche todos os requisitos formais conforme a Lei.
Caso esteja tudo certo, o juiz analisará pedido liminar, se houver, e determinará que a
parte contrária seja citada para se defender. Caso esteja faltando algum requisito, a
parte Autora será intimada para que apresente Emenda à Petição Inicial, de modo a
corrigir algum erro, para só depois de consertado é que a parte contrária será citada.
Alguns juízes costumam marcar audiência de conciliação no início do processo. Este tipo
de audiência, para a nossa realidade, é extremamente desnecessária e só faz o processo
demorar mais, afinal de contas um acordo com o banco praticamente nunca é viável
para o cliente, além de que a maioria dos bancos sequer apresenta proposta de acordo.
Quando o juiz marca a audiência, é possível fazer petição pedindo pela não realização
da audiência, porém depende de o banco também concordar com a não realização.
Felizmente, a maioria dos juízes sequer marca esta audiência, pois não veem uma
possibilidade de acordo.
Ocorrendo a citação, a parte contrária terá 15 dias úteis para apresentar contestação. É
importante ressaltar que esse prazo somente começará a contar do dia seguinte ao dia
da publicação do ato no Diário Oficial Eletrônico, e não do dia em que o juiz profere a
decisão ou o despacho. Caso o processo seja físico, o prazo começa a contar somente
do dia em que for juntado no processo a comprovação que a parte contrária foi citada.
Apresentada a defesa, a parte Autora será intimada para, no prazo de 15 dias úteis, se
manifestar sobre a contestação. Essa petição é também chamada de Réplica. Via de
regra, essa petição não é obrigatória.
Apresentada a Réplica, o juiz intimará ambas as partes para dizerem se existem provas
a produzir antes da sentença. Após a manifestação, o juiz irá proferir sentença.
Todo o explicado acima acontece em “1º Grau”. Caso haja discordância da sentença, os
recursos serão julgados pelo Tribunal de Justiça daquele estado, ou seja, o processo irá
“subir” para o “2º Grau”.
A sentença, por si só, não quer dizer que o processo terminou. É preciso aguardar o
prazo do trânsito em julgado da sentença, que é de 15 dias úteis. Durante este tempo,
é possível fazer recurso da sentença caso exista alguma coisa que não agradou a parte.
Esse recurso é chamado de “Apelação” e será julgado por desembargadores no Tribunal
de Justiça. Resumidamente, é como se uma segunda pessoa (desembargador) fosse
reexaminar a decisão da outra pessoa (juiz) por não ter havido concordância com o
decidido. Após o julgamento deste recurso, caso continue não havendo concordância, é
possível, também no prazo de 15 dias, fazer o chamado Recurso Especial, que será
julgado pelo STJ, que é o nosso famoso "ir até Brasília!".
Terminados todos os possíveis recursos e ocorrido o trânsito em julgado da sentença,
só então iniciará a parte de execução, que é quando o decidido em sentença será de
fato cumprido.
Para uma compreensão ainda mais fácil da jornada de um processo, veja a ilustração
abaixo.
5. GLOSSÁRIO JURÍDICO

Ação – Direito que tem qualquer cidadão para buscar uma decisão judicial, por meio de
um processo.
Acórdão – Decisão judicial proferida por um grupo de juízes.
Agravo de instrumento – Recurso feito contra decisões no decorrer do processo que
interferem diretamente no direito pedido pela parte. Por exemplo, uma decisão que
indefere assistência judiciária gratuita.
Ajuizar – Propor uma ação; ingressar em juízo.
Assistência judiciária – Direito previsto na Constituição para as pessoas,
comprovadamente pobres, que não estiverem em condições de pagar as despesas ou
custas judiciais, sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, de utilizar a atividade
jurisdicional do estado.
Autos – É o nome que se dá ao conjunto das peças que compõem um processo,
incluindo todos os anexos e volumes.
Busca e apreensão – É a diligência policial ou judicial que tem por fim procurar coisa ou
pessoa que se deseja encontrar, para trazê-la à presença da autoridade que a
determinou.
Citação – Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se
defender.
Comarca – A circunscrição territorial, compreendida pelos limites em que se encerra a
jurisdição de um juiz de Direito. Em termos simples, um juiz no fórum da cidade vai ser
responsável por todos os processos daquela Comarca. Por exemplo, Colatina é Comarca,
pois possuímos um fórum. Governador Lindemberg não tem fórum e pertence à
jurisdição de Colatina. Então um fato ocorrido lá terá como competência a Comarca de
Colatina.
Contestação – É o documento em que a parte Requerida se defende e expõe suas
razões.
Dano material – Assim se diz da perda ou prejuízo que fere diretamente um bem
patrimonial, diminuindo o valor dele, restringindo a sua utilidade, ou mesmo a
anulando.

Dano moral – Assim se diz da ofensa ou violação que não vem ferir os bens patrimoniais,
propriamente ditos, de uma pessoa, mas os seus bens de ordem moral, tais sejam os
que se referem a sua liberdade, a sua honra, a sua pessoa ou a sua família.
Decisão (judicial ou interlocutória) – Denominação genérica dos atos do juízo,
provocada por petições das partes ou do julgamento do pedido. Em sentido estrito,
pronunciamento do juiz que resolve questão.
Deferir – Acolher um requerimento, um pedido, uma pretensão.
Despacho – São todos os atos praticados no curso de um processo ou de um
procedimento que não possuem conteúdo decisório. Os despachos apenas ordenam a
realização de determinadas providências, para dar seguimento ao feito.
Dilação – Expressão usada para requerer a prorrogação de prazos processuais.

Diligência – Providências a serem executadas no curso de um processo, procedimento


ou inquérito policial para esclarecimento de questões relacionadas aos assuntos nele
tratados.
Embargos de declaração – Ou embargos declaratórios. Recurso contra decisão que
contém obscuridade, omissão ou contradição, tendo como finalidade esclarecer, tornar
clara a decisão. Em qualquer caso, a substância do julgado, em princípio, será mantida,
visto que os embargos de declaração não visam modificar o conteúdo da decisão.
Hipossuficiente – Aquele que tem direito à assistência judiciária.
Impugnar – Contestar, combater argumentos ou um ato, dentro de um processo,
apresentando as razões.
Instância – Grau da hierarquia do Poder Judiciário. A primeira instância, onde em geral
começam as ações, é composta pelo juiz de direito de cada comarca, pelo juiz federal,
eleitoral e do trabalho. A segunda instância, onde são julgados recursos, é formada pelos
tribunais de Justiça e de Alçada, e pelos tribunais regionais federais, eleitorais e do
trabalho. A terceira instância são os tribunais superiores (STF, STJ, TST, TSE) que julgam
recursos contra decisões dos tribunais de segunda instância.
Intimação – É o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para
que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Lide – Litígio, processo, pleito judicial. É a matéria conflituosa que está sendo discutida
em juízo.
Mandado – Ordem escrita da autoridade. É chamado de mandado judicial quando
expedido por juiz ou ministro de tribunal. Tem nomes específicos de acordo com o
objetivo: prender, soltar etc.
Medida cautelar – O mesmo que liminar. É um ato de precaução. É o pedido para
antecipar os efeitos da decisão, antes do seu julgamento. É concedida quando a demora
da decisão causar prejuízos (periculum in mora). Ao examinar a liminar, o ministro
relator também avalia se o pedido apresentado tem fundamentos jurídicos aceitáveis
(fumus boni iuris).
Mérito – É o assunto principal que está sendo discutido em um processo; é a questão
que deu origem à própria existência daquela ação. Nele é que se funda o pedido do
autor.
Periculum in mora – Perigo na demora.
Petição – De forma geral, é um pedido escrito dirigido ao tribunal. A petição Inicial é o
pedido para que se comece um processo. Outras petições podem ser apresentadas
durante o processo para requerer o que é de interesse ou de direito das partes.
Provas – Demonstração da existência ou da veracidade daquilo que se alega como
fundamento do direito que se defende ou que se contesta. Todo meio lícito e apto a
firmar a convicção do juiz na sua decisão.
Recurso – Instrumento para pedir a mudança de uma decisão, na mesma instância ou
em instância superior.
Requerente – A pessoa que propôs ação. O titular da ação. Autor.
Requerido – A pessoa que “foi processada”. O Réu.
Revel – Réu que não comparece em juízo para defender-se.
Sentença – Decisão do juiz que põe fim a um processo.
STF – Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da Justiça no Brasil.

STJ – Superior Tribunal de Justiça.


Sucumbência – Princípio que atribui à parte vencida em um processo judicial o
pagamento de todos os gastos decorrentes da atividade processual.
Taxa – É um tipo de tributo. Contribuição que o Estado exige diretamente em função de
um serviço determinado e específico, como uma taxa judiciária.
Transitar em julgado – Expressão usada para uma decisão (sentença ou acórdão) de que
não se pode mais recorrer, seja porque já passou por todos os recursos possíveis, seja
porque o prazo para recorrer terminou.
Tutela antecipada – É a antecipação de um ou mais pedidos feitos pelo autor na ação.
Exige alguns requisitos, como a possibilidade de que a demora no julgamento da causa
resulte em prejuízo irreparável à parte, bem como a existência de provas que
convençam o juiz da veracidade da alegação
Vara – É uma divisão na estrutura judiciária que corresponde à lotação de um juiz.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O excesso de terminologias jurídicas é desnecessário e prejudicial ao entendimento do
público em geral, principalmente quando pensamos que, na verdade, todo o
procedimento de um processo judicial deveria ser o mais compreensível possível. Dito
isso, espero que este documento sirva de norte à compreensão de vocês e torne vosso
trabalho mais tranquilo e fácil de realizar.

Cordialmente,
O Jurídico da VR Advogados.

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