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Jornal do Passado

9 de Novembro de 1799 - 28 de Junho de 1815

A França da Era Esse período de


Napolêonica tinha uma dominação foi o que
corte constituída pela caracterizou o momento
alta burguesia, antiga do Império da Era
nobreza e alguns Napoleônica. Bonaparte
membros do exército. para se fortalecer ainda
Isso fez com que as mais o crescimento
guerras externas françês, determinou o
ganhassem uma grande Bloqueio Continental
força, potencializando a (1806), no qual os países
maior expansão aliados ao seu não
territorial do Estado e poderiam realizar trocas
garantindo o status de com a Inglaterra, com
exército mais poderoso risco de serem invadidos
da Europa. e dominados pelo
exército.
A SOCIEDADE
VESTIMENTAS FEMININAS
Na moda feminina, era Vestidos brancos eram sinal Os cabelos eram presos,
usado uma espécie de de status social, já que o repartidos ao meio, com
camisola leve, decotada que branco suja facilmente, eles cachos. As mulheres
ia até os tornozelos com eram usados à noite com casadas e mulheres
uma saia de formato em enfeites em renda, decotes, elegantes deveriam sair ás
"A", tinha cintura alta, e um volume extra na parte ruas usando bonnets com
pequenas mangas de trás que podia ser abas largas nas laterais,
cobrindo as orelhas. Saber
bufantes. As roupas diurnas carregado nas mãos e
usar um xale com graça era
poderiam ter golas, eram usados com luvas
característica da mulher
mangas e nenhum enfeite. longas. As moças usavam
elegante. Como acessórios:
Havia também gradações cores suaves como rosa,
luvas sombrinhas, leques e
de vestidos como: vestido azul ou lilás. Já as senhoras retícula. Os sapatos eram
da tarde, vestido para cores mais sérias como sem salto ao estilo sapatilha
caminhar, vestido de viajar, roxo, preto, vermelho, azul ou bailarina.
etc. ou amarelo.
A SOCIEDADE
VESTIMENTAS MASCULINAS

Na moda masculina, os franceses O colarinho da camisa era virado


adotaram a moda inglesa como pra cima, com as duas pontas
lei. A casimira é um tecido que projetadas sobre o rosto,
pode ser bem esticado e bem firmadas por um lenço chamado
moldado, ao contrário da seda de plastrom, que eram
francesa. Assim, a casimira e as quadrados de gaze, musselina
roupas ajustadas ao corpo se ou seda dobrados em forma de
tornam a essência da elegância e tira e enrolados em volta do
nascem os primeiros Dândis, que pescoço. Essa tira, de tão dura,
surgiram ao mesmo tempo em
tornava quase impossível virar
Londres e Paris.
ou abaixar a cabeça, o que
contribuía para a forma
IO dandismo prega a arrogante do dandi. Os dandis
simplicidade na roupa usavam cartolas ou chapéu
masculina, peças sem bicorne. Os cabelos eram curtos,
bordados, tecidos lisos, cores ocasionalmente usavam
primárias, uma elegância costeletas ou bigodes.
refinada, sóbria. Era um
repúdio à extravagância e
ostentação da geração anterior.
Os trajes dandis eram muitas
vezes, sendo as peças: casaca,
colete, calções, casacos, um de
cada cor. Os coletes eram
curtos e de corte quadrado. Os
botões ficavam abertos pra
mostrar o babado da camisa.
Durante o dia usavam-se
calções justos por dentro das
botas de montaria. À noite,
meias de seda com scarpins.
Também podiam usar calças
largas que não mostravam o
contorno das pernas.
ECONOMIA
Napoleão baseou seu Para favorecer o
sistema econômico em desenvolvimento
fazer da França uma econômico, Napoleão
potência industrial. Da sabia da necessidade
mesma forma, ele logo
de modernizar os
lançou uma guerra
modos de produção.
comercial contra a
Para isso, ele
Grã-Bretanha. Parte
do motivo do bloqueio começou a premiar
imposto às ilhas era aqueles que
que as matérias- inventaram novas
primas que chegavam máquinas que
lá eram enviadas para melhorariam a
a França. produtividade.

PARTIÇÃO DE TERRA,
BANCO DA FRANÇA E O FRANCO
Partição de Terra: Com a Novamente, foi a guerra
Banco da França e o
Revolução, numerosas
Franco:Entre as políticas que desestabilizou a
haviam sido distribuídas tentativa de controlar o
econômicas adotadas por
entre os camponeses. Estes,
Napoleão - eminentemente aumento de preços. No
ajudados por novas
ferramentas, conseguiram
protecionistas e líderes - final do Império, a moeda
melhorar bastante as destaca-se a criação de dois não valia praticamente
colheitas. dos sinais de identidade do nada e era necessário um
Culturas como batatas foram Estado francês. grande número de notas
introduzidas, o que melhorou Sob seu governo, foi para pagar quaisquer
muito a dieta das pessoas. O criado o Banco da França, necessidades.
mesmo aconteceu com as com controle estatal e
beterrabas, que serviram
empresas e agricultores
para extrair açúcar. No
entanto, a situação piorou ao financiados no país. Além
longo dos anos. As guerras disso, ele proclamou o
contínuas, que forçaram um franco como moeda
aumento constante de nacional, o que facilitou
tropas, fizeram com que
esse financiamento e
muitas terras não pudessem
permitiu o controle da
ser trabalhadas em
condições. inflação.
CONSEQUÊNCIAS
EXPANSÃO DE IDEIAS
CONGRESSO DE VIENA REVOLUCIONÁRIAS AMÉRICA
Após a derrotar Quando Napoleão A invasão da Espanha
napoleônica, com começou a conquistar pelas tropas de Napoleão
parênteses durante os territórios, ele carregava teve influência a muitos
boa parte das ideias da
Cem Dias, as grandes quilômetros de distância.
Revolução. Além de sua
potências europeias se A queda do rei hispânica
proclamação como
reuniram em Viena para foi o gatilho das lutas pela
imperador, as constituições
refazer o mapa do que ele promulgou foram independência em grande
continente. baseadas em liberdade e parte da América Latina.
O objetivo era voltar á igualdade, termos que ele Primeiro, foram criados
situação anterior à expandiu por todo o conselhos do governo
Revolução, com a continente. para governar a si
restauração das monarquias Após a derrota, houve uma mesmos e não cair sob o
absolutistas. Para isso, foi tentativa de retornar ao domínio francês. Mais
criada a Santa Aliança, absolutismo, mas a tarde, a situação evolui
composta pela Rússia, população (especialmente a
para criar movimentos
Prússia e Áustria, uma força burguesa) mudou a
militar encarregada de que buscavam total
mentalidade política.
controlar que nenhuma independência das
Pouco a pouco começou a
nova tentativa liberal reproduzir as inovações colônias.
deveria surgir francesas, que acabaram
causando numerosas
revoluções. Dessa forma, a
Revolução Francesa e a era
napoleônica subsequente
marcaram a passagem para
a Era Contemporânea.
POLÍTICA
A política na Era Napoleônica se iniciou Mais um âmbito da organização
com o Consulado: se tratava de um social, a principal instituição
regime político que governou a França burguesa criada por Bonaparte foi o
desde a queda do Diretório, com o Código Civil Napoleônico, em 1804,
golpe de 18 de Brumário (10 de que serviu de parâmetro a diversos
novembro de 1799), até 18 de maio de códigos civis nacionais posteriores.
1804, quando se inicia a primeira fase Inspirado no direito romano, ele
do Império Napoleônico. Onde garantia vários princípios caros à
Napoleão tornou um dos três cônsules,
burguesia liberal, como a liberdade
ao lado do abade Sleyèse Roger Ducos.
individual, liberdade de trabalho,
Mas pelo fato de ser o primeiro-cônsul,
liberdade de consciência. Estado
era Napoleão que centralizava o poder
leigo, igualdade perante a lei e direito
executivo, principalmente com o
à propriedade privada. Mas o código
reforço de poder a esse cargo dado
pela Constituição do Ano X (1802). Mas não garantia direitos ao trabalho
o objetivo era reorganizar a economia assalariado, proibindo greves e
a sociedade francesa e as novas organizações de trabalhadores, além
instituições da burguesia, criando uma de reestabelecer a escravidão nas
estabilidade no país. colônias.

Nesse processo de mudança na Após esses acontecimentos e esse


organização social, Napoleão fez uma apoio, Napoleão pôde conseguir a
reforma no ensino, com a criação de
vitaliciedade do poder com a
liceus, que garantiram a formação de
Constituição do Ano XII, tornando-
parte do funcionalismo público e de
oficiais para o exército, além de cursos se imperador da França. Porém o
superiores, como nas escolas de período do Império (1804-1815)
Direito, de Política e Técnica Naval. E não pode ser igualado às
também na relação com a igreja monarquias do Antigo Regime. O
católicam foi realizada uma concordata império Napoleônico era a
com o Papa Pio VII, pacificando essa
consolidação das instituições de
relação e mantendo a igreja submetida
ao Estado francês. Inúmeras obras
poder da burguesia, e não da
públicas foram realizadas, garantindo nobreza, passando ainda a uma
condições infraestruturais ao país e ação de expansão da forma de
também consolidando o apoio dado a organização social burguesa.
Napoleão pela população.
- Especial -
POLÍCIA
A GUILHOTINA Curiosidade:
Era um ritual sofisticado e cheio Condenados a morte
de etapas. A guilhotina já a guilhotina,
existia em versões mais
brigavam entre si
simples, mas ficou famosa na
para irem primeiro, já
Revolução Francesa (1789).
Uma das motivações dos que o sangue dos já
franceses era acabar com as decapitados deixava
regalias dos nobres - inclusive a lâmina cega, o que
na pena de morte. Até então, fazia com que a
plebeus condenados
morte do condenado
encaravam tortura, força ou
fosse ainda mais
esquartejamento, enquanto
membros da elite podiam dolorosa, já que a
escolher de que forma seriam lâmina demorava a
executados (e ela sempre era cortar.
mais branda).

TORTURAS
O Berço de Judas Touro de Bronze A Roda Dama de Ferro
O berço de Judas ou O Touro de Bronze, O mais temido A dama de ferro,
Cadeira de Judas é foi uma das mais instrumento de também conhecida
um instrumento de cruéis máquinas de tortura era a roda. como "Virgem de
tortura que consiste tortura e execução Nesse método, a Ferro" ou "Donzela
num assento com a que o homem já vítima tinha seu corpo de Ferro" devido a
forma de uma desenvolveu, cujo preso à parte externa alguns exemplares
pirâmide, invento é atribuído a de uma roda tidos como
alegadamente Fálaris, tirano de posicionada em baixo medievais trazerem
utilizado pela Agrigento, Sicília, no de um braseiro. O uma representação
Inquisição século VI a.C, e ao torturado ia sofrendo da face da Virgem
espanhola. O seu artesão Perito de com o calor e as Maria, é um
dispositivo foi Atenas queimaduras que se instrumento de
desenvolvido pelo formavam na medida tortura e execução.
italiano Ippolito. em que a roda era
deslocada na direção
do fogo
Jornal do Passado
·Primeiro Estado: clero;
·Segundo Estado: nobreza;
·Terceiro Estado: restante da população.

Essa situação, em si, já era o suficiente


para levar os camponeses à fome, mas,
em 1788 e 1789, o país ainda enfrentou
um inverno rigoroso, que prejudicou as
colheitas e contribuiu para que o alimento
ficasse mais caro ainda. Resultado
encontrado pela nobreza francesa foi
Essa divisão social na França tinha uma convocar os Estados Gerais, uma reunião
clara desigualdade social, uma vez que criada na França feudal e que era
Primeiro e Segundo Estados possuíam convocada só em momentos de
privilégios que não se estendiam ao emergência. Essa saída era agradável para
Terceiro Estado. O destaque vai para as a aristocracia francesa, pois, nos moldes
isenções de impostos que ambas as antigos do Estado Geral, Primeiro e
classes possuíam e para o direito de Segundo Estados uniam-se contra o
alguns nobres de poderem cobrar Terceiro Estado. No dia 12 de julho de
impostos dos camponeses que 1789, a população francesa tomou as ruas
trabalhavam em suas terras. Toda essa de Paris. No dia 13, foi criado uma
situação de desigualdade agravou-se com Comuna para governar Paris e uma
a crise social que existia na França. A crise Guarda Nacional, espécie de milícia
econômica francesa era motivada pelos popular. No dia 14, a população partiu
elevados gastos do país (o governo para tomar armas e pólvora do governo e,
francês gastava 20% a mais do que com isso, atacou a Bastilha, antiga
arrecadava). Esses gastos foram fortaleza convertida em prisão que era
agravados pelo envolvimento do país em usada para aprisionar opositores dos reis
conflitos no exterior. A existência de franceses. No dia 14 de julho, então,
privilégios de classe no país também houve a Queda da Bastilha, em que a
contribuía para a crise. A crise econômica população francesa invadiu e tomou o
na França aumentava a pressão, controle da prisão que era o símbolo da
principalmente, para as classes de baixo, opressão absolutista. Depois disso, a
uma vez que o custo de vida aumentou, a revolução espalhou-se pelo país,
oferta de empregos foi reduzida, e os alcançando novas cidades e chegando ao
impostos cobrados pela nobreza campo.
aumentaram.
POLÍCIA
A Revolução Francesa é dividida em três fases:
·Monarquia Constitucional (1789-1792)
·o governo foi transformado em monarquia constitucional;

·o poder executivo caberia ao rei, limitado pelo legislativo, constituído pela Assembleia;

·os deputados teriam mandato de dois anos;

·instituído o voto censitário (só seria eleitor quem tivesse uma renda mínima);

·suprimiram-se os privilégios e as antigas ordens sociais;

·confirmaram-se a abolição da servidão e a nacionalização dos bens eclesiásticos;

·manteve-se a escravidão nas colônias.

·Convenção Nacional (1792-1795);


·A Assembleia Legislativa foi substituída, através do sufrágio universal masculino, pela Convenção Nacional, que
aboliu monarquia e implantou a República. Os jacobinos eram a maioria neste novo parlamento.

·O rei Luís XVI foi julgado e sentenciado culpado por traição, sendo condenado à morte por guilhotina e
executado em janeiro de 1793. Meses depois, a rainha Maria Antonieta teria o mesmo destino.

·Internamente, as opiniões divergentes de como deveriam ser conduzida a revolução, começavam a provocar
divisão entre os próprios revolucionários. Existiam basicamente dois grupos:

·Os girondinos - representantes da alta burguesia, defendiam posições moderadas e a monarquia


constitucional.

·Por sua parte, os jacobinos - representantes da média e da pequena burguesia, constituía o partido mais
radical, sob a liderança de Maximilien Robespierre. Queriam a instalação de uma república e um governo
popular.

Os Girondinos eram da alta burguesia, composta por empresários e comerciantes. Esse grupo queria uma
reforma com foco no liberalismo econômico e no fim das isenções de impostos e privilégios dos nobres. Eram
conhecidos pela moderação nas pautas que defendiam, contráriosao uso da violência e defensores da
monarquia constitucional.
Os Jacobinos, por sua vez, eram a baixa burguesia. Esse grupo era formado principalmente por intelectuais,
advogados, trabalhadores da justiça e médicos. Os Jacobinos eram considerados mais radicais e queriam uma
revolução mais profunda, com reformas econômicas e fiscais, mas também políticas, sendo que alguns deles
defendiam a erradicação total da monarquia constitucional que se instaurou, para criar um regime
republicano. Girondinos se sentavam à direita na Assembleia, e jacobinos à esquerda. Essa divisão foi a origem
do que definimos hoje como esquerda e direita.
·Diretório (1794-1799)
·A fase do Diretório dura cinco anos e se caracteriza pela ascensão da alta burguesia,
os girondinos, ao poder. Recebe este nome, pois eram cinco diretores que
governavam a França.

·Inimigos dos jacobinos, seu primeiro ato é revogar todas as medidas que eles
haviam feito durante sua legislação. No entanto, a situação era delicada. Os
girondinos atraíram a antipatia da população ao anular o congelamento de preços.

·Vários países, como a Inglaterra e o Império Austríaco, ameaçavam invadir a França


a fim de conter os ideais revolucionários. Por fim, a própria nobreza e a família real
no exílio buscavam organizar-se para restaurar o trono.

·Diante desta situação, o Diretório recorre ao Exército, na figura do jovem general


Napoleão Bonaparte para conter os ânimos dos inimigos.

·Desta maneira, Bonaparte dá um golpe - o 18 Brumário - onde instaura o


Consulado, um governo mais centralizado que traria paz ao país por alguns anos.

·O Terror (1793-1794)
Dentro do período da Convenção Nacional existe um ano extremamente violento, onde as pessoas
suspeitas de serem contrarrevolucionárias eram condenadas à guilhotina. Este período ficou
conhecido como "terror". Isto foi possível graças a aprovação da Lei dos Suspeitos que autorizava a
prisão e morte dos considerados antirrevolucionários. Nessa mesma altura, as igrejas eram
encerradas e os religiosos obrigados a deixar seus conventos. Aqueles que recusavam a jurar a
Constituição Civil do Clero eram executados. Além da guilhotina, os suspeitos eram afogados no rio
Loire. A ditadura jacobina introduziu novidades na Constituição como:

·voto universal e não censitário;

·fim da escravidão na colônias;

·congelamento de preços de produtos básicos como o trigo;


instituição do Tribunal Revolucionário para julgar os inimigos da Revolução.
As execuções tornaram-se um espetáculo popular, pois aconteciam diversas vezes ao dia num ato
público. Para os ditadores eram uma forma justa de acabar com os inimigos, porém essa atitude
causava medo na população que se voltou contra Robespierre e o acusou de tirania. Nessa
sequência, após ser detido, Robespierre foi executado e este fato ficou conhecido como “Golpe do 9
Termidor”, em 1794.
CONSEQUÊNCIAS
Os dez anos da Revolução Francesa geraram diversas
consequências/mudanças para a França e para o mundo.

·Fim dos privilégios de classe na França;

·Fim de qualquer resquício do feudalismo no país e início da


consolidação do capitalismo;

·Início do processo de queda do absolutismo na Europa e na


França;

·Inspiração para movimentos de independência no


continente americano;

·Popularização da república como forma de governo;

·Separação entre os poderes;

·Imposição das liberdades individuais, que tornavam os


homens “iguais perante a lei”.
ECONOMIA
A situação econômica da Para piorar a situação, A situação da industria
França era crítica. A maioria parece que ate a natureza francesa não era melhor,
da renda vinha da ajudou a revolução: entre pois parte dela ainda estava
agricultura, onde as os anos de 1784 a 1785 sob o sistema rural e
técnicas eram atrasadas em houve inundações e secas domestico, e as
relação ao consumo do alienadamente, fazendo corporações (grêmios)
país. Dos 26 milhões de com que os preços dos impediam o
habitantes, 20 milhões produtos ora subissem, não desenvolvimento de novas
viviam no campo em dando condições para que técnicas. Como se não
condições de vida os pobres comprassem, ora bastasse, o governo francês
extremamente precárias. descessem, levando alguns assinou o seguinte tratado
Uma parte dos camponeses pequenos proprietários à com o governo inglês: os
estava ainda sob o regime falência. franceses venderiam vinhos
de servidão. Um para os ingleses, e estes
comerciante, para venderiam panos para os
transportar suas franceses, sem pagar
mercadorias de um lado impostos, o que levou as
para outro do país, teria manufaturas francesas a
que passar pelas barreiras não suportarem a
alfandegárias das concorrência dos tecidos
propriedades feudais, ingleses, entrando numa
pagando altíssimos grave crise.
impostos, o que impedia os
comerciantes de venderem
livremente suas
mercadorias.
Como já falamos a sociedade era dividade em 1º,2º e 3º
estado, porém o 3º estado havia um maior destaque.

Finalmente, os O Terceiro Estado A política na França


membros mais será aquele que, pré-revolucionária
destacados do pelo peso das mostrava os sinais da
Terceiro Estado, responsabilidade decadência
quanto a liderança: s, se levantará acumulada dos
outros Reis
a burguesia. Esta se contra a
absolutos,
dividia em opressão do
principalmente um
pequenos Estado
déficit crônico no
burgueses Absolutista. Os
reinado Luís XVI, que
(pequenos camponeses subiu ao trono em
comerciantes, terão papel 1774. As críticas ao
artesãos), uma importante, os regime aumentavam
camada média pobres das dia a dia. Os
(composta de cidades também, intelectuais,
lojistas, mas a liderança e baseando-se nas
profissionais os frutos dessa teoria dos
liberais) e a alta revolução iluministas, não
burguesia (grandes caberão a uma poupavam seus
banqueiros, fração do escritos para criticar
comércio exterior). Terceiro Estado: a exasperadamente o
burguesia. regime.
POLÍCIA
As Guerras Revolucionárias Francesas foram Inicialmente confinada à Europa, a
uma série de conflitos militares que se luta tomou dimensões globais com as
estenderam de 1792 até 1802, logo após a ambições revolucionárias se
Revolução Francesa. Teve de um lado a
expandindo. Após uma década de
Primeira República Francesa contra o Reino
guerras constantes e diplomacia
Unido, a Áustria, a Prússia e diversas outras
monarquias europeias. A guerra é dividida agressiva, a França foi bem-sucedida
em dois períodos: a Primeira Coalizão em tomar e conquistar vários
(1792–97) e a Segunda Coalizão (1798–1802). territórios novos, da Península Italiana
Inicialmente confinada à Europa, a luta até aos Países Baixos na Europa, e o
tomou dimensões globais com as ambições Território da Luisiana na América do
revolucionárias se expandindo. Após uma Norte. Os sucessos franceses
década de guerras constantes e diplomacia
garantiram a expansão e a afirmação
agressiva, a França foi bem-sucedida em
dos princípios da Revolução por boa
tomar e conquistar vários territórios novos,
da Península Italiana até aos Países Baixos parte do continente europeu.
na Europa, e o Território da Luisiana na As Guerras Revolucionárias
América do Norte. Os sucessos franceses começaram logo após o rei Luís XVI
garantiram a expansão e a afirmação dos ser destronado, no período de
princípios da Revolução por boa parte do transição da França de uma
continente europeu. As Guerras monarquia constitucional para uma
Revolucionárias Francesas foram uma série
República. Na primavera de 1792, os
de conflitos militares que se estenderam de
franceses declararam guerra contra a
1792 até 1802, logo após a Revolução
Francesa. Teve de um lado a Primeira Prússia e a Áustria, que responderam
República Francesa contra o Reino Unido, a lançando uma invasão em larga escala
Áustria, a Prússia e diversas outras até serem derrotados na Batalha de
monarquias europeias. A guerra é dividida Valmy em setembro daquele ano.
em dois períodos: a Primeira Coalizão e a
Segunda Coalizão.

Entre junho de 1793 e julho de 1794, cerca de 16 594 pessoas foram executadas durante o
Reinado de Terror na França, sendo 2 639 mortes só em Paris. Apesar disso, há um
consenso de que o número é muito maior, com cerca de 10 mil mortes que ocorreram sem
julgamentos ou em prisões.
NOTA: Não adicionarei as torturas pois elas coexistem nas duas eras.

CONFLITOS QUE A FRANÇA PARTICIPOU:

·GUERRA DOS CEM ANOS (1337-1453);

·GUERRA REVOLUCIONÁRIA AMERICANA (1775-1783);

·QUASE GUERRA (1789-1800), PARTE DA GUERRA REVOLUCIONÁRIA FRANCESA;

·GUERRA DAS LARANJAS (1801);

·INVASÃO DA GUIANA FRANCESA (1809);

·CAMPANHA DA RÚSSIA (1812);

·SEXTA COLIGAÇÃO (1812-1814);

·GOVERNO DOS CEM DIAS (1815);

·GUERRA DA COCHINCHINA (1858-1862);

·GUERRA FRANCO PRUSSIANA (1870-1871);

·INTRUSÃO FRANCESA NO AMAPÁ (1895);

·PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918);

·GUERRA CIVIL RUSSA (1918-1920);

·GUERRA FRANCO TURCA (1920-1921);

·SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939-1945);

·PRIMEIRA GUERRA DA INDOCHINA (1946-1954);

·GUERRA DA LAGOSTA (1961-963).


POLÍTICA
Durante a Revolução, as Onde estava a linha de demarcação A qualidade da vida pública
fronteiras entre a vida pública entre o homem público e o homem depende da transparência
e a vida privada mostraram privado? A mescla do privado com o dos corações. Entre o Estado
uma grande flutuação. A coisa político e o público não era apanágio e o indivíduo, não há
das reuniões das seções e dos jornais necessidade da mediação
pública, o espírito público
mais exacerbados; o exemplo mais dos partidos ou dos grupos
invadiram os domínios
conhecido é, certamente, o discurso de interesses, e os
habitualmente privados da de Robespierre, em 5 de fevereiro de indivíduos devem realizar
vida. Não resta dúvida de que 1794, “Sobre os princípios de moral sua revolução pessoal,
o desenvolvimento do espaço política”. Partindo do postulado de reflexo daquela que se
público e a politização da vida que “o motor do governo popular em realiza no Estado. Segue-se
cotidiana foram revolução é, ao mesmo tempo, a daí uma profunda
definitivamente responsáveis virtude e o terror”, o porta-voz do politização da vida privada.
pela redefinição mais clara do Comitê de Salvação Pública Segundo os revolucionários
espaço privado no início do contrapunha as virtudes da república de Lyon, “a República já não
aos vícios da monarquia: Em nosso deseja em seu seio senão
século XIX. O domínio da vida
país, queremos substituir o egoísmo homens livres”.
pública, principalmente entre
pela moral, a honra pela probidade,
1789 e 1794, ampliou-se de os usos pelos princípios, as
maneira constante, conveniências pelos deveres, a tirania
preparando o movimento da moda pelo império da razão, o
romântico do fechamento do desprezo à desgraça pelo desprezo ao
indivíduo sobre si mesmo e da vício, a insolência pelo orgulho, a
dedicação à família, num vaidade pela grandeza de alma, o
espaço doméstico amor ao dinheiro pelo amor à glória,
determinado com maior a boa companhia pelas boas pessoas,
a intriga pelo mérito, o espirituoso
precisão. No entanto, antes de
pelo gênio, o brilho pela verdade, o
chegar a esse termo, a vida
tédio da volúpia pelo encanto da
privada iria sofrer a mais felicidade, a mesquinharia dos
violenta agressão já vista na grandes pela grandeza do homem
história ocidental. [….].
MUDAR AS APARÊNCIAS:
Um dos exemplos mais claros da invasão do público no
espaço privado é a preocupação constante com o vestuário.
Desde a abertura dos Estados Gerais, em 1789, a roupa
possui um significado político.

MUDAR A DECORAÇÃO DO COTIDIANO:


Os objetos do espaço privado não foram esquecidos. Os
mais íntimos objetos trazem a marca do ardor
revolucionário.

MUDAR AS PALAVRAS:
O simbolismo revolucionário não era unilateral. Os
símbolos revolucionários invadiam o âmbito da vida
privada, mas as marcas da vida privada, por seu lado,
também invadiam o espaço público.

MARIANNE, MINHA MÃE:


Os símbolos da vida familiar e doméstica podiam exercer
um efeito político (e portanto público) durante esse período
de confusão entre a vida pública e a vida privada.

A RELIGIÃO PRIVADA CONTRA O ESTADO:


Os efeitos da Revolução sobre a vida privada não se
mantiveram apenas “simbólicos”, ou seja, limitados
somente às expressões da cultura políticas representadas
pelo vestuário, pela linguagem e pelo ritual político.
A FAMÍLIA, FRONTEIRA ENTRE O PÚBLICO E O
PRIVADO:
O âmbito em que se faz mais evidente a invasão da
autoridade pública é o da própria vida familiar. O
casamento foi secularizado, * “Semana” de dez dias
instaurada pelo calendário republicano da Revolução. (N. T.)
31 e a cerimônia, para ser legal, devia se realizar na
presença de um funcionário municipal.

DIREITO AO DIVÓRCIO:
Pode-se avaliar a tensão entre os direitos individuais, a
família e o controle do Estado especialmente no caso do
divórcio, instituído pela primeira vez na França pela
Revolução.

A VIVÊNCIA DO DIVÓRCIO:
A possibilidade de se divorciar terá exercido uma influência
efetiva sobre a vida privada dos novos cidadãos da
República? Nas cidades, sem dúvida, mas no campo ela foi
bem menor. Em 34 Toulouse, por exemplo, ocorreram 347
divórcios entre 1792 e 1803, mas nas regiões rurais de
Revel e Muret, no mesmo período, registraram-se apenas
dois em cada uma. Nas cidades grandes, como Lyon e
Rouen, analisando-se os casamentos contraídos durante a
Revolução e sua situação no ano de 1802, ou seja, dentro
de um prazo de dez anos após a celebração, constatou-se
que 3% a 4% deles haviam terminado em divórcio.
FOFOCAS
A famosa frase atribuída à rainha Maria Mulheres reclamavam da falta de alimentos para as crianças e
Antonieta às vésperas da Revolução Francesa, para a família, homens reclamavam dos altos impostos
“Se não têm pão, que comam brioches”. cobrados pelo governo. Era um barril de pólvora política
Muitas foram as razões do meu adiamento em prestes a explodir. Até que no dia 14 de julho de 1789 a
escrever uma coluna sobre aquele episódio, população de Paris se revoltou e marchou para pôr abaixo
mas os últimos acontecimentos que estamos um dos símbolos máximos da opressão francesa, a prisão da
vivendo me fizeram querer voltar a outro Bastilha.
período de extrema desigualdade, brutais Maria Antonieta, a filha mais nova da rainha Maria Tereza da
privilégios, fervor religioso e uma luta feroz Áustria, casou-se muito cedo com Luís XVI para consolidar
para mudar as coisas. E a Revolução Francesa uma aliança política entre os países. Diziam que era mimada,
foi tudo isso – e tudo mudou de maneira tão fria e voluntariosa.
radical que o mundo nunca mais foi o mesmo. Teve dificuldades em se adaptar à rígida etiqueta da corte de
Então vou começar bem do comecinho. A Versalhes. A verdade é que Maria Antonieta, como muitas
primeira coisa que temos que ter em mente é outras princesas e rainhas da época, pouco se importava com
que provavelmente a rainha Maria Antonieta, o que acontecia para além dos jardins dos palácios , das
casada com o rei da França Luís XVI, nunca fofocas com suas damas de companhia e dos vestidos
disse a tal frase. Sabendo disso, podemos nos encomendados em Paris.
voltar à história pois muitas vezes a atribuição Quando da crise do pão, o povo atribuiu a ela a frase: “Se não
de frases, eventos ou acontecimentos a têm pão, que comam brioches”.
determinadas pessoas nos diz muito sobre o Em francês: “Qu'ils mangent de la brioche".
que estava acontecendo em determinado A frase apareceu pela primeira vez num livro Confissões de
período histórico. E é disso que vamos falar. Rousseau, escrito na década de 1760. Era dita por uma
Às vésperas de 1789, a França passava fome. princesa, uma personagem do livro, quando confrontada com
Colheitas ruins, impostos altos, privilégios a dura realidade da vida dos camponeses.
aristocráticos que saltavam aos olhos da A atribuição à Maria Antonieta veio, provavelmente, no calor
sociedade, faziam com que o clima político da dos acontecimentos da Revolução Francesa, quando uma
França naqueles anos que antecederam o série de panfletos anônimos a viam como a responsável pela
começo da revolução fosse explosivo. ruína financeira da França por causa de seus gastos
Fechados em castelos magníficos, como excessivos. Num deles, Maria Antonieta chegou a ser
Versalhes nos arredores de Paris, os nobres chamada de Madame Défict.
viviam em meio à riqueza e ao luxo. Enquanto Depois da revolução a (má) fama da rainha se espalhou por
isso, o resto da sociedade pagava pelas uma série de historiadores e analistas. No filme de Casanova
extravagancias de poucos privilegiados. As e a Revolução (1982), de Etore Scola, Maria Anotnieta é
coisas estavam no limite e qualquer problema retratada quando tentava fugir da França com o rei e alguns
parecia que explodiria todo o sistema. A cortesãos.
péssima gestão agrícola e ambiental, aliada Vestida de criada, ela para numa estalagem onde os
uma dívida nacional incontrolável, uma camponeses os reconhecem, prendem todo mundo, e os
inabilidade política extrema do monarca e mandam de volta para Paris. Humilhada, uma dama de
novas ideias sobre como deveria se organizar a companhia, diz: “O que aconteceu com os camponeses que
sociedade, foram os principais fatores que há alguns anos nos olhavam com respeito e a cabeça baixa?”,
deram início à crise que desembocaria na o jogo havia virado.
Revolução Francesa. A turba os encaminhou para Paris onde, pouco depois, foram
Enormes discussões aconteceram no decapitados e jogados numa vala comum. A história do
parlamento francês sobre uma maior brioche se tornou uma lenda.
participação do povo. O rei não concordava em
ceder.
Assim, a crise do pão não era um problema
menor do governo absolutista. A falta do
alimento básico da população, o trigo, jogava
uma imensa maioria de pessoas na miséria e
na fome.
ENFIM O FIM:
Termidor foi o nome dado pelos revolucionários aos
meses de Julho e Agosto, e em 10 de Termidor do ano II
da Revolução (que corresponde a 28 de Julho de 1794,
segundo ano do calendário revolucionário) foi executado
na guilhotina Maximilien de Robespierre, o principal líder
jacobino e um dos grandes nomes da Revolução e
comandante do regime do terror. No período posterior à
queda de Robespierre e dos Jacobinos, o diretório passou
a ser dominado pelos girondinos, e durante os cinco anos
seguintes, os deputados conseguiram avançar com pautas
de incentivo à liberdade econômica e com uma série de
vitórias militares na Europa, em especial na Itália e na
Áustria. Em 1799 a população francesa volta a eleger
maioria de jacobinos para a Convenção. Essa volta da
esquerda francesa ao poder causa temor em girondinos e
burgueses, e em conjunto, estes dois grupos apelam para
um novo golpe de Estado. Mas desta vez não para tomar o
poder, e sim para sede-lo a um novo monarca. E não havia
ninguém melhor do que o astuto comandante militar
responsável pelas vitórias francesas no exterior: Napoleão
Bonaparte. Em 18 de Brumário do ano VIII (9 de
Novembro de 1799), Napoleão toma o poder por meio de
um golpe militar e se declara cônsul da França. Esse golpe
tem o apoio da burguesia, que enxerga em Napoleão um
aliado de seus interesses econômicos. Nesse momento
termina a Revolução Francesa.
PESQUISADORES
ERA NAPOLEÔNICA:
Ana Beatriz Folly Gomez
Brenda Rafael Manolova Hristova
Daniel Ouverney da Silva Guimarães
Isabelle Francisco Teixeira
João Gabriel Monteiro Pacheco
Nicolly Boy da Conceição

REVOLUÇÃO FRANCESA:
Julia Beatriz de Almeida Carvalho
Bernardo de Oliveira Azevedo
João Ismério Pontes
João Vitor Silveira Canutt
Davi Ferreira da Silva

Jornal Feito por:


Daniel Ouverney da Silva Guimarães
João Gabriel Monteiro Pacheco

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