Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Tese geral: “Rever as ideias conservadoras examinando sua validade para esta época perplexa”.
Buscar a essência do conservadorismo britânico e americano, suas similaridades e o que tem o
sustentado contra teorias radicais e transformações sociais desde o inicio da revolução francesa. Em
última análise uma crítica às ideias conservadoras.
Argumentação: “O partido estúpido” assim começa o texto de Russell Kirk, com uma citação de J.
S. Mill acerca do partido conservador Inglês. O autor argumenta que os partidos liberais e radicais
vem perdendo força ao longo dos anos – força essa que eles achavam ser perpétua –, dado que o
partido conservador foi apoiado por alguns que eram considerados “enfadonhos e irrefletidos”.
Em seguida o autor mostra indignação frente a depredação do lugar em que Burke nasceu,
como argumento de depredação da história conservadora irlandesa. Ele afirma que somente ruínas
restaram de lá, mas logo ao norte, na faxada da Trinity College está a estátua do filósofo. Assim ele
argumenta que a Irlanda tem como característica a atração de entusiastas conservadores frente ao
mundo que “desgraça a tradição, exalta a igualdade e recebe as mudanças; um mundo que agarrou
Rousseau, engoliu-o por inteiro e exigiu profetas ainda mais radicais; um mundo manchado pelo
industrialização, padronizado pelas massas, consolidado pelo governo; um mundo mutilado pela
guerra, tremendo entre o colosso do Oriente e do Ocidente, e olhando por cima de uma barricada
destruída para o golfo da dissolução”, assim como previu Burke em 1790. Uma derrota de um
século e meio dos conservadores pelos radicais.
Para Kirk, a queda do conservadorismo se deu majoritariamente por duas vias, primeira: as
forças conservadoras não conseguiram se erguer frente a centralização, a industrialização irracional,
Circulação Restrita !1
Grupo: Crítica & Dialética The Conservative Mind Russell Kirk; 1953
Ademais, Kirk afirma que é impossível rotular Hegel como um conservador moderno, em
outras palavras, um Burkeano, pois além de nunca ter o lido, sua metafísica [para Burke] seria tão
abominante quanto seu estilo”. Aqueles que afirmam o contrário disso estão em perigo de
interpretarem conservadorismo como autoritarismo em seu sentido político.
Caminhando para o final do texto o autor condensa e divide os cânones conservadores em
seis, mesmo afirmando que esse aspecto panfletário seja de cunho radicalista. Preliminarmente,
Kirk afirma que o pensamento conservador não é um conjunto de dogmas a serem seguidos
Circulação Restrita !2
Grupo: Crítica & Dialética The Conservative Mind Russell Kirk; 1953
cegamente e sim um pensamento que se molda de acordo com o tempo, habilidade herdada de
Burke. A essência desse pensamento é a “preservação das antigas tradições morais da
humanidade[…] respeito a sabedoria dos ancestrais, dúvida de uma alteração total. Eles pesam que
a sociedade é uma realidade espiritual, possuindo uma vida eterna, mas uma constituição delicada:
ela não pode ser descartada e remodelada como se fosse uma máquina”.
Nesse ponto do texto, Kirk faz o mesmo esquema com seus oponentes, os ideólogos
radicais, deixando de fora as teorias científicas de Darwin. Os racionalistas se dividem em cinco
escolas; os emancipadores românticos: Rousseau e companhia, os utilitaristas partindo de Bentham,
os positivistas partindo de Comte e por último os coletivistas materialistas, marxistas e socialistas.
Circulação Restrita !3
Grupo: Crítica & Dialética The Conservative Mind Russell Kirk; 1953
Russell Kirk diz que as ideias radicais são experimentadas pela sociedade, mas vendo o
desastre provocado por elas sempre é de bom tom retornar as ideias conservadoras. Contudo, essa
ideia de retorno ao conservadorismo é abominada por Burke, assim como para John Adams, “que
sabiam que a história era um desdobramento de um desígnio. O verdadeiro conservador pensa nesse
processo, que parece acaso ou destino, como, antes, a providencial operação de uma lei moral da
polaridade”. Por fim, Kirk interpretando Burke pensa que se uma ordem conservadora retornar é
necessário que nós conheçamos a tradição conservadora, ou se ela não retornar, que ao menos
conheçamos as ideias para que “possamos varrer das cinzas os fragmentos chamuscados da
civilização que escapam da conflagração da vontade e do apetite descontrolados”.
Circulação Restrita !4
Grupo: Crítica & Dialética The Conservative Mind Russell Kirk; 1953
KIRK; Russell – The Conservative Mind; 1953, Regnery Publishing (pp, 54 – 70).
Circulação Restrita !5