Autor: Vicente de Lima Neto: Professor de Linguística na Universidade
Federal Rural do Semi-árido (UFERSA).
Fonte: https://colunastortas.com.br/michel- pecheux/?utm_source=youtube&utm_medium=organic&utm_campaign=16- 05-2020 Acesso em 12.08.2021.
Michel Pêcheux inseriu a abordagem marxista na análise do discurso.
Michel Pêcheux (1938–1983) foi um filósofo e linguista francês, pioneiro na
análise do discurso e criador do grupo de estudos que viria a ser conhecido como a Análise do Discurso Francesa (AD). As informações são do site da Cahiers pour l’Analyse.
Primeiramente, foi estudioso de filosofia alemã, até entrar na École Normale
Supérieure, em 1959, e ser aluno de Louis Althusser: Pêcheux considerou que, em sua vida, as aulas atuaram como uma transformação política, já que o fez quebrar suas raízes católicas e sartreanas, o colocando de frente com a interpretação althusseriana de Marx e inserindo a ideologia como problema central de suas pesquisas.
Pouco depois, encontrou Georges Canguilhem, que conduziu seu interesse
para a epistemologia e história das ciências. Com a ajuda de Canguilhem, Pêcheux conseguiu um emprego no Laboratoire de la psychologie sociale, de Robert Paige, em outubro de 1966, para realizar uma pesquisa sobre “transmissão de mensagens com conteúdo não usual”.
Após se envolver com a revista Cahiers pour l’Analyse, Michel Pêcheux
continuou com sua linha de pesquisa e elaborou um jeito próprio de análise do discurso: mais marxista que a abordagem foucaultiana, o filósofo se utilizou das ideias expostas por Althusser para evidenciar o caráter discursivo e prático da ideologia, isso pode ser visto em Análise Automática do Discurso, de 1969, e Semântica e Discurso: Uma Crítica a Afirmação do Óbvio, publicado originalmente em 1975.
Na década de 80, a análise do discurso já era um campo estabelecido com
conceitos e operações próprias e teve grande popularidade nos Estados Unidos da América e Reino Unido.
Infelizmente, a contribuição de Michel Pêcheux ao campo que criou e ajudou
a construir foi cessada devido ao seu suicídio em 1983.