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APOLOGIA DA HISTÓRIA | CAPÍTULO IV

A ANÁLISE HISTÓRICA
APOLOGIA DA HISTÓRIA | CAPÍTULO IV
A ANÁLISE HISTÓRICA

LIVRO: APOLOGIA DA HISTÓRIA OU O OFÍCIO DE HISTORIADOR


AUTOR: MARC BLOCH, 1888-1944 (historiador medievalista francês e um dos
fundadores da Escola dos Annales, referência em incorporar métodos das
Ciências Sociais à História)
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A ANÁLISE HISTÓRICA

FINALIDADE: HISTORIA E HISTORIADOR

O profissional que trabalha com a História, deve ter em mente o seu


compromisso pela História. Seja quem ensine, seja quem apresenta, seja quem
enxergou, seja quem ouve, é preciso ter a responsabilidade em pensar o passado com a
cabeça do passado, sem cometer anacronismo.
O verdadeiro historiador possui características pilares de sua função:
inquietude, curiosidade, desconfiança, necessidade de aprofundamento e extinto
emocional contra os autores de mentiras.

Compromisso

Com a História Pela História

Anacronismo

Inquietude Curiosidade Desconfiança Aprofundamento


Extinto emocional Versus autores de mentiras
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DEFINIÇÕES

Leopold von Ranke (um dos maiores historiadores


alemães do século XIX e reconhecido como Pai da
História Científica):

“Tais como aconteceram”

Heródoto (historiador e geógrafo grego)

“Contar o que foi”

Imagens: divulgação/Wikipedia
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DEFINIÇÕES

Narração Narrativa

Imparcialidade Parcialidade

“Se ofuscar diante dos fatos”


“este era, não se pode duvidar”

Maneiras de imparcialidade compromissadas pela HONESTIDADE

Cientista: provoca experimentos e gera teorias através dos fatos de outros estudos
Juiz: interroga testemunhas e declara decisões de acordo com o pesar dos fatos,
independente do voto secreto de seu coração
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JUIZ DOS INFERNOS

O historiador por muito tempo foi visto como encarregado de distribuir


elogios aos heróis já mortos, quando na verdade sua função é narrar o que aconteceu,
inclusive a dor dos oprimidos.

O compromisso pela ética da História várias vezes mexe com o nosso “eu”,
positiva e negativamente. A rotulagem e a falta de interesse em aprofundamento e a
opinião instantânea sem embasamento e sem nexo é logo apresentada.

Exemplo de compromisso com a História e a dor dos


oprimidos: Frei Bartolomeu de las Casas.

Imagem: divulgação/Wikipedia
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TRECHOS REFLEXIVOS

“Todo mundo age como deus ao julgar: isto é bom ou ruim.” trecho da página 126

“(...) a força de julgar, acaba-se, quase fatalmente, por perder até o gosto de explicar”
trecho da página 126

O interesse pelo fim personalizado da forma que convém elimina a investigação pelos
meios e até mesmo as ações e reações que geraram o começou:

“se o julgamento apenas acompanhava a explicação, o leitor estará livre para pular a
página” trecho da página 126

“Mais vale investigar o que queriam, realmente...” trecho da página 127

O compromisso anti-anacronismo:

“(...) para penetrar uma consciência estranha separada de nós pelo intervalo das
gerações, é preciso quase se despojar de seu próprio eu.” trecho da página 126
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TRECHOS REFLEXIVOS

Compromisso pelo que está dito e não pelo que você entendeu:

“Apenas lhe pedimos que não se deixa hipnotizar por sua própria escolha a ponto de não
mais conceber que uma outra, outrora, tenha sido possível.” Trecho da página 127

O indivíduo que tem a História como seu modelo de vida e/ou ferramenta profissional,
tem uma característica que serve como tatuagem em sua pele. Perseguir o começo,
meio e fim:

“Pois a história lida com seres capazes, por natureza, de fins conscientemente
perseguidos”

“Podemos admitir que um comandante de exercito que trava uma batalha empenhe-se,
ordinariamente, em vencê-la. Caso a perca, sendo as forças, de ambos lados,
aproximadamente iguais, será perfeitamente legítimo dizer que manobrou mal.”

Trechos da página 127 retrata do papel do historiador versus o senso comum social.
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TRECHOS REFLEXIVOS

O historiador ter 100% compromisso com a narração dos fatos e morrer agarrado com as
apresentações do que realmente ocorreu não faz dele concordar com as ações
realizadas e as decisões tomadas:

“Compreender. Não digamos que o historiador é alheio às paixões; ao menos, ele tem
esta.” trecho da página 128

Uma definição do que é História:

“Ela é uma vasta experiência de variedades humanas, um longo encontro dos homens. A
vida, como a ciência, tem tudo a ganhar se esse encontro for fraternal.” trecho da página
128
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TRECHOS REFLEXIVOS

História do Direito em trechos da página 131:

“(...) a própria elaboração das regras de direito foram obra própria de um grupo de
homens relativamente especializados e, neste papel, suficientemente autônoma para
possuir suas tradições próprias...”

“O perigo começa quando cada projetor pretende ver tudo sozinho”.

O poder da História:

“Quantos homens maduros conversam ainda recônditos de infância” trecho da página


134
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TRECHOS REFLEXIVOS

Os caminhos para entender a História:

“(...) nada mais saudável do que centrar o estudo de uma sociedade em um desses
aspectos particulares, ou , melhor ainda, em um dos problemas precisos que levanta este
ou aquele desses aspectos: crenças, estrutura das classes ou dos grupos, as crises
políticas...” trecho da página 135

“(...) os fatos de contato e de troca ressairão com mais clareza. Com a condição,
simplesmente, de se querer descobri-los.” Trecho da página 135
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HISTÓRIA

Para os tolos, uma sessão de marasmo


Para a verdade, ignorá-la é um atraso
Entender o ontem é mar repleto de soluções
Que indica o hoje, apontando evoluções

O mundo é um eterno ser que mira pelo progresso


E as respostas das ações moram no passado do processo
A História é uma metamorfose científica e imortal
Seu corpo é de vias culturais, na prática um portal

No contemporâneo não criamos, na verdade descobrimos


Nossos atos não são ações, são reações, as quais hoje, inserimos
Somos frutos de costumes e atitudes dos passados
Que forjaram nossas mentes, deixando os cérebros avivados

...
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A ANÁLISE HISTÓRICA

HISTÓRIA

(...)

Quem a toca e quem a fala, possui com ela o compromisso


Defendendo fatos soberanos, imparcial, sem ser omisso
A narração do ocorrido não dar margem pra narrativas
Sua função mediante ao mundo, é ser inimiga de visões subjetivas

A qualidade se encontra em quem tem mente e olho aberto


Compreendendo culturas diferentes, respeitando o conceito do que é “certo”
Contra o anacronismo e o senso comum eis aqui a nossa missão
Ser curioso e inquieto, expelindo veracidades na locução

Que tenhamos comprometimento em narrar os cenários das histórias


Pelo ângulo dos vencedores, mas também do que apanhou, distinto as estórias
Explanar as vidas anteriores não é somente apresentar o decorrido
É dar a atualidade e ao porvir, um conhecimento nato adquirido
FIM

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