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Confira algumas obras que


entram em domínio público em
2020
Fim dos direitos autorais depende da legislação de cada país

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Por Júlio Black


14/01/2020 às 17h23- Atualizada 16/09/2020 às 10h33

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Artista plástico uruguaio Joaquín Torres-García


passou a ter sua obra em domínio público
desde o último dia 1º (Foto: Júlio Black)
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O dia 1º de janeiro é signiHcativo por muitos motivos.

Além de ser o Dia da Paz Mundial, marca o início de

um novo ano, pessoas de ressaca, enfrentando

estradas lotadas para retornar a seus lares, a

preguiça de ter que trabalhar no dia seguinte, e

também as primeiras resoluções de ano novo que (já)

foram para o espaço. Ah, costuma ter algum

churrasco também, ou o mexidão com as sobras da

ceia.

Mas tem mais. É também no primeiro dia do ano que

milhares de obras, sejam elas de música, literatura,

teatro, cinema, artes plásticas etc entram em domínio

público. Conhecida desde o início do século como Dia

do Domínio Público, a data marca o momento em que

obras de artistas do mundo inteiro mortos há

décadas podem ser publicadas, gravadas,

reproduzidas, executadas, encenadas sem

necessidade de autorização, e também adaptadas,

remixadas, utilizadas para criar novas histórias. E

tudo sem a necessidade de pagar direitos autorais

aos herdeiros do criador original.

Vale lembrar, entretanto, que obras entram em

domínio público a partir de determinadas regras, não

é um vale-tudo. Para começar, há o acordo assinado

na Suíça no século XIX, mais especiHcamente em

1886, que estipulou um prazo para que a obra de um

artista entrasse em domínio público: o primeiro dia do

ano seguinte aos 70 anos da morte do criador.

Porém, o mundo é grande, as pessoas são diferentes,

o capitalismo é real, daí que a “regra dos 70 anos”

não é uma obrigação. Há países cujo prazo é de

apenas 50 anos, grande parte respeita os 70 anos,

alguns esticam até os 80 – e temos os Estados

Unidos, claro, que tinham que ser um caso à parte.

Vale lembrar, porém, que cada país pode também

determinar regras particulares – no caso do Brasil, se

não houver herdeiros, a obra entra em domínio

público imediatamente após a morte do artista.

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Com tantas regras e diretrizes diferentes, todo novo

ano oferece um festival de obras que podem estar

liberadas em um país, protegidas em outro, total ou

parcialmente, e aí o que pode aqui não pode lá. É

assim mesmo. Para 2020, dependendo do chão onde

se pisa, entraram em domínio público no dia de 1º de

janeiro criações de nomes como Richard Strauss,

Paulo da Portela, Walter Gropious, Lead Belly, Joaquín

Torres-García, Theodor Adorno (sim, o principal

“compositor” dos Beatles), Thomas Mann, Edgar Rice

Burroughs e Buster Keaton, entre muitos e muitos

outros.

Morto em 1969, escritor norte-americano Jack


Kerouac pode ter sua obra adaptada ou vendida
sem cobranças de direitos autorais em países
onde o limite é de 50 anos

O ‘Clube dos 50’


A lista de países que colocam o limite de 50 anos

após a morte do artista para sua obra entrar em

domínio público não é das maiores. Ela conta com

países como Uruguai, Canadá, Bolívia e Nova

Zelândia, além de parte considerável do continente

africano, onde os direitos autorais das personalidades

que morreram em 1969 caducaram desde o último

dia 1º.

Entre alguns nomes mais conhecidos estão os dos

alemães Walter Gropious, um dos fundadores da

Escola Bauhaus; Theodor Adorno, Hlósofo, sociólogo

e um dos maiores nomes dos estudos de

comunicação do século passado (e que NÃO foi o

quinto Beatle); o artista plástico Otto Dix; e Karl

Freund, diretor de fotograHa de “Metropolis”. Da

Inglaterra, há o escritor e teórico político Leonard

Woolf, que foi marido da também escritora Virginia

Woolf, e John Wyndham, conhecido por livros como

“The Midwich Cuckoos”, adaptado duas vezes para o

cinema como “A vila dos condenados”.

Dentre os artistas nascidos nos Estados Unidos e

mortos em 1969, o principal nome é o do escritor

Jack Kerouac, um dos ícones do movimento beat.

Nestes países, livros como “On the road” entraram em

domínio público, podendo ser vendidos em seus

territórios sem cobrança de direitos autorais;

adaptações para outras mídias igualmente estão

liberadas, entre outras formas de recriação. Também

integram a lista outro escritor e poeta, o polêmico

Max Eastman, e o ex-presidente Dwight Eisenhower,

que antes foi um dos mais destacados generais dos

Aliados durante a II Guerra Mundial.

O ‘Clube dos 70’


Entre os países que seguem o que foi acordado no

século XIX encontram-se a maior parte da Europa e o

Brasil, entre outros. Dessa forma, entraram em

domínio público os trabalhos de diversas

personalidades que morreram em 1949. O “Clube dos

70” – ou, se preferir, a “Classe de 2020” – tem como

principal nome o do compositor alemão Richard

Strauss. Considerado um dos grandes nomes do

Romantismo alemão tardio, ao lado de Gustav Mahler,

foi autor de óperas e poemas sinfônicos como “Assim

falou Zaratustra”.

Autor de clássicos como “Where did you sleep


last night”, Lead Belly tem suas composições
liberadas em países onde os direitos autorais
caducam 70 após a morte do artista

Foi também em 1949 que morreu o pintor, desenhista,

escultor, escritor e professor uruguaio Joaquín Torres-

García, um dos mais reconhecidos artistas do país e

que tem um museu dedicado a sua obra em

Montevidéu. Também vale lembrar a escritora e

sufragista norte-americana Margaret Mitchell, autora

do clássico “…E o vento levou”. Do Brasil, o nome

mais celebrado é o do compositor Paulo da Portela,

um dos fundadores da escola de samba Portela.

Artistas como Paulinho da Viola e Monarco

regravaram algumas de suas composições mais

conhecidas, entre elas “Guanabara (Cidade-mulher)” e

“Quitandeiro”.

Outros nomes de destaque são os da escritora e

militante feminista americana Helen Churchill

Candee; o escritor japonês Unno Juzo (pseudônimo

de Sanu Shoichi), um dos grandes nomes da Hcção

cientíHca em seu país; o cantor e compositor norte-

americano Lead Belly, autor de músicas como “Where

did you sleep last night” – que foi regravada pelo

Nirvana no Acústico para a MTV -, “Goodbye, Irene” e

“Cotton Held”; a escritora norueguesa Sigrid Undset,

Prêmio Nobel de Literatura em 1928; a poeta e

ativista política indiana Sarojini Naidu, um dos nomes

mais importantes da independência da Índia; e Klaus

Mann, Hlho do também escritor Thomas Mann e

conhecido pelo romance “Mephisto”.

O ‘Clube dos Estados


Unidos’
Por Hm, temos os Estados Unidos e sua mais que

peculiar forma de lidar com direito autoral e domínio

público. Nunca é demais lembrar que o país Hcou

nada menos que duas décadas sem autores e obras

entrando em domínio público: em 1998, o Congresso

americano cedeu à pressão de empresas

preocupadas em perder os direitos sobre

personagens milionários e bilionários e aprovou o que

Hcou conhecida como a “Lei de proteção ao Mickey

Mouse”.

Lançado no distante ano de 1924, versão de “O


ladrão de Bagdá” estrelada por Douglas
Fairbanks entrou em domínio público nos
Estados Unidos

A partir de então, os direitos de copyright cessariam

apenas 95 anos depois da criação da obra, o que fez

com que o país tivesse trabalhos entrando em

domínio público somente em 2019. Essa proteção, na

verdade, serve apenas para que corporações de

entretenimento em geral tenham para si, por mais

tempo, os direitos sobre personagens como o próprio

Mickey Mouse, Batman, Capitão América, e Hlmes

como “E.T. – O extraterrestre”. O mesmo Congresso

americano que aprovou a legislação já apontou em

uma pesquisa que apenas 2% das obras com mais de

55 anos possuem algum valor comercial. Ou seja: o

pouco que rende muito impossibilita o acesso

irrestrito ao muito que rende pouco, mas que ainda

pode ter valor.

Polêmicas e divergências à parte, o caso é que os

Estados passaram a ter desde o último dia 1º uma

série de livros, Hlmes, peças teatrais e músicas, entre

outras formas de expressão artística, em domínio

público. Fazem parte do rol os livros “Passagem para

a Índia”, de E. M. Forster; “A montanha mágica”, de

Thomas Mann; “Billy Budd”, obra póstuma de Herman

Melville; “A autobiograHa de Mark Twain”; “Literatura e

revolução, de Leon Trotsky; “Poirot investiga” e “O

homem do terno marrom”, de Agatha Christie; e “Nós”,

de Yevgeny Zamyatin.

No cinema, entraram em domínio público produções

estreladas por Buster Keaton e Harold Loyd em 1924;

as primeiras aparições de Clark Gable na tela grande;

Hlmes do diretor D. W. GriÄth; curtas estrelados pela

dupla “O Gordo e o Magro”, Stan Laurel e Oliver Hardy;

a versão de “O ladrão de Bagdá” estrelada por

Douglas Fairbanks; e a primeira adaptação

cinematográHca de “Peter Pan”.

A música também tem destaques com vários

clássicos, como a composição “Rhapsody in Blue”, de

George Gershwin; “Fascinating Rhythm” e “Oh, Lady

be good”, parcerias de George com Ira Gershwin;

“Lazy” e “What’ll I do”, de Irving Berlin; e “Santa Claus

Blues”, de Charley Straight e Gus Kahn, gravada por

Louis Armstrong. Por Hm, também estão na lista

obras de arte de personalidades como Wassily

Kandinsky, Edward Hopper, Joan Miró, Paul Klee,

Diego Rivera, Man Ray e Otto Dix, entra tantos outros.

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