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PRINCIPAIS INDICAÇÕES DE TESTE ERGOMÉTRICO

Joanna Pedrolongo – Fonte: BVS

Informações DIAGNÓSTICAS E PROGNÓSTICAS , capacidade funcional. NORTEIA a necessidade de novos exames e o tratamento da
doença.

RASTREAMENTO DA DOENÇA ISQUÊMICA EM INDIVÍDUOS ASSINTOMÁTICOS : NÃO deve ser utilizado, baixa acuidade
diagnóstica.

 Chance de “falso positivo”: ansiedade, propedêutica adicional desnecessária e tratamentos incorretos


 Custos e riscos indesejados (prevenção quaternária)

Maior valor diagnóstico quando a PROBABILIDADE PRÉ-TESTE de doença isquêmica for MODERADA – estimar probabilidade antes de
solicitar o exame – Variáveis:

 Sexo

 Idade

 Características da dor torácica.

PROBABILIDADE PRÉ-TESTE DE DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA PELA IDADE, SEXO E SINTOMAS


CARACTERÍSTICAS DA DOR: 1) DESCONFORTO OU DOR RETROESTERNAL; 2) DESENCADEADA POR EXERCÍCIO OU ESTRESSE
IDADE SEXO EMOCIONAL; 3) ALIVIADA COM REPOUSO OU NITRATATO

TÍPICA (3 CRITÉRIOS) ATÍPICA (2 CRITÉRIOS) NÃO ANGINOSA (NENHUM CRITÉRIO) ASSINTOMÁTICO


MASCULINO INTERMEDIÁRIA BAIXA
30-39 INTERMEDIÁRIA MUITO BAIXA
FEMININO MUITO BAIXA MUITO BAIXA
MASCULINO ALTA INTERMEDIÁRIA INTERMEDIARIA BAIXA
40-49
FEMININO INTERMEDIÁRIA BAIXA MUITO BAIXA MUITO BAIXA

MASCULINO ALTA INTERMEDIÁRIA BAIXA


50-59 INTERMEDIÁRIA
FEMININO INTERMEDIÁRIA BAIXA MUITO BAIXA

MASCULINO
60-69 ALTA INTERMEDIÁRIA INTERMEDIÁRIA BAIXA
FEMININO

PROBABILIDADE BAIXA OU ALTA: exame não altera conduta - não tem boa indicação no esclarecimento da dor torácica.

PROBABILIDADE INTERMEDIÁRIA: melhor indicação. Geralmente, preenche os seguintes critérios

 > 40 anos

 Dor torácica típica ou atípica

 ECG basal interpretável

 Bom nível de atividade física (tem condições para fazer o exame)

GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198


CLASSE I
PROBABILIDADE PRÉ-TESTE INTERMEDIÁRIA (NÍVEL DE
EVIDÊNCIAS E/OU CONCORDÂNCIA GERAL DE UTILIDADE E
EVIDÊNCIA A)
EFETIVIDADE

IIA DIABÉTICOS ASSINTOMÁTICOS QUE


O PESO DAS EVIDÊNCIAS/OPINIÕES PLANEJAM INICIAR ATIVIDADE FÍSICA
FAVORECE A UTILIDADE/EFICÁCIA INTENSA (NÍVEL DE EVIDÊNCIA C)

PROBABILIDADE PRÉ-TESTE ALTA OU


BAIXA
CLASSE II
EVIDÊNCIAS CONFLITANTES E/OU
DIVERGÊNCIA DE OPINIÕES SOBRE A
INDICAÇÕES

UTILIDADE E EFICÁCIA PROBABILIDADE INTERMEDIÁRIA, MAS


ECG BASAL COM DISCRETAS
ALTERAÇÕES DO SEGMENTO ST
(INFRADESNIVELAMENTO < 1 MM,
SECUNDÁRIO AO USO DE DIGITAL,
IIB HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA
A UTILIDADE/EFICÁCIA É MENOS BEM OU INESPECÍFICO)
ESTABELECIDA PELAS
EVIDÊNCIAS/OPINIÕES:
INDIVÍDUOS ASSINTOMÁTICOS (H > 40
ANOS E M > 55 ANOS) QUE PLANEJEM
RASTREAMENTO DA DOENÇA EM INICIAR ATIVIDADE FÍSICA INTENSA OU
HOMENS OU MULHERES OCUPEM PROFISSÕES DE RISCO PARA O
ASSINTOMÁTICOS PÚBLICO
CLASSE III
EVIDÊNCIAS E/OU CONCORDÂNCIA
GERAL DE QUE O ASSINTOMÁTICOS COM RCV ALTO
PACIENTES COM ELETROCARDIOGRAMA
PROCEDIMENTO/TRATAMENTO NÃO É NÃO INTERPRETÁVEL POR BLOQUEIO DE
ÚTIL OU EFETIVO, PODENDO EM RAMO ESQUERDO, SÍNDROME DE PRÉ-
ALGUNS CASOS SER ATÉ DELETÉRIO. EXCITAÇÃO (WOLFF-PARKINSON-
WHITE), RITMO DE MARCAPASSO OU
QUALQUER INFRADESNIVELAMENTO DO
SEGMENTO ST MAIOR DO QUE 1,0MM.

Figura 1. ECG que mostra bloqueio de ramo esquerdo com infradesnivelamento do segmento ST secundário ao bloqueio.

O infradesnivelamento do segmento ST maior ou igual a 1.0 mm no esforço ou recuperação, retificado ou descendente, é a alteração
diagnóstica de isquemia (fig. 2), mas é igualmente importante observar que a acuidade dessa informação varia com a magnitude do
infradesnivelamento, o número de derivações e a carga de esforço em que ele ocorreu e se o teste reproduziu a dor relatada pelo paciente. O
tempo de esforço dá a medida da capacidade funcional, e por isso tem grande valor prognóstico.

GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198


Figura 2. Traçado obtido durante o teste ergométrico, mostrando infradesnivelamento do segmento ST em várias derivações.

OUTRAS INDICAÇÕES DE TESTE ERGOMÉTRICO NA DOENÇA ISQUÊMICA SÃO:

 Estratificação do paciente com angina instável de baixo risco (classe I)

 Após o infarto agudo do miocárdio, para orientação das atividades físicas e definição do prognóstico (classe I).
 Valvopatias (avaliar a capacidade funcional)

 Bradi ou taquiarritmias (avaliar o comportamento no esforço).

CONTRAINDICAÇÕES

 Insuficiência cardíaca em classe funcional III ou IV (NYHA)


 Pericardites ou miocardites agudas

 Estenose aórtica grave sintomática

 Doenças febris
 Hipertensão não controlada (com níveis superiores a 200/100 mmHg).

Alguns pacientes com dor torácica apresentam limitações para a realização de esforço físico, ou um ECG não interpretável, e nesses casos um
método de imagem (cintilografia ou ecocardiograma) associado ao estresse farmacológico podem substituir o teste ergométrico no diagnóstico
da doença isquêmica. O esforço físico é, entretanto, o melhor método provocativo para isquemia, e deve ser preferido, sempre que possível.

GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198

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