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PROBLEMAS DO COURO

CABELUDO
Geralmente NÃO AMEAÇAM A VIDA, mas ocasionam importantes EFEITOS
PSICOSSOCIAIS NEGATIVOS, baixa autoestima, depressão e insatisfação
com a aparência corporal.

PÊLOS

Hastes resultantes de PLACAS DE QUERATINA FUSIONADAS que se elevam


desde a superfície do couro cabeludo.

Adulto: 100.000-150.000 fios de cabelo (perda de até 100 fios por dia).

CRESCIMENTO NORMAL – 3 FASES

Anágena (85-90%
dos fios)

•Crescimento
•2-6 anos (a duração
determina o
comprimento do fio)
•Cerca de 0,35 mm/dia

Catágena (1%
dos fios)

•Involução e interrupção
do crescimento
•2-3 semanas

Telógena (10-15%
dos fios)

•Descanso - evolução
para queda
•Cerca de 3 meses

Cada folículo pode fazer 10 A 30 CICLOS AO LONGO DA VIDA - Todos os


fios são substituídos a cada 3 a 5 anos.

GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198


TIPOS DE FOLÍCULOS

Terminais

•Aprofundam até gordura subcutânea (2-5 mm desde a


superfície da pele)
•Fios de 0,06 mm de diâmetro
•Ao nascimento: couro cabeludo, sobrancelhas, cílios.
•Estimulo hormonal na puberdade: genitais, axilas...

Velus

•Mais superficiais - até camada reticular da derme


•Fios menores, finos (até 0,03 mm)

Intermediários

•Pêlos com 0,03-0,06 mm

Transição de velus para terminal (ou vice-versa) pode ocorrer em


condições patológicas.

CATEGORIAS DE ALTERAÇÕES SUBJACENTES ÀS QUEIXAS CAPILARES

Inflamatórias Genéticas Ambientais Hormonais

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CAUSAS DE ALOPECIA
Foliculite
decalvante

Lúpus
Cicatriciais eritematoso
discoide
Congênitas
Líquen plano Alopécia
Divisão pilar androgenética
Adquiridas
Eflúveo
Difusa
anágeno

Eflúvel telógeno
Não cicatriciais
Alopécia
areata

Tinha do couiro
Focal
cabeludo

Alopécia por
tração

ALOPÉCIAS CONGÊNITAS
• MÁ-FORMAÇÃO ou alterações GENÉTICAS
• AUSÊNCIA ou ATROFIA de folículos
• Frequentemente ACOMPANHADA DE SÍNDROMES (ex: Hallermann-
Streff, sindrome tricorrinofalangeana, displasias ectodérmicas)

ALOPÉCIAS ADQUIRIDAS
CICATRICIAIS
• Menos comuns
• DESTRUIÇÃO do folículo capilar
• Relacionadas à inflamação, fibrose e SUBSTITUIÇÃO PERMANENTE
do tecido por cicatrizes
• CAUSAS: Lesão traumática, queimaduras químicas ou físicas,
infecções graves (fúngica, viral, bacteriana).
• Deve ser prontamente referenciado à ATENÇÃO SECUNDÁRIA.
• Podem ocorrer simultaneamente às não cicatriciais.

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FOLICULITE DECALVANTE

• Alopecia INFLAMATÓRIA cicatricial


• Jovens e adultos de meia-idade
• HOMENS > mulheres
• CAUSA NÃO CONHECIDA, provável infecção por Staphylococcus
aureus e imunidade deficiente do hospedeiro.

PLACAS
PUSTULOSAS
ERITEMA FOLICULA-
PERIFOLICU- RES
LAR

ÁREAS
EROSIVAS E
CROSTAS
HEMORRÁ-
GICAS

PROGRESSÃO GERA PLACAS ATRÓFICAS DE


ALOPECIA CICATRICIAL.

DOENÇAS DO TECIDO CONECTIVO

LÚPUS ERITEMATOSO DISCOIDE (LED)

• Pode atingir couro cabeludo – placas


eritematosas descamativas com evolução
irregular e formato arredondado.
• Podem tornar-se atróficas, discrômicas e
com telangectasias.
• Evolução = alopecia cicatricial.

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LÍQUEN PLANO PILAR (LPP)

• Variante do liquen plano que acomete folículo piloso


• Principalmente pessoas ADULTAS do sexo FEMININO
• Períodos de agravo e remissão

OUTRAS

Alopecia cicatricial central centrífuga.

ADQUIRIDAS NÃO
CICATRICIAIS
CAUSAS DIFUSAS

ALOPECIA ANDROGENÉTICA (AAG)

Miniaturização progressiva do folículo capilar (folículos terminais ➔ velus).


CAUSA MAIS FREQUENTE DE ALOPECIA EM AMBOS OS SEXOS –
principalmente na faixa etária GERIÁTRICA.

SEXO MASCULINO

Maioria dos casos sem necessidade de exames laboratoriais, pois causa


HORMONAL é improvável - extensão propedêutica apenas se suspeita de
condição subjacente. Pelo menos metade dos pacientes apresentará
alopecia aos 50 anos

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APRESENTAÇÃO: Retrocesso bi-temporal ➔ rarefação dos pelos em vértex
e frontal e preservação dos folículos terminais em região occiptal do couro
cabeludo.

Mensuração pela ESCALA DE HAMILTON-NORWOOD:

FATOR HORMONAL: Di-hidrotestosterona ativa receptor hormonal na raiz do


pelo ➔ miniaturização das hastes/folículos pilosos.

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SEXO FEMININO

Relação com androgênios é controversa – referir termo “ALOPÉCIA EM


PADRÃO FEMININO” à “AAG feminina”. Possível HERANÇA POLIGÊNICA
também no sexo feminino (aumento do risco se pai for portador).

Apresentação mais comum: Rarefação dos fios em área central de couro


cabeludo, alargamento da área da linha mediana e preservação da linha
de implantação frontal.

Mensuração pela ESCALA DE SINCLAIR:

Pode apresentar-se inicialmente com prurido e dor no couro cabeludo


(tricodinia).

FATORES:
• Resistência insulínica
• Insuficiência microvascular
• Alterações inflamatórias
• Possível associação com fatores de risco cardiovasculares (maior
prevalência de ateromatose carotídea e PAS elevada)

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EFLÚVIO TELÓGENO

• Processo REVERSÍVEL
• Principalmente IDOSAS

FISIOPATOLOGIA

Aumento simultâneo do número de fios entrando em FASE TELÓGENA com


queda em conjunto cerca de 3 meses após (queda rápida > 20-30% dos
pelos – “Caindo inteiros com a raiz”).

MORFOLOGIA dos pelos geralmente normal. Dura ATÉ 6 MESES após


resolução de fatores desencadeantes.

FATORES DESENCADEANTES

Principalmente AMBIENTAIS e HORMONAIS - até 30% não é identificável.

Estresse fisiológico

▪ Traumas, Procedimentos operatórios, Infecções, Febre alta, Doenças crônicas,


Hemorragia

Condições clínicas subjacentes

▪ Doença tireoidiana e paratireoidiana, DM, Insuficiência renal e hepática, Doenças do


tecido conectivo, Outras doenças inflamatórias

Infecciosas

▪ HIV, Sífilis secundária

Dietéticas

▪ Emagrecimentos rápidos/grandes; Deficiências nutricionais – zinco, vitamina D, biotina;


Desnutrição

Medicações

Ácido valproico, Albendazol, Alopurinol, Amiodarona, Anticoagulantes, Anticonvulsivantes,


Captopril, Cetoconazol, Cimetdina, Colchicina, Enalapril, Estatinas, Fenitoína,
Glibenclamida, Hormônios, ISRS, Interferona, Isotretinoína, Levodopa, Lítio, Penicilamina,
Propiltiouracil, Propranolol, Sulfassalazina

Puerpério

Hiperandrogenismo

▪ Apresentação sugestiva: ciclos menstruais irregulares, hirsutismo, galactorreia, seborreia,


acne grave, infertilidade, obesidade.
▪ Carece de investigação laboratorial e conduta específica.

Associações ainda controversas – carecem de estudo

▪ Estresse psicológico
▪ Anemia ferropriva

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EFLÚVIO ANÁGENO

Comprometimento das RAÍZES na FASE ANÁGENA (sem comprometimento


do óstio folicular) com perda rápida e quebra de 80-90% dos fios.

Frequentemente IATROGÊNICO - geralmente 1-3 semanas após exposição


à:
• Agentes alquilantes
• Citotóxicos
• Antimitóticos
• Intoxicação por metais pesados (principalmente mercúrio, tálio,
bismuto, cobre e cádmio)
• Pesticidas
• Radiação

GRAVIDADE VARIA com tempo de exposição aos agentes. Outros


sintomas orgânicos podem estar associados.

Interrupção da causa promove retorno da normalidade do ciclo após 1-3


meses (em alguns casos, irreversíveis, mas sem cicatrizes). Cursa com
ALTERAÇÕES SECUNDÁRIAS no epitélio da bainha interna da raiz do pelo -
após resolução, podem ocorrer modificações na:

• Textura
• Coloração
• Espessura
• Ondulação

CAUSAS FOCAIS

ALOPECIA AREATA (AA)

Citocinas
Interferência no
inflamatórias +
Disfunção da ciclo normal,
moléculas pró-
Linfoticos T integridade do forçando fases
apoptóticas em
folículo catágenas e
torno dos
telógenas
folículos pilosos

Sem destruição dos folículos. Uma das formas mais comuns de DOENÇAS
INFLAMATÓRIAS AUTOIMUNES NÃO CICATRICIAIS associadas à queda de
cabelo, associada a DOENÇAS AUTOIMUNES (DM1, tireoidite autoimune,
vitiligo) e PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA (condições genéticas como a
síndrome de Down aumentam risco).

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Pode ser:
• TOTAL: todo o couro cabeludo
• UNIVERSAL: corpo inteiro

Acomete igualmente o sexo masculino e feminino, 70-80% dos casos antes


dos 40 anos.

DESENCADEANTES

• Medicamentos
• Vacinas
• Infecções
• Transtornos de humor
• Ansiedade
• Estresse psicológico

FATORES DE PIOR PROGNÓSTICO E/OU ALTA PROBABILIDADE DE


RECORRÊNCIA DA AA

> 50% das pessoas com ANORMALIDADES NA UNHA (principalmente pitting


– pequenas depressões na superfície das unhas) pode desenvolver AA.

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APRESENTAÇÃO

Pode ser ASSINTOMÁTICO – sintomas como prurido, hipersensibilidade,


sensação de queimação e/ou dor nos locais antes da queda ocorrer.

Início com DISCRETAS ÁREAS BEM DELIMITADAS (podem coalescer), lisas,


circulares, desprovidas de pelos seguido de desenvolvimento ao longo de
POUCAS SEMANAS (diagnóstico diferencial com AAG, que evolui em anos)

Sinal do “PONTO DE EXCLAMAÇÃO”:

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Afinamento proximal e quebra distal da haste; raiz “em clava”

TINHA DO COURO CABELUDO

APRESENTAÇÃO

Área única (ou Crescimento Cessação do


simultânea) de queda centrífugo por crescimento e
dos fios semanas/meses cronificação.

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Fios podem apresentar região de quebra (tonsura) perto da base.

MAIS FREQUENTES EM CRIANÇAS PEQUENAS - áreas de alopecia


arredondadas, frequentemente com descamação, eritema e
linfonodomegalia. Em ADULTOS pode ser confundida com dermatite
seborreica e outras condições inflamatórias.

Alto VPP
Linfadeno- Prurido, para cultura
patia descama- positiva na
auricular ção ou tinha de
posterior alopecia couro
cabeludo

CASOS GRAVES: formação de massa inflamatória (KERION) – pode deixar


cicatriz com alopecia permanente.

DERMATÓFITOS MAIS PREVALENTES NO BRASIL

• Trichophyton tonsurans
• Microsporum canis

TRANSMISSÃO

• Contato INDIRETO com fios de cabelo caídos e células descamadas


• COMPARTILHAMENTO de chapéus, escovas de cabelos e pentes
• Contato com animais de estimação INFESTADOS

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ALOPECIA POR TRAÇÃO

CAUSA: Uso de penteados com muita TENSÃO NA BASE DO PELO. Mais


frequente em mulheres afrodescendentes. O trauma continuado pode levar
a perda permanente do fio e cicatrizes.

TRICOTILOMANIA: Arrancar os próprios fios de forma recorrente, resultando


em alopecia visível - fios se quebram em diferentes tamanhos e áreas de
alopecia não são totalmente desprovidas de pelo (como na AA). É a
alopécia por tração mais comum na infância. Geralmente relacionado à
quadro psiquiátrico subjacente (ex.: TOC) e acomete principalmente sexo
feminino.

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COMPARAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DE
ALOPECIAS FOCAL E DIFUSA NA APS:

PADRÃO DE CARACTERÍSTIC TEMPO DE TESTE DA DISTRUBUIÇÃO


ALOPÉCIA A DO FIO EVOLUÇÃO TRAÇÃO DA ALOPECIA

HOMENS: PADRÃO MINIATURIZA-


ALOPECIA EM M; MULHERES: ÇÃO DAS LENTO, MESES
NEGATIVO DIFUSA
ANDROGENÉTICA ÁRVORE DE NATAL. HASTES A ANOS
PODEM SER OUTROS. NORMIAS

ÁREAS DE ALOPECIA
CIRCULARES,
DESCAMATIVAS,
ERITEMATOSAS. MODERADO,
TINHA DO COURO TONSURADOS
PRESENÇA COMUM DE SEMANAS A NEGATIVO FOCAL
CABELUDO PERTO DA BASE
DE MESES
LINFONODOMEGA-
LIAS CERVICAIS E
OCCIPITAIS

PEQUENAS ÁREAS DE SINAL DO RÁPIDO,


ALOPECIA LISAS, “PONTO DE GERALMENTE
ALOPECIA AREATA POSITIVO FOCAL
CIRCUNSCRITAS, QUE EXCLAMAÇÃO EM POUCAS
PODEM COALESCER ” SEMANAS

RÁPIDO,
RAREFAÇÃO DIFUSA GERALMENTE GERALMENTE
EFLÚVIO TELÓGENO POSITIVO DIFUSA
DOS PELOS NORMAIS EM ALGUMAS
SEMANAS

PADRÃO BIZARRO E QUEBRADOS


TRICOTILOMANIA ASSIMÉTRICO DE EM TAMANHOS VARIÁVEL NEGATIVO FOCAL
QUEBRA DE FIOS DIFERENTES

ANAMNESE
HISTÓRIA DA QUEDA

• INÍCIO
• Tempo de EVOLUÇÃO
• Pelo cai com a RAIZ (efluvio telógeno, AA, AAG) ou é
QUEBRADIÇO? (tinha, tricotilomania, eflúvio anágeno, agressão
química)
• PADRÃO: Focal ou difuso? Cicatricial ou não cicatricial?
• SINTOMAS ASSOCIADOS: Prurido, Queimação, Tricodinia etc
• Alterações da MORFOLOGIA dos pelos

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GERAL

Informações sobre autocuidado

Cuidado com os cabelos


•Higiene e produtos utilizados
•Calor excessivo
•Clareamento dos fios
•Uso de relaxantes químicos
•Uso prolongado e/ou recorrente de permanentes
•Estilo de cabelo utilizado comumente (pensando em padrão de tensão)
Padrão alimentar
•Deficiência de ferro e proteínas
•Mudanças dietéticas abruptas
•Impacto rápido sobre o peso corporal
Exposições ambientais a produtos químicos

MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA

Abordar aspectos como MEDO de “ficar careca” e o IMPACTO


psicológico e na qualidade de vida.

HISTÓRIA FAMILIAR

• Alopecia
• Doenças autoimunes
• Endocrinopatias
• Atopia

HISTÓRIA PREGRESSA

• Doenças (inclusive psiquiátricas)


• Febre alta nos últimos 12 meses
• Procedimentos cirúrgicos
• Tratamentos, medicações/prescrições
• Quimioterapia
• Uso de vitaminas e outros fármacos que não necessitam de
prescrição
• Sinais e sintomas de doenças tireoidiana, desnutrição, distúrbios
gastrintestinais, síndromes disabsortivas
• Fatores de risco para ISTs, histórico de sífilis e infecção pelo vírus HIV
• Tabagismo

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HISTÓRIA REPRODUTIVA E MENSTRUAL

• PÓS-PARTO: Eflúvio pode ocorrer até 3 meses após parto em 30-50%


das gestações
• MENOPAUSA: reposição hormonal com progestágenos com
metabólitos androgênicos ou testosterona podem agravar ou
causar queda de cabelo (remoção ovariana também).

EXAME FÍSICO
Feita com BOA FONTE DE ILUMINAÇÃO + LENTE DE MAGNIFICAÇÃO (ou
dermatoscópio, se disponível).

INSPEÇÃO

Óstio folicular
• Ausência de óstio sugere alopecia cicatricial

Fios - Contra uma folha branca, percebe-se


▪ Cor
▪ Calibre - Variabilidade de diâmetro (anisotricose): mais elevada na AAG (diferentes
graus de afinamento) e AA (predominio de miniaturização uniforme)
▪ Comprimento
▪ Pontos de quebra

Densidade e distribuição dos fios pelo couro cabeludo


• Compara regiões frontal com occipital
• Escalas de gravidade da perda capilar

EFLÚVIO TELÓGENO

• Folículos vazios
• Numerosos fios curtos em crescimento com espessura normal (> 0,03
mm)

TESTE DE TRAÇÃO

Estimativa grosseira e examinador-dependente, mas deve


ser feito.

TÉCNICA:
• Orientar paciente a não lavar o cabelo no dia
anterior à consulta.

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• Prender cerca de 50 fios de cabelo com as polpas digitais do
polegar, indicador e terceiro dedo;
• Tração suave da base às pontas dos fios;
• Repetir em áreas frontal, parietal e occipital
• Teste positivo: perda de 6 fios de cabelo ou mais.

GERAL

• Palpação da TIREOIDE
• Pesquisar presença de LINFONODOMEGALIA cervical e occipital
• Avaliação das UNHAS (pitting) - associação com AA
• Presença de HIRSUTISMO (sinais de hiperandrogenismo)

EXAMES COMPLEMENTARES
Não indicados de rotina - GUIAR PELA CLÍNICA.

Mulheres com perda de cabelo difusa, homens com apresentação atípica


e em pessoas com suspeita de causa subjacente, considerar TSH e
HEMOGRAMA (infecção, anemia), se necessário, estender propedêutica
com CINÉTICA DO FERRO.

História de doenças autoimunes + avaliação inicial inconclusiva –


descartar causa inflamatória autoimune: FAN, FR, PCR.

Função RENAL e HEPÁTICA.

Sinais de hiperandrogenismo: testosterona livre, SULFATO DE


DESIDROEPIANDROSTERONA e PROLACTINA. Outros: 17-
HIDROXIPROGESTERONA, LH, FSH, CORTISOL (B). Lembrar que causa mais
comum de hiperandrogenismo na APS é SOP.

RASPADO DE PELE DO COURO CABELUDO e/ou AMOSTRA DE FIOS COM


KOH 10% levados ao microscópico (visualização de hifas de M. Canis e
esporos de T. tonsurans (para casos duvidosos)

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Pústulas ou sinais infecciosos locais: CULTURA BACTERIANA.

Infecção por dermatófitos sem linfadenomegalia é menos provável - solicitar


CULTURA PARA FUNGOS em caso de falha terapêutica empírica.

LÂMPADA DE WOOD (luz negra): ajuda a diferenciar M. canis (fluoresce na


cor verde) de T. tonsurans (não fluoresce).

VDRL, ANTI-HIV (Se fator de risco).

Sinais de desnutrição, distúrbio gastrintestinal ou sindrome disabsortiva:


VITAMINA B12, VITAMINA D, ZINCO e ALBUMINA.

Se necessária BIÓPSIA, referenciar ao especialista focal.

TRATAMENTO
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

A escolha da medicação depende de causa subjacente. As medicações


ATUAM em 1 ou mais categorias:
Removendo fator
Normalizando desencadeante
Modicando Modificando
densidade dos folículos (quando possível) e
duração do ciclo tamanho do
capilares (nº permitindo
capilar folículo
foliculos/área) regeneração dos
folículos danificados.

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RISCO MAIS
DX OPÇÃO DE TRATAMENTO DOSE USUAL COMENTÁRIO
FREQUENTE
MINOXIDIL 2% OU 5% (B) - (> 18 ANOS,
1 ML NO COURO
EXCLUIR GRAVIDEZ), PREFERÊNCIA
CABELUXO SECO, 2X/DIA,
ATUAL PELA DOSE DE 5%
ALOPECIA USO PROLONGADO –
CRESCIMENTO ESPERADO A
EM ASSOCIAR COM ANTIANDROGÊNICO SE HIPERTRICOSE NA
PARTIR DE 4-6 MESES DE
PADRÃO TOLERADO: ESPIRONOLACTONA
TRATAMENTO
FACE E IRRITAÇÃO DO
(PRIMEIRA ESCOLHA), FINASTERIDA (SE COURO CABELUDO
FEMININO 1 INTOLERÂNCIA OU REFRATARIEDADE À
(ESTABILIZANDO COM 12-18
MESES E REGREDINDO COM EFEITOS DOSE-DEPENDENTES
ESPIRONOLACTONA) OU ACETATO DE
INTERRUPÇÃO DA E REVERSÍVEIS À SUSPENSÃO
CIPROTERONA.
MEDICAÇÃO). DO USO (MINOXIDIL E
MINOXIDIL 2% OU 5% (A)
FINASTERIDA) OU ↓ DA
DISFUNÇÃO ERÉTIL (2% CONCENTRAÇÃO
APOLECIA 1 CP AO DIA, USO DOS CASOS), ALTERAR (MINOXIDIL)
EM PROLONGADO (PEO FERTILIDADE
MENOS 12 MESES PARA MASCULINA
PADRÃO GARANTIR EFICÁCIA). (REVERSÍVEL),
MASCU- FINASTERIDA 1 MG (A)
INTERRUPÇÃO DA MONITORAR RISCO DE
LINO2 MEDICAÇÃO INTERROMPE DEPRESSÃO
(> 18 ANOS) O CRESCIMENTO APÓS 6-12 RAROS:
MESES. GINECOMASTIA E DOR
TESTICULAR.
USO TÓPICO EM ÁREAS
CORTICOIDE DE ALTA POTÊNCIA. EX.: AFETADAS 2 VEZES – NÃO
PROPIONATO DE CLOBETAZOL 0,05% OCLUIR (AUMENTO RISCO
CREME (B) DE EFEITOS ADVERSOS + USO PROLONGADO:
EVITAR USO EM GESTANTES/LACTANTES SEM EVIDÊNCIA DE SUPRESSÃO DO EIXO
EVITAR USAR EM FACE,
RESULTADOS SUPERIORES) HIPOTÁLAMO-
AGUARDAR MÍNIMO 3
INTRALESIONAL: DILUIÇÃO HIPÓFISE-
MESES PARA AVALIAR
ALOPECIA DE 5 MG/ML, 0,1 ML POR SUPRARRENAL,
EFEITO.
AREATA3 LOCAL DE INJEÇÃO, COM ATROFIA LOCAL,
TRIANCINOLONA ACETONIDO (B)6 1 CM DE ESPAÇAMENTO FOLICULITE
ENTRE AS APLICAÇÕES
(MÁX.: 3-4 ML POR SESSÃO
– A CADA 4-6 SEMANAS)
ADJUVANTE AOS
ANTERIORES, USAR COMO
MINOXIDIL 5% TÓPICO - -
NA ALOPECIA DE PADRÃO
FEMININO.
INGESTÃO COM ALIMENTOS
ULTRAMICRONIZADA: COM TEOR MAIS ALTO DE
10-15 MG/KG/DIA (MÁX: GORDURA (P. EX., LEITE
750 MG/DIA). INTEGRAL, PASTA
GRISEOFULVINA ULTRAMICRONIZADA EVITAR EM < 2 ANOS E
MICRONIZADA: 20-25 DE AMENDOIM) AUMENTA
OU MICRONIZADA (A) GESTANTES.
MG/KG/DIA (MÁX: 1000 A ABSORÇÃO. NÃO
MG/DIA). REQUER CHEGAGEM DE
AMBOS: 6-12 SEMANAS. ENZIMAS HEPÁTICAS ANTES
TINHA DO DO TRATAMENTO.
COURO RASH CUTÂNEO E
INGESTÃO COM ALIMENTOS
CABELU- URTICÁRIA EM
NÃO INTERFERE NA
PESSOAS SENSÍVEIS,
DO4 CP DE 250 MG
ALTERAÇÕES
ABSORÇÃO.
TRATAMENTO 4-6 SEMANAS HEPATOPATAS:
GASTRINTESTINAIS
CONFORME PESO: MONITORIZAÇÃO
CLORIDRATO DE TERBINAFRINA (A) TRANSITÓRIAS,
10-20 KG: 62,5 MG/DIA CUIDADOSA.
CEFALEIA.
20-40 KG: 125 MG/DIA NEFROPATAS: EVITAR.
RARO:
> 40 KG: 250 MG/DIA CHECAR FUNÇÃO
HEPATOTOXICIDA-DE,
HEPÁTICA ANTES DE INÍCIO
LEUCOPENIA,
DE TRATAMENTO.
GRANULOCI-TOPENIA.
INSÔNIA, NÁUSEAS,
DIARREIA,
SONOLÊNCIA,
CÁPSULA DE 10 E 20 MG. CONSIDERAR FALHA
CEFALEIA, ANSIEDADE,
TERAPÊUTICA APENAS APÓS
ANOREXIA,
CLORIDRATO DE FLUOXETINA (A) INÍCIO: 10-20 MG. 10-12 SEMANAS DO INÍCIO
XEROSTOMIA,
AUMENTO GRADUAL ATÉ DO TRATAMENTO, SE NÃO
REDUÇÃO DA LIBIDO,
40-60 MG/DIA. HOUVER MELHORA
RETARDO NA
EJACULAÇÃO,
DISPEPSIA
TRICOTILO-
HIPOTENSÃO
MANIA5 DRÁGEAS DE 10, 25 E 75
POSTURAL, NÁUSEAS,
MG.
VERTIGEM,
EVITAR NA FASE AGUDA DO
SONOLÊNCIA, BOCA
INÍCIO: 25 MG. INFARTO AGUDO DO
CLORIDRATO DE CLOMIPRAMINA (B) SECA, CONSTIPAÇÃO
AUMENTO ATÉ 100 MG/DIA MIOCÁRDIO; ALTERNATIVA
INTESTINAL, GANHO DE
(MÁXIMO 250 MG/DIA), À FLUOXETINA
PESO, REDUÇÃO DA
DIVIDIDA OU 1X ANTES DE
LIBIDO, RETARDO NA
DEITAR.
EJACULAÇÃO.
CONSIDERAR COMO
N-ACETILCISTEÍNA (B) 1200-2400 MG/DIA
TERAPIA ADJUVANTE

GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198


1: se sinais de hiperandrogenismo – vide fluxograma (tratamento demorado, usar escalas para
acompanhar. Oferecer outro método contraceptivo em caso de interromper hormônio para
avaliação laboratorial de hiperandrogenismo.

2: não há superioridade entre minoxidil e finasterida ou entre monoterapia e associação.


3: conduta expectante pode ser uma opção (80% dos casos leves com < 40% da área de queda
dos fios apresentam crescimento em até 12 meses). Resultados raramente são vistos em < 3
meses de tratamento (em geral, até 12 meses); quando já houver evidência do recrescimento
de pelos, não iniciar tratamento; tratamento não cura doença, ela pode recorrer (curso
imprevisível).
4: crianças com prurido + descamação + alopecia + linfonodomegalia occiptal ou auricular
posterior = tratamento empírico. Kerion é resolvido com o tratamento da causa subjacente,
não usar antibioticoterapia de rotina. Evitar compartilhamento de fômites, lavar roupas com
água quente e limar escovas/pentes com água sanitária antes de lavar.
5: terapias associadas ou não à Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
6: Corticoide intralesional na alopecia areata

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ALOPECIA PADRÃO MASCULINO/FEMININO

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

• Resultados nem sempre satisfatórios


• Tratamentos DISPENDIOSOS e PROLONGADOS
• Discutir de forma INDIVIDUALIZADA (SIFE)
• Avaliar não usar medicamentos

NÃO FARMACOLÓGICAS (ESTÉTICA)

Mais efetivos em mulheres que em homens


• Perucas
• Apliques
• Novos estilos de pentear
• Colorir os cabelos
• Produtos de beleza

TRANSPLANTE

• Opção para QUADROS JÁ IRREVERSÍVEIS quando lesões e causas


já estejam resolvidas/estabilizadas
• Resultados MAIS SATISFATÓRIOS NO SEXO MASCULINO

MEV

• HÁBITOS de vida saudáveis


• CESSAÇÃO DO TABAGISMO
• DIETA adequada (minerais, vitaminas, proteínas)
• SIFE e apoio psicológico

ALOPÉCIA POR TRAÇÃO

• Mudar técnica de estilizar os cabelos – EVITAR FORÇAR RAIZ do


pelo
• EVITAR PRODUTOS QUÍMICOS em excesso
• MINOXIDIL TÓPICO pode ser utilizado para aumentar o crescimento
capilar nas áreas afetadas – desde que não haja sinais de
inflamação ativa, nesses casos, administrar CORTICOIDE TÓPICO ou
TETRACICLINA 500 mg 2x/dia (se presença de pústulas - manter até
resolução do quadro).

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EFLÚVIO TELÓGENO

• REMOÇÃO DE CAUSA SUBJACENTE (quando identificável)


• CORREÇÃO DAS CONDIÇÕES CLÍNICAS precipitantes
(hipotireoidismo, medicações, hiperandrogenismo etc).
• TRANQUILIZAR pessoa sobre reversão do quadro após cessação do
estímulo – geralmente 3-6 meses após.
• Não suplementar VITAMINAS na ausência de deficiência.

EFLÚVIO ANÁGENO POR QUIMIOTERÁPICOS

Medidas preventivas são mais efetivas que as realizadas após a queda.

EDUCAR PESSOA

• INEVITABILIDADE da perda de cabelo


• TEMPORÁRIA na maioria das vezes – cabelo pode retomar com
alterações em suas características
• Abordar EXPECTATIVAS
• ENCORAJAMENTO contínuo durante a quimioterapia
• Manter CABELOS CURTOS OU RASPADOS melhora aspecto
• PROTEGER COURO CABELUDO com coberturas para evitar
exposição ao sol e ao frio

HIPOTERMIA DO COURO CABELUDO (< 24°C)

• Forma mais utilizada durante infusão de quimioterápicos de meia-


vida curta e rápida metabolização
• Nem sempre é bem tolerada

MINOXIDIL (A)

• 2-5%, tópico, 2x/dia


• Ajuda no RECRESCIMENTO mais rápido dos cabelos
• NÃO IMPEDE QUEDA durante a quimioterapia

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COLETA SERIADA DE FIOS

• Facilita a compreensão da PERCEPÇÃO da pessoa sobre sua queda


de cabelo
Recolher todos os fios de cabelo desprendidos no dia em que
não lavar a cabeça e colocar em um saco plástico datado –
desde que acordou até a hora em que for dormir.

Repetir a cada 2 semanas durante 8 semanas (cada ciclo


em um saco individual)

Medir o comprimento do fio antes da coleta.

Levar os sacos na consulta para estimativa visual da


quantidade colhida.

PROTETOR SOLAR

Para proteger áreas sem pelos (D).

QUANDO REFERENCIAR
AA se:
AAG em adolescentes • Extensa (> 50%) ou forma
e crianças sem sinais total/universal
Alopecia cicatricial
de puberdade • Crianças e gestantes
precoce • Refratarias à terapia
intralesional ou tópica

Hiperandrogenismo
Doenças subjacentes
(quando a
Necessidade de que necessitem de
investigação e manejo
realização de biópsia acompanhamento na
não puderem ser feitos
atenção
na APS)

Pessoas com desejo


Apresentações
de recorrer aos
atípicas, incerteza
implantes de cabelo Imunocomprometidos
diagnóstica e
como opção
evolução desfavorável
terapêutica

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REFERÊNCIAS
GUSSO, Gustavo D. F., LOPES, Jose M. C., DIAS, Lêda C. Tratado de Medicina
de Família e Comunidade – Princípios, Formação e Pratica. Segunda Edição.
2019.

MESSENGER, Andrew G. Alopecia areata: Management. UpToDate. 2022.


Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/alopecia-areata-
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DONOVAN, Jeff; GOLDSTEIN, Beth; GOLDSTEIN, Adam O. Treatment of


androgenetic alopecia in men. UpToDate. 2022. Disponível em:
https://www.uptodate.com/contents/treatment-of-androgenetic-alopecia-
in-men

MCMICHAEL, Amy. Female pattern hair loss (androgenetic alopecia in


females): Management. UpToDate. 2022. Disponível em:
https://www.uptodate.com/contents/female-pattern-hair-loss-
androgenetic-alopecia-in-females-management

KHUMALO, Nonhlanhia P; MIRMIRANI, Paradi. Traction alopecia. UpToDate.


2022. Disponível em:https://www.uptodate.com/contents/traction-alopecia

DONOVAN, Jeff; GOLDSTEIN, Beth G; GOLDSTEIN, Adam O. Androgenetic


alopecia in males: Pathogenesis, clinical features, and diagnosis. UpToDate.
2022. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/androgenetic-
alopecia-in-males-pathogenesis-clinical-features-and-diagnosis

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