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- Trauma
1. Índices de Trauma
2º PICO: MINUTOS-HORAS:
Aqui, os pacientes morrem de lesões que tem POTENCIALIDADE de serem tratadas clínica ou cirurgicamente! Então, se você chegar à tempo e realizar um
atendimento adequado, as chances desse paciente aumentam! Pode ser um TCE que não é tão grave, uma lesão cardíaca, de aorta, de baço, fígado... Lesões que
podem ser tratadas clínica ou cirurgicamente! Um bom médico, um bom ATLS fazem a diferença! Mesmo assim, não basta você ter um bom ATLS, se você não tem
um bom sistema de saúde funcionando!
- Sepse, disfunção múltipla de órgãos, embolia pulmonar (surge principalmente quando há fratura de ossos longos). Representam 20% das
mortes.
É o paciente não morreu naquele primeiro momento e chegou a receber o atendimento. Sobreviveu e agora está no CTI. Ele vai morrer do que provocou a sua
internação? Ele vai morrer do trauma que ele sofreu? Não... Esse paciente provavelmente vai morrer da sepse. Aqui, também é necessário um bom médico e um
bom sistema de saúde funcionando!
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3. Sequência de Atendimento
Preparação
Triagem
Exame primário (ABCDE)
Medidas auxiliares ao atendimento primário
Exame secundário
Medidas auxiliares ao atendimento secundário
(1) Preparação
PRÉ-HOSPITALAR
Não é um conceito do ATLS! É um conceito voltado para paramédicos, principalmente. Num ambiente extra-hospitalar, se o paciente estiver EXSANGUINANDO
(“jorrando sangue”), a primeira medida é COMPRIMIR A FERIDA/SANGRAMENTO!
HOSPITALAR
(II) Triagem
- NÚMERO DE VÍTIMAS MENOR QUE A CAPACIDADE DE ATENTIMENTO = avaliar os mais graves inicialmente
- NÚMERO DE VÍTIMAS MAIOR QUE A CAPACIDADE DE ATENDIMENTO (“DESASTRE”) = avaliar inicialmente aqueles com maior chance de
sobrevida
São várias as maneiras... Vamos conhecer o MÉTODO START (Simple Triage And Rapid Treatment)
Avaliar rapidamente respiração, circulação e nível de consciência = regra “30:2:PODE FAZER” = avaliar FR < 30, TEC < 2 e “pode fazer o
que eu peço?”
COR VERMELHA FR > 30 ou respira após manobras MEDIDA IMEDIATA E TRANSFERÊNCIA IMEDIATA
COR AMARELA não apresenta risco imediato “ALGUM ATENDIMENTO” ENQUANTO AGUARDA O TRANSPORTE
COR VERDE lesão sem risco a vida/paciente deambulando PODE AGUARDAR O ATENDIMENTO
COR PRETA óbito ou sem chances de sobrevida
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(III) Exame Primário (ABCDE)
A = Estabilização da coluna cervical (COLAR CERVICAL + PRANCHA RÍGIDA + COXINS) e AVALIAÇÃO DAS VIAS AÉREAS.
C = CONTROLE DE HEMORRAGIA.
D = GLASGOW + AVALIAÇÃO DE PUPILAS + AVALIAÇÃO DE MOTRICIDADE (pede para apertar as mãos, mexer os pés...).
Consiste na avaliação das vias aéreas e estabilização da coluna cervical com PRANCHA LONGA RÍGIDA, COLAR CERVICAL + COXINS.
IMPORTANTE! 80% dos óbitos por lesão traumática da coluna devem-se a LUXAÇÕES DO ATLAS OCCIPITAL E FRATURAS DE C1 E C2.
Restringir a mobilidade da coluna cervical evita comprometimento fatal de medula espinhal alta em pacientes com fraturas e movimentações intempestivas do
pescoço!
O uso prolongado pode acarretar em úlceras de pressão e até mesmo insuficiência respiratória. Devem ser usadas apenas no
transporte!
PARESTESIA EM EXTREMIDADES
MECANISMO PERIGOSO DE TRAUMA (quedas > 1 metro ou 5 degraus, sobrecarga axial na cabeça (ex: mergulho), colisão
automobilística com alta velocidade, capotamento ou ejeção; colisão de bicicleta; colisão de “veículo motorizado recreativo” (ex:
trailers, motocasa, minitrailer, etc).
AUSÊNCIA DE DOR CERVICAL (à movimentação ativa e passiva de movimento rotacional do pescoço, à esquerda e à direita, em um
ângulo de 45º),
Outra forma de avaliar, de forma mais simples, é a REGRA NEXUS para RETIRADA DO COLAR CERVICAL SEM EXAME DE IMAGEM:
chamada REGRA NEXUS! Ausência de dor na linha média cervical
Ausência de déficits focais neurológicos
Ausência de intoxicação
Sem outras lesões dolorosas que distraem o paciente
Estado de alerta normal
SE ESTÁ FALANDO, ESTÁ PÉRVIA: BASTA A ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO, SOB MÁSCARA FACIAL > 10 LITROS/MINUTO.
SE HÁ REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: PODE NÃO ESTAR PÉRVIA: CHIN-LIFT (ELEVAÇÃO DO QUEIXO) OU JAW-THRUST
(TRAÇÃO DA MANDÍBULA) + INSPEÇÃO DAS VIAS AÉREAS – SE SECREÇÃO > ASPIRA (LARINGOSCOPIA DIRETA SEGUIDA DE SUCÇÃO).
A primeira coisa que eu tenho que saber é se a via aérea do meu paciente está pérvia! E como eu faço isso? Falando
com ele! Se a fonação está preservada, a via aérea está pérvia! Uma vez pérvia, acabou! Posso passar para o ‘B’ e
fazer oxigênio para ele! Se a via aérea não está pérvia, vamos ter que pensar em colocar uma via aérea artificial!
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Indicações de Via Aérea Artificial:
APNEIA
O sinal mais óbvio, o primeiro que tem que vir na cabeça da gente é a APNEIA! Não adiantaria você colocar uma máscara com reservatório, se o paciente não tem o
‘drive’ respiratório para jogar aquele oxigênio lá para dentro. Então, como indicações de via aérea artificial, a primeira delas é APNEIA!
A segunda indicação é proteção da via aérea! Às vezes, a via aérea pode até estar pérvia, mas, por exemplo, o paciente está sangrando na orofaringe e você tem
medo que ele broncoaspire... É o paciente que está falando, mas está vomitando... Tem que proteger a via aérea!
A terceira indicação é um TCE grave... E atenção com as maldades de prova! O que é um TCE grave? É um Glasgow menor do que 9 ou menor ou igual a 8! Cuidado
com a pegadinha.
É aquele paciente que vai precisar de midazolam em bomba de infusão para parar de convulsionar; ou o que inalou muita fumaça e está sob o risco de
comprometimento iminente da via aérea.
Agora que já sabemos quais as indicações, vamos conhecer quais os tipos de via aérea artificial...
Nós dividimos a via aérea artificial em temporária e definitiva. A via aérea definitiva é aquela que também PROTEGE a via aérea! É a via que protege a via aérea
porque tem balonete insuflado na traqueia!
Intubação orotraqueal, nasotraqueal, cricotireoidostomia cirúrgica, traqueostomia... Esses são os métodos definitivos!
INT: POUCO USADA! NECESSITA DE PACIENTE ALERTA E COLABORATIVO! CONTRAINDICADA EM CASOS DE TRAUMA DE FACE, LESÃO
EM BASE DE CRÂNIO E APNEIA!
Em casos de apneia, por exemplo, não podemos utilizar a INT... Lesão em base de crânio, trauma de face... Também não pode! Para INT (pouco usada), precisamos
de paciente alerta e colaborativo!
COMO SEI SE O TUBO ESTÁ NO LUGAR CERTO? VISUALIZAÇÃO DIREITA, AUSCULTA EPIGASTRO E AMBOS OS
HEMITÓRAX + CAPNÓGRAFO (PADRÃO-OURO) + RX DE TÓRAX QUANDO POSSÍVEL.
Como é que eu sei que o tubo está bem colocado? Número 1: você mesmo visualizar a passagem do tubo pelas cordas vocais... Também
pode ver através do exame físico, auscultando epigastro e ambos os hemitórax; a colocação de um capnógrafo, que seria o padrão-ouro
segundo o ATLS; e também, quando der, um RX de tórax.
Capnógrafo
São métodos que NÃO PROTEGEM VIA AÉREA. Além da crico cirúrgica, cada vez mais usado como uma maneira de não ter que laringoscopar o paciente e colocá-lo
numa via aérea definitiva, a máscara laríngea e o combitubo são alternativas! Não são vias aéreas definitivas, mas são boas para aquelas pessoas que não tem
experiência nenhuma! Não tem laringoscopia!
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E já que a IOT é o método preferencial/mais utilizado, vamos saber alguns detalhes...
- Indicação: paciente que NECESSIDADE DE UMA VIA AÉREA ARTIFICIAL, MAS QUE APRESENTA O REFLEXO DE VÔMITO PRESERVADO; ou seja,
tem RISCO DE VOMITAR E BRONCOASPIRAR durante o procedimento.
- Etapas (7 P’s): PREPARAÇÃO PRÉ-OXIGENAÇÃO (evitar ventilar) O2 100% 3-5min PRESSÃO SOBRE A CARTILAGEM CRICOIDE (manobra de
Sellick) PRÉ-INTUBAÇÃO OTIMIZADA (drogas) PARALISIA APÓS INDUÇÃO DE HIPNOSE POSICIONAMENTO DO DOENTE (hiperextensão
cervical) PASSAGEM DO TUBO PÓS-INTUBAÇÃO
Contraindicações à IOT:
Não consigo! Tá cheio de sangue, cheio de edema por ali e eu não consegui ver as cordas vocais!
Não posso! O paciente “está com a cara toda quebrada”! Não vamos enfiar um laringoscópio e piorar a lesão dele!
Não posso! Na hora que passarmos o tubo, vamos terminar de “rasgar” essa traqueia...
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SE NÃO CONSEGUIR OU NÃO PUDER INTUBAR...
Visto que a IOT é o método preferencial e mais utilizado, quais as alternativas nos casos em que “não consigo” ou “não posso” intubar?
Impede que o ar passe para o estômago através do balonete insuflado que oclui o esôfago.
Via aérea TEMPORÁRIA
Não necessita de laringoscopia
COMBITUBO
CRICOTIREOIDOSTOMIA CIRÚRGICA
TRAQUEOSTOMIA
OXÍMETRO DE PULSO
ATENÇÃO ÀS ARMADILHAS QUE EXIGEM CONDUTA IMEDIATA: veremos adiante situações que nos impedem de passar para o “C”.
Uma vez obtida a via aérea pérvia: OXIGÊNIO (> 10 LITROS/MINUTO), sob máscara facial, ou por tubo endotraqueal + oximetria de pulso e eletrocardiografia contínuas
+ exame físico do aparelho respiratório + solicitar RX de tórax AP. Algumas situações podem comprometer criticamente a ventilação/oxigenação, sendo consideradas
armadilhas: pneumotórax hipertensivo, pneumotórax aberto e tórax instável. O hemotórax e o pneumotórax simples também podem estar incluídos (veremos
melhor adiante). Vamos adiantando alguns pontos!
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C
TODO PACIENTE POLITRAUMATIZADO TEM CHOQUE HIPOVOLÊMICO HEMORRÁGICO ATÉ QUE SE PROVE O CONTRÁRIO!
Locais de sangramento responsáveis por cursar com choque hipovolêmico: TÓRAX, ABDOME, FRATURA DE OSSOS LONGOS, FRATURA DE PELVE.
CONTROLE DA HEMORRAGIA:
A principal forma é a compressão! O torniquete pode usar por até 6 horas, mas devemos procurar pelo menor tempo possível pelo risco de isquemia!
Lembrando...
X-ABDE PHTLS = PRIMEIRO COMPRIMIR O SANGRAMENTO!
Não é um conceito do ATLS! É um conceito voltado para paramédicos, principalmente. Num ambiente extra-hospitalar, se o paciente estiver EXSANGUINANDO
(“jorrando sangue”), a primeira medida é COMPRIMIR A FERIDA/SANGRAMENTO!
1ª coisa: DOIS ACESSOS VENOSOS PERIFÉRICOS - cateter calibroso e curto. A primeira coisa que eu tenho que fazer é pegar um acesso venoso. O acesso
venoso de escolha no trauma é o PERIFÉRICO! De preferência, você pega 2 acessos, porque você pode fazer volume mais rapidamente do que você faria com acesso
central! Não é porque é mais fácil! É porque você faz mais volume! Você coloca um jelco 14 (calibroso e mais curto)... O cateter de subclávia, por exemplo, é fininho
e comprido...
Se eu não conseguir o acesso periférico, no adulto, tanto faz qualquer um destes 3: ou eu pego central, ou eu disseco safena, ou eu vou para o intraósseo.
- CRIANÇA: faz INTRAÓSSEO (agulha intraóssea a 3 dedos da tuberosidade da tíbia). Se houver fraturas ou infecção local:
realizar o acesso central.
O problema é quando eu tenho uma criança com menos de 6 anos de idade! Se eu não conseguir pegar o periférico, o intraósseo passa
a ser o de escolha!
2ª coisa: SOLUÇÃO CRISTALOIDE ISOTÔNICA AQUECIDA (RINGER OU SORO FISIOLÓGICO). Quanto de volume?
- CRIANÇAS: 20 ML/KG
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Alguns conceitos importantes antes de continuar...
HIPOTENSÃO PERMISSIVA:
- NÃO FAZER EM CASOS DE TCE/TRM (pela redução da pressão de perfusão cerebral). Lembre-se: PPC = PAM - PIC
TRANSFUSÃO MACIÇA:
ABC SCORE
- É um ANTIFIBRINOLÍTICO
- Fazer para SANGRAMENTOS INTENSOS E NÃO COMPRESSÍVEIS, INSTÁVEIS, COM NECESSIDADE DE TRANSFUSÃO MACIÇA
- SÓ PODE FAZER SE 1ª DOSE (1 grama) NAS PRIMEIRAS 3H E DOSE DE REFORÇO (+ 1 grama) EM 8 HORAS
- Consiste na reposição volêmica ADEQUADA para o paciente. Em casos de hemorragia intensa, como em trauma penetrante grave, é necessário
que primeiro se controle a perda sanguínea para depois colocar volume. Durante a reposição volêmica, se houver elevação da PA, mas sem o
controle da hemorragia, pode ser que a perda sanguínea se exacerbe e o paciente venha a óbito.
DIURESE E SINAIS VITAIS! Por algum tempo, a resposta para essa pergunta era apenas ‘diurese’. Era a grande forma de você avaliar a sua reposição volêmica.
Hoje, a gente sabe que, sim, a diurese continua sendo muito importante, mas os sinais vitais, claro, também nos dão pistas importantes!
- RESPOSTA RÁPIDA: paciente respondeu. Perdeu 10-20% de volume. O soro foi suficiente. Provavelmente não precisa mais de soro ou sangue.
RESPOSTA TRANSITÓRIA: melhorou e depois piorou. Perdeu 20-40% de sua volemia. Tem que levar mais soro e provavelmente precisa de sangue.
- RESPOSTA MÍNIMA OU NEGATIVA: perdeu mais de 40% da volemia. Precisa de soro ou sangue.
OU SEJA, BASTA NÃO RESPONDER À PRIMEIRA ETAPA DE SORO PARA SE PENSAR EM TRANSFUSÃO DE SANGUE.
EM RELAÇÃO À DIURESE...
Fica atento, pois esses números caem em prova! Quanto de diurese eu preciso para dizer que meu paciente está sendo reanimado volemicamente de forma
adequada?
- CRIANÇAS: 1 ml/kg/h
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PARA QUANTIFICAR A DIURESE... PRECISAMOS PASSAR UM CATETER VESICAL!
- SANGUE NO MEATO URETRAL, HEMATOMA ESCROTAL OU PERINEAL, RETENÇÃO URINÁRIA, FRATURA DE PELVE – SINAIS DE LESÃO NA URETRA.
Não pode passar o cateter. É OBRIGATÓRIA A REALIZAÇÃO DE URETROCISTOGRAFIA RETRÓGRADA.
ATENÇÃO!
Sempre que houver hipotensão refratária à reposição de volume, pensar choque obstrutivo ou choque cardiogênico. Pensar sempre em
pneumotórax hipertensivo, tamponamento cardíaco, contusão ou infarto agudo do miocárdio e embolia gasosa. Também pensar em (menos
frequentes) choque neurogênico e insuficiência suprarrenal.
CONDUTAS IMEDIATAS:
Vamos ver mais detalhes adiante, mas são condições que nos impedem de passar para a etapa “D”
Angioembolização
Veremos mais detalhes na parte de TCE, mas já adiantando: é obrigatório saber decorada a escala de coma de Glasgow! Cai todo ano em prova!
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E
EXPOSIÇÃO E CONTROLE DO AMBIENTE. Avaliar os pacientes das cabeças aos pés e, posteriormente à avaliação, o paciente deve ser aquecido
com cobertores térmicos e a temperatura da sala de reanimação deve estar adequada para EVITAR A HIPOTERMIA.
Expor dorso, períneo, extremidades; retirar colar e prancha (se mantidos); cobertores, mantas térmicas, fluidos aquecidos, controle da
temperatura da sala de trauma;
CATETER URINÁRIO: importante para quantificação do débito urinário e avaliação da resposta à reposição volêmica. Lembre que é contraindicado em casos de
suspeita de trauma/lesão de uretra
CATETER NASOGÁSTRICO: o paciente politraumatizado tem gastoparesia por aumento de catecolaminas. Também é útil para reduzir distensão, risco de
broncoaspiração e ainda auxilia na investigação de hemorragia do TGI. CONTRAINDICADA NOS CASOS EM QUE HÁ SUSPEITA DE FRATURA DE BASE DE CRÂNIO
(hemotímpano, rinorreia, otorreia, equimose bilateral periorbitária e retroauricular).
MONITORAÇÃO DE SINAIS VITAIS COM ELETROCARDIOGRAFIA, OXIMETRIA DE PULSO, GASOMETRIA ARTERIAL: repetir periodicamente.
EXAMES RADIOLÓGICOS QUE DEVEMOS SOLICITAR: COLUNA CERVICAL PERFIL, TÓRAX AP PELVE AP.
EXAME SECUNDÁRIO (“CABEÇA AOS PÉS”) E HISTÓRIA: realizada nos pacientes que já estão “normalizando”. História clínica e exame físico
detalhado. A utilização do mnemônico AMPLA muitas vezes é útil.
A= alergias;
M= medicamentos em uso (anticoagulantes, antiplaquetários, glicocorticoides);
P= passado médico, prenhez;
L= líquidos e alimentos ingeridos antes do acidente (última hora que o paciente ingeriu líquido ou alimento);
A= ambiente (como foram as circunstâncias do acidente). Pode ser colhida com familiares, com o povo do hospital ou com o próprio
paciente se estiver lúcido.
MEDIDAS AUXILIARES AO EXAME SECUNDÁRIO: exames diagnósticos mais específicos, se necessidade. Exemplo: urografia, endoscopia,
colonoscopia, ecocardiograma, broncoscopia, TC, etc.
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5. Trauma Cranioencefálico (TCE)
Leve: 13-15
Moderado: 9-12
Grave: < 8
NT (não testado)
“Flexão normal”: flexão normal ao nível do cotovelo/não ultrapassa a clavícula/não chega no trapézio
Nenhuma reação = 2
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- Conceito 1: AMBOS SÃO OCASIONADOS POR LESÃO MEDULAR!
- Conceito 2: O CHOQUE NEUROGÊNICO OCORRE DE T6 PARA CIMA PERDA DO CONTROLE SIMPÁTICO CARDIOVASCULAR + HIPOTENSÃO +
↓FC
Quando a gente tem uma lesão de T6 para cima, o paciente perde o controle simpático cardiovascular! Então, se eu perco o tônus simpático cardiovascular, eu faço
vasodilatação! O paciente entra em choque por queda da PA! Quando você tem um paciente politraumatizado e que está chocado, imediatamente você tem uma
descarga adrenérgica que faz com que o paciente eleve a sua FC. Aqui, você perdeu o controle simpático cardiovascular! É um paciente hipotenso que não tem a
resposta compensatória da taquicardia! Então, além da hipotensão, o choque neurogênico também se caracteriza pela frequência cardíaca baixa! É o paciente que
choca basicamente por vasodilatação! O paciente, em vez de estar ‘chocado frio’, por causa de vasoconstrição periférica, está ‘chocado quente’, por conta da
vasodilatação!
O melhor nome seria ‘pancada medular’! Você tem um problema neurológico! Então, no nível onde a medula sofreu a pancada, há um déficit neurológico (que pode
ser transitório, inclusive). É uma “pancada” na medula. Não confunda esses conceitos!
- Perda súbita da consciência MENOR QUE 6 horas - Coma MAIOR QUE 6 horas
A concussão cerebral é um evento menos grave que a LAD. Você pode Aqui a lesão é muito mais grave! Também há uma desaceleração súbita, mas há uma
resumi-la em uma palavra: NOCAUTE. Quando você vê lá no MMA o diferença: geralmente a desaceleração é acompanhada por movimento de rotação da
cara que recebe uma pancada e ‘apaga’, aquilo é uma concussão cabeça (comum em capotamentos), gerando o que chamamos de lesão por
cerebral! Do ponto de vista clínico, você tem uma perda súbita da cisalhamento. A clínica se manifesta com perda imediata da consciência! O paciente
consciência, mas temporária! Por definição, a concussão pode deixar o “apaga”, mas “apaga” por mais de 6 horas! E aí você se pergunta: em um paciente que
paciente ‘apagado’ por até menos de 6 horas (na imensa maioria das tá “apagado” há 1 hora, como saberemos se é uma concussão ou uma LAD? Pedindo a
vezes é por segundos a poucos minutos). É comum o paciente acordar TC!? Não, não adianta pedir TC! O sangramento é de axônio rompido, é um
sem saber o que aconteceu... Pode haver confusão mental ou até sangramento microscópico! A TC não vai ver! Quem vai ver melhor é a RNM! Então, a
mesmo síndrome convulsiva... A nossa conduta é apenas observar! dica é: Glasgow baixo (3, por exemplo) com TC inocente = pense em LAD!
Nosso próximo passo são as LESÕES CEREBRAIS FOCAIS. Também existem duas importantes: são os
hematomas subdural e extra/epidural agudos. O hematoma subdural agudo é mais comum! Mas, para a
gente entender melhor o assunto, precisamos fazer uma breve revisão sobre a anatomia no local!
- De dentro para fora: couro cabeludo > calota craniana > ESPAÇO EPIDURAL (por aqui passa a artéria
meníngea) > dura-máter > ESPAÇO SUBDURAL (por aqui passam as veias-ponte) > aracnoide > espaço
subaracnoide (por onde circula o líquor) > pia-máter.
Se existe o hematoma epi/extra, que é causado por sangramento arterial, e existe o hematoma sub, que é
causado por sangramento venoso, para uma mesma lesão, qual é mais grave? O extra! É sangramento
arterial! Qual vai ter o quadro mais agressivo? O extra! É sangramento arterial! O hematoma subdural
tende a gerar um quadro mais progressivo, pois é venoso (tudo isso para uma mesma gravidade de lesão,
obviamente).
Então...
- Hematoma EXTRADURAL: decorrente de lesão nas ARTÉRIAS MENÍNGEAS quadro mais AGUDO/GRAVE.
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HEMATOMA SUBDURAL HEMATOMA EXTRADURAL
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INDICAÇÕES DE TOMOGRAFIA DE CRÂNIO NO TCE
- SEMPRE!
- Pedir avaliação neurocirúrgica + Reavaliação seriada + NOVA TC EM 24H SE PIORA OU ALTERAÇÃO NA TC INICIAL!
TRATAMENTO DA PIC
MEDIDAS GERAIS
- Iniciais: atenção ao ABCDE! Manter boa oxigenação, normotensão, evitar hipotermia, etc.
- Se hipotensão + TCE grave: SALINA 3% 250ml bolus, seguida de 50-100ml (Sabiston 21ª edição)
MEDIDAS ESPECÍFICAS
Entendendo o passo-a-passo...
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6. Trauma de Face
CLASSIFICAÇÃO DE LEFORT:
TIPO 1
TIPO 2
- Fratura piramidal
TIPO 3
- Disjunção craniofacial
Observação: as fraturas de Lefort Tipo 2 e Tipo 3 podem cursar com fratura de base de crânio.
ABORDAGEM GERAL:
- Passo inicial: SEGUIR O ABCDE! Por mais “assustadora” que seja a lesão de face, tem que seguir o protocolo!
CONDUTA GERAL:
- CIRURGIA SOMENTE SE PREJUÍZO ESTÉTICO OU PERDA DE FUNÇÃO (ex: não consegue abrir a boca, visão prejudicada, etc)
- SE SANGRAMENTO PROTUSO DE OROFARINGE = acometimento provável de artéria maxilar ou palatina (ramos da carótida externa). A conduta
é o LIGAMENTO DA CARÓTIDA EXTERNA.
- EPISTAXE
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Aprofundando...
TRAUMA OCULAR
TRAUMA DE ÓRBITA
Anatomia:
Clínica:
- HEMATOMA PERIORBITÁRIO, HEMORRAGIA SUBCONJUNTIVAL, ANESTESIA REGIONAL, ALTERAÇÕES OCULARES (enoftalmia, diplopia,
motricidade e abertura ocular anômalas)
- SÍNDROME DA FISSURA ORBITÁRIA SUPERIOR (FOS): paralisia do III e IV nervos cranianos + anestesia no ramo oftálmico do trigêmeo (V1)
Classificação:
- “BLOW OUT”
Mais comum
Enoftalmia: o olho “cai” para dentro e fica “aprisionado”
- “BLOW IN”
Rara
Fragmentos na cavidade orbitária
Proptose
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Diagnóstico:
- Blow out: TC com FRATURA NA PAREDE MEDIAL (LÂMINA PAPIRÁCEA) E ASSOALHO + ENOFTALMO (mais comum)
Tratamento:
TRAUMA DE MAXILA
FRATURA NASAL
- TRATAMENTO NÃO PRECISA SER FEITO NA FASE HIPERAGUDA (em geral aguardar 5-7 dias)
- Classificação de Stranc:
1 e 2 REDUÇÃO MANUAL
3 FIXAÇÃO CIRÚRGICA
- Conduta:
NEURORRAFIA PRIMÁRIA
Se lesão de parótida: RAFIA DA GLÂNDULA E AVALIAR DUCTO DE STENSEN
LESÃO DE PARÓTIDA
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FRATURA DE MANDÍBULA
- Ramo (onde fica o côndilo): geralmente mais grave, precisa de tratamento cirúrgico
- Se lesão do alvéolo dentário = fratura exposta ATB + FIXAÇÃO ASSIM QUE POSSÍVEL
FRATURA DE ZIGOMÁTICO
- Atenção: TRISMO
- TRATAMENTO CIRÚRGICO
FRATURA DE FRONTAL
LESÃO DE ORELHA
- Feridas COM acometimento de cartilagem = ATB SISTÊMICO + SUTURA com cobertura adequada da cartilagem
com tecidos bem vascularizados
SE CONDRITE...
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7. Trauma Cervical
CLASSIFICAÇÃO:
ZONAS CERVICAIS:
ZONA 1
ZONA 2
ZONA 3
Perceba que da Zona I para a Zona III, vamos “subindo”. A de maior extensão é a Zona II, onde temos várias estruturas possíveis de serem lesadas!
CONDUTA:
B: respiração
C: circulação
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(2) AVALIAR CONDUTA CIRÚRGICA:
SE INSTABILIDADE, SANGRAMENTO ATIVO, HEMATOMA EM EXPANSÃO, LESÃO AERODIGESTIVA (ENFISEMA CERVICAL PROGRESSIVO,
VAZAMENTO DE AR POR FERIDA) = CIRURGIA (CERVICOTOMIA EXPLORADORA)
RESUMÃO DO FLUXOGRAMA
Instável?
Não:
Hemorragia intensa?
Hematoma em expansão?
Obstrução de vias aéreas?
Enfisema subcutâneo progressivo?
Piora neurológica?
ANTES DE PROSSEGUIR...
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8. Trauma de Coluna Vertebral e Raquimedular
Trauma de Coluna
CONCEITOS INICIAIS:
33 VÉRTEBRAS!
7 Cervicais
12 Torácicas
5 Lombares
5 Sacrais
4 Coccígeas
DADOS ESTATÍSTICOS:
- AP E PERFIL SEMPRE!
- VERIFICAR O ALINHAMENTO!
PRINCIPAIS FRATURAS:
- É uma força AXIAL (“de cima para baixo”), como em MERGULHOS OU OBJETOS CAINDO NA CABEÇA.
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FRATURA DO AXIS (C2)
- Mecanismo de DESACELERAÇÃO, típico nos casos de acidentes com o USO DE CINTO DE SEGURANÇA DE 2 PONTAS.
TRAUMA RAQUIMEDULAR
C5: ombros
T2: axilas
T4: mamilos
T8: xifoide
T10: umbigo
T2: sínfise púbica
L1-L5: membros inferiores (L3: joelho)
S4 e S5: esfíncter/perianal
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9. Trauma de Tórax
Devemos lembrar que em todo politraumatizado que esteja chocado, a hemorragia é a primeira causa; no entanto, a presença de choque não responsivo à
administração de volume deve suscitar alguns diagnósticos alternativos, como pneumotórax hipertensivo, lesão miocárdica, tamponamento cardíaco e embolia
aérea para artéria coronária com infarto extenso e choque cardiogênico.
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
DEFINIÇÕES:
Pode ser decorrente tanto do TRAUMA FECHADO QUANTO DO ABERTO. A CAUSA MAIS COMUM É A VPP (ventilação com pressão positiva). No
traumatismo fechado do tórax, a ruptura súbita do parênquima com escape de ar para o espaço pleural é conhecida como ruptura alveolar em “saco de papel”.
ACHADOS CLÍNICOS:
A fisiopatologia do pneumotórax por trauma contuso (sem perfuração - fechado) é a seguinte: quando o trauma ocorre, o pulmão está cheio (imagine um carro
batendo no poste) – os sacos alveolares se rompem e liberam ar para a pleura – entra ar, mas o ar não consegue sair (vai pra pleura) – esse ar começa a fazer o
colabamento do pulmão – gera uma “bolota” de ar que empurra o mediastino para o outro lado, com desvio da traqueia e angulação/dobramento de vasos da base
(não passam sangue) – o sangue não consegue descer da cabeça – há turgência jugular. A “bolota” de ar também gera hipertimpanismo na percussão. Como o
pulmão está todo colabado atrás do coração, então há diminuição do MV. O retorno venoso que vem debaixo também está dificultado – há hipotensão. O problema
do pneumotórax hipertensivo não é nem ventilatório, mas sim o choque pela hipotensão que ele pode causar.
DIAGNÓSTICO:
CONDUTA:
- IMEDIATA: TORACOCENTESE no 5º EIC anterior a linha axilar média (se criança: 2ºEIC na linha
hemiclavicular)
- TORACOSTOMIA COM DRENAGEM DE TÓRAX para conduta definitiva (5º EIC anterior a linha axilar
média). No acompanhamento, é importante a avaliação periódica do débito pelo dreno.
ou há LESÃO DE GRANDE VIA AÉREA (lesão de via aérea de grosso calibre). Pistas diagnósticas:
O paciente respira e o ar prefere ir para o brônquio lesionado, pois há menos resistência! O dreno não é capaz de resolver o problema, de esvaziar o tórax! Então,
passamos um segundo dreno ou impedimos que o ar vá para aquele hemitórax, fazendo uma intubação seletiva.
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PNEUMOTÓRAX SIMPLES
DEFINIÇÕES:
É todo aquele que NÃO APRESENTA DESVIO DO MEDIASTINO, podendo ser decorrente tanto de trauma penetrante (aberto) quanto fechado. É
considerado um “PNEUMOTÓRAX PEQUENO” quando há menos de 1/3 do volume do pulmão e um “GRANDE PNEUMOTÓRAX” quando há colapso de
quase todo o pulmão, sem a presença de desvio do mediastino e hipotensão.
UM ALGO A MAIS...
E-FAST: normal: SINAL DA PRAIA (areia da praia e ondas do mar); alterado: SINAL DA ESTRATOSFERA OU CÓDIGO DE BARRAS
Todo pneumotórax deve ser drenado? Se for simples (não é hipertensivo e é pequeno – 20-30% de um hemitórax), não precisa drenar – apenas avalia. Se for simples
e pequeno, a única exceção para drenar este paciente é caso ele seja colocado em transporte aéreo ou ventilação mecânica. Quando você coloca no transporte
aéreo ou ventilação mecânica, a pressão muda e o pneumotórax pode aumentar! Então...
TRANSPORTE AÉREO
VENTILAÇÃO MECÂNICA ou
SUBMETIDO A ANESTESIA GERAL (lembrar da VIDEOLAPAROSCOPIA)
O aumento da pressão ocasionado nessas situações pode tornar um pneumotórax simples e pequeno em um “grande e complicado”
PNEUMOTÓRAX ABERTO
DEFINIÇÕES:
Também chamada de FERIDA TORÁCICA ASPIRATIVA. Ocorre por lesão penetrante. Deve haver um
“BURACO” MAIOR QUE 2/3 DO DIÂMETRO DA TRAQUEIA. O paciente está NORMOTENSO.
O ar “entra pelo buraco”, mas também sai... Não há o desvio do mediastino, não há hipotensão. A
princípio, o paciente está normotenso.
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OS CRITÉRIOS PARA RETIRADA DO DRENO
NÃO BORBULHAMENTO/ESCAPE DE AR PELO FRASCO DE DRENAGEM POR NO MÍNIMO 24 HORAS (ausência de fístula).
HEMOTÓRAX
DEFINIÇÕES:
- Na fisiopatologia, temos sangramento GERALMENTE POR LESÃO DE VASO INTERCOSTAL – este tipo
de sangramento é AUTOLIMITADO – quando o paciente chega no PS, já parou de sangrar. Na clínica,
podemos ter desvio de traqueia (quando maciço), empurrando o mediastino para o lado, com jugular colabada
(geralmente) ou com turgência (quando maciço).
CLÍNICA E DIAGNÓSTICO:
CONDUTA:
Como na maioria das vezes o sangramento é autolimitado e já cessou, o que devemos fazer? Tirar o sangue de lá... Quando tira o sangue, o pulmão reexpande e
ainda ajuda na hemostasia por comprimir vaso intercostal. Então, a conduta é a DRENAGEM DE TÓRAX.
AUTOTRANSFUSÃO é uma possibilidade que pode substituir a transfusão habitual, através do REAPROVEITAMENTO do sangue que está sendo perdido pelo
hemotórax, que passa por uma espécie de “filtro” e é transfundido de volta para o paciente. É como se fosse “devolvido” o sangue que foi perdido.
INDICAÇÕES DE TORACOTOMIA:
Quando fazer a toracotomia? Quando não parar de sangrar ou sangrar muito! Ou seja, em um HEMOTÓRAX MACIÇO! Vamos quantificar:
- HEMOTÓRAX MACIÇO!
“SANGROU MUITO” – colocou o dreno e saiu MAIS DE 1,5 LITROS DE SANGUE (isso não deve sangramento intercostal – tem que “abrir” pra
ver o que tá acontecendo).
“NÃO PÁRA DE SANGRAR” – uma drenagem de 200-300ML/HORA NAS PRÓXIMAS 2-4 HORAS.
- NECESSIDADE PERSISTENTE DE TRANSFUSÃO – independe de números. É o sangramento que fica “babando” independente das condutas tomadas.
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QUANDO DESCONFIAR DE “HEMOTÓRAX RESIDUAL”?
SUSPEITA:
- Paciente com sinais de EMPIEMA PLEURAL (FEBRE, DOR PLEURÍTICA...) após TRAUMA TORÁCICO/HEMOTÓRAX DRENADO, até que se prove o
contrário, a causa é um HEMOTÓRAX RETIDO. Questão recente da USP (RP).
CONDUTA:
- Em hemotóraces retidos não infectados e menores que 300ml, pode ser adotada a CONDUTA EXPECTANTE.
- Hemotórax residual associado a empiema e/ou maiores que 300ml podem ser abordados por VIDEOTORACOSCOPIA (VATS) PRECOCE (ENTRE
3-5 DIAS DO DIAGNÓSTICO)
- Hemotórax muito volumoso (sem quantidade definida), com sinais de loculação, aprisionamento pulmonar ou em falha de videotoracoscopia
pode ser conduzido por TORACOTOMIA.
Indicações: TRAUMA PENETRANTE TORÁCICO (a princípio, o contuso não se beneficia com a toracotomia de
reanimação) com o paciente COM AUSÊNCIA DE PULSO CENTRAL, MAS COM SINAIS DE VIDA, como pupilas
reativas, gasping, movimentos espontâneos...
Aproveitando... São causas de PCR no trauma: HIPÓXIA, PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO, HIPOVOLEMIA, LESÃO CARDÍACA
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TAMPONAMENTO CARDÍACO
DEFINIÇÕES:
CLÍNICA:
- TRÍADE DE BECK (TURGÊNCIA JUGULAR, HIPOTENSÃO E HIPOFONESE DE BULHAS). Presente em 40% dos casos.
Há uma “carapaça de sangue” ao redor dos ventrículos, que não conseguem relaxar direito e acabam não acomodando o sangue que vem do retorno venoso@
O paciente pode apresentar PULSO PARADOXAL (queda superior a 10mmHg da PAs durante a inspiração) e SINAL DE KUSSMAUL (turgência maior das veias
jugulares durante a inspiração).
Quando você faz a inspiração, você aumenta o retorno venoso para o coração direito. O VD é “muito fininho” quando comparado com o VE, que é mais grosso. E por
que o VD tem que ser fino? Para que quando eu inspire, o sangue que subir consiga se acomodar mais facilmente, por causa dessa maior complacência de VD.
Quando a gente inspira e o sangue sobe, como há uma “carapaça de sangue” no VD, ele bate e não consegue entrar. O que ele faz? O VD empurra o septo para
dentro do VE! Dessa forma, diminui-se o enchimento do VE! Na próxima vez que esse VE bater, ele bate com menos sangue, e a pressão sistólica cai. Além disso, o
sangue de cima também não consegue descer... Há turgência.
CONDUTA:
Se não houver profissional habilitado ou nos casos de “sufoco”, proceder com PERICARDIOCENTESE subxifoidiana (“punção de
Marfan”) com agulha de ponta romba (tira apenas 10-20 ml – isso já é capaz de estabilizar o paciente). Atualmente, a pericardiocentese
é considerada conduta de exceção!
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TÓRAX INSTÁVEL
DEFINIÇÕES:
2, 3 ou mais arcos costais fraturados CONSECUTIVOS e em PELO MENOS 2 LOCAIS DISTINTOS EM CADA ARCO. Geralmente
ocasionado em acidente automobilístico.
Detalhe: o Sabiston fala 2 ou mais arcos costais fraturados e o ATLS 3 ou mais... O Schwartz, então, usa o termo ‘múltiplos’ arcos costais. A
gente só tem que lembrar que esses arcos costais fraturados devem ser CONSECUTIVOS! 2º, 3º e 4º, por exemplo. Não pode ser 2º, 4º e
5º! Tem que ser consecutivo! E atenção! Cada arco costal deve ser fraturado em pelo menos dois locais distintos!
CLÍNICA:
Na hora que o paciente inspira, a costela fraturada bate na pleura e gera dor (principal
manifestação clínica). A outra manifestação é a respiração paradoxal (‘tórax baixando durante
a inspiração’)
CONDUTA:
A dor pode ser tão grande a ponto de precisar de bloqueio intercostal. A insuficiência respiratória que pode surgir é decorrente da dor, e não da respiração paradoxal!
Além disso, o tórax instável pode causar insuficiência respiratória também por causa de contusão pulmonar, gerada pelo choque da costela no pulmão. Vamos
entender melhor!
CONTUSÃO PULMONAR
DEFINIÇÕES: possui elevada ASSOCIAÇÃO COM FRATURA DE ARCOS COSTAIS. Entretanto, nas crianças é menos comum a contusão pulmonar por
fratura de costela, graças ao exuberante componente cartilaginoso destas estruturas nesta fase, fenômeno que aumenta sua elasticidade.
CLÍNICA: eventualmente é CONFUNDIDA COM A SDRA. O líquido e o sangue do interior dos vasos rotos tomam os alvéolos, o interstício e os
brônquios, produzindo hipoxemia consolidações localizadas no parênquima pulmonar ao RX.
DIAGNÓSTICO: CLÍNICO + RX COM CONSOLIDAÇÕES (diagnóstico diferencial com SDRA/atelectasia). Os achados radiológicos em casos leves só se
tornam evidentes após 24-48h após o trauma, mas a prova não costuma levar isso em consideração.
CONDUTA: FISIOTERAPIA + ANALGESIA + OXIGÊNIO. Se PaO2 < 60 ou SaO2 < 90% = VENTILAÇÃO MECÂNICA COM PRESSÃO POSITIVA. Ou
seja, DEPENDE DA GASOMETRIA PARA INTUBAR O PACIENTE.
Posso ter contusão pulmonar sem fratura? Pode... E como tratar nesses casos?
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TRAUMA DE AORTA
DEFINIÇÕES:
RUPTURA TRAUMÁTICA DA AORTA = causa mais comum de morte súbita após acidente automobilístico ou quedas de grandes alturas
É possível lacerar a aorta e ficar vivo? Podemos dizer que a laceração de aorta
é TUDO OU NADA: mata ou não mata. Geralmente mata em 80% dos casos. Os
20% restantes têm sorte: cria-se um hematoma que acaba “tamponando” a
artéria. Detalhe: essa laceração ocorre ao NÍVEL DE LIGAMENTO ARTERIOSO (é
o local onde a aorta é fixa no tórax – o resto não é fixo). Entretanto, não está
fixa no coração e no diafragma, por isso lacera... E lacera no nível do ligamento
arterioso, que é onde está presa. E o ligamento arterioso é mais ou menos na
emergência da subclávia. Ou seja... O sangue consegue subir. Os pulsos dos
membros superiores ficam bons. Mas quando o sangue vai descer, vai “parar no
hematoma” – gera pulsos diminuídos nos membros inferiores. “A lesão foi
depois da subclávia!”
DIAGNÓSTICO:
- CLÍNICA + RX DE TÓRAX
- AORTOGRAFIA É PADRÃO-OURO, mas só se utiliza quando a TC é inconclusiva ou quando há suspeita de lesão de outros vasos além da aorta.
ALARGAMENTO DO MEDIASTINO
HEMOTÓRAX A ESQUERDA
FRATURA DE PRIMEIRO OU SEGUNDO ARCO COSTAL
PERDA DO CONTORNO AÓRTICO
Outros: desvio da traqueia/esôfago para a direita, fratura de escápula
TRATAMENTO:
O paciente está com uma “bomba relógio” no tórax. Ele tem um hematoma que está tamponando ninguém mais, ninguém menos que a aorta descendente. Caso
ele tenha lesão em múltiplos órgãos e a lesão de aorta, o que fazer primeiro? Tratar as outras lesões ou ir primeiro na aorta? É uma bomba-relógio, mas EU SEI
QUANTO TEMPO TEM ALI NAQUELE RELÓGIO! AQUELE HEMATOMA SEGURA A AORTA POR ~ 24 HORAS! E é por isso que podemos esperar um pouco. Posso
TRATAR AS OUTRAS LESÕES PRIMEIRAMENTE!
CONDUTA DEFINITIVA:
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CONTUSÃO MIOCÁRDICA
DEFINIÇÕES:
- A câmara cardíaca que bate na caixa torácica durante o trauma é o VENTRÍCULO DIREITO.
CLÍNICA:
DIAGNÓSTICO:
No eletro, pode haver extrassístoles, taquicardia sinusal, fibrilação atrial e bloqueio de ramo direito.
CONDUTA:
- Não tem muito o que fazer... OBSERVAÇÃO POR 24-48 HORAS, pelo risco de se desenvolver arritmias graves (nesses casos, fazer
ANTIARRÍTMICOS). Se a função de VD piorar muito, você pode tentar a DOBUTAMINA, mas isso é muito controverso na literatura.
ANTES DE PROSSEGUIR...
PUNÇÃO DE ALÍVIO SEGUNDO espaço intercostal na linha QUINTO espaço intercostal na linha AXILAR
HEMICLAVICULAR ANTERIOR
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10. Trauma de Transição Toracoabdominal
Anteriormente: 4º EIC
Lateralmente: 6º EIC
Posteriormente: 8º EIC/ponta da escápula
Inferiormente: rebordos costais e apêndice xifoide
CONCEITOS IMPORTANTES:
CONDUTA ESPECÍFICA:
Estável:
LAPAROSCOPIA (!)
TC (não é bom para avaliar diafragma) esse é o grande conceito que as provas cobram!
Conduta de acordo com lesão
Instável:
E-FAST (!)
Tórax + = TORACOTOMIA
Abdome + = LAPAROTOMIA
Ambos + = depende (em SP geralmente começa pelo tórax)
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TRAUMA DE DIAFRAGMA
DEFINIÇÕES:
TRAUMA PENETRANTE:
TRAUMA CONTUSO:
Como temos o fígado do lado direito, as lesões acabam sendo mais diagnosticadas no lado esquerdo!
DIAGNÓSTICO:
Radiografia pode até ser feita, mas pode deixar passar alterações mais imediatas.
- VIDEOLAPAROSCOPIA E VIDEOTORACOSCOPIA = PADRÃO-OURO! PODEM SER TERAPÊUTICAS NOS CASOS DE LESÕES PEQUENAS.
É o padrão-ouro, mas não é necessário fazer sempre! Geralmente utilizamos nos casos de ESTABILIDADE HEMODINÂNICA e DÚVIDA DIAGNÓSTICA. A laparoscopia é
a mais utilizada.
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