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Módulo Especifico I
Preparação e Costura de Cabedais
SENAI/CE
Centro de Educação e Tecnologia Alexandre Figueira Rodrigues - CETAFR
Este Trabalho foi elaborado por colaboradores das Unidades de Negócios cujos nomes estão
relacionados na folha de créditos.
Ficha Catalográfica
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................9
1. REQUISIÇÃO DE MATERIAIS................................................................................ 9
1.1 Ficha técnica...........................................................................................................10
1.1.1 Interpretação......................................................................................................11
1.1.2 Informações do produto......................................................................................11
1.4 Materiais....................................................................................................................16
1.4.1 Linhas e Fios..........................................................................................................16
1.4.2 Numero Métrico......................................................................................................21
1.4.3 Adornos e Acessórios.............................................................................................25
1.4.4 Agulhas...................................................................................................................27
1.4.4.1 Conceito...............................................................................................................27
1.4.4.2 Partes das Agulhas.............................................................................................28
1.4.4.3 Pontas..................................................................................................................30
2.9 Adesivos...............................................................................................................53
2.9.1 Viscosidade.............................................................................................................53
2.9.2 Tempo de Secagem...............................................................................................53
2.9.3 Tempo Aberto.........................................................................................................54
2.9.4 Resistência..............................................................................................................54
2.9.5 Principais Adesivos.................................................................................................54
2.9.6 Estocagem..............................................................................................................56
8
3. COSTURA................................................................................................................59
3.1 Pontos de Costura.....................................................................................................59
3.1.1 Ponto Fixo...............................................................................................................59
3.1.2 Ponto Corrente........................................................................................................61
3.1.3 Ponto Zig Zag..........................................................................................................61
INTRODUÇÃO
A Preparação e costura em couro constitui uma das formas de artesanato
mais ancestrais. O propósito da técnica de costura, que era aplicada
antigamente, residia, pura e simplesmente, em unir peças de couro de forma
duradoura. A aparência da costura não tinha grande importância. Hoje em
dia, as prioridades a esse respeito mudaram substancialmente. Além de um
elevado grau de durabilidade, atualmente considerado uma qualidade básica,
são freqüentemente as tendências da moda que determinam certas formas
de apresentação da costura. No desenvolvimento construtivo e técnico dos
processos de costura os seguintes requisitos revestem-se, por conseguinte,
da maior importância:
• poucas agulhas quebradas
• poucos pontos falsos
• poucas rupturas de linhas
• qualidade das lâminas (aguçamento e posição do gume)
• tempo de vida útil prolongado
1. REQUISIÇÃO DE MATERIAIS
1.1. Ficha Técnica e Instrução de Serviço.
Deve se seguir atentamente a ficha técnica que vai juntamente com o protótipo
que serve como base de padrões de referência.
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GRADE DE CORTE
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
3 4 5 6 7 8 9 3 4 5 6 7 8 9 3 4 5 6 7 8 9 3 4 5 6 7 8 9
PREPARAÇÃO E COSTURA
Linha: Linha:
Agulha: Agulha:
Cor: Cor:
PT/CM: PT/CM:
Máquina: Máquina:
SOLADO
Material Fornecedor Referência Quantidade Valor
AVIAMENTOS
Aviamentos Fornecedor Referência Quantidade R$/Unid.
básicos
1.1.2 Interpretação
Devemos tomar muita atenção na hora de interpretar a ficha técnica, pois uma
interpretação errada pode comprometer completamente a linha de produção do
produto.
1272 e 1307. Era filho de Henrique III de Inglaterra, a quem sucedeu em 1272, e de
Leonor da Provença. Durante o seu reinado, a Inglaterra conquistou e anexou o País
de Gales e adquiriu controle sobre a Escócia. Eduardo mostrou ter uma
personalidade e estilo de governo bastante diferentes do seu pai, que procurava
reinar por consenso e resolvendo crises de forma diplomática.
No início do século XIV, mais precisamente no ano de 1305, O Rei Eduardo I,
decretou que fosse considerada uma polegada a medida de 3 grãos secos de
cevada, colocados lado a lado (não devemos nos esquecer que no Brasil utilizamos
o ponto Frances e na Inglaterra, utiliza-se o ponto inglês, mas isso iremos tratar mais
adiante). Este decreto visou padronizar as medidas, o que acarretou novas
possibilidades negócios, pois a partir daí, com a padronização dos tamanhos passou
a ser possível a confecção de calçados para vendas posteriores. Os sapateiros
ingleses gostaram da idéia e passaram a fabricar pela primeira vez na Europa,
sapatos em tamanho padrão, baseados no grão de cevada. Desse modo, um
calçado medindo 35 grãos de cevada passou a ser conhecido como tamanho 35 e
assim por diante.Oficialmente a primeira descrição de um sistema de medidas para
os calçados, foi publicada na Inglaterra no século VXII, no ano de 1688. A
publicação foi feita no manual The Academy Of Armory And Blazon desta época,
onde Randle Holme menciona um acordo entre sapateiros para utilizar um sistema
de 1/4 de polegada (0,635 cm) como padrão. Mais de um século depois, uma nova
medida foi instituída pelos fabricantes ingleses, que passaram a utilizar 1/3 de
polegada (0,846 cm), o equivalente a um grão de cevada, que era justamente a
medida decretada pelo Rei Eduardo I, lá no século XIV. Essa medida virou uma
unidade métrica chamada "Ponto".
Com a Revolução industrial, período que consistiu em um conjunto de mudanças
tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e
social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII expandiu-se pelo mundo a
partir do século XIX, e segundo alguns historiados, este processo estende-se até os
dias atuais. Durante este período, a era agrícola foi superada, a máquina foi
suplantando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs
novas relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de
massa, entre outros eventos. Essa transformação foi possível devido a uma
combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital
euma série de invenções, tais como o motor a vapor. O capitalismo tornou-se o
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1.3.1.1 Pontos
Existem vários PONTOS, mas abaixo estão os principais, vale lembrar, que há
variações nas tabelas de equivalência de numeração entre os países.
1.4 Materiais
1.4.1 Linhas e Fios
Linhas e fios são materiais compostos por fibras ou filamentos contínuos de
materiais naturais ou sintéticos, unidos por efeito mecânico de torção. As linhas são
obtidas:
• De fibras naturais como seda, algodão e linho
• De fibras modificadas como algodão mercerizado e viscose
• De fibras sintéticas.
As linhas mais empregadas na confecção de calçados e artefatos, são a
poliamida ( náilon ), o poliéster ( tradicional ) e o poliéster trilobal ( para bordados
à máquina ). No meio comercial, há uma distinção entre linha e fio, em função do
título (diâmetro) que apresentam, embora por definição, ambos sejam sinônimos.
Apesar de não haver norma para distinção, usa-se a designação linha quando o uso é
feito em máquinas de costura. Quando usado em costuras manuais ou máquinas
de costura para solados, usam-se os termos: fio ou Cord
Dentre os diversos materiais que podem ser utilizados para a confecção de
linhas, os mais usados são os seguintes:
Algodão ( CO )
Origina-se de fibras celulósicas que envolvem as sementes do algodoeiro. Já eram
usadas pelos índios para confecção de redes de dormir e para pesca. É uma planta
de clima tropical, cultivada em várias regiões do mundo. Apresenta fibras curtas,
mas de boa resistência. Quando torcidas, as fibras transformam se em fios e
linhas. Quanto mais longas forem as fibras utilizadas, mais resistentes serão
os fios e linhas produzidos. Recebe tingimento em variadas cores, com corantes
específicos.
Linho (CL)
É uma fibra celulósica que tem origem na planta do mesmo nome. É cultivada há
mais de 5.000 anos e conhecida nas regiões de clima temperado por suas flores
azuis. Para o processo de fabricação, as hastes da planta são cortadas e deixadas
apodrecer, para retirada das fibras por desfibradores. As fibras são refinadas,
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Cânhamo ( CH )
É uma planta têxtil conhecida desde a mais remota antigüidade. Sua origem foi a
Ásia onde já era cultivada muitos anos antes da era Cristã. Mongóis tártaros e
japoneses conheceram o cânhamo antes da seda e do algodão. As fibras
usadas na sua fabricação provêm do talo da planta.
Juta ( CJ )
O tecido juta provem de uma planta de mesmo nome, originária de região da Índia
com clima úmido e quente. É cultivada intensamente em regiões tropicais e
subtropicais para obtenção de suas fibras têxteis. As fibras provêm do caule da
planta. O caule chega a 5m de altura. Macerado em água, liberta as fibras.
Sisal ( CS )
As fibras do sisal são extraídas das folhas do “Agave cantelona”, e do “Agave
sisalena”. Atualmente, o sisal é processado para gerar uma série de produtos que,
em tempos idos, eram feitos a partir do cânhamo.
Seda ( S )
A seda é uma fibra ( protéica ) de origem animal, obtida do casulo do bicho-da-seda.
A mariposa tipo “Bombix mori” coloca os ovos, no caso, numa amoreira, e ocorre a
formação de larvas, que se alimentam das folhas da amoreira durante
32 dias. A partir daí, a larva fixa-se nos galhos e começa a formação do casulo, com
sua conseqüente metamorfose. Isto leva aproximadamente 4 dias. No casulo há
um comprimento aproximado de 3.000m (média) de seda em forma de filamento.
Os primeiros 300 a 500m são filamento contínuo, denominado seda real; o
restante tem a forma de filamento descontínuo. O casulo é desenrolado depois
de morta a larva, com jato de ar quente.
A seda natural pode apresentar-se nas cores: branca, esverdeada e amarela. Nos
dias de hoje, é raramente empregada para costuras de artefatos, em virtude de
seu custo mais elevado e por não ser adequada a costura em alta velocidade.
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Presta-se a uma boa costura de enfeite, com aspecto bastante nobre.É fabricada
predominantemente em fibra descontínua e pode ser tingida em cores diversas,
com corantes específicos.
Fibras mercerizadas
Fibras mercerizadas são fibras celulósicas (normalmente algodão),modificadas por
processos químicos e físicos associados
[O processo recebe o nome de mercerização. Realiza-se da seguinte forma:
quando uma fibra celulósica é colocada em contato com uma solução
concentrada de 100 até 200 g/l de hidróxido de sódio, inicia-se um inchamento
lateral da fibra ( absorção da solução ), e um encolhimento longitudinal,
causando importantes mudanças nas propriedades dos fios ou, no caso, dos
tecidos. Por aplicação de tensão no fio ou tecido no estado inchado, pode-se
desenvolver outras propriedades.
Poliéster ( Pes )
É obtido por reação de condensação entre etileno glicol e ácido tereftálico. Foi
introduzido no mercado como alternativa à linha de poliamida ( náilon ), que
custava caro. Mas não deu certo porque o preço da poliamida não aumentou como
era esperado. Além disso, o preço do poliéster era ainda maior.
Fabricado pelo processo de extrusão, o poliéster pode ser encontrado em forma
de filamento contínuo, “mais fino e liso”, ou descontínuo - “mais áspero”.
Assemelha-se, em aparência, à seda e é mais macio em relação à poliamida.
Presta-se a costura com muita facilidade.
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Poliamida ( PA )
É obtida por reação de ácido dicarboxílico e de diamina. É fabricada pelo processo
de extrusão. Trata-se de linha empregada para a fabricação de calçados e
artefatos, em função de seu custo. A resistência à ruptura é ligeiramente superior à
do poliéster. Obtenção das linhas sintéticas Os filamentos contínuos ou
descontínuos das fibras sintéticas são obtidos através do processo de extrusão.
O polímero é aquecido até o ponto de fusão, formando uma massa fluida mas
viscosa, e bombeada através de uma fieira -chapa metálica com pequenos orifícios,
para formar os filamentos. Originariamente, as linhas sintéticas (poliéster e poliamida)
são fabricadas em filamentos contínuos. Porém, dependendo da sua aplicação,
torna-se necessário romper ou cortar esses filamentos. Dessa forma, obtém-se
uma linha composta por fibras descontínuas, que possui menor resistência à tração
que uma linha de filamentos contínuos. Entretanto, é bem mais macia e flexível e
recomendada para uso em tecidos finos e costuras que ficarão em contato com a
pele, evitando sensações incômodas e irritações.
Torção de linhas
Após a torção, a linha apresenta uma estrutura própria que incorpora o
processo por que passou. Por vezes, torna-se difícil perceber o sentido das linhas
na torção. A linha é colocada na máquina de costura sempre do mesmo modo para
que a costura executada fique sempre com a mesma aparência. Por isso é
importante sempre colocar
Um modo prático de notar a orientação das linhas é agir do seguinte modo:
pega-se um pedaço de linha de aproximadamente 10cm. Segurando as pontas, uma
em cada mão, entre os dedos polegar e indicador, distorce-se a linha de tal forma
que se possa ver o sentido da linha:
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Assim, pode-se verificar o sentido da linha, que pode apresentar torção para a direita
ou para a esquerda. Na prática profissional, convencionou-se chamar de S a torção
direita, e Z a torção esquerda. Observe na figura a seguir, a orientação das
linhas nesses dois tipos de torção.
Titulagem de linhas
Título de uma linha é a denominação que se dá à espessura ( diâmetro ) dela.
Para determinação do título de uma linha, existem sistemas técnicos de
titulagem de linhas. São eles: número métrico ( Nm ) e o decitex ( dtex ).
linhas com um só cabo, significa que 7 metros dessa linha pesam 1g; Nm 11: significa
que 11 metros pesam 1g. E assim por diante. Com linhas de dois ou mais cabos
acontece o seguinte : O Nm 100/3, por exemplo, significa que 100 metros pesam
3 gramas e é composto por três cabos de NM 100/1; Nm 120/2: 120 metros pesam 2
gramas e é composto por 2 cabos de NM 120/1 Para saber qual a linha mais
espessa, dentre várias, recorre-se a operação de divisão. Veja um exemplo a seguir.
Problema: Qual das três linhas apresentadas é a mais grossa ?
Nm 120/3 = 40/1 ( 40 metros desta linha pesam 1g ); - divide-se 120 por 3
Nm 80/2 = 40/1 ( 40 metros desta linha pesam 1g ) - divide-se 80 por 2
Nm 40/1 = 40/1 ( 40 metros desta linha pesam 1 g ). - divide-se 40 por 1
Resposta: todas têm a mesma espessura, pois precisam da mesma metragem para
completar 1 g. Outro problema: Qual das duas linhas apresentadas a seguir é a mais
fina?
Nm 50/2 = 25/1 ( 25 metros desta linha pesam 1 g );
Nm 60/2 = 30/1 ( 30 metros desta linha pesam 2 g ).
Resposta: Nm 60 é mais fina, pois precisa de maior metragem para completar 1
grama.
Decitex ( dtex )
Decitex é o sistema de titulagem para peso variável e metragem fixa.
Para linha com um só cabo: 1 dtex: significa que 10.000 metros desta linha
pesam 1 g.
100 dtex: significa que 10.000 metros desta linha pesam 100 g.
Para casos de linhas com dois ou mais cabos: 600 ( 3 ) dtex: significa que 10.000
metros desta linha pesam 600 g e é formada por 3 cabos,
e cada cabo tem 200 dtex
150 ( 5 ) dtex: significa que 10.000 metros desta linha pesam 150 g e é formada por 5
cabos, sendo que cada cabo tem 30 dtex.
Para saber qual o cabo mais espesso, deve-se dividir o peso de 10.000 metros pelo
número de cabos.
Exemplos:
•.Qual das duas linhas é a mais fina?
250 (3) dtex = 83,33 dtex;
750 (2) dtex = 375 dtex ( apresenta cabo mais espesso ).
Resposta: 250 (3) dtex é a linha mais fina, pois em 10.000 m de linha obtém 250 g.
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utilizado no sistema utilizado nos metais e ligas metálicas). As peças em ABS são
obtidas pelo processo de injeção, dando origem a peças maciças. É grande sua
utilização em fivelas, placas. Em virtude de não oxidar e apresentar grande
leveza, seu único inconveniente é a baixa resistência mecânica.
1.4.4 Agulhas
A agulha é uma das menores partes da máquina de costura e, sem dúvida, uma das
mais importantes. Um dos primeiros instrumentos utilizados pelo homem veio se
desenvolvendo através dos séculos como um simples instrumento, até tornar-se
atualmente uma ferramenta de alta tecnologia. Hoje é, talvez, o produto industrial no
qual foi empregada mais pesquisa por grama de peso, do que em qualquer outro da
moderna tecnologia. Conhecida desde a história antiga, a agulha era feita de osso
ou de espinha de peixe e, durante séculos não possuía orifício para a passagem da
linha. No antigo Egito foram encontradas agulhas feitas de pedra. Mais tarde, os
romanos fizeram agulhas de ferro e de bronze, passando mais recentemente a ser
feita de aço, como é atualmente. aparecimento da máquina de costura, a agulha
passou a ter o aspecto de hoje,com a principal característica de possuir o olho (furo
por onde se passa a linha)e a ponta na mesma extremidade.Atualmente, elas são
fabricadas em inúmeros tamanhos, formatos acabamentos, de acordo com os fins a
que se destinam.As medidas de precisão usadas para a fabricação de uma agulha
nos dias atuais são tão exatas que são respeitadas até a centésima parte de um
milímetro. Para se ter uma idéia do que isso significa, seria como se dividisse
1.4.4.1 Conceito
(É uma haste fina de aço em forma cilíndrica, que recebe tratamento térmico para
aumentar sua resistência (Têmpera) e tem como principal funçãoperfurar o material
e levar a linha até a lançadeira para que esta forme alaçada). Nas máquinas com
sistema de agulha transportadora (transporte duplo).ou triplo), acumula também a
função de transportar o material que está sendo costurado
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O cabo é a parte da agulha que tem a função de fixar a mesma na barra da máquina
de costura. O diâmetro do cabo das agulhas tem uma medida padronizada que varia
de acordo com o sistema em que ela foi fabricada. É preciso ficar atento a esse fato
porque caso se tenha em mãos uma Que pode trazer problemas durante o processo
de costura. Caso contrário, que agulha simplesmente não se encaixa.Outro fator
relevante no que se refere ao cabo da agulha é com relação ao seu tamanho.
Existem no mercado agulhas que são especiais para se trabalhar com materiais
grossos e que para tanto exige que o tamanho do “corpo” seja maior. Para esse fim
encurtou-se um pouco o tamanho do cabo da agulha (agulha de cabo curto) e são
identificadas pelas letras “KK”. As agulhas com cabo em tamanho normal não
recebem nenhum tipo de identificação adicional.É importante observar que as
agulhas “KK” só devem ser usadas Quando uma maior área do corpo da agulha for
exigida, porque qualquer alteração nas medidas básicas de suas partes pode
comprometer sua
resistência e influenciar no resultado da costura.Outra função que o cabo da agulha
tem é a de identificá-la. Toda agulha tem gravado em seu cabo como mostra a figura
abaixo “o nome do fabricante e”.
Corpo
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É a parte da agulha que fica entre o cabo e o furo. Também é conhecida como
lâmina ou haste. È a parte da agulha que mais sofre com o contato com o material
ao atravessá-lo, portanto, é uma das partes que mais sofre desgaste durante
costura. No corpo é que percebemos visualmente a espessura da agulha.
Dependendo da espessura do corpo da agulha, é que ela será classificada como
mais grossa ou mais fina.Deve ser resistente à flexão e à elasticidade para não
comprometer o resultado final da costura.Localizada em toda a extensão do corpo
da agulha, tem como principal finalidade proteger a linha quando a agulha está em
movimento ascendente, ou seja, quando está subindo. Neste momento em que a
agulha está subindo, a lançadeira puxa o fio com força para baixo e a caneleta é o
canal que permite que a linha passe livremente sem se estragar com o contato com
o material.Também conhecida como “chanfro” é uma reentrância localizada na parte
oposta à da caneleta logo acima do “furo” e tem como principal finalidade auxiliar a
lançadeira no momento de pegar a laçada para a formação do ponto.Por ser uma
reentrância permite que a ponta da lançadeira seja ajustada mais próxima da
agulha, reduzindo a possibilidade de haver falhas na formação de pontos.A cava,
também tem a função de evitar dano à ponta da lançadeira e na lateral da agulha
durante o tempo em que a lançadeira estiver pegando a laçada para a formação do
ponto.Conhecido também como “olho” tem como principal função permitir a livre
passagem da linha através da agulha e também posicionar a linha na ponta inferior
da agulha para que esta a leve até o ponto em que a lançadeira possa pegá-la e
formar o ponto.Deve se tomar o cuidado para haver uma perfeita combinação entre
aagulha e a linha para que o furo não fique nem muito grande nem muito pequeno,
como veremos mais adiante. Caso o furo da agulha seja muito grande, este não
reterá a linha o suficiente para a formação da laçada o que ocasionará falhas nos
pontos durante a costura. E, caso contrário, quando o furo é muito pequeno, poderá
danificar a linha e provocar o seu rompimento, oua linha poderá estragar o próprio
furo da agulha.Tem como função, perfurar o material afastando ou cortando suas
fibras para que o corpo da agulha juntamente com a linha possa passar. É a parte
da
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Ponta redonda normal não corta o material, mas afasta-o para o lado,na sua
passagem. Proporciona uma costura reta, levemente saliente. Prejudica pouco ou
quase nada a resistência do material. É recomendada para costurar tecidos
laminados sintética (curvim), e embora não seja própria para uso em couro, presta-
se também para costura em baixa velocidade em couros finos inflexíveis como os de
cabra e carneiros.
31
Ponta esférica
Ponta pá (S)
A
ponta em pá corta a perfuração em toda a sua extensão. É usada apenas em couros
muito pesados e fortes, e mesmo assim com pontos grandes, pois as perfurações
têm a mesma direção da costura, o que faz romper o material quando este é muito
solicitado, especialmente se ele for quebradiço.Apresenta como vantagem uma
ótima amarração do ponto e uma costura onde alinha fica escondida dentro do
material, protegendo-a contra os agentes de fricção. Proporciona uma costura reta.
E nas máquinas de agulhas, possibilitam a obtenção de costuras perfeitamente
paralelas.
Ponta de lança.
da agulha. Aqui, como no caso da ponta pérola, o corte é realizado transversal
costura, o que possibilita uma maior quantidade de pontos por centímetro. A
vantagem do uso da ponta de lança é que esse tipo de agulha corta em 04planos,
reduzindo muito o atrito com o material e o aquecimento da agulha. Também
apresentam uma centragem muito boa, ou seja, não se torcem durante a costura.
Seu uso se dá em couros muito grossos e firmes, como por exemplo, o camurção.
Semelhante à ponta pérola apresenta uma costura saliente e levemente inclinada
para a esquerda.
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da agulha. Aqui, como no caso da ponta pá, o corte é realizado no mesmo sentido à
costura, e devemos trabalhar com uma quantidade menor de pontos por centímetro,
ou seja, pontos maiores. Como no caso da ponta de lança esse tipo de agulha
também corta em centragem dos pontos, aquecimento e redução de atrito com o
material durante a costura.Seu uso também se dá em couros muito grossos e firmes,
A camurça.semelhante à ponta pá apresenta uma costura absolutamente reta em
que os pontos ficam escondidos dentro do material.
Ponta pérola
Ponta pérola (L I)
decorativas. Como na agulha de ponta “LR”, a costura com a esta agulha ficará
inclinada para a esquerda
Quando a agulha perfura o material reduz a sua resistência devido a sua espessura,
ao número de pontos por centímetro e principalmente ao tipo de ponta que ela
possui. Agulhas com potencial de corte muito grande como aponta “triangular” por
exemplo, só devem ser usadas em couros muito grosso se firmes, para que a perda
de resistência seja em parte compensada pelas características do próprio
material.Agulhas de ponta redonda, não tiram ou tiram muito pouco a resistência do
material que está sendo costurado, o que é desejável em materiais de pouca
resistência como os sintéticos e os tecidos.As pontas cortantes só deverão ser
utilizadas para costurar couros ou materiais de maior resistência, e de forma geral
quanto maior for o potencial que a agulha tiver de perfurar o material, mais
resistência ela tira dele.Portanto, deve-se ficar atento para não utilizar agulhas com
potencial de corte muito grande em materiais de pouca resistência, para não
prejudicar a própria resistência da costura.Outro aspecto que deve ser observado é
o sentido do corte que a agulha faz quando perfura o material. Em agulhas em que o
sentido de corte fica no mesmo sentido da costura, tem de se tomar o cuidado de
não costurar com um número muito grande de pontos por centímetro.Nesses tipos
de pontas, quando se costura com os pontos muitos.Pequenos, a agulha pica o
material prejudicando muito sua resistência e durante o processo de montagem esse
material pode não suportar e começar a rasgar.A vantagem de se usar uma agulha
38
Tabela
40
Virado: Deve-se ter cuidado quando realizar chanfros em couros finos e macios,
como: pelica e mestiço, para não fazer um chanfro com pouca espessura,
prejudicando assim a resistência do material. Neste caso a espessura final da borda
fica em torno de 40 % a 50 % da espessura do material. A largura deste chanfro é de
9mm e pode chegar até 20 mm, quando se deseja fazer tiras com virado fechado,
normalmente usadas em sandálias, FIG. 19.
Sobreposto: Realiza-se o chanfro sobreposto na grande maioria dos casos, pelo lado
carnal do couro, mas, em calçados sem forro ou com couro verniz, faz-se o chanfro no
lado da flor do couro. Quando realizado o chanfro do lado carnal, a largura é de 8 mm
e, a espessura final da borda fica em torno de 40 %, quando feito no lado da flor a
largura é 6mm para não passar do pontos de preparação. O chanfro sobreposto pode
terminar em zero, quando deseja-se fazer emenda cega,FIG.20.
Dividir Peças
Chanfrar a Fio
Chanfrar Virado
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2.2 Máquinas
2.2.1 Máquina de Dividir Couros
2.4.2 Entretelas
É o material que se coloca entre o forro e o couro de um artefato, para lhe dar
consistência, ou para torná-lo armado. É conhecida também como entre forro. As
entretelas, como materiais de reforço e armação, podem ser cortadas
separadamente e coladas posteriormente nas peças, ou já fixados nos materiais
ao serem cortados.
4.3 Espumas
A espuma em alguns modelos é utilizada para armar o corpo e a tampa. Com o
modelo pronto (peças em cartolina), confecciona-se uma maquete (protótipo) em
material similar ao desejado, verificando de as peças estão corretas e se a
aparência da bolsa corresponde ao planejado. Caso necessário, efetuam-se
acertos e modificações nas peças do modelo. Depois do modelo ter sido
ajustado em cartolina, é transferido para papelão timbó ou navalhas, que
servirão para o corte da produção.
Espumas são materiais que sofrem um aumento de volume com respectiva
diminuição de sua densidade, através de processos químicos ou físicos com
liberação de um gás, inerte e atóxico. As espumas são encontradas atualmente nos
mais diversas materiais como, por exemplo: Policloropreno: chama auto-extinguível.
Possui ótima resistência às intempéries, ao ozônio, a óleos e a ácidos diluídos:
Polietileno: boa resistência a agentes químicos e às intempéries; Poliestireno ( boa
forma rígida como isopor ): boa resistência à água e a óleos; PVC: chama auto-
extinguível, com boa resistência às intempéries e a agentes químicos, utilizado em
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Tipo Característica
Poliamida• Mais utilizada
• Boa resistência a tração (17 a 40 N/mm)
• Ótima memória
• Grande alongamento (30 a 50%)
Algodão• Pouco utilizada
• Pouco alongamento (10 a 12%)
• Baixa resistência à tração (em torno de 10N/mm)
• Usada para costuras luvas de traseiros, botas e regiões de ilhoses
Poliéster• Média resistência à tração (em torno de 35N/mm)
• Médio alongamento (18 à 30%)
• Fios poliéster no urdume e algodão na trama
Mista• Pode ser poliamida ou poliéster com algodão
• Resistência e alongamento pelas fibras do urdume
• E as fibras de algodão são responsáveis pela união dos fios de urdume
• Custo superior
• Melhores propriedades físico-mecânicas
Fitas de papel• Utilizadas para rebaixar costuras luvas
• Não apresentam resistência
Podem ser com adesivo nos dois lados
Fitas base não• Elasticidade maior que as base tecidas
tecido• Deixa furos e bordas mais limpos
• Utilizada para reforços furos de atacador
Cadarços• Utilizado em tiras de virado fechado para sandálias
• Largura de 1 a 6mm
• Não contém adesivo
Fitilho• Não confere resistência suficiente
• Pode enforcar a boca da gáspea
• Serve como complemento
Fita de arame• Fita de papel com fio de arame flexível
• Utilizado para armar traseiro, tiras de sandálias muito finas
Fitas dupla face• Fabricado em rolos
• Contém adesivos em ambos os lados
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Outro problema que pode ocorrer é a chamada “boca” aberta do calçado devido a
falta de fita de reforço na boca da gáspea do modelo, veja a FIG. 25.
Figura 25 - Mocassim com boca da gáspea aberta. Fonte: Centro Tecnológico do Calçado, 2007.
50
– Gravador (estilete)
Com ponta de metal, não pontiaguda em demasia, punho de madeira, deve ser leve
a não ultrapassar 70 a 80 mm de comprimento. É empregado como auxilio nas
curvas externas, para dar bem acabamento e também para reforçar os pontos de
preparação.
51
– Tesoura
Tamanho médio, aproximadamente 15 cm de comprimento. É empregada para
talhetar o material nas curvas internas, que facilita o virado. Devemos mantê-la com
as pontas bem afiadas, para a execução correta dos talhetes.
– Pedra Mármore
O tamanho pode ser variado, mas a espessura mínima é de 3 cm. Serve de base sólida para a
realização de trabalhos que exigem apoio seguro. Sua superfície deve ser completamente lisa.
– Tesoura
De tamanho médio, semelhante à empregada para efetuar talhetes (ferramentas
para virar as bordas das peças). (igual a 1,2.3).
– Refilador manual
Conhecido como “pirulito”, é feito com um cabo e uma lâmina de aço (mola de
relógio-ponto), flexível com filetes. Devemos manter os filetes sempre afiados, para
melhor desempenho do refilador.
52
2.8.1 Ferramentas
Para realizar esta operação, utilizamos pincel pequeno, tiras de feltro e tinta.
– Execução
- agitar o frasco da tinta, colocar pequena quantidade numa vasilha rasa (ou na
tampa), apenas o suficiente para realizar o trabalho;
- testar a tinta com um pedaço de retalho de couro igual ao que será trabalhado,
molhar o pincel na tinta e passá-lo na borda do retalho;
- a tinta deve atingir apenas borda e não escorrer no lado da flor, podendo mancha-
la e no lado carnal que, conforme o modelo, poderá prejudicar a estética do mesmo;
- a pintura deve ser uniforme e sem manchas;
Ao pintar, devemos tomar o cuidado de não escorrer tinta entre as peças; para pintar
a região do atilho, este deve ser deslocado.
53
2.9 Adesivos
São substancias orgânicas ou não, que sob certas condições são capazes de unir
duas superfícies quando colocadas entre as mesmas.
Na fabricação de calçados é empregada uma grande variedade de material
alternativo em substituição do couro, tais como tecidos naturais e sintéticos,
plásticos laminados com PU ou PVC em cabedais e forros. É necessário, portanto,
conhecermos as propriedades dos adesivos, para escolhermos o mais indicado para
a colagem de cada material. De modo geral, as propriedades que têm maior
importância nestes adesivos são:
2.9.1 Viscosidade
É a resistência (força) que uma substancia produz ao escorrer, quando submetida a
uma força; é também chamada de grossura, espessura ou corpo.
– Fatores que afetam a viscosidade
- temperatura mais quente, menor viscosidade;
- tempo estocagem mais antigo do adesivo, maior sua viscosidade; exceção:
benzina.
- evaporação do solvente: à medida que solvente evapora, a viscosidade aumenta.
– Aplicação prática da viscosidade
Ao derramarmos dois adesivos diferentes, um deles escorrerá mais rapidamente que
o outro. Ele é menos viscoso, ou seja, ele é mais liquido, fino que o outro. Quando
mais lento ele escorrer, quanto mais grosso parecer, maior será sua viscosidade.
Em materiais mais porosos, por exemplo, EVA, usamos adesivos de alta
viscosidade, mais grossos. Em materiais menos porosos, por exemplo, microduros,
usamos adesivos de baixa viscosidade, mais finos.
Medimos a viscosidade de um adesivo com aparelho chamado viscosímetro.
2.9.3 Resistência
É a força necessária para desfazer a colagem do adesivo, é a capacidade do
adesivo em resistir à separação.
– Principais adesivos
Os adesivos geralmente usados na preparação de cabedais são:
2.9.6 Estocagem
Uma correta estocagem dos adesivos implica uma serie de custos, mas as
vantagens obtidas compensarão e eliminarão gastos extras. Entre as inúmeras
vantagens, podemos citar:
- evita-se perda de adesivos por evaporação ou por ficarem fora das especificações
no que se refere ao tempo de estocagem;
- maior produtividade pela menor necessidade de reparos;
- maior segurança;
- menor custo das apólices de seguro, etc;
Para obter estas vantagens, recomenda-se observar o seguinte:
- fechar bem os vasilhames (latas, toneis, etc.);
- o local deve ser coberto, seco, em que a temperatura ambiente fique em torno de
15ºC;
- não armazenar o adesivo cimento por mais de três meses, os adesivos
policloroprene (Neoprene) e poliuretano (PU ou cola para PVC) por mais de seis
meses;
- movimentar as embalagens, variando a posição da lata;
- o almoxarifado ou deposito de adesivo deve ser em local afastado do prédio da
fabrica, com uma iluminação especial à prova de explosão, não possuir lâmpadas
incandescentes;
- é importante que o local tenha ventilação natural, para evitar o acumulo de gases
inflamáveis.
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2.9.7.1 Ferramentas
O sistema manual de aplicação de adesivos é largamente empregado nos dias
atuais especialmente em trabalhos melindrosos ou em superfícies muito irregulares,
que não permitem o uso de máquinas.
– Pincéis
De preferência pincéis com cabo redondo de madeira, de fibras rijas, tendo
aproximadamente 2 a 3 cm de comprimento; seu tamanho ideal é o nº 14.
São usados para aplicar adesivo de neoprene e cola cimento em peças a ser viradas
ou preparadas.
– Injetora
De material PVC, conhecida como pistola, é empregada para aplicar adesivo
cimento, devido a sua viscosidade média, em peças em que é necessária aplicação
em grande parte da superfície ou em toda sua extensão. Ex: colagem de forros.
– Escova
De cabo retangular de madeira e fibras curtas, é empregada para aplicar cola
cimento em superfícies grandes.
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Observações:
- Na aplicação de adesivos, não devemos nos restringir somente a espalhá-los pela
superfície do material, mas fazer uma leve pressão e fricção.
- Após o trabalho, os pincéis devem ser imersos em solventes apropriados nunca em
gasolina querosene ou água, pois há o risco de contaminação do adesivo.
- Quando forem utilizados novamente os pincéis, é necessário fazer a devida
limpeza, evitando resíduos de solventes.
3.COSTURA
3.1 Pontos de Costura
Tem também a característica de manter uma elasticidade considerável. Pode ser
feito usando-se como linha de baixo uma de espessura diferente da de cima e de
qualidade bem inferior. Nas costuras paralelas com mais de uma agulha, o ponto
apresenta a vantagem de não ser interrompido, devido ao consumo desuniforme das
linhas das lançadeiras, o que tantos transtornos provocaria para o operador. Mais de
uma linha de cima pode ser amarrada com uma só linha de baixo. O consumo de
linha nesta costura é aproximadamente o dobro do equivalente ao ponto fixo, o que
pode ser compensado pelo emprego de linhas mais baratas como linhas de
baixo. Além disso, duas costuras de cima podem ser amarradas com uma só linha
de baixo, o que reduz bastante seu custo em máquinas de duas agulhas. Na face
superior, este ponto apresenta o mesmo aspecto que os outros pontos. Seu
emprego na indústria de calçados tem uma utilidade semelhante ao ponto
anterior.
Isso significa que, nessas máquinas, a distância entre as agulhas pode ser
aumentada. Da mesma forma, as lançadeiras podem correr no mesmo sentido ou
em sentido contrário. As agulhas, por sua vez, fazem pontos coincidentes e costuras
paralelas. Para realizar emendas de peças canto-a-canto e oposição de costuras
nas bordas dos couros, usam-se as máquinas de costura ziguezague. Além da
oposição de costura, essas máquinas permitem a confecção de enfeites, a
costura de elásticos e a montagem com cordão. Para reduzir o tempo e o esforço
do operador, existem máquinas com dispositivos automáticos de corte de linha.
Essas máquinas cortam a linha de cima e de baixo, na distância necessária,
apenas com o acionamento do pedal. Máquinas com dispositivo automático de
66
Cabeçote
O cabeçote é a parte superior da máquina e contém várias peças que
funcionam em conjunto. As ilustrações a seguir mostram um cabeçote com suas
partes identificadas.
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1.volante
2.esticador de linha
3.regulador de tensão da linha
4.agulha
5.chapa da agulha
6.barra da agulha
7.parafuso fixador da agulha
8.rodízio
9.barra do rodízio
10.chapa do móvel
11.transportador (serrilha)
12.bobina
13.caixa da bobina
14.laçadeira ou lançadeira
15.regulador do tamanho do
16.ponto
17.alavanca de retrocesso
68
Observação
As partes acima descritas estão nos cabeçotes das máquinas plana e de coluna.
Cada uma dessas peças tem uma função específica, descrita a seguir.
Volante - Serve para abaixar e levantar a agulha com a máquina parada.
Esticador de linha - Puxa a linha do cone de modo que ela forme a laçada e o ajuste
do ponto.
Guia de linha - Guia a linha do porta-fios até a agulha, mantendo a linha
corretamente esticada.
Regulador de tensão - Controla o fornecimento de linha para a agulha com a tensão
adequada.
O ajuste da tensão é feito pela porca reguladora.
O regulador de tensão é composto de:
• Disco de tensão;
• Mola de tensão;
• Parafuso;
• Porca.
Chapa da agulha - É uma placa de metal com furos para a passagem da agulha
e com abertura para o transportador (serrilha). Sustenta o material que está sendo
costurado.
Chapa móvel - Protege as peças internas e permite a troca da bobina.
Transportador - Peça serrilhada que transporta o material após a formação do ponto.
Calcadores ( em número de dois ) - Firmam o material na posição adequada para a
costura.
Barra da agulha - Peça cilíndrica com um furo em que se encaixa a agulha na
posição correta.
Parafuso fixador da agulha - Permite fixar e remover a agulha.
Bobina - Peça em que se aloja a linha. Pode ter diferentes tipos e tamanhos.
Caixa da bobina - Aloja a bobina. Permite à bobina desenrolar a linha no
momento certo e com a tensão adequada de modo a formar um ponto perfeito.
É composta das seguintes partes:
70
Lançadeira - Tem uma ponta que passa por dentro da laçada aumentando-a e
permitindo que ela passe ao redor da caixa da bobina.
A lançadeira pode ser rotativa ou oscilante. Veja ilustrações a seguir.
71
Cada um desses acessórios tem uma função específica. Essas funções são
descritas a seguir.
Pedal - Situa-se na parte inferior e central da mesa, ligando-se ao motor por meio
de uma barra de união. Serve para acionar e parar o motor que faz a máquina
funcionar. Controla também sua velocidade. Quando a máquina está desligada livra
a embreagem do freio, facilitando a movimentação manual do volante. Veja o pedal
na ilustração a seguir.
72
Por reservatório de óleo - por meio de pavios, o óleo distribui-se nas partes a serem
lubrificadas;
Automática - uma bomba impulsiona o óleo que circula nos pontos de
lubrificação. Essa é a forma mais econômica de lubrificar máquinas, pois, após a
lubrificação, o óleo em excesso retorna ao reservatório.
Cuidados
A lubrificação correta das máquinas exige os seguintes cuidados:
Verificação periódica do nível do óleo: se o nível estiver baixo, o óleo deve ser
completado.
Verificação do fluxo do óleo: deve-se observar se a bomba está funcionando. Se o
óleo não estiver fluindo, a máquina deve ser parada e deve ser
providenciada a sua manutenção.
Cuidado com o desperdício: durante a lubrificação, deve-se usar a
quantidade correta de óleo para evitar desperdícios.
Teste de costura: após a lubrificação, deve-se costurar um pedaço de retalho a fim
de retirar o excesso de óleo.
76
– Acessórios
77
– Cuidados especiais
Para melhor rendimento e segurança, devemos observar certos cuidados, a fim de
que a vida útil da máquina seja prolongada e para termos menores problemas de
manutenção
- a máquina deve ser ligada (a chave do termostato) 45 min antes de iniciar o
trabalho, para que o adesivo esteja totalmente fundido;
- a temperatura deve ser graduada em 150ºC (ver termômetro para controle de
temperatura);
- o solenoide deve ser ligado somente após o deposito ter atingido a temperatura de
trabalho;
- o solenoide é comandado pela fotocélula automática, visor situado na mesa, ou
pode ser comandado através do interruptor situado no painel ao lado do voltímetro;
- a regulagem da quantidade de adesivo a ser injetado é feita através do regulador,
puxando para a frente para diminuir e empurrando para trás para aumentar a
quantidade de adesivo;
- a temperatura do pé e do conduto do adesivo é controlada pelos reostatos situados
no painel, graduados em 60ºC no verão e em 80ºC no inverno, podendo variar esta
faixa de acordo com a temperatura ambiente;- as resistências trabalham com tensão
de 12 volts; quando houver oscilação na tensão de alimentação, devem ser
ajustadas de 0 a 8 e a leitura é feita no voltímetro;
- a regulagem do avanço da máquina é feita através dos parafusos de regulagem;
regulando para cima diminui o avanço e regulando para baixo aumenta a velocidade;
- também diminui-se o avanço com o pedal pressionando o pedal esquerdo, que é
limitado pelo parafuso regulador de avanço;
78
– Adesivo empregado
É empregado o adesivo termoplástico (hot-melt), que apresenta forma granulada, de
cor amarela (poliamida).
– Lubrificação
–
3.3.2 Máquina de aplicar adesivo
No setor de preparação é uma necessidade obtermos uma película uniforme de
adesivo e uma margem constante, através de um trabalho rápido e limpo.
Parte da necessidade é resolvida com o emprego de equipamentos dotados de
cilindros, que distribuem o adesivo de modo uniforme e com grande rapidez e
economia.
O emprego deste equipamento não solucionou de todo o problema, pois depende do
material. Em alguns materiais, não ocorre impregnação do adesivo nos poros, há um
contato superficial.
Existe uma infinidade de máquinas para aplicar adesivo. Para conhecimento de algumas de
suas características, as principais são:
80
É indicada para aplicar adesivo nas bordas de peças e em tiras com largura máxima
de 20 mm. Possui o cilindro inferior de borracha, que se ajusta a diferentes
espessuras, por exemplo, borda com fita de reforço.
Dispõe de guias para obtenção de margens de largura constantes na passagem de
adesivo.
Indicada para aplicar adesivo em peças onde é necessário que o mesmo cubra toda
a superfície. Exemplo: peças de enfeites, com as laterais de tênis.
Deve-se observar a distribuição das peças na área do cilindro inferior para melhor
aproveitamento do adesivo e evitar que o mesmo fique em contato com o ar e o
solvente evapore.
– Máquina de aplicar cola látex ou adesivo tipo emulsão
A prensa de superfície reta é usada para fazer a colagem de peças planas, como a
colagem do forro da gáspea.
São prensas de fácil manuseio, com sistema regulável de temperatura, tempo de
prensagem e de pressão. Possuem temperatura uniforme e paralelismo entre as
suas placas, proporcionando uma prensagem perfeita.
– Prensa automática
É uma máquina que desbobina a fita adesiva, introduzindo na matriz. Acionada pelo
comando do pedal, ela executa a prensagem a quente e o corte da fita, de modo que
se abre a costura fazendo o sentamento da mesma, proporcionando maior
resistência na aderência de fita com uma pré-conformação.
A temperatura da matriz é regulada por um mini-controlador, assim como o
comprimento da fita de reforço.
A produção media é em 2500 pares/dias, dispensa mão de obra profissional e o
trabalho é padronizado, eliminando operações e conseguindo maior produtividade.
Permite a regulagem do espaço entre os furos. Sem ilhoses, pode ser aproveitada
só para perfurar.
Perfura e coloca ilhoses instantaneamente. A alimentação e automática, sendo o
numero de aplicações e de aproximadamente 50 ilhoses por minuto.
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Vira tiras de couro, material sintético ou tecido com injeção de adesivo termoplástico.
Operada com um conjunto de três injetoras de regulagem independente, a máquina
dispõe de um comando pneumático para avanço ou recuo deste conjunto.
Possui um sistema triplex de rolos que permitem a produção de tiras a partir de 1,8
mm de largura, com ou sem fita de reforço. A produção é de 1.100 m de tiras por
hora.
Limpeza
Para melhor conservação da máquina de costura, o operador deve remover todos
os resíduos de linha e pó de couro, acumulados durante a realização da costura.
Essa tarefa é realizada com a execução das seguintes etapas. Desligar a máquina.
Retirar a caixa da bobina.
Com o auxílio de uma chave de fenda, retirar a agulha e a chapa da agulha e
levantar o rodízio.
Observação
Durante a limpeza, essas peças devem ser guardadas para que não sejam
perdidas.
Retirar a chapa da agulha.
Limpar o transportador e a lançadeira com o auxílio de um pincel.
Limpar os guias de linha, o regulador de tensão e o esticador de linha. Limpar o porta-
fios e o enrolador de bobinas.
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Observação
Se a máquina tiver sistema de lubrificação automática, deve-se verificar o nível do
óleo e completá-lo, se necessário.
Limpeza e lubrificação da lançadeira
A limpeza da lançadeira deve ser realizada uma vez por semana. Ela é feita com
pincel, querosene (ou similar) e um pano macio sem fiapos.
A limpeza da lançadeira é realizada nas seguintes etapas:
• Desligar a máquina.
• Colocar um pedaço de pano sob a lançadeira para que a sujeira e o querosene
não contaminem o óleo do reservatório.
entende por acidente do trabalho. Afinal, nunca se sabe o que nos reserva o dia de
amanhã. Na nossa legislação, acidente do trabalho é definido pelo Decreto nº 611/92
de 21 de julho de 1992, que diz: Art. 139 - Acidente do trabalho é o que ocorre
pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou ainda, pelo exercício do
trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho,
permanente ou temporária. Trocando em miúdos: qualquer acidente que ocorrer
com um trabalhador, estando ele a serviço de uma empresa, é considerado acidente
do trabalho.
Para entender melhor a definição anterior, é necessário saber também que:
Segurados especiais são trabalhadores rurais, isto é, que prestam serviços em
âmbito rural, individualmente ou em regime de economia familiar, mas não têm
vínculo de emprego.
Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como,
por exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro. Perturbação
funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por
exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza
uma perturbação funcional.
Por outro lado, se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem
proteção auditiva adequada, submetido ao excesso de ruído, gerado pelo
trabalho executado junto a uma grande prensa, isso caracteriza doença do
trabalho. Ou ainda, se um trabalhador adquire tenossinovite (inflamação dos tendões
e das articulações) por exercer atividades repetitivas, que solicitam sempre o
mesmo grupo de músculos, esse caso é considerado doença profissional.
A lista das doenças profissionais e do trabalho é bastante extensa e pode sofrer
novas inclusões ou exclusões, à medida que forem mudando as relações entre o
homem e o trabalho. Para saber mais sobre esse assunto, procure se
informar junto ao serviço especializado em segurança, na sua empresa. Seja
curioso, interessado. Não se acomode.
curativo, não se pode dizer que tenha havido perturbação funcional. João não se
enquadra na categoria de segurado especial, pois consta que ele era
funcionário contratado da empresa.
Importante!
Todo acidente do trabalho, por mais leve que seja, deve ser comunicado à
empresa, que deverá providenciar a CAT (Comunicação de Acidente do
Trabalho), no prazo máximo de 24 horas. Caso contrário, o trabalhador perderá seus
direitos e a empresa deverá pagar multa.
Caso a empresa não notifique a Previdência Social sobre o acidente do
trabalho, o próprio acidentado, seus dependentes, o médico ou a autoridade que
lhe prestou assistência ou o sindicato da sua categoria podem encaminhar essa
comunicação.
Você já notou com que facilidade uma nova moda se espalha e pega? Ora a onda
é usar cabelos longos, ora usar a cabeça raspada. Já houve a época da minissaia,
das roupas hippies e hoje impera a moda do “cada um na sua”. Esses exemplos
servem para ilustrar quanto o ambiente social, formado pelos grupos de pessoas com
os quais cada um se relaciona, direta e indiretamente, afeta o comportamento das
pessoas.
A causa pessoal está relacionada com a bagagem de conhecimentos e
habilidades e com as condições de momento que cada um está atravessando. A
probabilidade de envolvimento em acidentes aumenta quando estamos tristes ou
deprimidos, ou quando vamos desempenhar uma tarefa para a qual não temos o
preparo adequado.
O que podemos fazer para evitar que os acidentes ocorram? Exercite sua
atenção. Observe os dominós. Uma maneira é controlar os fatores que
antecedem o acidente.
Não é possível interferir nas características genéticas de uma pessoa, mas é
possível influenciar sua conduta proporcionando um ambiente social rico em
exemplos positivos. A educação e o treinamento do trabalhador para o exercício de
suas funções são recursos importantíssimos para reduzir o risco de
acidentes.
100
Eliminação do risco
Significa torná-lo definitivamente inexistente. Vamos citar um exemplo: uma
escada com piso escorregadio apresenta um sério risco de acidente. Esse risco
poderá ser eliminado com a troca do material do piso por outro, emborrachado e
antiderrapante.
Neutralização do risco
O risco existe, mas está controlado. Essa alternativa é utilizada na
impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um risco. Vejamos um
exemplo: as partes móveis de uma máquina - polias, engrenagens, correias etc. -
devem ser neutralizadas com anteparos protetores, uma vez que essas partes das
máquinas não podem ser simplesmente eliminadas.
Sinalização do risco
É a medida que deve ser tomada quando não for possível eliminar ou isolar o
risco. Por exemplo: máquinas em manutenção devem ser sinalizadas com
placas de advertência; locais onde é proibido fumar devem ser devidamente
sinalizados.
102
Observação
Não é qualquer EPI que atende a legislação e protege o trabalhador. Apenas
aqueles que têm o número do CA e a marca do fabricante gravada no produto é que
oferecem proteção efetiva. Cabe ao trabalhador zelar pela própria segurança,
104
REFERÊNCIAS
Catálogo de Máquinas.
Catálogo Eberle, 1996.
Catálogo Máquinas KEHL.
Catálogo Metalúrgica Daniel, 1994.
Catálogo Singer, 1990.
Fascículo materiais. CTC - SENAI-RS.
SENAI-SP Escola SENAI Maria Angelina Vicente de Azevedo Franceschini.
Máquinas especiais de costura transporte, triplo,duplo,colunagirafa e duas agulhas.
SENAI-SP - Escola SENAI Maria Angelina Vicente de Azevedo Franceschini.
Manual de costura - Máquina transporte simples. 103 p.
SENAI-SP. CEMAD. Adesivos. Por César Ferraiolo Batista. Votuporanga, 2004. 34p.
SENAI-SP. CEMAD. Tintas. Por Cesar Ferraiolo Batista. Votuporanga, 2004. 64
p. : il.
Conselhos de produção de calçados/organizado por João Milton Ritter-Novo
Hamburgo:CTCCA;IBICT, 1994.
Literatura Técnica Básica em Calçados.
AGULHAS para costura industrial. Tecnicouro. Novo Hamburgo, jul. 1999. 7 fl.
AGULHAS: a boa costura depende da escolha. Lançamentos Máquinas e componentes, Novo
Hamburgo, p. 88-90, out. 1985.
CENTRO TECNOLÓGICO DO CALÇADO SENAI. Corte de calçado. Novo Hamburgo: CT
Calçado SENAI, 1993.
CENTRO TECNOLÓGICO DO CALÇADO SENAI. Setor calçadista: processo de
fabricação. Novo Hamburgo: CT Calçado, [199-].
CENTRO TECNOLÓGICO DO COURO, CALÇADOS E AFINS. Estruturação fabril. Novo
Hamburgo, CTCCA, 2002.
FIOS e linhas são diferentes. Tecnicouro. Novo Hamburgo, p.17-18, abr. 1997.
GROZ-BECKERT. Info: agulhas para costura em couro. Novo Hamburgo: Groz-Beckert,
2003. Catálogo comercial de produtos.
MANUAL de produtos para acabamento em calçados. Tecnicouro. Novo Hamburgo, 2 f., jan.
1996.
MEDEIROS, Maurício. Luiz XV. Disponível em: <http://www.mauriciomedeiros.com.br>.
Acesso em: 20 jun. 2007.
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