Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não
devem estar separados; como na inscrição existente em Delfos, ―das coisas, a mais nobre é a mais justa, e
a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos‖. Todos estes atributos estão presentes nas
mais excelentes atividades, e entre essas a melhor nos identificamos como a felicidade. ARISTÓTELES. A
política. São Paulo: Cia. Das Letras, 2010
Ao reconhecermos na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como
2-ENEM 2009
Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens
absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos
de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os
aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática
das atividades políticas".
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.
A) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer
época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.
B) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política
profundamente hierarquizada da sociedade.
C) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes
da pólis a participarem da vida cívica.
D) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado
às atividades vinculadas aos tribunais.
E) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para
resolver os problemas da cidade.
3-Enem (Bernoulli)
Embora a supracitada verdade da fé cristã exceda a capacidade da razão humana, os princípios que a razão
tem postos em si pela natureza não podem ser contrários àquela verdade.
AQUINO, Tomás de. Suma ontra os Gentios. Tradução D. Odilão Moura e Ludgero Jaspers. Rev. Luis A. de
Boni. Porto Alegre: EDPUCRS, 1996. I, VII, 1 (42).
Tomás de Aquino não via contradição entre fé e razão, pois se a ideia é realmente verdade, ela não
pode estar contra a revelação nem a razão humana, já que esta também foi dada por Deus. Desse
modo, o homem, conhecedor da verdade, é entendido como
A) passivo diante da revelação dada por Deus e pela Igreja, uma vez que, como as verdades são eternas e
imutáveis, estas só podem ser conhecidas pela concessão divina e nada mais.
B) pecador e, desse modo, por causa de sua natureza má, ele não pode alcançar as verdades divinas, pois
estas estão além de sua capacidade.
C) pecador, porém com a capacidade de entender racionalmente as verdades divinas, desde que a razão não
contrarie a fé.
D) filho de Deus, portanto capaz de alcançar as verdades sobre o mundo e da fé somente pela racionalidade,
não necessitando, para isso, do auxílio divino.
E) capaz de, pela ciência, alcançar um conhecimento do mundo que exceda a própria revelação, uma vez
que as essências ou verdades estão nas coisas e são compreendidas pela investigação científica.
4-(ENEM 2013)
Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que
ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que
amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são
ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus,
oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas
quando ele chega, revoltam-se.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.
5- (ENEM 2015)
A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se
encontre um homem manifestadamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo
assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é
suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro
não possa igualmente aspirar.
HOBBES. T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo
objeto, eles
a) entravam em conflito.
b) recorriam aos clérigos.
c) consultavam os anciãos.
d) apelavam aos governantes.
e) exerciam a solidariedade.
6-(ENEM 2015)
Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja
diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos
contrários, não chegaria ao fim do destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o
homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os homens de
modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade dos esforços e ações humanas comprova.
Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim.
AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos políticos de Santo Tomás de
Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado).
No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de governo capaz de
7- (ENEM 2014)
A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o
universo), que não se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com os quais
está escrito. Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras
figuras geométricas, sem cujos meios é impossível entender humanamente as palavras; sem eles, vagamos
perdidos dentro de um obscuro labirinto.
No contexto da Revolução Científica do século XVII, assumir a posição de Galileu significava defender
a
EPICURO DE SAMOS. Doutrinas principais. In: SANSON, V F. Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff,
1974.
9- (ENEM 2014)
A urbanização brasileira, no início da segunda metade do século XX, promoveu uma radical alteração nas
cidades. Ruas foram alargadas, túneis e viadutos foram construídos. O bonde foi a primeira vítima fatal. O
destino do sistema ferroviário não foi muito diferente. O transporte coletivo saiu definitivamente dos trilhos.
JANOT, L. F. A caminho de Guaratiba. Disponível em: www.iab.org.br. Acesso em: 9 jan. 2014 (adaptado).
A relação entre transportes e urbanização é explicada, no texto, pela
10 - (ENEM 2014)
O cidadão norte-americano desperta num leito construído segundo padrão originário do Oriente Próximo, mas
modificado na Europa Setentrional antes de ser transmitido à América. Sai debaixo de cobertas feitas de
algodão cuja planta se tornou doméstica na Índia. No restaurante, toda uma série de elementos tomada de
empréstimo o espera. O prato é feito de uma espécie de cerâmica inventada na China. A faca é de aço, liga
feita pela primeira vez na Índia do Sul; o garfo é inventado na Itália medieval; a colher vem de um original
romano. Lê notícias do dia impressas em caracteres inventados pelos antigos semitas, em material inventado
na China e por um processo inventado na Alemanha.
LINTON. R. O homem: uma introdução à antropologia. São Paulo: Martins. 1959 (adaptado).
O presidente do jornal de maior circulação do país destacava também os avanços econômicos obtidos
naqueles vinte anos, mas, ao justificar sua adesão aos militares em 1964, deixava clara sua crença de que a
intervenção fora imprescindível para a manutenção da democracia.
TEXTO II
Nada pode ser colocado em compensação à perda das liberdades individuais. Não existe nada de bom
quando se aceita uma solução autoritária.
FICO, C. A educação e o golpe de 1964. Disponível em: www.brasilrecente.com.Acesso em: 4 abro 2014
(adaptado).
FREIRE. P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.
Paulo Freire defende que a superação das dificuldades e a apreensão da realidade atual será obtida
pelo(a)
SANZIO, R. Detalhe do afresco A Escola de Atenas. Disponível em: http://fil.chf.ufsc.br. Acesso em: 20 mar.
2013.
No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que o
conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a
É de grande utilidade para o marinheiro saber a extensão de sua linha, embora não possa com ela sondar
toda a profundidade do oceano. É conveniente que saiba que ela é suficientemente longa para alcançar o
fundo dos lugares necessários para orientar sua viagem, e preveni-lo de esbarrar contra escolhos que podem
destruí-lo.
LOCKE, John. Ensaio sobre o entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 32.
John Locke é um dos grandes pensadores da Modernidade, fazendo parte de um seleto grupo de filósofos
que receberam o nome de empiristas ingleses. Sua teoria busca responder a um dos problemas filosóficos
mais importantes, tanto para a Filosofia quanto para todas as outras ciências: como o homem pode
conhecer? Na citação anterior, ele expressa essa questão utilizando uma metáfora. Por meio dessa metáfora,
é possível dizer que Locke acredita que o pensamento humano pode
A) conhecer toda a realidade, independentemente de qual ela seja, pois ele é o único ser racional e sua
racionalidade constitui exatamente nessa capacidade.
B) conhecer somente algumas coisas que estão à sua volta, pois a liberdade de conhecimento é limitada pela
capacidade de pensar do homem.
C) conhecer somente as realidades materiais, de forma que as realidades abstratas, como os sentimentos,
não podem ser conhecidos.
D) conhecer somente aquilo que é experimentável, e o que inclui tanto as coisas materiais do mundo como os
sentimentos, como tristeza, alegria, dentre outros.
E) conhecer somente os objetos e de forma precária, pois o conhecimento é sempre passageiro e incerto,
uma vez que muda de pessoa para pessoa.