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FILOSOFIA ANTIGA

As origens do pensamento ocidental


Periodo Pré-Socrático
Rompimento com o saber mítico
(Cosmogonia/Cosmologia)

Fundamento da physis (natureza) em uma


arché (fundamento)

Investigação dos fenômenos naturais e da


estrutura do universo
(ENEM 2017) A representação de Demócrito é semelhante à de Anaxágoras, na
medida em que um infinitamente múltiplo é a origem, mas nele a determinação
dos princípios fundamentais aparece de maneira tal que contém aquilo que para
o que foi formado não é, absolutamente, o aspecto simples para si. Por exemplo,
partículas de came e de ouro seriam princípios que, através de sua concentração,
formam aquilo que aparece como figura. (HEGEL, G. W. F. Crítica moderna. In:
SOUZA, J. C. (Org.) Os pré-socráticos: vida e obra. São Paulo: Nova Cultural,
2000 (adaptado))

O texto faz uma apresentação crítica acerca do pensamento de Demócrito,


segundo o qual o “princípio constitutivo das coisas” estava representado pelo(a)

A) Número, que fundamenta a criação dos deuses.

B) Devir, que simboliza o constante movimento dos objetos.

C) Água, que expressa a causa material da origem do universo.

D) Imobilidade, que sustenta a existência do ser atemporal.

E) Átomo, que explica o surgimento dos entes.


(ENEM 2016) TEXTO I

Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância mortal alcança
duas vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de novo
reúne. (HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza) São Paulo: Abril Cultural, 1996
(adaptado).)

TEXTO II

Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é compacto,
inabalável sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo, uno, contínuo. Como
poderia o que é perecer? Como poderia gerar-se? (PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo:
Loyola, 2002 (adaptado).)

Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem uma oposição que se insere no campo das

A) Investigações do pensamento sistemático.

B) Preocupações do período mitológico.

C) Discussões de base ontológica.

D) Habilidade da retórica sofística.

E) verdades do mundo sensível.


(ENEM 2015) A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a
proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário
deter-nos e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa
proposição anuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz
sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em
estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um. (NIETZSCHE, F. Crítica
moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.)
O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os
gregos?

a) O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em


verdades racionais.
b) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.

c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas


existentes.

d) A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.


e) A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real.
Período Clássico
Abordagem de questões humanas
(conhecimento, moralidade, virtude, justiça,
verdade, beleza etc.) seguindo metodologia
racional.

Filosofia pensando em formar o cidadão ideal


para a pólis

Consolidação da METAFÍSICA
(ENEM 2017) Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o
contato de Sócrates paralisa e embaraça; leva a refletir sobre si mesmo, a
imprimir à atenção uma direção incomum: os temperamentais, como
Alcebíades sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que são capazes,
mas fogem porque receiam essa influência poderosa, que os leva a se
censurarem. Sobretudo a esses jovens, muitos quase crianças, que ele tenta
imprimir sua orientação. (BREHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre
Jou, 1977.)

O texto evidencia características do modo de vida socrático, que se baseava na


A) Contemplação da tradição mítica.

B) Sustentação do método dialético.

C) Relativização do saber verdadeiro.

D) Valorização da argumentação retórica

E) Investigação dos fundamentos da natureza.


(ENEM 2017) Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e
tudo o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo
bem. Mas não terá o conhecimento grande influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por
determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades
constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que
mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois
é ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada
cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como
a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais
ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa
ciência deve abranger as duas outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.
(ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991 (adaptado)

Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que

A) O bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses.


B) O sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade.

C) A política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade.

D) A educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente.


E) A democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum.
(ENEM 2015) O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência
da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o
debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do
jogo intelectual, assim como do jogo político. (VERNANT, J.P. As origens do
pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).)
Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense,
a ágora tinha por função

a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.


b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus
magistrados.

c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as


questões da comunidade.

d) reunir os exércitos para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem


tomados em caso de guerra.
e) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se
em assembleias.
(ENEM 2015) Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus
amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco
negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado
apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade.
No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas.
(RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradva, 2009.)

O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de


Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de

a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana.

b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.

c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.

d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.

e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.


(ENEM 2014) No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que o
conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a 

a) suspensão do juízo como reveladora da verdade. 

b) realidade inteligível por meio do método dialético. 

c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus. 

d) essência das coisas sensíveis no intelecto divino. 

e) ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade.


(ENEM 2014) TEXTO I 

Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios
interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós mesmos
na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo
debate antes de chegar a hora da ação.  (TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB,
1987 (adaptado).)

TEXTO II 

Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos que pelo direito de administrar justiça e
exercer funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto ao tempo de exercício, de tal modo
que não podem de forma alguma ser exercidas duas vezes pela mesma pessoa, ou somente podem sê-lo
depois de certos intervalos de tempo prefixados.  (ARISTÓTELES. Política. Brasílía: UnB, 1985. )

Comparando os textos I e II, tanto para Tucídides (no século V a.C.) quanto para Aristóteles (no século IV
a.C.), a cidadania era definida pelo(a) 

a) prestígio social. 

b) acúmulo de riqueza. 

c) participação política. 

d) local de nascimento. 

e) grupo de parentesco.
(ENEM 2013) A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível
coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separados como na inscrição
existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde;
porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas
mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como
felicidade. (ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010.)

Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a


identifica como

A) busca por bens materiais e títulos de nobreza.

B) plenitude espiritual e ascese pessoal.


C) finalidade das ações e condutas humanas.

D) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas.


E) expressão do sucesso individual e reconhecimento público.
Período Helenístico

Dissolução da Pólis

Filosofias Individualistas

Busca pela “boa vida” (ataraxia - ausência de


preocupações)
(ENEM 2014) Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, naturais e
não necessários; outros, nem naturais nem necessários, mas nascidos de vã
opinião. Os desejos que não nos trazem dor se não satisfeitos não são
necessários, mas o seu impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil
obter sua satisfação ou parecem geradores de dano.  (EPICURO DE SAMOS.
Doutrinas principais. In: SANSON, V F. Textos de filosofia. Rio de Janeiro:
Eduff, 1974.)

No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim 


a) alcançar o prazer moderado e a felicidade. 

b) valorizar os deveres e as obrigações sociais. 

c) aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação. 

d) refletir sobre os valores e as normas dadas pela divindade. 

e) defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber.

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