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HODEIDE FLORES OLIVEIRA

CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE:
UMA REVISÃO DE LITERATURA

Cidade
Ano
HODEIDE FLORES OLIVEIRA

CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE:
UMA REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade de Macapá, como requisito parcial
para a obtenção do título de graduado em
bacharelado em Odontologia.

Orientador: Mariana Marchiori

Macapá
2020
HODEIDE FLORES OLIVEIRA

CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE:
UMA REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade de Macapá, como requisito parcial
para a obtenção do título de graduado em
bacharelado em Odontologia.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Fabio Fritzke Bassani

Prof(a). Jean Trindade do Nascimento

Prof(a). Mariana Marchiori

Macapá, 15 de Novembro de 2020


Dedico este trabalho à Deus.
AGRADECIMENTOS

A minha família principalmente por toda paciência, compreensão e apoio nesta


jornada.
Quando abro a porta de uma nova descoberta
já encontro Deus lá dentro. ( Albert Einstein )
OLIVEIRA, Hodeide Flores. Classificação de Angle: Uma revisão de literatura. 2020.
Número total de folhas 25. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Odontologia) – Faculdade de Macapá ( FAMA) Macapá, 2020.

RESUMO
A oclusão normal é entendida como aquela onde os primeiros molares superiores
ocluem no sulco mésio-vestibular dos molares inferiores, conhecido como chave de
oclusão, neste caso, além de existir essa relação entre os molares, há também uma
posição em linha de oclusão dos dentes; no caso 7das más oclusões,
independentemente do tipo, essa relação de oclusão entre os primeiros molares e
entre os dentes não existe. A má inclusão é resultado da interação de vários fatores
que afetam o sistema de desenvolvimento, que possui seu próprio padrão de
crescimento. Os desvios que se estabelecem na dentição decídua prolongam-se na
dentição mista e permanente. O diagnóstico precoce e medidas preventivas, com a
conscientização do paciente e/ou responsáveis, visam amenizar problemas de difícil
solução. O trabalho tem como objetivo discutir o método de Classificação de Angle,
abordando os princípios nos quais a classificação se baseia e as características,
etiologia, severidade, prevalência, diagnóstico e tratamento de cada um destes tipos
de má oclusão. O tipo de pesquisa proposto para este trabalho de conclusão de curso
é descritivo, realizado por meio de uma Revisão Sistemática da Literatura, para a qual
se propõe uma consulta em ambiente virtual e em livros, dissertações e fontes
secundárias, principalmente artigos científicos, selecionados durante o período de
desenvolvimento do projeto e da pesquisa propriamente dita.

Palavras-chave: Classificação de Angle; Má oclusões; Diagnóstico;


OLIVEIRA, Hodeide Flores. Angle's Classification: A Literature Review 2020.
Número total de folhas 25. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Odontologia) – Faculdade de Macapá ( FAMA) , Macapá, 2020.

ABSTRACT

Normal occlusion is understood as the one where the first maxillary molars occlude in
the mesiobuccal groove of the mandibular molars, known as the occlusion key, in this
case, in addition to this relationship between the molars, there is also a position in line
of occlusion of the teeth; in the case of malocclusions, regardless of the type, this
occlusion relationship between the first molars and between the teeth does not exist.
Poor inclusion is the result of the interaction of several factors that affect the
development system, which has its own growth pattern. The deviations that are
established in the primary dentition are prolonged in the mixed and permanent
dentition. Early diagnosis and preventive measures, with the awareness of the patient
and / or guardians, aim to alleviate problems that are difficult to solve. The work aims
to discuss the Angle Classification method, addressing the principles on which the
classification is based and the characteristics, etiology, severity, prevalence, diagnosis
and treatment of each of these types of malocclusion. The type of research proposed
for this course conclusion work is descriptive, carried out through a Systematic
Literature Review, for which it is proposed to consult in a virtual environment and in
books, dissertations and secondary sources, mainly scientific articles, selected during
the period of development of the project and the research itself.

Keywords: Angle classification; Malocclusions; Diagnosis;


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Três classificações de Angle. Má oclusão Classe I; C – Má oclusão Classe


II; D – Má oclusão Classe III....................................................................................06
Figura 2 – Classe 1 da classificação de Angle: perfil facial do paciente Classe
I ...............................................................................................................................07
Figura 3 – Relação entre molares superiores......................................................... 07
Figura 4 – Classe de Angle II- divisão 1 ................................................................. 07
Figura 5 – Classe de Angle II- divisão II ................................................................. 08
Figura 6- Relacionamento entre arcos superiores e inferiores em um paciente Classe
III .................................................................................................................08
Figura 7- Grade de Platina Removível ................................................................... 09
Figura 8- Grade de Platina Fixa ..............................................................................09
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

OMS: Organização Mundial de Saúde


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
2. CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE ............................................................................ 3
3. TIPOS DE MALOCLUSÃO SEGUNDO A CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE ......... 6
4. INTERVENÇÃO ODONTOLÓGICA .................................................................... 9
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................12
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................13
1

1. INTRODUÇÃO

A sabedoria epidemiológica abre portas para a avaliação da distribuição e a


gravidade de condições mórbidas que acontecem em determinada população. Abre
portas, também, para a verificação de interferência de fatores etiológicos relacionados
à ocorrência das doenças, oferecendo informações para o planejamento de ações
preventivas e curativas. O termo má oclusão nada mais é do que todos os desvios
dos maxilares e dos dentes do alinhamento normal (precária condição individual dos
dentes, má relação dos arcos dentais, vertical, sagital e transversal e discrepância
ósteo-dentaria)
A ruim ligação dos arcos dentários pode acarretar em anormalidades nos
dentes, nos maxilares ou nos dois. Para definir uma má oclusão, é preciso
primeiramente conceituar uma normal oclusão. A eficiência mastigatória e dependente
da natureza da dieta e, o alinhar dos dentes e maxilares, não se relaciona de maneira
direta com a função.
As características funcionais não são presentes na distinção entre oclusão
normal e má oclusão. Está distinção baseia-se no julgamento clínico da necessidade
de tratamento, que não é um meio muito objetivo para uma finalidade de comparação.
Pesquisas relacionadas a diferenças de má oclusão na população são imprecisos por
causa da escassez de dados comparáveis e a falta de padrões definidos de avaliação.
A OMS (Organização Mundial de Saúde), no ano de 1962, incluiu a má oclusão
sob o título “Conjunto de Anomalias Dentofaciais", as quais, são colocadas como
anomalias que causam deformação ou que impedem a função e que, sendo assim,
requerem tratamento. A classificação de Angle foi, provavelmente, a ferramenta de
medida mais usada no século passado e também o que sofreu mais alterações criadas
por outros autores, com o objetivo de elevar o grau de precisão e da padronização de
seus critérios. Desde então, é possível identificar na literatura quase meia centena de
índices oclusais e suas diferenças.
A oclusão normal é entendida como aquela onde os primeiros molares
superiores ocluem no sulco mésio-vestibular dos molares inferiores, conhecido como
chave de oclusão, neste caso, além de existir essa relação entre os molares, há
também uma posição em linha de oclusão dos dentes; no caso da má oclusão,
independentemente do tipo, essa relação de oclusão entre os primeiros molares e
entre os dentes não existe.
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A validade e a confiança da classificação de Angle, para estudos


epidemiológicos, foram colocadas em questão, pois é um indicador qualitativo e não
um índice quantitativo de má oclusão. Segundo a classificação de Angle, as más
oclusões, apenas podem ser análogas (com a mesma relação oclusal) e não
homólogas (com todas as características iguais ou em comum). Dessa forma como
são definidos os três tipos de má oclusão conforme a classificação de Angle e quais
as diferenças entre eles?
O trabalho tem como objetivo discutir o método de Classificação de Angle,
abordando os princípios nos quais a classificação se baseia e as características,
etiologia, severidade, prevalência, diagnóstico e tratamento de cada um destes tipos
de má oclusão. Os objetivos específicos são: Estudar o método de Classificação de
Angle, seus princípios e vantagens; identificar as características e subdivisões de
cada uma das Classes de Angle e analisar as intervenções ortodônticas utilizadas
frente a cada um destes tipos de má oclusão.
O tipo de pesquisa proposto para este trabalho de conclusão de curso é
descritivo, realizado por meio de uma Revisão Sistemática da Literatura, para a qual
se propõe uma consulta em ambiente virtual e em livros, dissertações e fontes
secundárias, principalmente artigos científicos, selecionados durante o período de
desenvolvimento do projeto e da pesquisa propriamente dita.
O levantamento bibliográfico será realizado por meio da busca em livros e
trabalhos científicos das áreas de odontologia e ortodontia. Como bases de dados
para a pesquisa propõem-se a base de dados SciELO (Scientific Electronic Library
Online) o catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a biblioteca do Google Scholar.
Os artigos pesquisados serão selecionados com base em algumas
características, a saber: publicações dos últimos dez anos, publicações em revistas e
bases de dados de áreas relacionadas com a odontologia, publicações em português
e inglês e publicações envolvendo pelo menos dois dos descritores utilizados para a
pesquisa, a saber: “Classificação de Angle”, “Má oclusões” e “Tipos de Má Oclusão”,
o período de busca foi de 2007 até 2020.
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2. CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE

A má inclusão é resultado da interação de vários fatores que afetam o sistema


de desenvolvimento, que possui seu próprio padrão de crescimento. Compreender e
interpretar a causa são o primeiro passo para minimizar a incidência de maloclusões.
Os fatores envolvidos são genéticos, fatores pré-natais que são divididos em fatores
maternos e embrionários e fatores pós-parto- interno e externo (CAMARGO;
MARIANI, 2018).
Problemas de oclusão dentária significa má oclusão, que é composta por
crescimento e desenvolvimento anormais, afetando os músculos e os ossos maxilares
dos dentes (WERNECK et al., 2011). A má oclusão é qualquer desvio da oclusão
dentária normal, ou seja, relação desordenada no encaixe correto entre os dentes.
Essas mudanças podem ocorrer desde bebê, considerando que a maioria desses
desvios origina-se no primeiro ano de vida, em que surgem ou irrompem os dentes de
leite, prova disso, pode tornar-se problema de saúde bucal, tanto na estética quanto
na saúde física (CAMARGO; MARIANI, 2018).
A má oclusão é entendida como uma variação da oclusão ideal, que se
caracteriza pelo desequilíbrio entre a intercuspidação dentária e o aparelho
estomatognático (SOUZA et al., 2016), que pode causar diversos prejuízos, desde
psicológicos, até funcionais, afetando a qualidade de vida do indivíduo (SOUZA et al.,
2016).
Uma oclusão é taxada de má oclusão devido aos valores culturais (imagem do
corpo e estética), desvios anatômicos de normas morfológicas, bem escolhidas pelo
clínico, e em considerações funcionais que trazem prejuízo a mastigação. A má
oclusão é a única, na investigação epidemiológica, que não é precisamente entendida
como algo anormal. Diversas terapias ortodônticas são feitas por razões estéticas
(ABREU, 2015).
Em outras palavras, as más oclusões são entendidas como desvios das
arcadas dentárias e/ou do esqueleto facial, dos padrões de normalidade, tendo aos
mais diversos reflexos nas funções do sistema estomatognático, na aparência e em
outras questões (WERNECK et al., 2011).
Na Odontologia a Ortodontia é a especialidade que lida com o tratamento da
maloclusão, podendo ser utilizada em várias fases do crescimento e desenvolvimento
da região craniofacial e em várias dentições, decíduas, mistas e permanentes. O
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conhecimento do dentista sobre a oclusão dentária é valioso, tendo ciência das regras
que determinam uma oclusão normal e perfeita para intervir conforme necessário
(CAMARGO; MARIANI, 2018).
As diferentes ações podem ser divididas de acordo com a fase em que são
aplicadas seja para prevenir, preventiva, interceptar, Interceptativa ou corrigir,
corretiva, tendo uma grande importância como facilitador quando usado nas duas
primeiras fases (preventiva e Interceptativa) no tratamento corretivo e também pode
eliminar a sua necessidade no futuro (PINTO, 2015).
O uso correto de técnicas preventivas e interceptativas na infância contribuem
para o bom desenvolvimento da oclusão, evitando a deterioração das condições de
crescimento e desenvolvimento nessa fase (CAMARGO; MARIANI, 2018).
Para Edward Angle a posição dos primeiros molares superiores é fundamental
para identificar a oclusão, sendo exigido ainda que os molares superiores e os molares
inferiores estejam em uma relação que permita, conforme o autor, que “a cúspide
mésio-vestibular do molar superior oclua no sulco vestibular do molar inferior, com os
dentes dispostos em uma curva suave de oclusão” (WERNECK et al., 2011, p. 28).
Cabe apontar ainda que a má oclusão é considerada como o terceiro maior
problema de saúde oral, segundo a Organização Mundial da Saúde, depois da cárie
e a doença periodontal, sendo por este motivo, uma das maiores preocupações dos
profissionais e gestores da saúde, devido a que se trata de um problema de Saúde
Pública (PINTO, 2015).
Especificamente no Brasil, a prevalência de problemas de má oclusão, seja
moderada ou severa, em crianças de cinco anos, é de 14,5% (WERNECK et al., 2011).
Ao respeito da etiológica, Souza et al. (2016) sugerem que a má oclusão é
multifatorial, possuindo uma etiologia complexa, pois envolve diversos fatores, sendo
do tipo genético, ambiental e local.
A ortodontia preventiva age na precaução do agravamento de futuros
problemas de oclusão, como também evitar que o paciente necessite usar aparelho
fixo e extração de dentes permanentes podendo evitar a necessidade de uso de
aparelho fixo e extração de dentes permanentes, também é realizado um enfoque
educativo para orientação e retirada de maus hábitos que podem comprometer a
oclusão (PINTO; GONDIM; LIMA, 2008).
Diversos sistemas de classificação da má oclusão têm sido propostos desde o
fim do século XIX, no intuito de facilitar o diagnóstico, e posterior tratamento
5

ortodôntico (PINTO; GONDIM; LIMA, 2008). Conforme Werneck et al. (2011) a


padronização na classificação das maloclusões é um fator determinante para facilitar
o entendimento do tipo de má oclusão e do tratamento que deve ser fornecido em
cada um dos casos.
A classificação de Angle tornou-se o instrumento mais utilizado na medida das
má oclusões desde o século passado; suas limitações, que envolvem o processo de
avaliação da má oclusão, e a falta de critérios para que seja considerado um
instrumento epidemiológico, têm decorrido no desenvolvimento de diversas
modificações e índices oclusais, e inclusive de novos sistemas para substituir esta
classificação, formuladas por outros autores para aumentar a precisão da distinção
entre cada uma das três classes, no entanto, nenhum deles tem conseguido ser
utilizado na mesma proporção que a classificação de Angle (PINTO, GONDIM e LIMA,
2008).
Edward Angle propôs uma classificação das má oclusões que considera uma
análise do posicionamento dentoalveolar entre os primeiros molares superiores e
inferiores, desconsiderando questões que envolvem o aspecto facial, a estética
dentária e a severidade da inoclusão (KAIEDA, 2013).
Essa é uma das principais críticas à classificação de Angle, sendo outras
críticas relevantes: o fato de ser um indicador qualitativo e não um índice quantitativo
de má oclusão; o fato de permitir apenas má oclusões análogas, não havendo
possibilidade de que sejam homólogas, isto é, de que possuam características em
comum; o fato de não fazer distinção entre os tipos de má oclusão com relação
anteroposterior similar; o fato de ser um sistema de variáveis contínuas e o fato de
estar restrita às dimensões dentárias sagitais, sem considerar as dimensões verticais
e transversais e a face (PINTO; GONDIM; LIMA, 2008).
Conforme Souza et al. (2016) essa classificação foi definida com em três
diferentes classes de má oclusão, que são apresentadas no item a seguir, referente
às características de cada uma dessas má oclusões.
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3. TIPOS DE MALOCLUSÃO SEGUNDO A CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE

Edward Harthey Angle (Dental Cosmos, 1899), baseando-se nas relações


ântero-posteriores, classificou as má oclusões de acordo com os primeiros molares
permanentes, pois eles são os mais constantes em tomar sua posição normal nas
arcadas, principalmente os superiores. Essa relação entre primeiros molares
superiores e inferiores é conhecida como "chave de oclusão". Baseado nesse critério
lançou a seguinte classificação: • classe I • classe II • classe III, conforme se pode
analisar na Figura 1.
Figura 1: Três classificações de Angle. Má oclusão Classe I; C – Má oclusão Classe II; D – Má
oclusão Classe III

Fonte: Netto, 2017

A Classe I caracteriza-se pela oclusão da cúspide mésio-vestibular do primeiro


molar superior no sulco mésio-vestibular do primeiro molar inferior (KAIEDA, 2013;
SOUZA et al., 2016);
A consideração mais relevânte neste grupo, é que a relação mésio-distal entre
os primeiros molares está certa, assim, a cúspide mésio vestibular do primeiro molar
superior oclui na direção do sulco mésio-vestibular do primeiro molar inferior, à
semelhança da relação encontrada nos casos de oclusão normal. Esses casos se
caracterizam por apresentarem harmonia entre as arcadas, prevalecendo apenas a
desarmonia entre ossos e dentes, podendo provocar apinhamentos na região anterior.
Conforme se pode analisar na figura 2.
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Figura 2: Classe 1 da classificação de Angle: perfil facial do paciente Classe I.

Fonte: Netto, 2017

Na figura 3 conseguimos verificar a relação entre os molares superiores


Figura 3: Relação entre molares superiores

Fonte: Netto, 2017

- A Classe II caracteriza-se pela posição do molar inferior, distalmente


posicionado quando comparado ao molar superior (SOUZA et al., 2016), isto é, pela
oclusão posterior do sulco mésio-vestibular do primeiro molar inferior na cúspide
mésio-vestibular do primeiro molar superior (KAIEDA, 2013); Conforme podemos
verificar na 4.
Figura 4:Classe de Angle II- divisão 1

Fonte: Netto, 2017


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Quando as incisivas centrais superiores encontram-se lingualizados e os


incisivos laterais superiores encontram-se vestibularizados. Normalmente criam um
over-bite acentuado, podendo ou não ter over-jet acentuado. Costuma apresentar
musculatura peribucal competente e aspecto facial agradável. Conforme imagem 5.
Figura 5: Classe de Angle II- divisão II

Fonte: Netto, 2017

- A Classe III caracteriza-se pela posição mesial do molar inferior, quando


comparado ao molar superior (SOUZA et al., 2016), isto é, pela oclusão anterior do
sulco mésio-vestibular do primeiro molar inferior na cúspide mésio-vestibular do
primeiro molar superior (KAIEDA, 2013).
Figura 6: Relacionamento entre arcos superiores e inferiores em um paciente Classe III

Fonte: Netto, 2017

Cabe ressaltar ainda que a Classe II e a Classe III possuem duas divisões, que
dependem do lado do arco dental (direito ou esquerdo) que é afetado pela maloclusão.
No próximo capitulo será abordado sobre a intervenção odontológica.
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4. INTERVENÇÃO ODONTOLÓGICA

O diagnóstico precoce e medidas preventivas, com a conscientização do


paciente e/ou responsáveis, visam amenizar problemas de difícil solução (SILVERIO,
et al, 2016). A conscientização pode ser construída para mudar comportamento e
manter padrões adequados de saúde bucal no paciente e na família por meio de
informações personalizadas e estratégias de intervenções psicológica (QUAGLIO, et
al, 2009).
Os desvios que se estabelecem na dentição decídua prolongam-se na dentição
mista e permanente. Seguindo este pensamento a prevenção e a interceptação
precoce se faz necessária, preferencialmente, nas dentições decíduas e mistas
(SILVERIO et al, 2016). Desta forma ponderando que nas etapas onde se conta com
o crescimento do sujeito e grau elevado de remodelação, a bioelasticidade óssea está
presente e coopera para o reequilíbrio do sistema estomatognático (QUAGLIO, et al,
2009).
Nos estudos de Nogueira, (2014), realizado com 60 crianças, concluiu-se que
as más oclusões localizadas na dentição decídua se vinculam na permanente, assim
como o desenvolvimento e cresci0mentos continuam seguindo o mesmo padrão. No
transcorrer da idade, dá-se a redução da incidência de mordida aberta anterior
(SILVERIO et al, 2016). Terapias como instalação de aparelhos ortodônticos e
supressão dos hábitos de sucção não nutritivos podem reverter quadro de mordida
aberta anterior (HENRIQUES, et al, 2009). Diversas alternativas mecânicas estão
disponíveis em literatura, como: Grade palatina, fixa e removível conforme figura 7 e
8:

Figura 7: Grade de Platina Removível Figura 8: Grade de Platina fixa

Fonte: Pinto, 2015


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As grades palatinas são dispositivos utilizados para remover habitos orais


prejudiciais como a sucção, interposição da língua e, consequentemente mordida
aberta anterior. Esse parelho pode ser tanto fixo quanto removível. A principal
vantagem do fixo é o fato de ser utilizado em tempo integral, não dependendo da
colaboração do paciente, por isso, geralmente um tratamento mais eficaz. Portanto, é
necessário o diagnóstico apropriado e plano de tratamento antes da decisão pelo
tratamento mais adequado (SILVERIO et al, 2016).
É relevante que e destaque que ao combinar aparelhos intrabucais e
extrabucais, o resultado pode se mais efetivo, e é necessária a utilização de contenção
ou aparelho móvel sempre após o tratamento, a fim de evitar riscos do retorno da
classe I e II de Angle(HENRIQUES, et al, 2009).
Nos estudos de Nogueira, (2014) foi possível concluir que existem diversos
tipos de aparelhos para Classe II, no entanto, o ortodontista deve sempre se dirigir-se
pelas radiografias panorâmicas de precedência com traçados e moldes e medidas
cefalométricas para avaliação do caso.
O ortodontista com essas ferramentas poderá organizar um plano de
tratamento com resultados favoráveis. Embora seja classificado em categorias
diferentes, existem condições de complexidade, tratamentos que estabeleçam a
abordagem tanto intrabucal como extrabucal ou utilização de elásticos
simultaneamente, permitindo visualizar uma previsão necessária do tratamento.
Nos estudos de Silverio et al (2016) foi constatado que há grande dificuldade
em localizar um único aparelho para a correção da má oclusão de classe II de Angle,
porque diferenças genéticas, vícios e hábitos parafuncionais, tendem a obstar esse
consenso.
Todo tratamento ortodôntico carrega como objetivo o alcance de uma oclusão
que permita a função satisfatória e saudável na rotina fisiológica do sistema
estomatognático, boa estética facial, bucal e dentária, e permanência em longo prazo
dos resultados alcançados (NOGUEIRA, 2014).
Os pacientes adultos que tenham necessidades estéticas e funcionais elevam
o grau de dificuldade de obtenção desses objetivos, visto que, não tendo mais a
capacidade de mudança proporcionada pelo crescimento ósseo, precisam de
metodologias complementares e associados para o alcance das metas almejadas
(SILVERIO et al, 2016).
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A má oclusão de Classe III é um bom exemplo dessa situação, onde as


possibilidades ortodônticas são limitadas e necessitam de apoio de outras
especialidades, em particular, da cirurgia. Porém, o que proporcionará sucesso no
tratamento será o entendimento e a integração entre as especialidades, que buscarão
juntas melhores alternativas e procedimentos (HENRIQUES, et al, 2009).
A classe II de Angle é a má oclusão que mais necessita de diagnóstico precoce,
visto que a mesma quando não tratada se torna progressivamente pior, pois o padrão
de crescimento ósseo é fator determinante. Essa má oclusão tem comprometimento
psicologico, funcional e estético (FONSECA, 2015).
Alguns estudos trouxeram como referencias diferentes métodos de
categorização social, apresentando diferenças culturais entre diversas populações, o
que permite aos sujeitos de classes socioeconômicas mais elevadas apresenta
facilidade maior em relação ao acesso de cuidados médicos-dentários, em idades
fulcrais do desenvolvimento morfo-facial, nomeadamente de ortodontia preventiva e
interceptiva (BARBOSA, 2014).
São necessários pesquisas de métodos para intervenção, o mais breve
possível, para que aumente a população com oclusão normal e diminua o percentual
de indivíduos com má oclusão, especialmente a classe II e III de Angle, para níveis
mais suportáveis economicamente, isto é, onde toda a população possa ter acesso
ao tratamento (JANSON, 2013).
No entanto, para que se atinja esse objetivo é indispensável a utilização de
protocolos de revisões regulares com o profissional de odontologia, para controle de
paciente e atuação no momento oportuno (CRUZ, 2014). Novos estudos são
necessários para atualização de novos métodos que favoreçam o tratamento da má
oclusão nas classes I, II e III de Angle, que venham favorecer o tratamento, e trazer
novas perspectivas para saúde bucal da população.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os tratamentos preventivos são de grande importância para melhoria da fusão


oclusal, respiração nasal, estética facial, eficiência mastigatória, movimentos
mandibulares e a atividade muscular, minimizando anomalias que pioram com o
crescimento. Há uma vasta gama de terapêuticas ortodônticas que podem ser
utilizadas por meio de procedimentos simples, sem recursos de aparelhos, ou ainda
com aparelhos fixos ou removíveis dependendo do tipo da má oclusão.
Segundo a classificação de Angle temos três tipos de má oclusão; a Classe I
caracteriza-se pela oclusão da cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior no
sulco mésio-vestibular do primeiro molar inferior; a Classe II caracteriza-se pela
posição do molar inferior, distalmente posicionado quando comparado ao molar
superior e a Classe III caracteriza-se pela posição mesial do molar inferior, quando
comparado ao molar superior.
Portanto diagnóstico precoce e medidas preventivas, com a conscientização do
paciente e/ou responsáveis, visam amenizar problemas de difícil solução. A
conscientização pode ser construída para mudar comportamento e manter padrões
adequados de saúde bucal no paciente e na família por meio de informações
personalizadas e estratégias de intervenções psicológicos.
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REFERÊNCIAS

ABREU, Lucas Guimarães. Impacto da má oclusão e do tratamento ortodôntico


na qualidade de vida de adolescentes. (Pós- Graduação em Odontopediatria).
Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte.
2015.

CAMARGO. Maria Cristina Ferreira de; MARIANI, Roberto. A Maloclusão e seus


efeitos na articulação: o terceiro maior problema de saúde bucal 2018. Disponível
em: http://odontologika.uol.com.br/maloclusao.htm. Acesso em: 01 de outubro de
2020.

CRUZ, Ana Claudia de Oliveira, et al. A importância da ortodontia preventiva e


Interceptativa. Revisão de literatura. Fundação universitária a vida cristã,
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FONSECA, C. T. A. Aspectos clínicos do ajuste oclusal na dentição natural. 2015.


Monografia (Especialização) - Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.

JANSON, Guilherme et al. Introdução à Ortodontia. Editora Artes Médicas Ltda,


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HENRIQUES, R.P. et al. Efeitos do aparelho Jasper Jumper no tratamento da má
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2009.

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NETTO. Philadelpho Gouvêa. Classificação de Angle. ETEC “Philadelpho Gouvêa


Netto” Ortodontia/Oclusão, 2017.

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