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COVID: SBI SUGERE RETORNO DO USO DE MÁSCARAS PARA POPULAÇÃO DE RISCO

UMA PEDRA NO CAMINHO DA SOCIEDADE BRASILEIRA

A pandemia de coronavírus foi uma época tenebrosa para todo o mundo. No Brasil, o vírus, além de fazer
inúmeras vítimas, mostrou-nos – sociedade brasileira – a fragilidade e a insuficiência da infraestrutura do setor de
saúde. Entretanto, as fatalidades poderiam ser atenuadas se houvesse uma postura exemplar do Poder Público
frente às medidas profiláticas da OMS. E hoje, novamente, nos deparamos com uma nova eminência de coronavírus,
o que fez a SBI sugerir, entre outras medidas, o retorno do uso de máscaras para os grupos de risco. Ainda assim,
questionamentos podem vir à tona, mas será que existe dúvida de que essas medidas devem ser cumpridas, a fim de
zelar pelo bem-estar de todo o país? Certamente, não.

Recentemente, a SBI publicou um alerta sobre uma nova linhagem de coronavírus – denominada Ômicron –
que estará circulando em território brasileiro muito em breve. Acredito que, apesar desta variante apresentar baixo
risco como afirmam os especialistas na área epidemiológica, as medidas sanitárias ainda continuam válidas e devem
ser acatadas, para que os antigos erros sejam evitados. Nos últimos anos, pudemos presenciar fatídicas declarações
de nosso ex-presidente, que inspiraram, durante o período pandêmico, movimentos bem curiosos, como os
“sommelieres” de vacina – que dariam inveja a qualquer enólogo de plantão – e outros de conspiracionistas – ao
afirmarem que o coronavírus não era nada mais que uma “gripezinha”. Não preciso dizer qual foi o resultado dessa
loucura, não é mesmo? Mais de 700 mil vidas brasileiras ceifadas por essa terrível pandemia.

Durante o período de pandemia, vários estudos surgiram para demonstrar a eficácia do uso de máscaras na
contenção da transmissão do vírus – sendo um deles, da própria Fiocruz. Há quem diga que o uso de máscaras é
dispensável e que o uso de hidroxicloroquina seja suficiente por si só. Contudo, não podemos mais – nós, como
população brasileira que valoriza a ciência e o bom senso, ou deveríamos valorizar – permitir que novamente esses
pensamentos sejam normalizados dentro da sociedade mais uma vez, pois já pagamos um preço muito alto ao
valorizar a ignorância em detrimento da lucidez. Se existe o alerta de órgãos competentes sobre um risco real e a
recomendação de medidas sanitárias que foram submetidas a crivos científicos, é estupidez tratar com descaso e
desconhecimento.

Sendo assim, as recomendações profiláticas da SBI devem ser obedecidas a fim de evitar os erros que foram
cometidos durante toda a pandemia, seja pela indiligência estatal, seja pela parcela da população alienada. Muito
mais que medidas preventivas para nós mesmos, são medidas que evocam nossa empatia e cuidado pelo próximo.
Pois, como escreve o poeta João Cabral de Melo Neto em seu poema “O Aprendiz de Feiticeiro”, “Um galo não tece
um amanhã sozinho”.

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