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IGUALDADE SALARIAL: GARANTIA DE EQUIDADE ENTRE HOMENS E MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO

CICATRIZES NO PASSADO, MARCAS NO PRESENTE

A injustiça referente à disparidade salarial entre homens e mulheres é evidente e está escancarada em cada
metro quadrado de nosso país. Não é novidade que a herança colonial da época quinhentista brasileira – de alguma
forma – permanece até hoje e constitui-se um entrave para o mercado de trabalho. Nele, as desigualdades salariais
são sustentadas de maneira inconsciente – ou não – pelas empresas ao permitirem que homens recebam mais que
as mulheres pelo mesmo serviço. Nesse sentido, precisamos de medidas para contornar essa chaga social.

Diversos estudiosos – como Nancy Fraser, em seu texto “Redistribuição ou Reconhecimento?” – analisaram e
descreveram as causas das desigualdades político-econômicas entre os gêneros e de que maneira elas se sustentam.
Há quem afirme que a disparidade salarial seja uma invenção e que as estatísticas contribuem somente para dividir
ainda mais a sociedade. Entretanto, considerando que a equidade somente é possível quando estamos ou partimos
de um ponto comum, essas afirmativas – ou melhor, tolices – não podem ser consideradas válidas. Ademais, com
tantas propagandas e ONGs que visam estabelecer a igualdade de gênero e valorizar as mulheres nas empresas,
podemos crer que a disparidade salarial existe e deve ser descontruída cultural e economicamente.

Aprofundando mais o assunto, é indispensável comentar que a equidade salarial é prevista pela ONU como
uma meta a ser cumprida até o ano 2030, devido à seriedade da questão – que deveria ser tratada desde o começo.
Mas não distante da nossa realidade, a legislação brasileira não mediu esforços para tratar político e juridicamente
do assunto. Mesmo com a equidade salarial ser prevista na Constituição Federal e em instrumentos de leis
internacionais, o conjunto de leis apresentadas pela procuradora do Ministério Público do Trabalho Danielle Corrêa
prevê uma série de obrigações ao meio empresarial para atingir a igualdade salarial entre os gêneros. Assim, os
leitores hão de concordar que não falta muito para que possamos superar esse capítulo de injustiça social em terras
tupiniquins.

Sendo assim, o reconhecimento da classe trabalhadora feminina está caminhando a passos curtos – porém,
constantes – para superar de vez a lebre da arbitrariedade corporativista. Nada mais pode justificar tamanha
parcialidade na distribuição dos lucros das empresas que promovam a valorização do trabalho masculino em
detrimento do feminino. Portanto, podemos vislumbrar o futuro com bons olhos, uma vez que a busca pela
equidade salarial começou.

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