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10º Encontro de Crisma de Jovens

Tema: JESUS APRESENTA O REINO EM PARÁBOLAS


ORAÇÃO INICIAL:
CANTO
OBJETIVO: Perceber a ligação profunda entre a pessoa de Jesus Cristo, o Reino de Deus e o
ensinamento em parábolas, a fim de assimilar sempre mais a mensagem do Evangelho.

Reflexão
Proclamar: Mt 22,1-14 – O banquete de núpcias.
Jesus fala de uma festa de casamento (também Lucas 14,15-24), que um Rei preparou para o
seu filho. Muitos foram os convidados, mas ninguém teve tempo, pois cada um estava voltado
para os seus escusos interesses pessoais. (Esses tais senhores de destaque, primeiramente
convidados, foram os judeus, mormente os chefes dos sacerdotes e os anciãos, que recusaram
o convite.) Então aqueles que receberam o convite eram os que se encontravam nas
“encruzilhadas da vida”, isto é, os pagãos empobrecidos espiritualmente, fossem eles bons ou
maus, porque para Deus não há acepção de pessoas. Todos, portanto, estão convidados.

A única condição essencial para desfrutar da festa do banquete é a disponibilidade para a


abertura da aliança com o Deus da vida, que chama para a conversão e novos laços amorosos
com Ele. O importante é que os que querem entrar na grande sala da alegria divina tenham a
roupa especial, o traje nupcial da fé, da justiça e do amor, a “veste de linho puro e brilhante,
que são as obras puras dos santos” (Ap 19,8).

Compreende-se, portanto, o valor e a necessidade da “veste nupcial”, evocada por Jesus. Sem
a mudança do traje, isto é, sem a conversão do coração, afastando-se dos hábitos passados,
sem uma nova personalidade, não se pode participar do banquete da comunhão com Deus. O
Evangelho não é um remendo novo costurado em roupa velha, mas uma absoluta novidade de
“hábito” e de vida (cf. Mc 2,21). Nessa parábola, Jesus é o noivo que, ao desposar a
humanidade, sela uma ligação definitiva entre ela e Deus.

Jesus não era uma pessoa estudada (cf. Jo 7,15). Não tinha frequentado a escola superior de
Jerusalém. Vinha do interior, da roça, de Nazaré. Era um desconhecido, meio camponês, meio
artesão. Sem pedir licença às autoridades religiosas, começou a ensinar o povo. O povo
gostava de ouvi-lo. Jesus tinha um jeito bem popular de ensinar por meio de parábolas. Uma
parábola é uma comparação que usa as coisas conhecidas e visíveis da vida para explicar as
coisas invisíveis e desconhecidas do Reino de Deus. Jesus tinha uma capacidade muito grande
de encontrar imagens bem simples para comparar as coisas de Deus com as coisas da vida que
o povo conhecia e experimentava na sua luta diária pela sobrevivência. Isto supõe duas coisas:
estar por dentro das coisas da vida, e estar por dentro das coisas de Deus, do Reino de Deus.

Vamos ter presente que o modo de Jesus pensar é muito diferente da lógica do mundo ao seu
redor. As parábolas mostram o novo jeito de ser daquele que aceitou seguir Jesus.

Quando terminava de contar uma parábola, Jesus não a explicava, mas costumava dizer:
“Quem tem ouvidos para ouvir ouça!”. O que significava: “É isso! Vocês ouviram. Agora,
tratem de entender!”. De vez em quando, ele explicava para os discípulos. O povo gostava
desse jeito de ensinar, porque Jesus acreditava na capacidade das pessoas de descobrir o
sentido das parábolas. A experiência que o povo tinha da vida era para ele um meio para
descobrir a presença do mistério de Deus em suas vidas e criar coragem para não desanimar
na caminhada.

É nosso papel descobrir o que está subentendido nas parábolas. Entretanto, Jesus revela o
sentido delas somente aos que têm fé. É importante compararmos as situações de nossa vida
com a maneira que Cristo nos ensina a viver, assim como fazermos uma analogia dos
elementos utilizados nas parábolas com o que Jesus quis dizer. Por exemplo: semente de
mostarda refere-se ao Reino; joio, às más ações; trigo, às boas ações.

O gênero das parábolas utiliza os símbolos, as metáforas e as imagens para ensinar o sentido
do Reino de Deus. Jesus Cristo utiliza uma linguagem que relaciona elementos e fatos da
realidade humana para explicar a dinâmica do Reino. Conta uma história para transmitir o que
Deus quer sugerir que seja construído no coração do mundo. As parábolas também
comunicam o jeito próprio de Jesus Cristo de se fazer presente na vida do povo. As parábolas
tocam os relacionamentos humanos, os quais devem ser direcionados segundo a vontade de
Deus-Pai (por exemplo, a Parábola do Filho Pródigo, em Lucas 15,11-32, cujo título poderia ser
perfeitamente “Parábola do Pai Misericordioso”). As parábolas ensinam a respeito do Reino,
como também o Reino dá sentido e significado às parábolas.

“Jesus convida a entrar no Reino por meio das parábolas, traço típico de seu ensinamento. Por
elas, convida ao festim do Reino, mas exige também uma opção radical: para adquirir o Reino
é preciso dar tudo; as palavras não bastam, são necessários atos. As parábolas são como
espelhos para o homem: este acolhe a palavra como um solo duro ou como uma terra boa?
Que faz ele dos talentos recebidos? Jesus e a presença do Reino neste mundo estão
secretamente no coração das parábolas. É preciso entrar no Reino, isto é, tornar-se discípulos
de Cristo para conhecer os mistérios do Reino dos Céus (Mt 13,11). Para os que ficam de fora
(Mc 4,11), tudo permanece enigmático.”

CANTO:
Vivência
As parábolas falam dos relacionamentos humanos, os quais devem ser orientados segundo o
horizonte de Deus, a mensagem de Jesus Cristo, o projeto do Reino. Por meio das parábolas,
Jesus Cristo ensina o desdobramento necessário que o amor a Deus deve ter no amor ao
próximo. Recupera de forma radical o valor indispensável da dignidade de cada pessoa. Todas
as pessoas são amadas por Deus, mas os seus preferidos são os pobres, enfermos,
estrangeiros, órfãos, viúvas ou todas as pessoas que integram o grupo dos
empobrecidosexcluídos (cf. Mt 11,4-5.25-27; 25,31-46; Lc 4,18-19; 6,20-26).

Motive no grupo a leitura e a meditação das três parábolas do evangelho; depois tente
atualizá-las para o tempo e a sociedade em que vivemos.

Oração
Oremos: Senhor Deus onipotente, criastes o ser humano à vossa imagem e semelhança, em
santidade e justiça, e quando ele se tornou pecador, não o abandonastes, mas pela
encarnação de vosso Filho lhe providenciastes a salvação. Salvai estes vossos servos e servas,
livrai-os de todo mal e da servidão do inimigo e deles expulsai o espírito de mentira, cobiça e
maldade. Recebei-os em vosso Reino e abri seus corações à compreensão do vosso Evangelho
para que sejam filhos da luz, deem testemunho da verdade e pratiquem a caridade segundo os
vossos mandamentos. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém!

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