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Filo Apicomplexa:

Filo Apicomplexa: Toxoplasma


Toxoplasma gondii e gondii
outros eprotozoários
Plasmodiumapicomplexas
spp.

Profa. Aline Diniz Cabral


aline.cabral@fcmsantacasasp.edu.br
01 Classificação

02 Introdução

03 Ciclo evolutivo

04 Prevalência e controle

05 Outros apicomplexas
Classificação
Filo
Apicomplexa Complexo Apical (formado por organelas
secretoras – roptrias e micronemas, conóide
e microtúbulos) responsável pela adesão,
Classe locomoção e penetração do parasita na
Coccidia célula hospedeira.

Ordem
Eucoccidiorida

Família
Sarcocystidae

Gênero
Toxoplama
Classificação
Filo
Apicomplexa
Principais espécies
Classe
Coccidia • Cryptosporidium spp.
• Cyclospora cayetanensis
Ordem • Cistoisospora belli (=Isospora belli)
Eucoccidiorida
• Plasmodium spp.
Família • Toxoplasma gondii
Sarcocystidae • Sarcocystis hominis
• Sarcocystis suihominis
Gênero
Toxoplama
Classificação
Filo
Apicomplexa
Alternância de reprodução
(multiplicação) assexuada
Classe
e sexuada.
Coccidia

Ordem
Eucoccidiorida
Merogonia

Família
Sarcocystidae

Gênero Coccídeos intestinais


Toxoplama
Classificação
Filo Única espécie: Toxoplasma gondii (Nicolle e Manceaux, 1908)
(
Apicomplexa Agente etiológico da Toxoplasmose

Classe
Coccidia

Doença sistêmica causada por um


Ordem
Eucoccidiorida protozoário parasita intracelular obrigatório,
Charles Jules Henry Nicolle
heteroxênico, capaz de infectar diversos (1866-1936)

tipos de tecidos de hospedeiros


Família
Sarcocystidae homeotérmicos, inclusive o homem

Gênero
Toxoplama Alfonso Splendore
Ctenodactylus gundi
Toxoplasmose

• É uma doença de alta prevalência sorológica, mas de baixa incidência


sintomatológica

hospedeiro
parasito
Toxoplasmose

• É uma doença de alta prevalência sorológica, mas de baixa incidência


sintomatológica

• Estima-se que mais de 50% da população humana no mundo já tenha sido


exposta a T. gondii, sendo a infecção crônica em adultos e assintomática.
Toxoplasmose

• É uma doença de alta prevalência sorológica, mas de baixa incidência


sintomatológica

• Estima-se que mais de 50% da população humana no mundo já tenha sido


exposta a T. gondii, sendo a infecção crônica em adultos e assintomática.

• Importância maior em gestantes (toxoplasmose congênita) e pacientes


imunocomprometidos (toxoplasmose cerebral)
Toxoplasma gondii
O ciclo sexuado de T. gondii
apresenta especificidade de
hospedeiro: restrito aos
felinos (intestino) que
atuam como hospedeiros
definitivos

Oocistos
liberados
nas fezes

1 oocisto
2 esporocistos
4 esporozoítos
Toxoplasma gondii
O ciclo sexuado de T. gondii O ciclo assexuado de T.
apresenta especificidade de gondii ocorre nos
hospedeiro: restrito aos mamíferos (inclusive no
felinos (intestino) que homem) e aves: que atuam
atuam como hospedeiros como hospedeiros
definitivos Multiplicação => endodiogenia intermediários

Oocistos
liberados
nas fezes

1 oocisto
2 esporocistos
4 esporozoítos
HOSPEDEIRO DEFINITIVO

Ciclo biológico
Oocistos eliminados nas fezes

Infecção pela
ingestão de carne crua
ou mal passada
contendo cisto
tecidual

Oocisto não
esporulado 2-6 dias
Taquizoítos
transmitidos
pela placenta Cisto de Toxoplasma gondii
Oocistos contaminam
alimentos, água e solo
São ingeridos pelos
hospedeiros intermediários
Oocisto esporulado (infectante)

Feto infectado HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS


Ingestão de alimentos, água, frutas e vegetais contaminados com oocistos infectantes
(ESPOROZOÍTO) (BRADIZOÍTO)

≥ 18 ≥ 19

<50% eliminam oocistos ~50% eliminam oocistos >90% eliminam oocistos


Como ocorre a infecção humana?
Giardia duodenalis
DTHA Cryptosporidium spp
DDA Toxoplasma gondii
Trypanosoma cruzi
surto
Ciclo biológico
Esquizogonia B Gametogonia
(merogonia)

HOSPEDEIRO DEFINITIVO

C Esporogonia
(2-6 dias) Oocisto
(não esporulado)
Não infectante
Oocisto esporulado
(infectante) – 12-18
meses
Cistos teciduais são
ingeridos por meio de carne
crua ou mal passada

Ciclo
Hospedeiros intermediários
Hospedeiros sexuado
definitivos
Oocistos liberados Taquizoítos infectam o
nas fezes fígado via hematogênica

Ciclo sexuado
Intestino HD Bradizoítos nos Infecção
tecidos do rato congênita

Lesões cerebrais Coriorretinite Taquizoíto

Ciclo Macrófagos parasitados


assexuado distribuem os taquizoítos
pelo organismo

Linfonodomegalia Hepatite

Cistos teciduais são formados


conforme a resposta imune
Sintomatologia

❖ Assintomática (forma crônica)


❖ Toxoplasmose aguda: febre, dores oculares, aumento dos linfonodos
hospedeiro
parasito
Sintomatologia

❖ Se adquirida no primeiro trimestre de gravidez, costuma ser aguda ou


subaguda no feto, com lesões disseminadas, principalmente no sistema
nervoso e na retina.

❖ No último trimestre da gestação, a transmissão é, em geral, assintomática


ou o quadro clínico é relativamente brando.

❖ No adulto – toxoplasmose ocular (retinocorioidite); adenomegalia; febre.


Sintomatologia

❖ Toxoplasmose congênita: consequências anatômicas e funcionais

Aproximadamente 85% dos recém-nascidos


(RN) com toxoplasmose congênita não
apresentam sinais clínicos evidentes ao
nascimento. No entanto, uma avaliação
mais detalhada pode mostrar alterações tais
como restrição do crescimento intrauterino,
prematuridade, anormalidades liquóricas e
cicatrizes de retinocoroidite.
Transmissão x Diagnóstico
Cisto tecidual
Cisto tecidual BRADIZOÍTO
Bradizoíto

Taquizoíto
Esporozoíto

Oocisto esporulado

*?
Quando e por que
Imunossupressão?
Reinfecção?

Transmissão: Fecal-oral; hídrico-alimentar; congênita


Diagnóstico

Direto Indireto Diferencial

Ag Ac
IgM e IgG
Taquizoitos em cultivo celular
Reação de imunofluorecência

10 µm
Luis F. P. Gondim
Teste de aglutinação modificado (MAT)
Teste de ELISA

Direto
Indireto

O teste de avidez para IgG deve ser realizado quando o


resultado do exame de detecção de ambos os anticorpos
resultarem positivos IgM (+) e IgG (+):
● Se o resultado da avidez de IgG for ALTA –significa dizer
que é uma infecção antiga.
● Se o resultado da avidez de IgG for BAIXA significa dizer
que é uma infecção recente.
O oocisto é a forma de
resistência do parasito
presente no meio
ambiente, podendo ficar
viável e infectivo por
períodos superiores a um
ano no solo ou em fontes
de água doce ou
salinizada. Resiste a
cloração e desinfetantes.

Oocisto não esporulado


A diversidade genética do parasito
associada à proteção insuficiente do
indivíduo infectado com uma cepa
contra o total das cepas circulantes na
natureza, torna possível a reinfecção
em indivíduos imunocompetentes.

Cisto – reativação?
Prevenção e controle
• Gestantes que apresentem resultados não reagentes
para anticorpos IgM e IgG são suscetíveis, ou seja,
nunca tiveram toxoplasmose. Dessa forma, são
muito mais vulneráveis a adquirir a infecção durante
a gestação.

• Higiene alimentar, o consumo de água filtrada ou


fervida e o controle da exposição a fontes
ambientais contaminadas: usar luvas e lavar as mãos
após jardinagem ou contato com solo ou areia.
Prevenção e controle

Os medicamentos espiramicina, sulfadiazina e


pirimetamina utilizados para o tratamento da
toxoplasmose são disponibilizados gratuitamente pelo
Sistema Único de Saúde (SUS) e pertencem ao
Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica,
conforme consta na Relação Nacional de Medicamentos
Essenciais: Rename 2020 (BRASIL, 2020), e são adquiridos
pelo Ministério da Saúde.
Apicomplexa: Plasmodium spp e a Malária

TRANSMISSÃO VETORIAL
Introdução

Prevalência da Malária

❖Áreas distribuídas na África, Ásia, Oceania e nas Américas

❖Brasil: Amazônia Legal – cada ano 30.000 casos novos de malária.


Introdução

Prevalência da Malária

❖Áreas distribuídas na África, Ásia, Oceania e nas Américas

❖Brasil: Amazônia Legal – cada ano 30.000 casos novos de malária.


Distribuição dos casos importados de malária
notificados na região extra-amazônica, de acordo
com o estado provável de infecção no período de
2010 a 2021 (N = 4.161)

Os LPIs mais frequentes localizados na região


amazônica foram Rondônia (1.398), 79% sexo masculino
Amazonas (962), Pará (746) e Roraima (310)
https://tvbrasil.ebc.com.br/reporter-brasil/2023/05/193-casos-
de-malaria-foram-identificados-em-3-meses-no-brasil
Introdução

Agentes etiológicos

• Plasmodium falciparum Complexo apical: adesão e


penetração celular
• P. vivax
• P. malarie
• P. ovale
Filo: Apicomplexa
Fêmea: Anopheles
Repasto sanguíneo
Esporozoítos
Esquizogonia na circulação
(hepática)

Hepatócitos
esporozoítos diferenciam
em merozoítos (dias) Inseto
*hipnozoítos (meses) O gametócito masculino
P. vivax e P. ovale diferencia em
(recaída) microgameta e o feminino
em macrogameta –
fertilização – zigoto
Hemácias (oocisto com esporozoíto)
merozoítos invadem as Esporozoíto migra para a
hemácias e os esporozoítos glândula salivar
formam esquizontes que Esporogonia
liberará 6-32 merozoítos. Os Esquizogonia
esporozoítos também
formará gametócitos
(eritrocitária)
Ciclo evolutivo

https://youtu.be/xyc4gZsHEGQ?si=lJfiydH8EYKVnyb1

Ciclo no homem

https://youtu.be/s-SKYfERZd4?si=iUTpUJUc9-1IsKnc

Ciclo no mosquito
Formas de transmissão da Malária

▪ Picada de anofelinos

▪ Transfusão de sangue ou compartilhamento de seringas

▪ Congênita
Aspectos clínicos

❖Imunidade parcial e de curta duração (populações de áreas

endêmicas são mais tolerantes – infecções constantes)

❖Crianças e gestantes – maior risco

❖Viajantes
Aspectos clínicos

❖A lise das hemácias causa anemia – febre

❖Alteração na membrana da hemácia (knob) levando a uma aderência (P.

falciparum) e formação de rosetas, levando a uma obstrução vascular

❖Metabolismo do parasita - hipoglicemia e hipóxia


Acesso malárico
✓Calor intenso
✓Dor de cabeça
✓Náusea e vômito
✓Temperatura Alta (39-41°C)
✓Duração: 2-8 horas Sudorese intensa
Prostração e sono
Duração: 3 horas

✓Forte sensação de frio


✓Tremores incontroláveis
✓Náusea e vômito
✓Duração: 1-2 horas
Aspectos clínicos

1. Plasmodium falciparum: produz a “febre terçã maligna” e cujo quadro clínico


caracteriza-se por apresentar acessos febris repetindo-se com intervalos de 36 a 48
horas. É responsável pela maioria dos casos fatais.

2. Plasmodium vivax: agente da “febre terçã benigna” com ciclo febril que se repete a
cada 48 horas e é a mais frequente no Brasil.

3. Plasmodium ovale: é responsável por outra forma de “febre terçã benigna”.

4. Plasmodium malariae: agente da “febre quartã”, com acessos febris a cada 72


horas.
Complicações

P. falciparum

• Malária cerebral
• Anemia grave
• Edema pulmonar agudo
• Insuficiência renal
• Icterícia acentuada
• Hipertermia
• Vômitos
Complicações

P. falciparum

• Malária cerebral • Gravidez


• Anemia grave
Morte materna
• Edema pulmonar agudo
Morte do feto
• Insuficiência renal Baixo peso ao nascer
• Icterícia acentuada Anemia
• Hipertermia
• Vômitos
Complicações
P. vivax

• Ruptura de baço
• Anemia
• Alterações renais e pulmonares

P. malariae

• Imunocomplexos
• Glomerulonefrite
Diagnóstico

Diagnóstico correto:
☺ benefício clínico
(↓mortalidade e ↓morbidade)
☺ menor uso de antimaláricos
☺ menor custo

⧫ Diagnóstico Clínico ➨ Sinais e sintomas (Presuntivo)


⧫ Diagnóstico Laboratorial ➨ confirmatório
Diagnóstico

-> Detecção e discriminação de formas sanguíneas

- Esfregaço de sangue, corado com corante Giemsa


(quando tem muitos parasitas: >0,1% parasitemia)

- Gota espessa, corado com Giemsa


(quando tem poucos parasitas, <0,1% parasitemia)

- “Dip stick” tests, detectam antígenos maláricos


circulantes (no campo): Histidin rich protein
Diagnóstico
☺ Pesquisa no sangue periférico

Gota
espessa

Esfregaço

Diagnóstico de espécie é crucial


A identificação da espécie de Plasmodium em sangue
de infectados requer treinamento de microscopistas

P. vivax P. falciparum
Gota espessa ➨ Detecção
Esfregaço ➨Identificação

Plasmodium
falciparum

Plasmodium
vivax
Testes Imunocromatográficos
OptiMAL® (Diamed)
Parasight-F® (BD)
•~20 minutos
• ~20 minutos
• 100-200 parasitas/ml sangue
• 20-40 parasitas/µl sangue
• LDH de Plasmodium spp.
• presença/ausência de P. falciparum
• presença/ausência de
• Proteína 2 rica em histidina
Plasmodium spp
P. falciparum X P. vivax
Diagnóstico
Reação de Reação de polimerase em
Imunofluorescência (IFA)
cadeia (PCR)
Pv Pf Pm Po
Tratamento

Primaquina Antimaláricos inibem


(hipnozoitas Quinino processos essenciais
e gametócitos) Cloroquina
localizados em diferentes
Mefloquina Quinidina
compartimentos
Artemesinina
subcelulares.
Tratamento
• O diagnóstico da espécie infectante é essêncial!
Trofozoitas Quinina, Cloroquina, Mefloquina, Halofantrina,
Pirimetamina, Tetraciclina, Doxiciclinaa,
Artemisinina e derivados

Hipnozoítas Primaquina, Proguanil, Tetraciclinas

Gametócitos Primaquina, Cloroquina, Amodiaquina

Terapia de P. vivax : Cloroquina + Primaquina


Terapia de P. falciparum : Quinina + Tetraciclina ou
Artemisinina + Amodiaquina
Artememisina + Mefloquina

Cloroquina não exerce mais nenhum efeito contra P. falciparum!!!


Profilaxia e controle

Detecção e tratamento precoce dos infectados


Medidas de proteção individual e coletiva
Telagem de janelas e portas
Inseticidas de ação residual
Impregnação de mosquiteiros com inseticida
Desenvolvimento de novos fármacos
Treinamento de Recursos Humanos
Estruturação do sistema de saúde
Desenvolvimento de Vacina
Profilaxia
- Quimoprofilaxia é possível mas deve ser limitada a casos
emergenciais (pessoas splenoectomizadas)
- Usar repelente quando possível, uso de mosquiteiros
impregnados com piretroides
- Uso de luvas no tratamento cirúrgico de maláricos
- Teste de contaminação de conservas em bancos de sangue

Tratar os assintomáticos

- Medidas ambientais
- Tratar igarapés com óleo (larvacida), ou criar tilápias
para combater procriação de anofelinos
Prevenção
Estratégias de
controle/combate ao vetor
deve ser direcionada para os
estágios de desenvolvimento
VACINA?
Quizz

Qual forma de Plasmodium é infecciosa para o Anofelino?

Qual forma de T. gondii é infecciosa para o felino?

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