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TOXOPLASMOSE

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Toxoplasma gondii e toxoplasmose
• Toxoplasmose

– Doença de aspectos clínicos variados que


ocorre em pessoas infectadas pelo
Toxoplasma gondii

– Uma das zoonoses mais difundidas no mundo

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Toxoplasma gondii e toxoplasmose
• Toxoplasma gondii
– Parasita heteroxeno, intracelular obrigatório
• Filo Apicomplexa,
• Classe Sporozoea,
• Ordem Eucoccidiida,
• Família Sarcocystidae

– Descrito simultaneamente por Splendore em coelhos


(1908, no Brasil) e por Nicolle & Manceaux em gondis
(1908, na Tunísia)
– 1927: parasita associado a meningoencefalite em
crianças no Brasil
– a partir de 1927: SABIN desenvolve sorologia

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MORFOLOGIA DOS ESTÁGIOS PARASITÁRIOS

Protozoário: Toxoplasma gondii


Três estágios de desenvolvimento

Taquizoítos bradizoítos esporozoítos

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MORFOLOGIA DOS ESTÁGIOS PARASITÁRIOS

• Taquizoítos e bradizoítos
– Reprodução assexuada por endodiogenia
– Ocorrem nos hospedeiros intermediários  todos os
mamíferos e aves
– Ocorrem nos hospedeiros definitivos  felídeos
(gatos domésticos e selvagens)
– Localização
• Taquizoítos no sangue, linfa e órgãos (baço, fígado, pulmão,
sistema nervoso central, linfonodos)
• Bradizoítos nos músculos e sistema nervoso central

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Morfologia: taquizoítos
complexo
apical

plastídeo

núcleo

endodiogenia: um taquizoíto presente em tecidos divide o seu núcleo e o seu citoplasma, dentro
de sua membrana. Dessa forma, a membrana citoplasmática envolve vários taquizoítos-filhos,
produzidos por divisões sucessivas, resultando grupos de taquizoítos semelhantes;
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Morfologia: bradizoítos
complexo
apical

plastídeo

núcleo

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Morfologia dos estágios parasitários

• Oocistos (contendo esporozoítos)


– Resultantes da reprodução sexuada por esquizogonia
e gametogonia

– Ocorrem apenas nos hospedeiros definitivos 


felídeos (gatos domésticos e selvagens)

– Localização
• Formas endógenas no epitélio intestinal

• Oocistos não esporulados e esporulados nas fezes dos


felídeos

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Morfologia: esporozoítos
anéis apicais
anel polar
conóide
micronema
róptria
plasmalena
complexo de membrana
microporo

amilopectina
mitocôndria
apicoplasto

complexo de Golgi
centríolos
retículo endoplasmático
rugoso
núcleo

grânulo denso
corpo lipídico
poro posterior

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Morfologia: esporozoítos (oocistos)

oocisto não
esporulado

oocisto
esporulado

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Ciclo de vida

oocistos cistos
nas fezes teciduais
do gato

após a ingestão, seja de oocistos (esporozoítos) seja


de cistos teciduais (bradizoítos), os parasitas
transformam-se em taquizoítos, invadem o epitélio
intestinal e atingem a circulação sanguínea e/ou a
linfática. Vão se instalar principalmente em
músculos e tecido nervoso, onde se transformam
em bradizoítos, formando cistos teciduais. Se uma
CICLO DE VIDA

mulher se infecta durante a gravidez, os taquizoítos


podem infectar o feto pela circulação sanguínea.

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CICLO DE VIDA

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TRANSMISSÃO POR OOCISTOS
• Felídeos
– Eliminação de oocistos não esporulados
– Somente uma vez durante a vida, normalmente
quando são filhotes, durante cerca de 15-30 dias
– Oocistos demoram de três a cinco dias para esporular
no ambiente, e só então tornam-se infectantes
– Esporulados os oocistos podem resistir até 12-18
meses em meio às condições ambientais
– Única forma de transmissão para os animais
herbívoros
– Infecção de fontes de água: epidemias de
toxoplasmose

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TRANSMISSÃO POR TAQUIZOÍTOS
• Via transplacentária
– Apenas se a mulher for infectada DURANTE a
gravidez
• Acidentes laboratoriais
• Transplantes de órgãos
– Devido à imunosupressão a que o receptor do
transplante deve ser submetido
– Rim e fígado: baixo risco
– Medula óssea: risco mediano
– Coração e/ou pulmão: alto risco
• Pacientes em terapia para câncer

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TRANSMISSÃO POR BRADIZOÍTOS
• Consumo de carne infectada
• Risco cinco vezes maior no consumo de carne
crua
• Prevalência de infecção 50% em trabalhadores
de abatedouros
• Maior freqüência de cistos na carne:
– Suínos, ovinos e caprinos
• Menor freqüência de cistos na carne:
– Galinas caipiras, pombos, coelhos, cães, eqüídeos,
frangos de granja, búfalos e bovinos

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CLÍNICA DA TOXOPLASMOSE
• MAIORIA DOS CASOS: ASSINTOMÁTICOS
• TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
– tétrade de Sabin
• Hidrocefalia ou microcefalia
• Coriorretinite bilateral, macular ou perimacular simétrica
• Calcificações intracranianas
• Retardamento mental
• TOXOPLASMOSE ADQUIRIDA ou PÓS-NATAL
– pneumonia, linfoadenopatia, erupção cutânea, meningoencefalite,
coriorretinite
• TOXOPLASMOSE EM IMUNODEPRIMIDOS
– Na maioria das vezes reativação de infecção crônica: os bradizoítos
dos cistos teciduais voltam a se transformar em taquizoítos
– SNC, polimiosite e linfoadenopatia

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PRIMO-INFECÇÃO

Crianças e adultos

10% linfadenite, Durante a gravidez ou


coriorretinite, 90% logo antes da
raramente
miocardite ou
assintomático concepção
miosite

INFECÇÃO LATENTE PLACENTA


(ASSINTOMÁTICO)

Reativação em pacientes
imunocomprometidos Potencial para TRANSMISSÃO
(AIDS, câncer, transplantados) TRANSPLACENTÁRIA e
INFECÇÃO CONGÊNITA

ENCEFALITE
TOXOPLÁSMICA

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Lesões da toxoplasmose ocular

7 anos 14 anos

21 anos lesão progressiva


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Lesões na toxoplasmose congênita

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Lesões na toxoplasmose congênita

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DIAGNÓSTICO
• DIAGNÓSTICO DIRETO
– Clínico e necrópsia
– Giemsa, imunofluorescência direta, imunoistoquímica
– Isolamento em camundongos
– Detecção de DNA ou RNA
• DIAGNÓSTICO INDIRETO
– Reação de Sabin-Feldman
– Imunofluorescência
– Hemaglutinação & aglutinação
– Ensaios imunoenzimáticos (ELISA)

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Diagnóstico

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Diagnóstico no paciente imunocomprometido

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TRATAMENTO
• Toxoplasmose pós-natal
– Sulfadiazina + pirimetamina  associar com
ácido folínico
– Clindamicina
– Espiramicina

• Toxoplasmose pré-natal
– Espiramicina
– Sulfa + pirimetamina
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PROFILAXIA
• PREVENÇÃO DE ELIMINAÇÃO DE
OOCISTOS PELOS GATOS
– Domiciliação dos animais
– Alimentação adequada e diminuição do
predatismo
– Vacinação
• experimental
• cepa T-263  84% de eficiência

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profilaxia
• INFECÇÃO COM CISTOS TECIDUAIS
– Tratamento térmico dos alimentos
• 67oC/10 segundos
• -20oC/24 horas
– Radiação gama 0,5 kGy: pouco aceito pelo
público
– Higienização das mãos após o contato com
carne crua
• INFECÇÃO NOS TRANSPLANTES
– Avaliação sorológica de doadores e
receptores de transplante cardíaco/pulmonar

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profilaxia
• TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
– Prevenção primária
• Educação
• Higiene alimentar
• Medidas sanitárias
– Prevenção secundária
• Avaliação sorológica
• Tratamento com espiramicina
• Tratamento com espiramicina /pirimetamina-
sulfadiazina-ácido fólico
– Prevenção terciária
• Tratamento específico do bebê até um ano de idade
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