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Teoria do processo
Programa:
1. NOÇÕES PRELIMINARES:
1.1 BEM DE VIDA;
1.2 CONFLITO DE INTERESSES;
1.3 PRETENSÃO;
1.4 LIDE;
1.5 TUTELA JURÍDICA PROCESSUAL.
1.5.1 INSTRUMENTALIDADE DO PROCESSO E ESCOPOS DA JURISDIÇÃO.
1.5.2 ACESSO À JUSTIÇA.
1.5.3 SOLUÇÃO DE CONFLITOS. JUSTIÇA MULTIPORTAS. NOÇÕES GERAIS SOBE AS FORMAS
DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
1.5.3.1 OS NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS
1.7 JURISDIÇÃO
1.7.1 CONCEITO
1.7.2 CARACTERÍSTICAS
1.7.3 JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
1.8 . AÇÃO
1.8.1 NATUREZA JURÍDICA;
1.8.2 REQUISITOS PARA JULGAMENTO DO MÉRITO (CONDIÇÕES DA AÇÃO). INTERESSE
PROCESSUAL; LEGITIMIDADE DAS PARTES E CAPACIDADE.
1.8.3 CLASSIFICAÇÃO E INDIVIDUALIZAÇÃO DAS AÇÕES: PARTES, CAUSA DE PEDIR E PEDIDO
1.9 . PROCESSO.
1.9.1 NATUREZA JURÍDICA
1.9.2 OBJETO DO PROCESSO
1.9.3 PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
1.9.2 PROCESSO E PROCEDIMENTO;
1.9.3 FASES DO PROCESSO E ENTREGA DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL
2. DIREITO PROCESSUAL:
2.1 CONCEITO E FONTES;
2.2 A FUNÇÃO DOS PRINCÍPIOS NA TEORIA DO PROCESSO
2.3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA;
2.3.1 FASES METODOLÓGICAS DO DIREITO PROCESSUAL
2.3.2 A TRADIÇÃO JURÍDICA DE CIVIL LAW E A INFLUÊNCIA DO COMMON LAW
2.3.2.1 A DOUTRINA DOS PRECEDENTES NO DIREITO BRASILEIRO
2.3.3 PROCESSOS COLETIVOS E PROCESSOS ESTRUTURAIS
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2.4 PROCESSO CONSTITUCIONAL E ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.
2.4.1PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO
2.4.1.1 DEVIDO PROCESSO LEGAL
2.4.1.2 CONTRADITÓRIO, NÃO SURRESA E DEVER DE CONSULTA
2.4.1.3 AMPLA DEFESA
2.4.1.4 JUIZ NATURAL
2.4.1.5 IMPARCIALIDADE DO JUIZ
2.4.1.6 IGUALDADE
2.4.1.7 DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
2.4.1.8 MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
2.4.1.9 INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL
2.4.1.10 RESERVA DE PLENÁRIO
2.4.1.11 DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO
2.4.1.12 PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE
2.5. NULIDADES PROCESSUAIS
3 A NORMA PROCESSUAL:
3.1 APLICAÇÃO NO TEMPO E NO ESPAÇO;
3.2 INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS; NORMAS GERAIS DO PROCESSO E
PRINCÍPIOS .
3.2.1 A CONSTITUIÇÃO COMO VÉRTICE NORMATIVO
3.2.2 FINS SOCIAIS E BEM COMUM
3.2.3 INÉRCIA DA JURISDIÇÃO
3.2.4 SOLUÇÃO CONSENSUAL DOS CONFLITOS
3.2.5 BOA-FÉ
3.2.6 ORDEM CRONOLÓGICA DE CONCLUSÃO
5. O JUIZ;
6. O MINISTÉRIO PÚBLICO;
8. COMPETÊNCIA;
9. SUJEITOS DO PROCESSO
10. LITISCONSÓRCIO
12. FATOS E ATOS PROCESSUAIS: FORMA, LUGAR E TEMPO DOS ATOS PROCESSUAIS.
PRAZOS. PRECLUSÃO
_____________________________________________________________________________
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Aulas e Metodologia
Bibliografia
Avaliação
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Noções Preliminares
Aristóteles dizia que o homem é um animal político, já que nasce com essa tendência de viver
em sociedade.
Cada um precisa dos demais para viver e se desenvolver.
O agrupamento social reflete as necessidades, interesses, as pretensões e conflitos do grupo.
A teoria geral do direito reflete sobre o conceito de necessidade.
Necessidade: situação de carência ou desequilíbrio biológico ou psíquico, em razão da falta de
alguma coisa.
Essas necessidades são de variados aspectos e faz concluir que o homem depende de certos
elementos para viver e se desenvolver também em todos os aspectos.
Assim, essa relação de dependência entre o homem e alguma coisa, passou a ser denominada
de necessidade.
A necessidade é satisfeita através do bem da vida.
Bem ou bem da vida: é o elemento capaz de satisfazer a necessidade do homem. Água, roupa,
alimento, paz, honra e amor.
O bem pode ou não ter utilidade para as pessoas.
Utilidade: é a aptidão do bem de satisfazer a necessidade do homem. Assim a utilidade pode ser
subjetiva ou objetiva.
Nem sempre utilidade e necessidade estão juntas, mas quando estão juntas, formam o
interesse.
Interesse: juízo que se forma em relação a um bem, de sua necessidade e de sua aptidão para
satisfazer a sua necessidade.
Sujeito do interesse – é o homem;
Objeto do interesse – é o bem da vida
O interesse pode ser:
o Imediato: quando a situação ou posição se presta diretamente à satisfação de uma
necessidade – tem alimento nas mãos e precisa se alimentar.
o Mediato: tem dinheiro, mas não alimentos em suas mãos.
Conflito de interesse: Como os bens são limitados, surge em relação a determinados bens
choques de forças, que são os conflitos de interesse.
Os conflitos ocorrem quando a situação ou posição favorável de um exclui a posição ou situação
favorável de outro quanto à satisfação de uma necessidade.
O conflito pode ser:
o Subjetivo: não se extravasa da pessoa do próprio sujeito. Resolve-se com uma opção.
Pode ser relevante quando se tratar de um grupo.
o Intersubjetivo: chamado assim por Carnelutti – entre interesse de duas pessoas.
Pretensão: ocorre quando o conflito de interesses não se dilui no âmbito social, levando à
disputa. Trata-se conceitualmente da “exigência de subordinação do interesse de outrem ao
interesse próprio”.
Pretensão x direito: a pretensão pode ser infundada ou desarrazoada. Pretensão é um ato e não
um poder; algo que se faz e não que se tem.
A pretensão pode então sofrer uma resistência, que é o questionamento da pretensão.
Se não houve a subordinação e efetiva desistência, se terá a lide.
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Lide: “conflito de interesse qualificado pela pretensão de um dos interessados e pela resistência
de outro” (Carnelutti). A lide precisa ser solucionada para que não se comprometa a paz social
e a estrutura do estado.
o Elemento material da lide: conflito de interesse;
o Elemento formal da lide: pretensão de um e resistência do outro.
1
GRINOVER, Ada Pellegrini. Ensaio sobre processualidade: fundamentos para uma nova teoria geral do
processo. Brasília: Gazeta Jurídica, 2016, p.3.
2
ZANETI JR, Hermes, MADUREIRA, Claudio. Formalismo-valorativo e novo processo civil. Revista de
Processo, Vol. 272/2017, p.85-125.
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b) o escopo social – consiste em promover o bem comum, com a pacificação, com justiça, pela
eliminação dos conflitos, além de incentivar a consciência dos direitos próprios e o respeito aos
alheios;
c) o escopo político.- é aquele pelo qual o estado busca a afirmação de seu poder, além de
incentivar a participação democrática (ação popular, ação coletivas, presença de leigos nos
juizados etc.) e a preservação do valor liberdade, com a tutela das liberdades públicas por meio
dos remédios constitucionais (tutela dos direitos fundamentais).
ACESSO À JUSTIÇA
o Séc. XVIII e XIX - cabia aos Estados apenas não impedir o acesso à Justiça.
o Séc. XX - a visão individualista anterior muda - cabe ao Estado não somente
garantir o acesso à justiça, mas promovê-lo por condutas positivas.
Configura um dos pilares dos sitemas democráticoos – porque a questão do acesso repercute
no próprio Direito – possuir um direito e não ser capaz de exercê-lo, é o mesmo que não tê-los.
O acesso à justiça é, na realidade, a garantia dos demais direitos.
Justiça Multiportas
Conciliação e Mediação: Lei 13.140/2015
Arbitragem: Lei 9.307/96 (Lei de Arbitragem)
Processo judicial
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Comitês de Resolução de Conflitos (Dispute Bord)
ODRs (Online Dispute Resolucion)
Nos primórdios, aquele que encontrasse resistência aos seus interesses, tratava de por
si, remover o obstáculo com sua força.
Hoje, apenas em determinadas situações, os estados modernos permitem a autotutela:
No processo Penal: legítima defesa;
No Civil: o desforço possessório, o direito de retenção, o direito de cortar as
raízes ou ramos de arvores que ultrapassem o prédio;
No Direito do Trabalho: direito de greve;
No Direito Administrativo: a autoexecutoriedade das decisões administrativas
No entanto, muitas vezes o Estado é chamado para exercer o controle desses atos.
o Autocomposição: representa forma mais evoluída de resolução de conflito de interesse.
Traduz-se em atitude de renúncia ou reconhecimento a favor do adversário. Existem
Renúncia ou desistência: do atacante
Submissão ou reconhecimento: de quem resiste à pretensão
Transação: concessões recíprocas
Meios de Pacificação
A autotutela passou a ser crime (art. 345 CP – exercício arbitrário das próprias razões e
art. 350 exercício arbitrário ou abuso de poder).
A arbitragem é praticada de forma intensa em outros países, mas vem ganhando corpo
no Brasil.
Na arbitragem, há possibilidade de escolha das regras de direito material que irão reger
a relação.
Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de eqüidade, a critério das
partes.
§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão
aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à
ordem pública.
§ 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize
com base nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras
internacionais de comércio.
§ 3o A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de direito
e respeitará o princípio da publicidade. (Incluído pela Lei nº 13.129, de
2015)
Definição
3
DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e
processo do conhecimento. 23ª Edição. Salvador: JusPodivm, 2021, p.497
4
DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e
processo do conhecimento. 23ª Edição. Salvador: JusPodivm, 2021, p.121.
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JURISDIÇÃO
O Estado, por meio do Poder Judiciário, tem o “poder-dever de dizer o direito”, formulando
norma jurídica concreta que deve disciplinar determinada situação jurídica, resolvendo a lide e
promovendo a paz social, este poder-dever do Estado de dizer o direito, resolvendo o conflito,
é o que a doutrina chama de jurisdição.
A jurisdição pode ser vista: como “função do Estado de atuar a vontade concreta da lei com o
fim de obter a justa composição da lide”.
Hoje se reconhece que a jurisdição não mais se trata de poder, mas apenas de função e
atividade, legitimada pelo devido processo legal, cujo principal escopo é a pacificação social5.
A jurisdição hoje deve ser vista como: estatal, arbitral e pelos meios consensuais de solução de
conflitos. Tudo esses meios garantem o Acesso à Justiça6.
a) o escopo jurídico, que consiste na atuação da vontade concreta da lei. A jurisdição tem por
fim primeiro, portanto, fazer com que se atinjam, em cada caso concreto, os objetivos das
normas de direito substancial;
b) o escopo social – consiste em promover o bem comum, com a pacificação, com justiça, pela
eliminação dos conflitos, além de incentivar a consciência dos direitos próprios e o respeito aos
alheios;
c) o escopo político.- é aquele pelo qual o estado busca a afirmação de seu poder, além de
incentivar a participação democrática (ação popular, ação coletivas, presença de leigos nos
5
GRINOVER, Ada Pellegrini, Ensaio Sobre Processualidade: Fundamentos para uma nova Teoria Geral do
Processo, Brasília, DF: Gazeta Jurídica, 2016, p.4.
6
GRINOVER, Ada Pellegrini, Ensaio Sobre Processualidade: Fundamentos para uma nova Teoria Geral do
Processo, Brasília, DF: Gazeta Jurídica, 2016, p.3
7
DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e
processo do conhecimento. 23ª Edição. Salvador: JusPodivm, 2021, p.205.
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juizados etc.) e a preservação do valor liberdade, com a tutela das liberdades públicas por meio
dos remédios constitucionais (tutela dos direitos fundamentais).
Inércia
O estado-juiz só atua se for provocado. Ne procedat iudex ex officio, ou seja, o juiz não procede
de ofício (de ofício = por conta própria). Esta regra geral, conhecida pelo nome de principio da
demanda ou principio da inércia, está consagrada no art. 2º CPC, segundo o qual ‘O processo
começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas
em lei”.
Tal principio proíbe, portanto, os juízes de exercerem a função jurisdicional sem que haja a
manifestação de uma pretensão por parte do titular de um interesse, ou seja, não pode haver
exercício da jurisdição sem que haja uma demanda.
Agora, uma das possíveis exceções ao impulso processual é a vontade das partes, que podem
modular e restringir a atuação judicial.
Tradicionalmente, tinha a exceção quanto abrir inventário de ofício. Hoje isso acabou, pois o juiz
não pode mais abrir o inventário.
Territorialidade
Por se tratar de um ato de poder, o juiz exerce a jurisdição dentro de um limite espacial sujeito
à soberania do Estado. Além desse limite ao território do Estado, sendo numerosos os juízes de
um Estado, normalmente o exercício da jurisdição que lhes compete é delimitado à parcela do
território, conforme a organização judiciária da Justiça em que atua, sendo as áreas de exercício
da autoridade dos juízes divididas na Justiça Federal em seções judiciárias e na Justiça Estadual
em comarcas.
Art. 255. Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que se situem na
mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, em qualquer delas,
citações, intimações, notificações, penhoras e quaisquer outros atos executivos.
Inevitabilidade
Este princípio traduz-se na imposição da autoridade estatal por si mesma por meio da decisão
judicial. Quando provocado o exercício jurisdicional, as partes sujeitam-se a ela mesmo contra
a sua vontade, sendo vedado à autoridade pronunciar o non liquet em seu oficio jurisdicional. O
Estado deve decidir a questão, não se eximindo de sentenciar :
Inafastabilidade
Art. 5º (CR)
XXXV -a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Desta forma, a Lei Maior garante o acesso ao Poder Judiciário a todos aqueles que tiverem seu
direito violado ou ameaçado, não sendo possível o Estado-Juiz eximir-se de prover a tutela
jurisdicional
Em suma, apregoa o princípio da indeclinabilidade que o juiz não pode subtrair-se da função
jurisdicional, sendo que, mesmo havendo lacuna ou obscuridade na lei, deverá proferir decisão.
Segundo Giuseppe Chiovenda, pode se definir jurisdição como “função do Estado que tem por
escopo a atuação da vontade concreta da lei por meio da substituição, pela atividade de órgãos
públicos, da atividade de particulares ou de outros órgãos públicos.
A teoria de Chiovenda sobre a jurisdição parte da premissa de que a lei, norma abstrata e
genérica, regula todas as situações que eventualmente ocorram em concreto, devendo o
Estado, no exercício da jurisdição, limitar-se à atuação da vontade concreta do direito objetivo.
Em outras palavras, limita-se o Estado, ao exercer a função jurisdicional, a declarar direitos
8
DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e
processo do conhecimento. 23ª Edição. Salvador: JusPodivm, 2021, p.213-214.
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preexistentes e atuar na prática os comandos da lei. Tal atividade caracterizar-se-ia,
essencialmente, pelo seu caráter substitutivo, já enunciado.
Trata-se de mera ficção, posto que na justiça conciliativa, no processo penal e no processo civil
necessários, não há lide.
Lide – conflito de interesses qualificados pela pretensão de alguém e pela resistência de outrem.
Entretanto, nem sempre é necessário lide para exercer a jurisdição, como por exemplo, nos
casos de separação consensual, mudança de nome etc.
No entanto, a doutrina atual faz críticas a essa característica, à medida que a preclusão
administrativa traz comparável imunidade, da mesma forma que existem pronunciamentos
judiciais que, em que pese não cobertos pela coisa julgada tornam-se estáveis9.
Inércia – o exercício da jurisdição deve ser provocado. Agora, uma das possíveis exceções ao
impulso processual é a vontade das partes, que podem modular e restringir a atuação judicial.
Tradicionalmente, tinha a exceção quanto abrir inventário de ofício. Hoje isso acabou, pois o juiz
não pode mais abrir o inventário.
9
GRINOVER, Ada Pellegrini, Ensaio Sobre Processualidade: Fundamentos para uma nova Teoria Geral do
Processo, Brasília, DF: Gazeta Jurídica, 2016, p.4 e 5.
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2) Comum (residual) x especial: trabalhista, eleitoral e militar.
3) Civil x Penal: matéria penal
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
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Ação
A ação não guarda relação com o direito material (res in iudicium deducta).
O direito de ação não se vincula a nenhum tipo de direito material ou condição – é um direito
abstrato.
Imagine alguém que peça a tutela jurisdicional e ao fim se chega a conclusão da inexistência do
crédito. Por isso pergunta-se: Houve exercício do direito de ação? Sim. Há direito material? Não.
Assim, o direito de ação nada tem a ver com o direito material.
O conteúdo do direito de ação é complexo, já que é formado por feixes de direitos, diante de
variadas situações jurídicas, inclusive pré-processuais, como provocação da atividade
jurisdicional e também quanto à possibilidade de escolher o procedimento.
Os instrumentos do direito material são processo e procedimento, pois pode haver jurisdição
sem ação. Por isso a ação é mais um dentre outros meios de acesso à justiça10.
Teorias da Ação
10
GRINOVER, Ada Pellegrini, Ensaio Sobre Processualidade: Fundamentos para uma nova Teoria Geral
do Processo, Brasília, DF: Gazeta Jurídica, 2016, p.5
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ação só se manifestaria no momento da violação do direito material - ação como direito
material em movimento.
Ações de Conhecimento
o Declaratórias: tão somente reconhecem um direito
o Constitutivas: criação de situações jurídicas novas ou extinção ou modificação
de situações preexistentes.
o Condenatórias: além de reconhecer direitos, determinada o cumprimento de
uma obrigação
Ações Dúplices: são aquelas em que a condição de autor e réu não é importante para o resultado
do processo, de forma que o resultado pode ser no reconhecimento de direito para um ou para
outro independentemente de dedução de tal pedido pelo réu.
Condições da ação:
Ação é instrumento através do qual se movimenta todo aparelho do Estado para que responda
a uma pretensão. Trata-se de um direito público subjetivo de acionar o aparelhamento do
Estado.
Isso não quer dizer que o Estado-Juiz realmente solucione o mérito relativo a cada pretensão
que lhe foi submetida, caso haja qualquer irregularidade no exercício desse direito. Por isso,
para que o exercício do direito de ação seja regular, necessária a satisfação de dois requisitos:
“Para atingir-se a prestação jurisdicional, ou seja, a solução do mérito, é necessário que a lide
seja deduzida em juízo com observância de alguns requisitos básicos, sem cuja presença o órgão
jurisdicional não estará em situação de enfrentar o litígio e dar às partes uma solução que
componha definitivamente o conflito de interesses”11.
Fredie Didier sustenta que não existem mais no sistema processual como condição da ação, mas
sim como pressupostos processuais. No entanto, há divergência doutrinária a respeito do
assunto.
“Os pressupostos processuais são dados reclamados para análise de viabilidade do exercício do
direito de ação sob o ponto de vista estritamente processual. Já as condições da ação importam
11
JUNIOR, Humberto Theodoro, Curso de Direito Processual Civil, Volume I, 56ª Edição, Rio de Janeiro:
Editora Forense, 2015.
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o cotejo do direito de ação concretamente exercido com a viabilidade abstrata da pretensão de
direito material”12.
A doutrina atual diverge quanto a remanescer no processo civil as condições da ação. E nesse
sentido, parte da doutrina entende que, embora o CPC não mais mencione o termo “condições
da ação”, as mesmas permanecem íntegras, já que a legitimidade das partes e interesse de agir
foram nomeadamente previstos como hipótese de extinção do processo sem resolução do
mérito.
No entanto, outra parte da doutrina entende que o que se conhecia antes como “condições da
ação” passaram a integrar a categoria dos pressupostos processuais.
Em razão dessa divergência doutrinária, trazemos para leitura escólio divergente de dois
doutrinadores.
“Logo, malgrado o combate feito por numerosa corrente doutrinária à figura das condições da
ação, a pretexto de serem elas indissociáveis da matéria de mérito discutida no processo, o certo
é que a lei continua a tratá-las como categoria processual distinta, intermediária entre os
pressupostos de validade do processo e o mérito da causa. Continua, portanto, o Código atual
fiel à doutrina de Liebman.
Para alguns, que reconhecem a impossibilidade de inclusão das condições da ação no julgamento
do mérito, teria o novo Código provocado uma fusão entre elas e os pressupostos processuais,
ou, em outros termos, legitimidade e interesse teriam passado à categoria de pressupostos
processuais.183 Outros, rebatem essa unificação, a nosso ver, com razão, argumentando com a
diferença substancial entre os pressupostos, que se situam no plano puramente processual
(validade do processo), e as condições, no campo da inviabilidade de emissão de um provimento
de mérito, ainda que o processo seja regular e válido (plano da eficácia)”
“Não há mais razão para o uso, pela ciência do processo brasileira, do conceito ‘condição da
ação’.
12
JUNIOR, Humberto Theodoro, Curso de Direito Processual Civil, Volume I, 56ª Edição, Rio de Janeiro:
Editora Forense, 2015.
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A legitimidade e o interesse passarão, então, a constar da exposição sistemática dos
pressupostos processuais de validade: o interesse, como pressuposto de validade objetivo
extrínseco; a legitimidade, como pressuposto de validade subjetivo relativo às partes”.13
“O CPC continua a regular essas espécies de requisito de admissibilidade do processo, não mais
sob a rubrica ‘condição da ação’. Ao enumerar as hipóteses de extinção do processo sem
resolução do mérito, o CPC, no inciso VI do art. 485, menciona a ilegitimidade e a falta de
interesse processual.
Legitimidade das partes: autor e réu da ação deve corresponder no plano material aquele que
tem o direito lesionado ou ameaçado e do outro lado aquele responsável pela ameaça ou lesão.
13
DIDIER JR, Fredie, Curso de Direito Processual Civil, Introdução ao Direito Processual Civil, Parte Geral,
e Processo de Conhecimento, 18 Edição, Salvador, Editora JusPodivm, 2016, p.308
14
DIDIER JR, Fredie, Curso de Direito Processual Civil, Introdução ao Direito Processual Civil, Parte Geral,
e Processo de Conhecimento, 18 Edição, Salvador, Editora JusPodivm, 2016, p.344
15
CÂMARA, Alexandre Freitas, O Novo Processo Civil Brasileiro, 3ª Edição, São Paulo: Atlas, 2017.
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O interesse compõe a utilidade da tutela que se pretende, de forma que o seu resultado seja
útil.
Teoria da Asserção
Trata-se de técnica utilizada para verificação da satisfação das condições da ação. Neste sentido,
através da teoria da asserção as condições da ação devem ser aferidas no estado da afirmações
da parte na petição inicial. Por isso, se diz que devem ser verificadas “in statu assertionis”, ou
seja no estado em que são afirmadas.
Assim, todas as vezes que se examinada a legitimidade e interesse à luz das afirmações
hipotéticas contidas na petição inicial, estar-se-á fazendo análise das condições da ação. No
entanto, quando tal análise se faz à luz das provas colhidas, neste caso estar-se-á analisando
o mérito do processo.
i) Partes: autor (aquele que pede a tutela jurisdicional ) e réu (aquele em face de quem
a tutela é requerida)
ii) Causa de pedir: fundamento de fato e de direito que justificam o pedido. Pode ser
remota e próxima.
Duas teorias:
16
NEVES, Daniel Amorim Assunpção. Manual de direito processual civil. 8ª Edição. Salvador: JusPodivm,
Volume único, 2016.
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iii) Pedido: providência jurisdicional requerida (imediato – declaração, condenação,
constituição, execução ou cautela)) e o bem da vida pretendido pelo autor (mediato
– crédito, restituição de imóvel, etc).
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários
pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
É lícita a cumulação eventual (ou subsidiária) dos pedidos, de forma que o juiz só aprecia
o segundo pedido se não conceder o primeiro (art. 326).
Processo
O processo é composto de um conjunto de atos interligados. Esses atos são praticados por
diversas pessoas (juiz, oficial de justiça, partes, perito, etc).
A ação põe em movimento a jurisdição que se realiza através do processo – esses três elementos
(Jurisdição – Ação – Processo), configuram os pilares do direito processual.
Com certa evolução, os conflitos de interesse passaram a ser entregues à terceira pessoa sem
interesse no conflito. O processo passa a ser a última etapa na evolução dos métodos de
resolução de conflito e segundo Niceto Alcalá-Zamora, “dista muito de haver alcançado a sua
elaboração definitiva” (jurista – foi presidente da II República Espanhola de 1931 a 1936).
natur
Algumas teorias tentam explicar a natureza jurídica do processo, enquanto outras tentam
conceituar processo.
o Contrato (Sec. XVIII e XIX - Ulpiano): autor e réu se ligam numa relação similar a de
um contrato. Tem fundamento no direito romano, porque as partes
convencionavam aceitar a decisão que viesse a ser proferida pelo juiz
(litiscontestatio). Essa teoria tem mero sabor histórico, pois ninguém mais
considera o processo como contrato.
17
DIDIER JUNIOR, Fredie. Teoria geral do processo, essa desconhecida. 3ª Edição. Salvador: Juspodivm,
2016, p.78.
29
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o Quase contrato (Sec. XIX): viam a listiscontestatio como ato bilateral, mas não
totalmente livre, pois se o réu se recusar o autor poderia conduzí-lo à força.
o Relação jurídica A teoria mais difundida quanto ao processo é a de Oskar Von Bülow
– Teoria da Relação Processual (1868), afirmava que o processo é o ato de três
pessoas: juiz, autor e réu (“Iudicium est actus trium personarum: iudicis, actoris et
rei”). Por essa teoria o processo seria uma relação intersubjetiva, de direito público,
com seus próprios sujeitos, requisitos (pressupostos processuais).
o Procedimento animado pela relação jurídica processual: são as duas últimas juntas.
O professor Alexandre Câmara entende que processo é uma categoria jurídica autônoma, assim,
não pode ser incluído em nenhuma outra categoria já conhecida.
Ocorre que hoje, não pode mais ser compreendido como um mecanismo a ser conduzido pelo
juiz como sujeito mais importante. O que existe hoje é uma visão participativa, policêntrica, por
força da qual juiz e partes constroem, juntos, o resultado do processo. Acaba-se com a visão do
juiz como a figura mais importante do processo.
Art. 6o (CPC) Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Objeto do Processo
Pressupostos Processuais
O processo pode existir na cabeça de cada um, mas para que exista concretamente, deverá
preencher certos requisitos. Estes requisitos são, justamente, os pressupostos processuais de
existência do processo.
Por outro lado, embora exista, o processo precisa ser válido, daí convencionaram-se os
pressupostos processuais de validade do processo.
Existência Validade
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Processo e Procedimento
A doutrina mais moderna afirma que processo é espécie de procedimento. Processo é uma
entidade complexa, sendo que um dos elementos é o procedimento.
Michele Taruffo afirma que não se pode ter a ideia de que basta respeita o rito processual
descrito na lei para que o procedimento seja legal. Na realidade, o processo só se legitima
se for justo, e será justa se a verdade processual for buscada.
Fases do processo
18
DIREITO PROCESSUAL
18
O quadro é de autoria desconhecida, mas que representa bem o procedimento.
19
DINAMARCO, Candido Rangel, BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy, LOPES, Bruno Vasconcelos
Carrilho. Teoria geral do processo. São Paulo: Malheiros, 2020, p.66.
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Lei
Usos e Costumes
Negócios Jurídicos Processuais
Jurisprudência
Precedentes
O sistema jurídico brasileiro é misto, pois o sistema constitucional baseado nos EUA (controle
difuso) e austríaco (controle concentrado), sendo que a legislação infraconstitucional baseado
no sistema romano-germânico.
Conceito: “em sentido lato, o precedente é a decisão judicial tomada à luz de um caso
concreto, cujo elemento normativo pode servir como diretriz para o julgamento posterior
de casos análagos”20.
O que tem caráter persuasivo é a razão de decidir (ratio decidendi) – onde existir o
mesmo fato, deve existir a mesma razão e o mesmo direito.
A razão de decidir deve ser buscada na identificação dos fatos e motivos jurídicos que
conduziram à solução.
20
DIDIER JR, Fredie, BRAGA, Paula Sarno, OLIVEIRA, Rafael Alexandria. Curso de Direito Processual Civil.
16ª Edição. Salvador: Juspodivm, Vol.2, 2021, p. 565
34
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Apesar de não fazer parte das razões de decidir, o obiter dictum não é algo desprezível.
Precedente, por si só, é um fato cujos efeitos variam de acordo com os efeitos que cada
ordenamento jurídico lhes outorga. Assim, por exemplo, nos países da Common Law, a
eficácia dos precedentes é normativa.
21
SCHAER, Frederick. Thinking like a lawyer: a new introduction to legal reasoning. Cambridge: Havard
Unversity Press, 2012, p. 55-56.
35
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São vinculantes aqueles precedentes enunciados pelos tribunais locais que assim os
declare, segundo o seu regimento, nos termos do art. 926 CPC:
ii) Persuasivo: nenhum órgão jurisdicional está obrigado a segui-lo, mas serve
de parâmetro de escolha realizada anteriormente. É utilizado pelas partes
como forma de convencimento do julgador.
iii) Obstativo de revisão das decisões – art. 932, IV, art. 496, §4º CPC
iv) Obstativo de invalidação do ato jurídico: os precedentes e orientações da
época em que o ato foi praticado devem ser os que deverão ser levados em
consideração para aferição de sua validade – tempus regit actum. – LINDB:
Os fundamentos não validados pelo colegiado ainda que sejam fundamento da decisão,
não formam precedentes. O que forma precedente são as mesmas razões
determinantes adotadas pelo colegiado. Nesta esteira, há o Enunciado 317 do FPPC.
Destaque-se que se a decisão colegiada concorda com o dispositivo, mas não há sintonia
nos fundamentos, não há como se formar precedente.
Art. 927.
Casos Repetitivos
“Em síntese, o Processo coletivo é a técnica que o ordenamento jurídico coloca à disposição da
sociedade para obter tutela de direitos materiais violados no contexto de litígios coletivos”22.
“O processo civil sofreu uma ruptura paradigmática a partir do final do século XIX, quando se
autonomiza em relação ao direito material, articulando-se nos moldes do movimento pela
socialização processual (daí o já ressaltando caráter publicístico do processo). No Brasil, mais
recentemente, sobretudo a partir dos ganhos democráticos proporcionados desde 1988, este
ramo do direito processual tem-se moldado em perspectiva constitucional”24.
22
VITORELLI, Edilson. Processo civil estrutural: teoria e prática. Salvador: Juspodivm, 2020, p52.
23
Idem, p.60
24
NUNES, Dierle, BAHIA, Alexandre, PEDRON, Flávio Quinaud. Teoria geral do processo: com
comentários sobre virada tecnológica no direito processual. Salvador: Juspodivm, 2020 p.246
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influência de todos os envolvidos e de seus argumentos nas decisões por ele (processo) formadas.
O processo deve garantir a implementação dos direitos, especialmente, fundamentais”25.
Princípios Processuais
a) Imparcialidade do Juiz:
A imparcialidade do julgador, seja ele juiz ou árbitro, é pressuposto de validade do processo.
Por isso, a CR prevê garantias (ar. 95 CR), bem como vedações (art. 95§único) e art. 5º, XXXVII.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
O tribunal não pode julgar fato que transcorreu antes de sua constituição
25
Idem, p. 252
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• Garantia à prova;
• Inviolabilidade de domicílio;
Art.5º, LIV (CRFB) – “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal”.
Decomposto:
Na dimensão substancial: não apenas permitir a participação, mas que seja ouvida de forma a
influenciar na decisão.
Não pode mais o juiz decidir com base em argumentos não tratados pelas partes.
Art. 9º (CPC) Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida.
A lei deve instituir meios para a participação dos litigantes no processo e juiz deve franquear
esses meios.
A dobra de prazo não pode ser realizada depois que o prazo acabou. A dilatação do prazo tem
que ser antes do prazo correr. Não pode superar a preclusão com a dilatação do prazo.
Art. 10. (CPC) O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou
extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em
consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a
decisão.
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele
antes de decidir.
Observar que o art. 7º do CPC traz o dever do juiz zelar pelo efetivo contraditório:
O contraditório garante o direito da parte de se manifestar sobre qualquer questão que seja
relevante para a solução da causa, mesmo que seja de matéria que o juiz possa conhecer de
ofício. Exemplo: inconstitucionalidade; incompetência absoluta; decadência legal.
Qualquer questão que possa e que seja levada em consideração pelo juiz em sua decisão deve
ser previamente submetida ao debate.
Essa exigência decorre do dever de consulta – o juiz tem o dever de consultar as partes a respeito
de questão em relação a qual não se manifestaram.
Trata-se do dever de consulta – o juiz tem o dever de consultar as partes a respeito de questão
sobre a qual não se manifestaram.
Art. 10.(CPC) O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
O art. 10 não enuncia o contraditório, mas uma regra, e não um princípio, que impõe o dever de
consulta. Essa regra concretiza o princípio do contraditório.
Art. 493. (CPC) Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo,
modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz
tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de
proferir a decisão.
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele
antes de decidir.
Se essas regras forem descumpridas, gerará nulidade da decisão por violação do contraditório.
Neutralizar desigualdades significa promover a igualdade substancial, que nem sempre coincide
com uma formal igualdade de tratamento.
Imparcialidade do juiz;
Paridade de informações
Trata-se de princípio que garante ao cidadão o direito de não ser subtraído de seu Juiz
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Trata-se do juízo pré-constituído por lei para exercer validamente a função jurisdicional.
Art. 5º (CR)
LIII - “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente”
XXXVII - “não haverá juízo ou tribunal de exceção”
Atos de exercício da função estatal devem ser realizados por juízes instituídos pela CR e
competentes segundo à lei.
Os processos devem ser julgados pelo órgão do judiciário que já existia e que já era o
competente no momento em que é praticado o ato imputado à pessoa.
No CPC – art. 43 a 69
No CPP – art. 69 a 91
Art. 5º (CR)
XXXV -a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Desta forma, a Lei Maior garante o acesso ao Poder Judiciário a todos aqueles que tiverem seu
direito violado ou ameaçado, não sendo possível o Estado-Juiz eximir-se de prover a tutela
jurisdicional
Em suma, o juiz não pode subtrair-se da função jurisdicional, sendo que, mesmo havendo lacuna
ou obscuridade na lei, deverá proferir decisão.
O convencimento do juiz deve estar fundamentado nos autos. O convencimento não é livre, mas
aparado pelas provas dos autos. O juiz não poderá decidir com base no que está fora dos autos.
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Decisão omissa em alguns pontos de fato ou de direito cujo exame possa conduzir a julgamento
diferente, não pode ser considerada fundamentada.
Art.5º, LIV (CRFB) – “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal”.
Art. 93, IX (CRFB)– “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei,
se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes”.
Art. 11 CPC – “Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença
somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério
Público”.
Art. 371. (CPC) - “O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente
do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu
convencimento”.
Art. 489 (CPC). São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma
do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no
andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe
submeterem.
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar
sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de
sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese,
infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a
superação do entendimento.
O decurso do tempo pode causar perecimento de direitos e insuportáveis angústias pela espera
de uma tutela jurisdicional. Carnelutti falava em “tempo-inimigo”.
O juiz tem que julgar o mérito. Só não julga o mérito se não tiver jeito.
Art. 4o (CPC) As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral
do mérito, incluída a atividade satisfativa.
Não se pode deixar de comentar que a última parte desse artigo, quando fala da “atividade
satisfativa”, traz ínsito o princípio da efetividade, desta maneira, o processo deve não somente
ser aquele a solução do conflito através de uma decisão que impõe a regra ao caso concreto,
mas sim aquele que não somente impõe a regra, mas também a faz cumprir, através dos atos
executivos.
Consagra a Resolução 125/10 do CNJ que regulamentava essa questão, que agora tem o
respaldo de lei, no sentido de que cabe ao estado promover a resolução consensual dos
conflitos.
O §3º prevê que o estímulo é de âmbito nacional, pois caberá a todos os profissionais do direito.
Antes do art. 5º, a doutrina extraía o princípio da boa-fé no devido processo legal. Assim, ele foi
enunciado no art. 5º para não deixar dúvidas.
Outra observação é quanto à redação: de qualquer forma participa do processo. Isso é para
deixar claro que a boa-fé se dirige a todos, inclusive para o juiz, advogados, peritos,
testemunhas, etc.
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No processo, não se fala em boa-fé subjetiva. A norma é a boa-fé objetiva, que consiste no
comportamento humano pautado no padrão ético de conduta.
m) Princípio da Cooperação
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha,
em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Esse artigo consagra o princípio da cooperação, que tem por objetivo, por meta, transformar o
processo em um ambiente cooperativo, numa comunidade de trabalho em que vigora a lealdade
e o equilíbrio entre os sujeitos do processo. Os sujeitos ficam numa posição equilibrada e com
respeito à lealdade, inclusive o juiz.
Impõe o diálogo entre as partes durante todo o processo e que haja equilíbrio durante todo o
processo. É corolário do princípio da boa-fé.
Cooperação não é ajudar o outro, mas sim agir em conformidade com os deveres da boa-fé.
Gera para o juiz alguns deveres: ACEP
Invalidades Processuais
O sistema de nulidades não pode ter o simples objetivo de proteger formalidades, mas sim
assegurar a efetividade do processo.
Art. 276. Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade,
a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará
válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em
que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.
Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado
a acompanhar o feito em que deva intervir.
§ 1o Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Ministério
Público, o juiz invalidará os atos praticados a partir do momento em que ele deveria
ter sido intimado.
§ 2o A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que
se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo.
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Art. 280. As citações e as intimações serão nulas quando feitas sem observância das
prescrições legais.
Art. 281. Anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os subsequentes
que dele dependam, todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as
outras que dela sejam independentes.
Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e
ordenará as providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados.
§ 1o O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a
parte.
Princípio do prejuízo.
Exemplo: necessidade de citação do réu para comparecimento em audiência, com pelo menos
20 dias, sob pena de invalidade (art. 334), mas mesmo sem o cumprimento do prazo o réu
comparece e celebra acordo.
Convalidação
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Esse primeiro capítulo tem 12 artigos, que não exaurem as normas fundamentais. O rol não é
exaustivo. Há normas que estão na Constituição da República (devido processo legal, por
exemplo e a proibição de prova ilícita). Além disso, há normas fundamentais que estão
espalhadas no código.
Hoje não é possível compreender o processo sem se examinar a CR. Assim, deixa claro que um
código produzido atualmente não pode ser interpretado de forma incompatível com a CR.
Inércia da Jurisdição
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial,
salvo as exceções previstas em lei.
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada,
todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no
art. 240 depois que for validamente citado.
Tradicionalmente, tinha a exceção quanto abrir inventário de ofício. Hoje isso acabou, pois o juiz
não pode mais abrir o inventário.
O art. 3º do CPC prevê não somente a indeclinabilidade (já estudado acima), mas também a
arbitragem e a solução consensual dos conflitos, que deve sempre ser estimulada por todos
Boa fé
Cooperação
Altera a forma de condução dos trabalhos para o deslinde da causa, de forma que o processo
passa a ser o ambiente próprio para que se chegue à solução do conflito de interesse através de
solução construída em conjunto, da qual com seus argumentos, alegações e provas a serem
levadas ao processo.
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha,
em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Igualdade e Contraditório
Contraditório baseado nos três aspectos: intimação dos atos processuais, oportunidade das
partes se manifestarem sobre os atos processuais e oportunidade das partes influenciarem na
sorte do processo ( parte ser ouvida no processo ).
A dignidade da pessoa humana se confunde com o devido processo legal. A dignidade aparece
para iluminar a interpretação do código.
A terceira parte desse artigo lembra o art. 37 da CR, que cuida dos princípios do direito
administrativo.
A eficiência quando aplicada ao processo, é um princípio que recai sobre o juiz como
administrador de um processo.
Essa gestão de processos é uma atividade administrativa. Assim em sua dimensão processual
recai sobre a figura do julgador como administrador de determinado processo, observando a
eficiência.
Não surpresa: não pode o juiz, sem ouvir a parte, decidir contrariamente aos seus interesses
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente
ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III ;
III - à decisão prevista no art. 701 .
Dever de consulta: trata-se de um dos deveres extraídos do art. 6º que vem expresso no art.10.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
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Ordem cronológica de conclusão (preferencialmente)
Com a leitura completa do art. 12 CPC, deve-se ler o art. 153 CPC:
Independe da relação jurídica de direito material, uma vez que distinguem pelos sujeitos, objeto
e pressupostos (art. 2º CPC e art. 24 e 41 do CPP).
Unidade: todos os atos processuais são realizados na direção da obtenção da regra jurídica
concreta, que a sentença
Estrutura tríplice (actum trium personarum): Estado, autor e réu. É uma característica clássica.
Hoje conhece-se o processo policêntrico.
Natureza pública: hoje a presença do Estado ocorre apenas na jurisdição estatal, sendo esta
também uma característica histórica.
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Capacidade
Pontes de Miranda dizia que “A capacidade processual ou de estar em juízo diz respeito à prática
e a recepção eficazes de atos processuais, a começar pela petição e a citação, isto é, ao pedir e
ao ser citado"26.
Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade
para estar em juízo.
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por
curador, na forma da lei.
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:
I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com
os daquele, enquanto durar a incapacidade;
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa,
enquanto não for constituído advogado.
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos
termos da lei.
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse
sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação
absoluta de bens.
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de
separação absoluta de bens;
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por
eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus
sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente
é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando
for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível
concedê-lo.
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo
juiz, invalida o processo.
26
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Comentários ao Código de Processo Civil. 5ª edição. Rio de
Janeiro: Forense, 1997, t. I, p. 238.
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Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão
vinculado;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado
designar;
V - a massa falida, pelo administrador judicial;
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII - o espólio, pelo inventariante;
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou,
não havendo essa designação, por seus diretores;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem
personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de
sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
Sempre que houver problema quanto à representação, o juiz deverá conceder prazo para que a
mesma seja sanada:
Capacidade Postulatória
Os atos e manifestações dos advogados, nos limites traçados pelo Lei, são invioláveis.
A falta de capacidade postulatória causa a extinção do processo e nulidade dos atos praticados
sem a mesma.
Note que a lei pode outorgar capacidade postulatória a quem não é advogado. Além disso, deve-
se observar que nem todo ato processo exige capacidade postulatória (ato de testemunhar).
Postular significa pedir ao Estado-Juiz uma providência, esse sim é privativo dos advogados,
sendo que em alguns casos é outorgado a quem não o é (juizados especiais, causas trabalhistas,
habeas corpus, solicitação de medida protetiva à Luz da lei Maria da Penha – Lei 11.340/2006 -
, nos arts.19 e 27).
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O Estagiário
Art. 104 (CPC). O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração,
salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato
considerado urgente.
§ 1o Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de
caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual
período por despacho do juiz.
§ 2o O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo
nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos.
Procuração.
Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou
particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do
processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido,
transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar
quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica,
que devem constar de cláusula específica.
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Sujeitos do Processo
Sujeitos do processo: é a expressão ampla que quer compreender todo aquele que participa do
processo. Essa expressão designa tanto os sujeitos parciais (partes e terceiros intervenientes)
como os imparciais (juiz).
Partes: “são os sujeitos parciais do processo. São aqueles que participam em contraditório da
formação do resultado do processo”27.
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus
procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são
destituídas de fundamento;
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração
ou à defesa do direito;
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final,
e não criar embaraços à sua efetivação;
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço
residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação
sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
§ 1o Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas
mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório
à dignidade da justiça.
§ 2o A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade
da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais
cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de
acordo com a gravidade da conduta.
§ 3o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 2 o será
inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da
decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução fiscal,
revertendo-se aos fundos previstos no art. 97.
§ 4o A multa estabelecida no § 2o poderá ser fixada independentemente da incidência
das previstas nos arts. 523, § 1o, e 536, § 1o.
§ 5o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 2 o
poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§ 6o Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do
Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2 o a 5o, devendo eventual
responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou
corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
27
CÂMARA, Alexandre Freitas, O Novo Processo Civil Brasileiro, 3ª Edição, São Paulo: Atlas, 2017.
60
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§ 7o Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o
restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos
autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2 o.
§ 8o O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em
seu lugar.
O inciso VI acima, retrata o que antes era chamado de “Atentado”. Por exemplo, uma discussão
de demarcação de terras, sendo que uma das partes manda derrubar vegetação retirando os
marcos iniciais.
Outro exemplo de inovação ilegal é o cônjuge que tenta alienar os bens já arrolados em ação
judicial
Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do
Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do
processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados.
§ 1o Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas oral ou
presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou repetir, sob
pena de lhe ser cassada a palavra.
§ 2o De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as expressões
ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determinará a expedição de
certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte
interessada.
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou
interveniente.
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa,
que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa,
a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários
advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 1o Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na
proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram
para lesar a parte contrária.
§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até
10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo,
liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
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O Juiz
Autor e Réu
Autor: aquele que vai a juízo para deduzir uma pretensão (res in iudicium deducta).
Dependendo da natureza do processo os vocábulos autor e réu recebem variantes, mas com o
mesmo significado acima: exequente x executado; demandante x demandado; credor x
devedor, e assim sucessivamente.
28
CINTRA, Antônio Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pelegrini, DINAMARCO, Cândido Rangel, Teoria
Geral do Processo, 13ª Edição, São Paulo: Malheiros, 1997, p.297.
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O Advogado
São essenciais à administração da justiça, uma vez que guardam “condições psicológicas e
intelectuais de colaborar para que o processo atinja sua finalidade de eliminar conflitos e
controvérsias com a realização da justiça. A serenidade e os conhecimentos técnicos são as
razões que legitimam a participação do advogado na defesa das partes”29.
Art. 104(CPC). O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração,
salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato
considerado urgente.
§ 1o Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de
caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual
período por despacho do juiz.
§ 2o O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo
nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos.
Art. 105(CPC). A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou
particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do
processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido,
transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar
quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica,
que devem constar de cláusula específica.
§ 1o A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei.
§ 2o A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na
Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo.
§ 3o Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá
conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e
endereço completo.
§ 4o Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio
instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas
as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença.
29
CINTRA, Antônio Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pelegrini, DINAMARCO, Cândido Rangel, Teoria
Geral do Processo, 13ª Edição, São Paulo: Malheiros, 1997, p.300.
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Prerrogativas trazidas pelo CPC:
Presença de duas ou mais pessoas no polo passivo (litisconsórcio passivo), ativo (litisconsórcio
ativo) ou em ambos, ao mesmo tempo (misto), em um único processo.
Para formação do litisconsórcio é necessário que haja afinidade de pelo menos um ponto
comum.
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou
passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
§ 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase
de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a
rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
§ 2o O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que
recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.
Originário x ulterior
Necessário x facultativo.
*Quando for necessário em razão da relação jurídica incindível, também será unitário, posto que
a decisão deverá ser uniforme para os respectivos litisconsortes. Porém, se o litisconsórcio for
unitário for força de lei, poderá ser unitário ou simples (usucapião).
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da
relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que
devam ser litisconsortes.
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Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o
processo;
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor
que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar,
sob pena de extinção do processo.
Unitário: quando a sentença deve ser a mesma para todos os litisconsórcios em razão
da natureza uma e incindível da relação jurídica (contrato e casamento).
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver
de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como
litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de
um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos
devem ser intimados dos respectivos atos.
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se
distintos ou opostos os seus interesses.
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SUCESSÃO PROCESSUAL E SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL
Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular,
não altera a legitimidade das partes.
§ 1o O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou
cedente, sem que o consinta a parte contrária.
§ 2o O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial
do alienante ou cedente.
§ 3o Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente
ou cessionário.
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou
pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1 o e 2o.
Substituição: legitimidade de um sujeito para agir em nome próprio, mas no interesse alheio
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado
pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como
assistente litisconsorcial.
DECISÃO STJ
08/08/2016 14:12
Fins institucionais
Representação
Da Redação
Assistência
Ingresso de terceiro com interesse jurídico na demanda, na prolação de decisão favorável a uma
das partes, de forma voluntária, com o objetivo de promover auxílio.
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente
interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para
assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus
de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
Simples: a relação jurídica é conexa daquela que é objeto do processo. A decisão tem
eficácia reflexa na relação de direito material em que é parte o assistente.
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os
mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o
assistente será considerado seu substituto processual.
Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a
procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a
ação ou transija sobre direitos controvertidos.
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o
assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo
se alegar e provar que:
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do
assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo
ou culpa, não se valeu.
Chamamento ao Processo
Denunciação da lide
Ação de denunciação da lide é proposta por qualquer das partes, contra um terceiro, para ver
declarado seu direito de regresso, na eventualidade de vir a sucumbir na ação principal.
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao
denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
O CC/02, no art. 456 foi revogado. O impacto dessa revogação é que se deixa claro que a
denunciação não é obrigatória e não se perde o direito de regresso. A não denunciação não gera
a perda do direito de regresso. Assim, a denunciação não é obrigatória. Além disso, a revogação
do art. 456 faz com que fique vedada a denunciação da lide per saltum, que parecia ser permitida
pelo art. 456 CC. Assim, não se admitida a denunciação per saltum. Ou consequência é que só
se admite uma denunciação da lide. O CPC/73 admite a denunciação sucessiva, já o novo não.
A denunciação da lide pelo réu, deve ser na contestação. Assim como a denunciação da lide pelo
autor é na petição inicial.
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II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação
regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
Não se admite denunciação da lide nos juizados especiais (Lei 9.099/95, art. 20).
Estabelece o artigo 126 que a citação deve ser requerida na petição inicial, sendo denunciante
o autor, e na contestação, sendo denunciante o réu.
Da decisão que nega a denunciação cabe agravo de instrumento (art. 1.015, IX).
Amicus Curiae
Pode ser pessoa natural ou jurídica, e até mesmo um órgão ou entidade sem personalidade
jurídica (art. 138).
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Deve ter representatividade adequada, isto é, deve o amicus curiae ser alguém capaz de
representar, de forma adequada, o interesse que busca ver protegido no processo.
Ao amicus curiae interessa que uma das partes saia vencedora na causa, e fornecerá ao órgão
jurisdicional elementos que evidentemente se destinam a ver essa parte obter resultado
favorável
O interesse pode ser institucional, mas não direto ou vinculado ao interesse da causa.
Trata-se de uma intervenção que pode ser voluntária (já que, nos termos do art. 138 do novo
CPC, aquele que pretenda manifestar-se como amicus curiae pode requerer seu ingresso no
processo) ou forçada (já que pode se dar por requerimento das partes, podendo também ser
determinada de ofício pelo juiz ou relator)
Por isso, determina-se a citação do polo passivo do incidente, que contará com o prazo regular
de 15 dias para se manifestar.
Não existe a desconsideração da personalidade jurídica ex oficio, sendo resolvido por decisão
interlocutória que poderá ser desafiada por Agravo de Instrumento.
O juiz, exercendo o poder geral de cautela, pode conceder tutela para precatar o resultado útil
do incidente.
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É cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e
também na execução fundada em título executivo extrajudicial".
Neste caso, quem comete ato fraudulento e desviado de sua finalidade é o sócio, e não a
administração da empresa em si.
Forma dos atos processuais: conjunto de aspectos externos do ato. A lei pode impor certas
exigências referentes ao modo, lugar e tempo de realização de cada ato do processo.
O CPC faz solene proclamação da liberdade das formas, já que prevê que eles não dependem de
forma determinada senão quando a lei expressamente exigir.
Prazos
Conceito: distância temporal entre dois atos estabelecidos em lei. Entre dois termos (a quo e o
ad quem).
Distância máxima ou prazos máximos: exigência de que os atos sejam realizados até um certo
dia, sendo que se realizados posteriormente não serão eficaz. São chamados de aceleratórios
ou peremptórios, já que visam impulsionar o processo.
Exemplo: prazo para contestação: 15 dias a partir da audiência de conciliação – art. 335.
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze)
dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação,
quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver
autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de
mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais
casos.
Se o réu não apresentar resposta no prazo de 15 dias, será revel (não será intimado para os atos
posteriores – o processo corre independentemente de intimação- e as afirmações do autor
poderão ser tidas como verdadeiras).
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Exemplo: Prazo para interposição de apelação – se protocolada fora do prazo, não impedirá o
trânsito em julgado.
Prazos mínimos: imposição de uma espera para realização de certo ato, como condição para que
possa ser realizado o ato subsequente. São considerados dilatórios, pois impedem o
prosseguimento do processo sem o cumprimento daquele prazo mínimo.
Exemplo1: o comparecimento de uma pessoa somente será exigível a partir de 48 horas depois
de sua intimação:
Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.
§ 1o Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à
complexidade do ato.
§ 2o Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente
obrigarão a comparecimento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas.
§ 3o Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5
(cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
§ 4o Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do
prazo.
Preclusão
Conceito: é a perda de uma faculdade processual imposta pela lei em determinados casos.
Espécies de preclusão:
o De Ordem
o Precatórias
o Rogatórias
o Arbitral
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