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“2uestionamos apenas a legitimidade de uma 'ci"ncia dos mitos', $em como nosso imagin3rio e sua
inventividade entre os gregos e nós, numa 4istória adada a um destino derrisório-. p. /0, 51
“er3 que o conlito enter a memória e o esquecimento só gan4ou or6a em nossos dias, depois que se
multiplicaram as sociedades onde os 4istoriadores se transormaram em $urocratas oiciais e onde o com$ate
contra o poder, a verdade a$soluta e o totalitarismo a%em 4omens e mul4eres repetirem sem esperan6a as
palavras de seus mortos
mortos privados da escrita, e os versos ugidios, mas inesquecveis,
inesquecveis, dos poetas pro
proi$idos
i$idos e
assassinados7
“8ão 43 paraso nem para a memória nem para o esquecimento. ó o tra$al4o de am$os, e modos de tra$al4o
t ra$al4o
que t"m uma 4istória. Uma 4istória a se a%er-. p. /5, 91
:pós alguns tra$al4os so$re a produ6ão &pica, “o dogma da nature%a escrita da cultura grega v"+se
seriamente amea6ado-. “2uando Platão, no come6o do s&culo ;<, em A República, incrimina a poesia em
geral e =omero, investe não contra uma o$ra ixada num livro ou um texto escrito para ilólogos, mas contra
o undador de uma paidéia, de um sistema cultural mais ou menos conce$ido como uma enciclop&dia do
sa$er coletivo, transmitido pela $oca e pelo ouvido, executado musicalmente e memori%ado com a a!uda de
órmulas ritmadas. >ssa cultura poiética provoca na alma ou no esprito daqueles que a ouvem e partil4am
emo6ões e sentimentos ortemente reprovados pela ilosoia das ;deias. )riticando a paidéia 4om&rica por
avorecer uma assimila6ão conden3vel entre o poeta ou o narrador e os personagens ou as a6ões
representadas por imita6ão, Platão denuncia explicitamente o modo 'aural' de uma educa6ão da qual ele quer
ser o reormador exigente na sua nova cidade-. p. 9?1
o$re a an3lise de A. ;. EinleF, The World of Odysseus G/?C9H, o essencial “& que não 4a!a conusão possvel
entre a ic6ão e a 4istória. e uma narrativa de aventura parece intererir com os dados mticos, $asta
despo!3+la dessas passagens como de uma casca para revelar o real da 4istória-. p. C51
“#s de$ates em torno de =omero e da escrita nos revelam como o domnio dos sinais gr3icos aparece so$ a
orma de um complemento natural do impulso de racionalidade, testemun4ado, com mais ou menos
evid"ncia pela composi6ão da Ilíada e da Odisséia. : interpreta6ão
interpreta6ão 4istórica da memória &pica cai na
armadil4a de seu ascnio pela coer"ncia, esse also conceito que se limita a constatar a aus"ncia de disparate
entre as partes de uma doutrina ou de uma o$ra, que tem como Inica resposta o seu avesso, raqutico, a
incoer"ncia, quase um 'sinônimo de loucura'. Pois toda essa argumenta6ão, lan6ada nos tril4os da memória,
não cessa de reivindicar suas origens letradas-. p. CJ1