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A IMPORTÂNCIA DA COMPOSIÇÃO DO PREÇO DE VENDA POR MEIO DO


MARK-UP DIVISOR EM UMA EMPRESA VAREJISTA NA CIDADE DE
ITUIUTABA1

MORAIS, Hélia Modesto2


GARCIA, Matheus Parreira3
OLIVEIRA JÚNIOR, Mário Divino de4

RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso tem como tema, a importância da composição
do preço de venda através do Mark-up divisor em uma empresa varejista na cidade
de Ituiutaba. Para a realização deste trabalho adotou-se como pergunta problema: o
preço de venda é uma importante tarefa para os gestores, pode ser um diferencial
para qualquer empresa. Devido à concorrência de todas as atividades, a Internet
torna mais fácil encontrar produtos e serviços em condições favoráveis e a preços
mais baixos. Como formar um preço de venda que seja rentável para seu negócio e
ao mesmo tempo atraente para o cliente? Para responder a esse questionamento,
adotou-se os seguintes objetivos fazer um estudo sobre a composição do preço de
venda por meio do Mark-up divisor, conhecer como fazer a composição de preço de
venda por meio do Mark-up divisor; analisar os custos fixos e variáveis da empresa,
bem como suas despesas; apresentar a partir de seus custos, despesas e margem
de lucros desejada qual deve ser o preço de venda de suas mercadorias; propor ao
gestor da empresa varejista pesquisada um método que o auxiliará na formação de
um correto preço de venda que consiga cobrir todos seus custos, despesas e
proporcionar a margem de lucros desejada. A metodologia de pesquisa adotada foi
pesquisa bibliográfica com estudo de caso em uma empresa varejista do ramo de
moda feminina. Os resultados obtidos foram os seguintes: a empresa pode utilizar a
taxa de lucro de 20% ou 50%, conforme os cálculos apresentados. A empresa terá
maiores possibilidades de sucesso utilizando-se de taxa de lucro em 50%, pois se
manterá competitiva no mercado e ampliará seus dividendos.

Palavras-chaves: Mark-up Divisor. Varejo. Preço. Lucro. Diferencial.

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como tema a importância da composição do preço de


venda através do Mark-up divisor em uma empresa varejista na cidade de Ituiutaba.

1Artigo científico apresentado à banca avaliadora da Facmais Ituiutaba como exigência


parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis
2Aluna do curso de Ciências Contábeis
3Aluno do curso de Ciências Contábeis
4 Professor-coordenador
2

A definição do preço de venda é muito importante para a saúde financeira da


empresa e se tornou um dos componentes básicos do plano de negócios, pois
proporcionará à empresa melhorar sua rentabilidade, lucratividade e retorno sobre o
capital investido e ainda otimizar a competitividade do segmento em que ela está
inserida.
Na situação atual as empresas têm buscado outras formas de se manter
posicionada e à frente da concorrência e a formulação do preço de venda passou a
ser vista com maior cuidado e atenção. A definição do preço de venda é
extremamente relevante para a sobrevivência da empresa.
Quando aproveitado de modo correto o proprietário consegue visualizar e
tomar as melhores decisões. Deste modo, quando o preço de venda praticado pela
empresa for utilizado de forma assertiva fará com que o gestor tenha um maior
controle de seus custos, despesas e lucros, explorando assim o melhor de seu
negócio.
Adotou como pergunta problema: o preço de venda é uma importante tarefa
para os gestores, pode ser um diferencial para qualquer empresa. Com a
concorrência em todas as atividades, a internet facilita encontrar menor preço de
produtos e serviços em condições favoráveis. Como formar um preço de venda que
seja rentável para seu negócio e ao mesmo tempo atraente para o cliente?
Para responder a esse questionamento, pretende-se chegar ao seguinte
objetivo geral: fazer um estudo sobre a composição do preço de venda por meio do
Mark-up divisor. Os objetivos específicos são os seguintes: conhecer como fazer a
composição de preço de venda por meio do Mark-up divisor; analisar os custos e
suas despesas; apresentar a partir de seus custos, despesas e margem de lucros
desejada qual deve ser o preço de venda de suas mercadorias; propor ao gestor da
empresa varejista pesquisada um método que o auxiliará na formação de um correto
preço de venda que consiga cobrir todos seus custos, despesas e proporcionar a
margem de lucros desejada.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Na atual sociedade capitalista e globalizada, em que a competição interna e


externa está cada vez mais evidenciada, as empresas buscam se diferenciar em
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relação aos produtos e serviços oferecidos, de modo a garantirem um público maior


no mercado consumidor, e terem, com isso, sucesso nas vendas. Com esse intuito,
as empresas trabalham e concentram todos os esforços para ofertar produtos com
preços mais atrativos. É importante ressaltar que para se chegar ao MKD (Markup
Divisor) seguem-se as normas de Determinação do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis (CPC), nº 47 - Receita de Contrato com Cliente (2016, p. 11), onde se
estabelece o pronunciamento de determinação do preço da transação constante:

47. A entidade deve considerar os termos do contrato e suas


práticas de negócios usuais para determinar o preço da
transação. O preço da transação é o valor da contraprestação à
qual a entidade espera ter direito em troca da transferência dos
bens ou serviços prometidos ao cliente, excluindo quantias
cobradas em nome de terceiros (por exemplo, alguns impostos
sobre vendas). A contraprestação prometida em contrato com o
cliente pode incluir valores fixos, valores variáveis ou ambos.
48. A natureza, a época e o valor da contraprestação
prometida por cliente afetam a estimativa do preço da
transação. Ao determinar o preço da transação, a entidade
deve considerar os efeitos de todos os itens a seguir: (a)
contraprestação variável; (b) restrição de estimativas de
contraprestação variável; (c) existência de componente de
financiamento significativo no contrato; (d) contraprestação não
monetária ; e (e) contraprestação a pagar ao cliente.
49. Para fins de determinação do preço da transação, a
entidade deve presumir que os bens ou serviços serão
transferidos ao cliente conforme prometido, de acordo com o
contrato existente, o qual não será cancelado, renovado ou
modificado.

A seguir apresenta-se os tópicos referentes à posição da literatura quanto à


formação do MKD.

1.1 IMPORTÂNCIA DO PREÇO DE VENDA DE UM PRODUTO

O preço dos produtos representa uma das principais alavancas de vendas,


que a empresa tem. Nos dizeres de Alves (2013), o preço nada mais é do que uma
expressão quantitativa dada a um determinado bem ou serviço, de modo que um
mesmo produto pode ser de grande utilidade para alguns e inútil para outros. Com
efeito, pode-se afirmar que a ferramenta do preço é muito importante para o
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posicionamento de uma empresa no mercado, diante da grande competitividade


entre os produtos.
A relevância do preço dos produtos é evidenciada, quando se analisa a
compra em grande quantidade. O preço atraente pode motivar o consumo e gerar o
efeito “volume”, incentivando o cliente a aproveitar a condição e comprar mais do
que o necessário para o consumo. Assim, a empresa pode auferir ganhos de escala,
vendendo mais do que a linha média de vendas do mercado e dos concorrentes, se
tornando um ciclo favorável até o grau de custo marginal de equilíbrio.
Assim sendo, quanto mais a empresa vender, menor serão os custos
marginais, (até determinado grau), e mais acessível será o custo final do produto,
que, por sua vez, com um posicionamento atraente do preço, vai estimular mais
ainda a sua venda, principalmente em produtos com o grau de elasticidade alta,
pois, conforme assevera o renomado executivo estadunidense Welch:

Vive-se na década do valor, quando se você não conseguir vender


um produto da melhor qualidade pelo menor preço do mundo, você
estará fora do jogo [...] a melhor maneira de reter seus clientes é
imaginar constantemente como lhes dar mais por menos. (JACK
WELCH apud REAL, 1999, p. 14).

No mesmo sentido, acrescenta Biagio (2013, p. 62), “o preço dos produtos


não pode ser formado apenas com base no custo e nas despesas, mas,
principalmente, na sua qualidade, durabilidade e credibilidade, que a marca possui
no mercado”. Voltando-se para esses outros critérios competitivos, a empresa terá
mais chances de se destacar no mercado e aumentar sua lucratividade.
Oferecer um preço competitivo é, sem dúvida, uma forma estratégica de se
manter o produto presente e atraente para o mercado consumidor. Enfim, é
encontrar um elemento diferencial e significativo para garantir as vendas.

1.2 FORMAÇÃO DOS PREÇOS

Apresentada a importância da gestão de custos, da formação de preços, e do


diferencial, que estes representam para as vendas, as empresas precisam estar
atentas e criteriosas aos processos, que envolvem a formação destes preços, sejam
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aos fatores internos ou externos, para que consigam posicionar a sua estratégia de
forma eficiente.
Nesse sentido, Gomes (2011), explica que as organizações precisam sempre
ter claramente definidos alguns objetivos comuns a todas elas: a sobrevivência
diante de situações de crise, a maximização do lucro corrente, a liderança da
participação de mercado e a liderança da qualidade do produto. Isso porque, por
meio deles, a empresa poderá não só aumentar as vendas, mas também sua
participação de mercado.
Assim sendo, tem-se que o processo de formação de preços pode ocorrer
das seguintes formas, de acordo com Gomes (2011, p. 90):

Preço baseado nos custos: a empresa faz um levantamento do custo


unitário para produzir determinado bem e, em cima disso, aplica a
sua margem de lucro esperada. Ou seja, se o produto custa R$
10,00 para ser produzido, e a empresa tem uma margem estipulada
de 50%, o preço final para o consumidor será de R$ 15,00.

Preço e valor: o custo de produção não é levado em consideração. Nesta


formação de preços, a empresa faz uma pesquisa para saber o valor percebido para
o seu produto, pelos seus consumidores, e estipula o seu preço baseado neste
valor.
Baseado na concorrência: ocorre quando a empresa não é líder de mercado,
mas segue o preço de uma empresa líder, assim, ela baseia o seu preço de acordo
com as flutuações de preço, que a concorrente faz. Neste caso, a empresa pode
decidir posicionar-se sempre 10% mais barato que a líder, por exemplo.
É importante ressaltar que uma empresa pode optar por diferentes métodos
na formação de seus preços, tendo diferentes produtos, com diferentes formas de
preços definidos, ou um mesmo produto pode passar por diferentes formas de
preços, dependendo do grau de maturidade do produto e de seu ciclo de vida.
Aprofundando em uma das formas mais utilizadas pelas indústrias, a da
formação de preços focada nos custos de produção, Coutinho (1998) cita três
formas de se definir o preço. A primeira baseia-se no custeio por absorção, a
segunda, no custeio variável, e a terceira, no retorno sobre o investimento e custo
meta.
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A formação de preços baseada no custeio por absorção é uma das maneiras


mais utilizadas e mais simples de ser definida. Todos os custos de produção são
levados em consideração, sem exceção – garantindo que tudo que foi gasto no
processo de produção seja recuperado com a venda do produto - e que uma
margem percentual seja adicionada a este custo, gerando assim o preço.
Segundo Coutinho (1998, p. 52): “Este percentual é denominado mark-up e
representa uma quantia equivalente à soma das despesas de venda, administrativas
e margem de lucro desejada”.
Já a formação de preço com foco no custeio variável, como o próprio nome
sugere, é baseada no retorno sobre os custos variáveis – viés de curto prazo – em
que a empresa foca no retorno imediato, para cobrir as despesas. Medeiros (1994,
p. 24) dispõe que os custos variáveis “começam a existir quando a empresa inicia a
produção e venda de seus produtos”.
Coutinho ainda acrescenta sobre essa forma de formação de preço:

Os defensores desta abordagem enfatizam a flexibilidade do método


como forma de suprir as deficiências com relação à demanda e à
competição pertinente à abordagem por absorção. (...) A aplicação
deste método capacita a empresa a implementar políticas especiais
com preços mais baixos para, por exemplo, entrar em novos nichos
mercadológicos, aproveitar oportunidades de exportação, etc.
(COUTINHO, 1998, p. 53).

A formação de preços, com foco no retorno sobre investimento, funciona da


seguinte forma: a empresa determina um lucro a ser buscado, equaliza na
quantidade de produtos que quer vender e, assim, posiciona o seu preço com o
resultado entre os custos de produção unitários e este lucro almejado.
O preço baseado no conceito de custo-meta “propõe uma mudança radical
nos métodos de formação de preço (...) o objetivo é obter margem de lucro através
da economia nos custos de produção” (COUTINHO, 1998, p. 54). Ou seja, a
empresa necessita ter precisão para definir um preço de forma que consiga
maximizar os fatores de produção e recursos da empresa.
Assim, a empresa precisa definir um posicionamento de formação de preço
para o seu produto, de modo que o retorno seja o esperado e a organização tenha
saúde e vida útil longa.
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Definido o modelo de formação de preços, a empresa pode optar por


diferenciar este preço para o segmento em que vai vender ou até mesmo a
quantidade que o cliente vai comprar (vendas por atacado, geralmente, têm preços
mais acessíveis).
Neste sentido, Assef (2015, p. 485) acrescenta:

Os preços se baseiam em diversas variáveis, entre as quais: a


percepção do consumidor, as questões internas de posicionamento
da empresa no mercado, a interligação com os outros componentes
do mix de marketing, os custos a serem cobertos e a metodologia
para associá-los a cada produto, os fatores externos principais, como
tipo de mercado em que a empresa se insere e os efeitos das
práticas comerciais dos concorrentes sobre os volumes de vendas.

O importante é a empresa ter um controle rígido, para que a balança entre em


equilíbrio, e os preços menores sejam compensados pelos preços maiores e, assim,
entrando no preço estipulado pela empresa, anteriormente.
Desta forma, a empresa pode fornecer políticas diferentes para os clientes
parceiros, que optarem por trabalhar com um preço sugerido. A exemplificação disto
são os produtos, que já vem de fábrica com o preço rotulado neles. Claramente os
clientes, que optam por vender pelo preço sugerido da indústria, possuem melhores
condições de preço do que os que não optam, uma vez que quando a empresa
sugere um preço com uma margem pré-definida, certamente existem estudos de
mercado, que comprovam que este posicionamento vai gerar mais lucro e maior
Market Share para o produto.

1.3 CUSTOS OU DESPESAS FIXOS E VARIÁVEIS

A identificação de custos ou despesas depende da atividade da empresa e


como realiza os seus gastos. O que é custo para uma empresa pode ser uma
despesa para outra empresa, assim, é gestor de custos o responsável por identificá-
los conforme a função de cada um na empresa.
Há que se lembrar que os custos fixos são aqueles que estão menos
suscetíveis de possuir variações de acordo com o volume de vendas. Já os custos
variáveis correspondem aos gastos que aumentam ou diminuem de forma
proporcional à atividade exercida ou ao volume de vendas realizadas.
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Segundo o SEBRAE (2019) são os gastos ou despesas que permanecem


constantes, independente de aumentos ou diminuições na quantidade produzida e
vendida. Os custos ou despesas fixas fazem parte da estrutura do negócio.
Leone (2000, p. 55), define os custos ou despesas fixas como, “São custos ou
despesas que não variam com a variabilidade da atividade escolhida. Isto é, o valor
total dos custos permanece praticamente igual mesmo que a base de volume
selecionada como referencial varie”.
Para Bornia (2002, p. 42) “os custos fixos ou despesas são aqueles que
independem do nível de atividade da empresa no curto prazo, ou seja, não variam
com alteração no volume de produção”.
Já o custo ou despesas variáveis, segundo Iudícibus (1995, p. 254), “é aquele
que sofre impacto ou é modificado quando, o volume ou a quantidade produzida é
alterada. São variáveis de vendas, isto é, são as despesas pagas em função das
vendas: impostos, comissões e fretes ”.
São os gastos ou despesas realizadas para o funcionamento da empresa,
independentemente das vendas: aluguel, telefone, contador, luz, propaganda,
salários, encargos, manutenção, pró-labore, etc.

1.4 PONTO DE EQUILÍBRIO

Segundo Felgueira (2019, p. 66) “o ponto de equilíbrio é o volume em que as


receitas totais igualam-se aos custos totais de um mesmo período considerado”. No
ponto de equilíbrio, a empresa tem a capacidade de verificar e absorver como se
desenvolvem os seus custos fixos e variáveis em determinado período e dentro de
um exercício. Neste momento, mensura-se com exatidão o momento em que a
empresa começa a gerar lucro, e a partir de onde a mesma pode vir operar com
prejuízos.
“O Ponto de Equilíbrio mostra os riscos do negócio; o ponto de equilíbrio
ocorre quando as receitas são suficientes para cobrir as despesas da empresa,
deixando a empresa sem lucro, mas também sem prejuízo” (PAULA, 2014, p. 01).

PE =custos e despesas variáveis projetados = Receitas projetadas


Despesas Fixas Projetados
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Faz-se o cálculo a partir de Custos e Despesas Variáveis Projetados Custos


pelas Despesas Fixas Projetados obtendo o resultado que será as Receitas
Projetadas (SOARES, 2019).
Aplicando a fórmula, o resultado informa que até quanto deverá ser o valor de
receitas, na qual a empresa operará na faixa de prejuízos; bem como qual o valor de
quando não estiver incorrendo em prejuízos, mas também não obterá lucro; e
finalmente, a partir de quanto operará com lucro.

1.5 MARK-UP DIVISOR

O Mark-up Divisor, segundo Moraes (2016, p. 01), é baseado na ideia de


costpluspricing ou preço margem; que consiste basicamente em somar-se ao custo
unitário do produto ou serviço uma margem de lucro para obter-se o preço de
venda”.
Na elaboração do Mark Up Divisor são enfrentados alguns problemas como
esse são: “os critérios de formação do custo estão incorretos, a compra está sendo
feita com valores fora da realidade, a margem de lucro está sendo
superdimensionada ou subdimensionada” (REIS, 2021, p. 01).
Souza (2019) define que “é o índice que permite chegar ao valor de venda do
produto”. Para se realizar o cálculo é preciso seguir três etapas:
Primeiramente, há que se descobrir o Custo Total de Venda (CTV), calculando
dentro do valor agregado do bem as seguintes informações:

Tabela 1 – Determinação de CTV com lucro de 20%


ICMS…………………………………………………………………….18%
DESPESAS ADMINISTRATIVAS……………………………………..6%
FRETE…………………………………………………………………...5%
LUCRO DESEJADO…………………………………………………..20%
Custo Total de Vendas (CTV)=...................................................... 49%
Fonte: Os autores 2021.

E num segundo momento há que se calcular o CTV com lucro de 50%.


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A seguir, segundo Souza (2019), com o custo total de venda e o custo da


mercadoria por unidade utiliza-se a seguinte fórmula, para chegar ao Markup divisor
para que se encontre o Preço de Venda:
MKD = (PV – CTV) / 100
MKD = (100 – 49) / 100
MKD = 51 / 100
MKD = 0,51

Finalmente a partir da descoberta do Markup Divisor é possível calcular o


valor que o produto deve ser vendido, para se obter o lucro esperado, com a
seguinte fórmula:
PV = CMV / MKD

A partir desses dados bibliográficos, apresenta-se a metodologia da pesquisa


a ser realizada.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa realizada para a elaboração deste artigo foi descritiva, e tem a


função de cumprir os objetivos propostos no trabalho.
Triviños (1987, p. 110) afirma que “o estudo descritivo pretende descrever
com exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade”.
De acordo com os objetivos da pesquisa, foi realizada uma abordagem
qualitativa sendo esta entendida como a abordagem que não se preocupa com
medidas, quantificações ou técnicas estatísticas de qualquer natureza. Busca-se
compreender, com base em dados qualificáveis, a realidade de determinados
fenômenos, a partir da percepção dos diversos atores sociais (CERVO; BERVIAN,
2002).
Foram adotados os seguintes procedimentos técnicos: pesquisa bibliográfica
que é um estudo desenvolvido a partir de material já elaborado, principalmente livros
e artigos científicos (GIL, 1999). Seguida de estudo de caso é caracterizado pelo
estudo exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu
conhecimento amplo e detalhado. Para a realização de um estudo de caso podem
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ser utilizadas diferentes fontes de investigação, como: entrevistas, questionários e


observação (YIN, 2001). Estes foram realizados em uma loja de roupas da cidade de
Ituiutaba – MG que possui tipo jurídico MEI – Microempreendedor Individual.
Como procedimento técnico, foi adotada a observação simples e
documental oferecida pela empresa dos procedimentos de precificação e Mark Up
divisores empregados pela empresa.
Após o tratamento dos dados obtidos na empresa foi apresentado o resultado,
para que se possa realizar discussões do assunto e propor melhorias a empresa.
A seguir apresentam-se os resultados da pesquisa.

3. RESULTADOS

Foram avaliados valores de venda de três mercadorias da loja, sendo estes


um vestido no preço de R$ 60,00, uma calça feminina no valor de R$ 40,00 e uma
saia no valor de R$ 35,00, esses valores foram o preço pago ao fornecedor.
Para se calcular o markup divisor, adota-se a fórmula a seguir: MD = (PV – CTV)
/100
Esta fórmula é muito simples, podendo ser entendida da seguinte forma:
O markup divisor é equivalente ao preço de venda (PV: que, na fórmula,
sempre será 100%), menos o custo total de aquisição (CTV) e dividido por 100 a
partir da realização dos cálculos pode-se chegar ao índice desejado.
Os resultados da pesquisa realizada na empresa seguem abaixo:

● MD = (PV – CTV) /100

Tabela 2 - Valores de compra do consumidor


VESTIDO......................................................................R$ 60,00
CALÇA FEMININA........................................................R$ 40,00
SAIA .......................................................................... R$ 35,00
Fonte: Os autores 2021.

Tabela 3 – Levantamento do custo total de vendas com lucro de 20%


ICMS...............................................................................18%
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DESPESAS ADMINISTRATIVAS......................................6%
FRETE...............................................................................5%
LUCRO DESEJADO..........................................................20%
Custo Total de Vendas (CTV)=........................................ 49%
Fonte: Os autores 2021.

O MKD utilizou o CTV no valor de 49%.


MKD = (PV – CTV) / 100
MKD = (100 – 49) / 100
MKD = 51 / 100
MKD = 0,51

Após o cálculo do do MKD, chegou-se ao índice de 0,51. Aplicando-se esse índice


chegou-se ao preço de venda de cada uma das mercadorias, conforme se observa
abaixo:

VESTIDO:
PV = CMV / MKD
PV = 60 / 0,51
PV = 117,65

CALÇA FEMININA:
PV = CMV / MKD
PV = 40 / 0,51
PV = 78,45

SAIA:
PV = CMV / MKD
PV = 35 / 0,51
PV = 68,60
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Como se pode observar com a previsibilidade de lucro de 20% a empresa não


está com preços compatíveis com o mercado, assim, sugere-se que possa ser
aumentado o lucro para 50%, conforme os cálculos abaixo.
Nos cálculos foram mantidos os valores de compra do consumidor.

Tabela 4 - Custo de compra do fornecedor


VESTIDO......................................................................R$ 60,00
CALÇA FEMININA........................................................R$ 40,00
SAIA .......................................................................... R$ 35,00
Fonte: Os autores 2021.

Tabela 5 – Custo total de vendas com lucro de 50%


ICMS...............................................................................18%
DESPESAS ADMINISTRATIVAS..........................................6%
FRETE...............................................................................5%
LUCRO DESEJADO...........................................................50%
Custo Total de Vendas (CTV)=........................................ 79%
Fonte: Os autores 2021.

Alterando-se o lucro desejado para 50%, o custo total de vendas eleva-se


para 79%, o que também aumenta o MKD para 0,21

MKD = (PV – CTV) / 100


MKD = (100 – 79) / 100
MKD = 21 / 100
MKD = 0,21

Com um MKD em 0,21 os preços das peças a serem vendidas ficam bem
mais próximas do que se encontra no mercado, ampliando-se consideravelmente as
receitas da empresa.
VESTIDO:
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PV = CMV / MKD
PV = 60 / 0,21
PV = 285,70

CALÇA FEMININA:
PV = CMV / MKD
PV = 40 / 0,21
PV = 190,50

SAIA:
PV = CMV / MKD
PV = 35 / 0,21
PV = 167,00

A venda dos produtos nesse valor em que o MKD é de 0,21 coloca a empresa
dentro dos padrões do mercado onde a mesma está inserida. Assim, sugere-se que
a empresa adote a margem de lucro para 50%.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo objetivou realizar uma pesquisa exploratória com estudo de


caso de uma empresa varejista na cidade de Ituiutaba que atua no ramo de vestuário
feminino.
Buscou-se determinar a importância da composição do preço de venda
através do Markup divisor. Foi realizado estudo bibliográfico sobre o tema que
permitiu a identificação dos termos da pesquisa e norteou a realização do estudo de
caso.
A partir do levantamento dos preços de compra do fornecedor, calculou-se o
mark-up divisor com duas margens de lucro distintas, uma no valor de 20% e outra
no valor de 50%.
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Para que a empresa possa se tornar mais rentável e com preços compatíveis
a seu mercado o ideal é que a mesma mantenha sua margem de lucro em 50%.
É importante ressaltar que os maiores estudos sobre a análise SWOT são
realizados em estudos futuros e sugere-se a realização de um plano de negócios
para essa empresa para que ela tenha uma visão mais ampla de seu cenário
socioeconômico, para que a mesma possa expandir e aumentar seus lucros ainda
mais.

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