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História da Arquitetura e do Urbanismo 1_bibliografia básica

Curso de Arquitetura e Urbanismo

ARQUITETURA E URBANISMO PRÉ-INDUSTRIAL


Arquitetura e Cidade – relações com as humanidades, ciências e
técnicas. Historicidade, periodização e caraterísticas.

José Ramón Alonso Pereira • Michel Fazio Francis D.K. Ching


(2010) • Marian Moffett Mark Jarzombek
Profª Rosamônica da Fonseca Lamounier Baseado em: • Lawrence Wodehouse Vikramaditya Prakash
Bruno Zevi (2015) (2016)
Leonardo Benévolo
Livros digitais disponíveis no “Minha Biblioteca”

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Considerações Gerais:
das origens ao Século XXI
José Ramón Alonso Pereira

§ Ênfase não como uma história descritiva, mas como uma interpretação
da história embasada na visão do presente com um sistema de conceitos
indispensáveis para o arquiteto de prancheta.

§ Interpretação de cada época e de seus códigos arquitetônicos baseada


em exemplos paradigmáticos, com as obras analisadas dentro de seu
contexto histórico, cultural e territorial.

§ Fazer edifícios novos sempre foi uma crítica aos edifícios do passado.

§ É na história que se encontra o sentido da ação e da reflexão


Abordagem José Ramón arquitetônica, iluminando o presente desde o passado.

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Considerações Gerais:
das origens ao Século XXI
José Ramón Alonso Pereira

Diferentes formas de se estudar a história da arquitetura e do


urbanismo:

§ História da arte como história da cidade; dos monumentos singulares

Menir Coluna de Trajano, Torre Eiffel, Paris Obelisco Praça 7, Belo Praça da Bandeira § História do urbanismo como a historia dos tecidos urbanos
Pré-História Foro de Roma Ano 1889 Horizonte Marco Centenário de BH
Fonte: Ano 113 Alt.: 324m Ano: 1922 Humberto Hermeto e
https://maqueteseletronica Alt.: 30m Fonte: pt.wikipedia.org Alt.: 13,57m Sito Arquitetura Foco de José Ramón:
s-arquitetura.blogspot.com Fonte: Fonte: em.com.br Ano: 1998 § Estudo holístico que considera as obras concretas como partes de
pt.wikipedia.org Fonte: ARQBH
uma obra total, que por sua vez é configurada pela construção,
linguagem e forma arquitetônica.
Arquitetura ⟹ espaço e tempo
História ⟹ lugar e tempo

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Considerações Gerais: Linha do tempo (resumida)


das origens ao Século XXI História da Arquitetura e do Urbanismo:
José Ramón Alonso Pereira Das origens ao Séc. XIX
Território da arquitetura (como marco de definição da sua atividade) Origens da
Arquitetura/
Pré-História
Antiguidade Idade Média Barroco
Ordem, tipo e método (como instrumento de controle trazendo as ideias de (Menir, Caverna
Grécia
ou Cabana)?
tipologia arquitetônica e de metodologia de composição)

Arquitetura como processo, como experiência e como construção

Escala humana ou escala monumental dessa construção (geometria, forma


arquitetônica)
Outros
Linguística (como linguagem ou como estilo arquitetônico) Povos
Arquitetura
Neoclássica/ Eclética + Arq. E
Cidade (síntese ou limite superior da arquitetura) Antiguidade Antiguidade Renascimento/ Cidade da Revolução Industrial
Egito Roma Maneirismo (Séc. XIX)

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RESUMO DA LINHA DO TEMPO DE JOSÉ RAMÓN X CONTEÚDO DA DISCIPLINA

1. Menir, caverna e Cabana – origens da arquitetura


Símbolos físicos da arte, do abrigo e da racionalidade materializada pela construção. Menir ou caverna como
arquiteturas primárias/ Pré-história

2. Egito como verdadeiro laboratório – espaço, geometria e forma se desenvolvem de modo atemporal –
permanências na arquitetura ocidental

3. Mundo Clássico – Grécia – linguagem clássica da arquitetura

4. Mundo helenístico – Roma – coloniza, estrutura e começa a edificar o mundo ocidental

5. Idade Média – reformula as características tipológicas e construtivas da arquitetura. Sistemas de massa ativa e
de vetor ativo. Reúne a álgebra, a escolástica e a arquitetura. Românico, Gótico. Estrutura urbana e territorial
das cidades ocidentais se cristalizará

6. Renascimento (Séc. XV e XVI) – na Idade do Humanismo se edificará as cidades. Correntes humanistas do


Quattrocento e do Cinquecento italiano, Maneirismo e Barroco. Revolução cultural/ iluminismo/ despertar dos
tempos modernos

7. Revolução social da industrialização no Séc. XIX Abordagem Fazio et Al.

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Introdução Introdução
Fazio, Moffett & Wodehouse Fazio, Moffett & Wodehouse

§ Vitrúvio (trabalhou por volta de 40a.C) afirmava que


§ Como a arquitetura é uma arte ao mesmo tempo utilitária e visual a essência da arquitetura consistia de:
⟹ texto (fotos, desenhos diagramas) e ilustrações são inseparáveis - firmitas (solidez – estabilidade estrutural)
- utilitas (utilidade – cumprimento dos requisitos funcionais)
§ Narrativa descritiva, enriquecida pela análise crítica, portanto devemos ir além da - venustas (beleza – fruição estética)
imagem projetada na retina
Solidez e utilidade são consenso; beleza é mais elusiva, com padrões que mudam.
§ Inserção da edificações em seus diferentes contextos: social, político,
econômico, artístico, tecnológico e ambiental § Fazio et Al. aprofundam, afirmando que as pessoas precisam, para construir
edificações, de:
§ Entrar na mente do arquiteto, abrir mão de preconceitos atuais e avaliar a obra 1. motivo (desejo de edificar: necessidades espirituais, psicológicas e
como produto de uma época e local específico emocionais, que incluem respostas a requisitos funcionais )
2. materiais e o conhecimento de como usá-los (meios para edificar)
3. sistemas de construção (capacidade de edificar)

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Introdução Introdução
Fazio, Moffett & Wodehouse Fazio, Moffett & Wodehouse

1. Motivo: desejos, requisitos funcionais. 2. Materiais e conhecimento de como usá-los ⟹ caráter da arquitetura

Exemplos: Os materiais mais simples eram usados para criar arquitetura:

§ Edificações industriais: questões práticas predominam § Barro, argila – taipa de pilão ou tijolos
§ Cívicas e religiosas: significados por meio de formas simbólicas
§ Madeira muito usada em áreas de grandes florestas
§ Edificações de escritórios: imagem corporativa
§ Gregos eram escultores de pedra, pela abundância do mármore na região.
§ Moradias: atender às necessidades habitacionais, demandas funcionais, expressar
personalidade, valores

Mais dinheiro, maior qualidade de mão de obra e de materiais possibilitam (com


frequência) melhores projetos. Ex. Edificações religiosas

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Introdução Introdução
Fazio, Moffett & Wodehouse Fazio, Moffett & Wodehouse

3. Habilidade para edificar: CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS


unir materiais em sistemas de construção estáveis
Cinco (5) categorias, de acordo com a configuração geométrica de
Os materiais podem ser classificados de acordo com a maneira pela qual aceitam o seus elementos e a maneira pela qual resistem às cargas:
carregamento:
Tipo de esforço/ Efeito Materiais mais 1. Estruturas arquitravadas (ou sistema de pilares e vigas/ lintéis – elementos
carregamento resistentes horizontais e verticais, os mais comuns) ~ sistema trilítico
TRAÇÃO Fibras dos materiais se Madeira
afastam Ferro/ Ligas maleáveis – Aço 2. Falsos arcos e balanços
Concreto “armado”
COMPRESSÃO Fibras dos materiais se unem Pedra 3. Arcos e abóbodas
Tijolo
Concreto 4. Treliças planas e espaciais
AMBOS Madeira
Ferro (porém, é quebradiço) 5. Estruturas tracionadas
Concreto Armado

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1. Estruturas arquitravadas (ou sistema de pilares e vigas – elementos horizontais e
verticais, os mais comuns)

§ Distância entre pilares é determinada pela capacidade de vencimento de vão de


vigas

• Submetidas a cargas (acidentais ou mortas) vigas fletem esticando as fibras da


metade superior e pressionando as fibras da metade posterior umas com as
outras.
Biblioteca de Celso, Éfeso, Ásia Menor, 114-117 Casa Fransworth, Mies van der Rohe, 1951 • Pedra entram em colapso rapidamente (arame de pedra)
Construída pelos Romanos com colunas, pilares e vigas. Fonte: Fonte: https://arquiteturascontemporaneas.wordpress.com, 2021
https://bertoncinipelomundo.com/category/grecia/, 2021

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2. Falsos arcos e balanços


Balanço
§ Pedras assentadas em fiadas com a última pedra se projetando levemente acima da pedra abaixo.
§ Maneiras que as sociedades primitivas encontravam de:
- superar a fragilidade natural da pedra submetida à tração
- cobrir distâncias superiores às vencidas pela construção arquitravada

Casa Carapicuíba, Ângelo Bucci + Álvaro Puntoni, 2007


Fonte: https://www.archdaily.com.br, 2021

Falso arco, Kabah, México, 850-900 Celeiro, Cades Cove, Great Smoky Mountains National Park, Tennessee, Estados Unidos, século XIX
Fonte: https://www.pinterest.pt/pin/347058715004541007/?send=true, 2021 Fonte: https://www.art.com/products/p19348654141-sa-i7205070/wagon-in-a-cantilevered-barn-cades-cove-
great-smoky-mountains-national-park-tennessee.htm, 2021

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3. Arcos e abóbodas Tipos de Arcos
Arcos e abóbodas de alvenaria são compostos por pedras em forma de cunha conhecidas como aduelas,
que devem ser sustentadas por uma estrutura temporária, chamada cimbre, até que o arco ou abóboda
seja concluído.
Durante a execução as pedras/ tijolos são comprimidos entre si e se tornam “autoportantes”/ estruturais.
Requer contraventamento lateral firme (há esforço vertical e lateral).

Ruas de Rhodes, Grécia, Vila Medieval, 1100-1300 d.C


Fonte: https://www.club-des-voyages.com/grece/photos/la-rue-des-chevaliers-21111-2810.html, 2021

Escola em Timóteo, Éolo Maia, 1983


Fonte: archidaily.com.br, 2021

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Domos ou
Cúpulas

§ Formas baixas
§ Coberturas
§ pontiagudas
§ Semicircular
§ Hemisférica

§ Quanto mais alto o Palácio de Reichstag em Berlim, Santiago Calatrava e Norman Foster,
perfil do arco ou 1992.
Fonte: https://dicasdeberlim.com.br/berlim/palacio-de-reichstag-em-
da cúpula, berlim/, 2021.
menor o empuxo lateral

Arcos islâmicos típicos e cúpula bulbosa revestida de azulejos azuis


Mesquita Goharshad, Mashhad, Irã, 1419.
Fonte: https://blog.agusti2.com/iran/iran-mashad-mesquita-goharshad, 2021.

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4. Treliças planas e espaciais

Quando elementos curtos de madeira ou de metal são conectados em configurações


triangulares.

Gregos desenvolveram a técnica em pontes de madeira.

No período medieval as tesouras planas usadas nos telhados das igrejas dependiam
da presença de um elemento – o banzo inferior – com comprimento equivalente ao do
vão coberto.

No Séc. XIX, desenvolveram-se as pontes com tesouras em barras curtas,


primeiramente com madeira e depois com ferro e aço com diferentes combinações
triangulares.

- Treliça plana
- Treliça Warren (composta por triângulos equiláteros)
- Treliças em 3 dimensões = treliça espacial (conquista do Séc. XX)

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5. Estruturas tracionadas ou tensionadas

§ Se baseiam na tração

§ Exemplos:
- Barracas de lonas com postes ou varas verticais são exemplos
- Pontes suspensas

A carga é transferida parcialmente por fibras ou cabos trançados ou torcidos juntos.

§ China e Andes no Peru – usavam fibras animais ou vegetais, como pelos,


trepadeiras e sisal para construir estruturas tradicionais (durabilidade limitada).

§ Esse tipo de estrutura progrediu muito nos Séc. XIX e XX.

§ Cabos desse tipo também foram utilizados em pisos de pavimentos múltiplos.

Ponte de Ferro, Rio Tennessee, Knoxville, Estados Unidos, 1906. Fonte: Fazio et Al.

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Tenda Tipi em 1891– EUA
Fonte: Soares, 2014.

Ponte de Seventyh Street, Pittsburgh, Pensilvânia, Estados Unidos. Fonte: Fazio et Al.

Estádio Olímpico de Munique, 1966-72, Frei Otto & Gunther Behnisch. Fonte: Archdaily

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Outros: Estruturas pneumáticas

Membranas leves sustentadas pelo ar pressurizado. Também se baseiam na tração.

Estrutura pneumática e a superfície tensionada Tkyo Dome; Estádio


Atelier Zündel Cristea (AZC), 2012 Tóquio, Japão, 1984-1988
Nikken Sekkei and Takanaka Corporation

Ponte de Seventh Street, Pittsburgh, Pensilvânia, Estados Unidos. Fonte: Fazio et Al.

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Outros: Sistemas híbridos

Ex. Balanços + arcos treliçados

As escolhas dependem de:

§ Materiais disponíveis

§ Orçamento

§ Exigências espaciais

§ Sensibilidade estética do arquiteto

§ Cliente

Rotterdam Unilever, JHK Architects, 2007. Fonte: https://www.architecturerevived.com, 2021.

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Estilos e Precedentes: uma taxonomia para a classificação das obras de


arquitetura de diferentes períodos

§ Limites não são nítidos

§ São contados por meios da descrição de edifícios ícones/ obras de exceção

§ Arquitetos aprenderam com aqueles que o antecederam.

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PRINCIPAL REFERÊNCIA DA AULA

FAZIO, Michael; MOFFETT, Marian; WODEHOUSE, Lawrence. A história da


arquitetura mundial. 3 Ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.

PEREIRA, José Ramón Alonso. Introdução à História da Arquitetura - das Origens


ao Século XXI. Porto Alegre: Bookman, 2009.

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