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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VIÇOSA - UNIVIÇOSA

ARQ 109 – HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO 2


Profa.: Maressa Fonseca e Souza

FICHA DE LEITURA
Referência bibliográfica: preencher de acordo com as normas da ABNT. Você pode consultar como fazer aqui:
https://referenciabibliografica.net/a/pt-br/ref/abnt
Integrantes do grupo: : Aislan (22718), Alexandre (21658), Emilly (22638), Gabriela (22697), Gabriel Nogueira (23190), Pietra (22961), Wayne
(22844)

Ideias centrais (de cada parágrafo) Resumo


1. Com o gótico encerra-se o primeiro volume dos manuais de história da arte; com o Renascimento,
abre-se o segundo. Bruno Zevi foi um crítico,
escritor, ensaísta, arquiteto e
urbanista italiano. Ele nasceu
2. A Renascença foi durante longo tempo, objeto de dois preconceitos antiéticos: o primeiro queria
apresentá-la como uma novidade absoluta em relação ao período precedente e era, por isso, incapaz de em janeiro e 1918 e faleceu em
lhe conferir uma historicidade: o segundo queria reduzi-la a um neo-, a um retorno da arquitetura janeiro de 2000. Zevi publica seu
romana, retirando-lhe todos os predicados da vitalidade criadora. livro “Saber Ver a Arquitetura”
em 1948 e, nesse livro, o autor
busca apresentar os principais
aspectos para compreender a
3. Busca-se uma ordem, uma lei, uma disciplina contra a incomensurabilidade, a infinitude e a dispersão arquitetura.
do espaço gótico, e a casualidade do românico.
A primeira parte discutida do
livro (As leis e as medidas do
4. [...] até agora o espaço do edifício havia determinado o tempo de caminhada do homem, conduzindo espaço no século XV) fala sobre
sua vista ao longo das diretrizes desejadas pelo arquiteto: com Brunelleschi, pela primeira vez, já não é o a chegada e as transformações
do Renascimento no século XV.
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edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do No decorrer do século XV, com a
edifício. descoberta da América, da
perspectiva e com a invenção da
imprensa, diversas
transformações ocorrem na
5. Todo o esforço da Renascença consiste em acentuar o controle intelectual do homem sobre o espaço sociedade. Durante os séculos
arquitetônico. XIII e XIV, na Itália, o sentido da
arquitetura começa a surgir e
6. Para Brunelleschi medir o espaço significou construir San Lorenzo segundo relações matemáticas tomar forças. Durante muito
simples. Já em Santo Spirito, isso não é suficiente: o arquiteto percebe não só a necessidade de tempo, a Renascença passa a
aprofundar a métrica em toda a igreja, igualando o transepto às naves e prolongando o esquema ser objeto de dois preconceitos:
longitudinal para além dele, mas sente também a exigência de fechar circularmente essa métrica o primeiro de que ela era uma
espacial, continuando pequenas naves no vão absidal e, segundo o esquema original e infelizmente não novidade absoluta e o segundo
realizado, mesmo na parede da entrada. de que ela era um retorno da
7. É lógico que a uma concepção unitária do espaço corresponda melhor o esquema de planta central do arquitetura romana. No
que longitudinal. Já vimos que a tentativa paleocristã e bizantina havia sido levar uma dinâmica até entanto, na realidade, a
mesmo aos edifícios cêntricos: agora encontramos exatamente o inverso, isto é, o programa de controlar arquitetura renascentista foi
racionalmente toda a energia dinâmica inserida nos eixos. algo novo com bases históricas.
8. Todos os fatores decorativos de dispersão medieval, começando pelo cromatismo, são abolidos: a Brunelleschi é tido como o
bicromia de Brunelleschi, comparada com a riquíssima paleta pictórica das superfícies do século XIV, foi precursor do movimento
polêmica e mordaz como a abolição da decoração por parte do funcionalismo em relação à Renascentista, buscando
ornamentação arquitetônica do século XIX. encontrar relações matemáticas
9. E eis ao lado do Palazzo Strozzi, que racionaliza, mas não revoluciona, a iconografia medieval, Alberti na criação das obras
que, primeiro entre todos com o Palazzo Rucellai, divide e mede a superfície volumétrica com pilares, e a arquitetônicas. É a partir desse
ritma segundo módulos simples. O que Brunelleschi fez nos espaços interiores, Alberti efetuou-o nas momento que o homem
superfícies. começa a ter domínio sobre o
espaço arquitetônico. Além
disso, as construções começam
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10. É esta a detestada decoração aplicada? Certamente, é a decoração que será explorada durante o a sair de um cromatismo e
século XIX em todas as “ville à italiana”, desde os Estados Unidos até a Rússia: contra ela serão dirigidos passam a ter menos cores,
os dardos da arquitetura moderna. como o que é representado nas
11. Os temas espaciais fundamentais inaugurados no século XV prolongam-se no século seguinte e, obras de Brunelleschi. O autor
através das obras de muitos e grandes gênios, se enriquecem de motivos volumétricos e decorativos [...] também cita Albeti, afirmando
12. [...] a diferença entre o nosso século e a psicologia do século XVI consiste precisamente no fato de que que este fez nas superfícies o
nós, depois de fragmentarmos todas as regras, invocamos a originalidade absoluta e criticamente nos que Brunelleschi fez nos
esforçamos por demonstrá-la mesmo na produção artística menor, enquanto os artistas do século XVI – espaços interiores, ou seja,
ou melhor, os artistas entre si –, mesmo quando criavam em inteira liberdade, traindo com a mais ritma a volumetria das paredes
desassombrada indiferença os cânones do classicismo, tinham o falso pudor, a hipocrisia ou a astúcia por meio de módulos simples.
cultural de louvar incondicionalmente o antigo e declarar-se muito humildes seguidores dos seus ideais
arquitetônicos. A segunda parte do livro
13. Com relação ao século XV, o século de ouro exprime esses ideais em formas reencarnadas, de uma (Volumetria e plástica do século
plasticidade que está apenas latente em Brunelleschi, é mais concreta em Alberti, e triunfa agora nas XVI) fala sobre as mudanças que
múltiplas variações temáticas do espaço simétrico. decorreram ao longo do século
14. O Tempietto, de Bramante, o San Pietro in Montorio, em Roma, que inaugura o século XVI, constitui e o surgimento do barroco.
até certo ponto a declaração de seus princípios: absoluta afirmação central, valorização máxima das Durante o século XVI, é
relações dimensionais entre as partes do edifício, isto é, do elemento proporcional, e sólida plasticidade. desenvolvida a visão do espaço
absoluto iniciado no século XV.
15. Se o gótico havia marcado a vontade do espaço contínuo e infinito no comprimento dispersivo dos
Passa-se a valorizar a afirmação
seus visuais, a primeira Renascença não chegou a fechar o espaço, mas o ordenou segundo uma mátrica
central e a relação dimensional
racional que o tornava definível e mensurável: agora, o século XVI qualifica a mesma busca espacial em
entre as partes do edifício. O
termos currítmicos, voltando à antiga antítese entre espaço interior e exterior, com a solidez pesada e
caráter da arquitetura do século
corpórea das suas paredes e com a maciça plástica dos seus componentes decorativos.
XVI passa a dar um novo sentido
16. [...] no século XVI todas as forças dinâmicas, que antes haviam sido travadas, mas não extintas,
a volumetria, preferindo uma
acalmam-se definitivamente.
linha a um plano cromático, um
17. [...] é natural que a cúpula de Brunelleschi, suspensa pelo octógono dos planos do tambor, não tenha
todo sem quebras e a uma
peso, se erga sobre a igreja sem se ligar a ela num equilíbrio de auto-suficiência, enquanto a de
solidez monumental.
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Michelangelo penetre o corpo da basílica, se aprofunde nela com o pesado tambor reforçado por colunas O período barroco é o momento
geminadas, que, em vez de distinguir e separar, persistem estaticamente. em que há uma libertação
18. [...] no século XVI, o palácio mostra seu volume unitário, acentua sua gravidade maciça ou com a espacial, uma quebra com as
predominância dos cheios sobre os vazios, como no Palazzo Farnese ou com as ordens sobrepostas, regras da geometria e com o
tradução plástica desses pilares lineares que vemos exatamente no Palazzo Rucellai conformismo classicista. Os
19. Com o desaparecimento das diretrizes lineares, triunfam o volume e a plástica. arquitetos agora passam a
20. Na crítica da arquitetura do século XVI, é bastante fácil cair em erro: essa vontade estática, corpórea, buscar a liberdade das formas, o
de perfeição, nunca deve ser confundida com o espaço romano, que, sem dúvida, encontra imitadores no movimento, o orgânico. A
século XVI, mas imitadores que, como tal, estão fora da história da arte. dinâmica do barroco ainda
21. Michelangelo não inicia o período barroco, como ainda repetem tantos manuais de história da arte. segue toda a experiência
Ele concretiza o drama da segunda metade do século XVI, que pretende mover a cerrada espacialidade plástica e volumétrica do século
estática, que combate sem a infringir. XVI, mas a forma de se pensar
22. O barroco é a libertação espacial, é a libertação mental das regras dos tratadistas, das convenções, da na construção muda.
geometria elementar e da estaticidade, é libertação da simetria e da antítese entre espaços interior e
exterior.
23. E é claro que as características que qualificam o espaço no século XVII e XVIII não podem ser
encontradas nos outros períodos, considerados barrocos por inferência legítima.
24. O fato de, ao invólucro fechado, ao edifício-fortaleza de Palazzo Farnese suceder o Palazzo Barberini
aberto e convidativo com suas ilusões de perspectiva e seus grandes vitrais [...]
25. A crítica e o público nunca levaram a fundo o seu protesto contra a dialetização e libertação do espaço
quinhentista operada por essa escola berniniana que substancialmente respeitava o sentido do
classicismo espacial, ainda que movendo e alongando seus fatores.
26. Onde por muito tempo a crítica, e ainda agora vastos setores da opinião pública, se detêm é
exatamente quando o barroco não se limita a comentar com um novo gosto de esquemas antigos, mas
cria uma nova concepção espacial, isto é, precisamente quando é maior.
27. O movimento barroco não é conquista espacial, é um conquistar espacial na medida em que
representa o espaço, volumetria e elementos decorativos em ação.
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28. Em termos espaciais, o movimento implica a negação absoluta de todas as nítidas divisões dos vazios
em elementos geométricos, e a interpretação horizontal ou vertical de formas complexas, cuja essência
prismática ou estereométrica se perde em contato com as formas vizinhas.
29. [...] Saber ver a arquitetura significa, nos períodos de cultura espacial rígida, como a Renascença,
surpreender o momento em que uma alma individual se move e supera com linguagem poética o
mecanismo das regras sintáticas e semânticas, e, nos períodos de libertação, como o barroco, saber
distinguir a verdadeira desordem da obra do gênio que, mesmo através de uma infinita multiplicação de
imagens, encontra o memento de seu classicismo.

Instruções para preenchimento e entrega:


- A ficha pode ser preenchida durante ou após a leitura. Veja o que faz mais sentido para você e como acredita ser mais adequado para a sua
compreensão do texto.
- Um texto acadêmico geralmente se divide em SEÇÕES, cada uma organizada em PARÁGRAFOS. Se o texto que você leu não tem uma
organização em seções, você pode propor seções de acordo com os assuntos que foram abordados nas partes do texto, para organizar melhor
o seu entendimento.
- Cada linha do quadro, referente às IDEIAS CENTRAIS, deve ser preenchida com UMA FRASE que sintetize o conteúdo de cada parágrafo do
texto. Conte quantos parágrafos
- Na coluna RESUMO, você irá sintetizar a ideia central de cada seção do texto, ou de um conjunto de parágrafos. As ideias centrais podem
ser vistas como peças do texto, enquanto o resumo é a “junção das peças”, o entendimento coerente das partes.
- Ao finalizar a ficha de leitura, cada grupo deverá salvar o arquivo EM FORMATO PDF e subir para a pasta “FICHAS DE LEITURA” no
Google Drive: https://drive.google.com/drive/folders/1yjhrPz1a_n6RlssEKzPsoX6jZduPwsZm?usp=sharing
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Exemplo: ARQ 109_TEXTO_1 _ARGAN

A ficha de leitura deve ser entregue em até 7 dias após a realização do café ARQ.filosófico em que o texto foi debatido.

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