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EM - Chivunk EsPCEx

2021

Redação

Professora Celina Gil


Prof.ª Celina Gil
Redação

Sumário
Prova de Redação I ............................................................................................................ 3
Prova de Redação II ........................................................................................................... 6
Prova de Redação III .......................................................................................................... 9
Considerações finais ........................................................................................................ 12

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Prova de Redação I
Leia os textos abaixo.
TEXTO I
Levantamentos divulgados por organizações não-governamentais demonstraram que o
número de denúncias de violência doméstica estão crescendo desde que as pessoas passaram a ficar
mais tempo em casa. Na China, primeiro país a adotar o isolamento, os números triplicaram. No Rio
de Janeiro, a Justiça registrou um aumento de 50% no número de denúncias durante os primeiros
dias de isolamento. “Esse aumento não surpreende: já era sabido que os atos de violência contra a
mulher ocorrem majoritariamente no período noturno e nos fins de semana, momentos em que o
agressor costuma estar em casa. O motivo imediato parece ser, portanto, o contato mais frequente
do agressor com a vítima no espaço doméstico. Quanto aos motivos mais profundos, me parece
ainda prematuro destrinchar, mas, como é próprio da nossa forma de sociabilidade, é difícil, senão
impossível, dissociá-los do controle sobre as mulheres – em todas as suas complexas formas e
linguagens – demandadas exatamente pela divisão sexual do trabalho e pela separação público-
privado a ela relacionada”, afirma a professora Nayara Medrado, professora do departamento de
Direito da UFJF-GV e integrante do CRDH.
De acordo com Juliana Goulart, os números de casos de violência doméstica tendem a ser
ainda maior uma vez que grande parte das mulheres, inclusive aquelas que perceberam pela
primeira vez a violência, não têm coragem de denunciar. “Estas mulheres na enorme maioria das
vezes não irão denunciar, por dois motivos, o primeiro que ela entende que é algo passageiro,
condicionado ao período de isolamento, e que ela pode ‘suportar’ estas violências por este curto
espaço de tempo; e o segundo motivo é porque elas têm muita vergonha (assim como todas as
mulheres a vergonha por sofrer a agressão faz parte do ciclo da violência) de dizer para um ator
público (como polícia e promotoria, por exemplo) o que está se passando dentro da sua casa. Muitas
relatam ‘imagina como que eu, que ocupo o cargo X na organização X vou parar na delegacia pra
dizer que estou sofrendo violência, não pega nem bem pra minha carreira né, eu sou uma mulher
independente, forte’, como se houvesse um perfil de mulher que sofre a violência”.
De acordo com Juliana, mulheres já violentadas em casa antes mesmo do isolamento também
preferem manter o silêncio. “Na residência de mulheres que já antes do isolamento sofriam
violências, inclusive físicas, e tinham os seus momentos de escape durante o dia e a semana, que é
quando ela ou o agressor estavam trabalhando fora, o que temos percebido é que o ouvir e o falar
tem se tornado cada vez mais difícil com o isolamento. Mulheres antes já silenciadas agora apenas
escutam e acatam ‘pelo bem da casa’. Os períodos do ciclo da violência de acúmulo da tensão e
ataque violento predominam e o espaço para o período chamado de lua de mel, em que a vítima é
reconquistada, não está havendo. Esta mulher entende muitas vezes que neste momento de
isolamento ‘ele está sob muita pressão’ e torna a violência algo inerente ao período. Por fim, nossas
duas mulheres se encontram neste momento, assumindo pra si a carga que lhes ensinaram lá na
infância do que é ser mulher”.
(Adaptado de: <https://www2.ufjf.br/noticias/2020/04/06/desigualdade-de-genero-em-tempos-de-pandemia-e-isolamento/>
Acesso em 18 set. 2020)

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TEXTO II

(Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/24267-mulheres-


dedicam-quase-o-dobro-do-tempo-dos-homens-em-tarefas-domesticas> Acesso em 18 set. 2020)

TEXTO III
Na semana que antecede o Dia Internacional da Mulher, celebrado dia 8 de março, a co-
fundadora do banco digital NuBank, Cristina Junqueira foi a escolhida pela revista Forbes para
estampar a capa quinzenal da publicação.
Essa foi a primeira vez, no Brasil, que uma mulher grávida apareceu na capa da revista
internacional focada em economia que prestigia nomes em destaque no mercado de trabalho.
Na fotografia da Forbes, Cristina posa em sua 40ª semana de gestação ao ser considerada
uma das 20 mulheres mais importantes do País. No mundo, o reconhecimento de gestantes em
revistas de negócios não é comum.
Para se ter uma ideia, a primeira vez que isso ocorreu foi em agosto de 2019, em que Audrey
Gelman, CEO e co-fundadora do The Wing foi capa da Inc. Magazine.
Pelo ineditismo no Brasil, a publicação da revista Forbes levantou o debate sobre os avanços
nas relações entre mulheres que equilibram a maternidade e a carreira.
Relatório do grupo de pesquisa norte-americano Corporate Women Directors International
mostrou que, na América Latina, apenas 47 das 100 maiores empresas têm pelo menos uma mulher
nos conselhos de administração.
Conciliar a vida profissional com a tarefa materna ainda é visto como um desafio,
principalmente por preconceito e falta de compreensão nos ambientes de trabalho. Um

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levantamento do site Trocando Fraldas revelou que três em cada sete mulheres sentem medo de
engravidar e serem demitidas.
Apesar dos desafios constantes e barreiras estruturais , as mulheres e mães lutam para
assumir o protagonismo no mercado de trabalho todos os dias.
“Quando eu recebi a proposta, pouco depois descobri que estava grávida e já me veio um
sentimento de insegurança por não saber como falar aos chefes, por medo da reação deles”, conta
a CEO.
Apesar das incertezas sobre achar que poderia perder o cargo ao contar da gestação, a
surpresa foi positiva e a equipe de trabalho entendeu a situação e não retirou o convite, pelo
contrário.
“Eu lembro que a primeira coisa que a minha chefe me falou é que a notícia era fantástica
porque ia me ajudar no desenvolvimento profissional e a me tornar uma pessoa melhor, como mãe
e gestora ”, pontua Maria.
A CEO destaca que apesar dos avanços das mães ocuparem mais cargos no mercado de
trabalho, em muitos momentos, ela tentava planejar o futuro da carreira em dez ou cinco anos, e
não enxergava outras mulheres nas posições almejadas. “Na minha área de trabalho, no setor
financeiro, é um ambiente muito mais masculino e eu sempre observei isso”, conta.
Maria diz que os desafios sempre estiveram presentes em sua trajetória e muito se deve ao
simples fato de ser uma mulher, e agora também mãe. “Em muitos momentos a gente precisa se
provar , ir além porque há essa desconfiança”.
Ela conta que a capa da Forbes é inspiradora porque é uma admiradora da Cristina Junqueira,
e ter uma mulher dos negócios grávida na publicação gera um debate na sociedade. “Por qual motivo
uma mãe não poderia estampar uma revista?”, questiona.
(Disponível em: <https://economia.ig.com.br/2020-03-06/8-de-marco-mulheres-relatam-os-desafios-de-conciliar-trabalho-e-
maternidade.html> Acesso em 18 set. 2020)

Com base nos textos de apoio, nos texto da prova e em seus conhecimentos gerais, construa um
texto dissertativo-argumentativo, em terceira pessoa, de 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas, sobre
o tema:
“A persistência das desigualdades de gênero no Brasil e seus impactos na sociedade”

OBSERVAÇÕES:
1. Aborde o tema sem se restringir a casos particulares ou específicos ou a uma determinada pessoa.
2. Formule uma opinião sobre o assunto e apresente argumentos que defendam seu ponto de vista,
sem transcrever literalmente trechos dos textos de apoio.
3. Não se esqueça de atribuir um título ao texto.
4. A redação será considerada inválida (grau zero) nos seguintes casos:
– texto com qualquer marca que possa identificar o candidato;
– modalidade diferente da dissertativa;
– insuficiência vocabular, excesso de oralidade e/ou graves erros gramaticais;
– constituída de frases soltas, sem o emprego adequado de elementos coesivos;

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– fuga do tema proposto;


– texto ilegível;
– em forma de poema ou outra que não em prosa;
– linguagem incompreensível ou vulgar;
– texto em branco ou com menos de 17 (dezessete) ou mais de 38 (trinta e oito) linhas; e
- uso de lápis ou caneta de tinta diferente da cor azul ou preta.
5. Se sua redação tiver entre 17 (dezessete) e 24 (vinte e quatro) linhas, inclusive, ou entre 31 (trinta
e uma) e 38 (trinta e oito) linhas, também inclusive, sua nota será diminuída, mas não implicará grau
zero.

Prova de Redação II
Leia os textos abaixo.
TEXTO I
A sociedade contemporânea é marcada pela correria do dia-a-dia e pela constante mudança
de cenários. Essas mudanças ocorrem em ritmo acelerado e é preciso estar para a adaptar-se a todo
o momento, como um verdadeiro camaleão. Diariamente, o homem enfrenta novos desafios e
estabelece novas prioridades. Contudo, as constantes conturbações impedem o alcance das metas
estabelecidas, nem todas as atividades determinadas como prioritárias para aquele dia são
cumpridas e é gerada uma sensação de que se possui pouco tempo para fazer tudo que necessário
e desejado.
O homem se encontra cada vez mais pressionado pelo relógio. Os prazos são muito curtos e
o número atividades crescentes. O ritmo social e o fluxo informacional são muito intensos, havendo
um excesso de informação a circular pelo mundo, acessível a todos pelo advento da internet. Cria-
se, contanto, uma nova necessidade: a de se estar ciente de tudo o que está acontecendo a todo o
momento.
A internet “ampliou” o tempo, tornando o mundo mais dinâmico, acelerando processos que
antes eram considerados lentos e flexibilizando o trabalho. No entanto gerou, consequentemente,
uma nova angustia na sociedade contemporânea, pois se de um lado o trabalho se flexibilizou por
outro a internet e todas as novas tecnologias prolongaram o ambiente de trabalho para as esferas
pessoais e íntimas do homem.
Durante séculos o homem desenvolveu pesquisas mecânicas e tecnológicas no intuito de
dinamizar a produção embasada pelo sonho da máquina produzindo e liberando o tempo para a
atividade intelectual e para o lazer. No entanto, o aumento da automação, em muitos casos,
dispensou a mão de obra humana e a criação de tecnologias subordinou ainda mais o indivíduo ao
seu trabalho.
Atualmente, o trabalho está tão arraigado à sociedade que passou a ser considerado parte
vital do ser, como se dele dependesse a dignidade e a estima do mesmo. Quanto maior é a
valorização do trabalho maior é o tempo dedicado a ele e mais importante é a relação Sociedade X
Tempo X Trabalho.

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Desta forma, pergunta-se: como a sociedade contemporânea e seus participantes se


relacionam com o tempo e o trabalho? O tempo destinado ao trabalho é pouco ou é muito? Como
o uso do tempo e a dedicação ao trabalho podem influenciar e afetar a vida pessoal e social do
homem contemporâneo? Há limites para a dedicação ao trabalho?
(Disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/a-relacao-sociedade-x-tempo-x-trabalho-como-o-uso-do-tempo-e-a-
dedicacao-ao-trabalho-podem-influenciar-a-vida-pessoal-e-social-do-ser-humano-contemporaneo> Acesso em 18 set. 2020)

TEXTO II
O elemento fundamental do modo de produção capitalista, que teve seu impulso com a
Revolução Industrial, é a mercadoria, tendo como objetivo principal o acúmulo de capital / lucro.
O homem a partir da implantação do modo de produção capitalista, passa a ser visto apenas
como agente produtivo, e não mais como ser com sentimentos, desejos e necessidades próprias.
Isto está causando uma profunda e radical transformação social e no modo de viver do homem.
Na sociedade tradicional, predominantemente rural, não havia uma separação entre as várias
esferas da vida do homem. Os locais de trabalho ficavam próximos quando não se localizavam na
própria moradia e a produção obedecia ao ciclo natural do tempo e ao ritmo do homem. O termo
lazer não era caracterizado, mas era fundido de uma forma integral e linear do dia-dia das pessoas.
(MARCELLINO N. C, 1996, p 55).
A introdução da maquinaria fez com que houvesse uma reestruturação na organização do
processo produtivo, que consequentemente afetou a vida dos trabalhos de forma drástica e radical,
inclusive o lazer do trabalhador. O homem segue hoje o tempo das máquinas. O tempo se tornou
sinônimo de dinheiro, e o ócio se tornou sinônimo de "pecado".
Gomes (2004), em seu livro "Dicionário Crítico do Lazer", relaciona a existência de dois tipos
de trabalho: o concreto ou útil que é dirigido a um fim e o trabalho abstrato ou intelectual que é
simplesmente um mero dispêndio de mão de obra. Esse último é um verdadeiro câncer/epidemia
causado pelo capitalismo. A modernidade e a tecnologia, ao invés de contribuir com a qualidade de
vida das pessoas, diminuindo seu tempo de trabalho, fazem com que o sujeito fique alienado à
necessidade do salário, sendo que ele não possui ou nunca viu o próprio produto do seu trabalho.
Este trabalho é totalmente fragmentado e na maioria das vazes é contra a vontade e/ou aptidões do
sujeito, fazendo com que o trabalhador se torne ignorante e escravo dessa nova "natureza
moderna".
Os prejuízos do tecnicismo podem ser identificados na tendência massificadora das formas
de preenchimento do tempo excedente, exercida pelo mercado, impondo ao homem uma
pseudonecessidade por produtos e serviços diversos, inclusive no que tange aos seus momentos de
lazer. Centrados na cultura do trabalho e do consumo, o trabalhador está convencido de que o lazer
deve ser a "recompensa pelo trabalho" e de que seu tempo livre deva ser preenchido por um
produto de consumo capaz de lhe proporcionar prazer imediato, felicidade, satisfação de desejos e
auto realização.
Lazer na sociedade capitalista significa consumo e não descanso. Portanto, o não trabalho é
também necessário para o sistema capitalista, para a sociedade do consumo.
O maior exemplo de como lazer virou sinônimo de consumo são os shoppings centers, um
espaço destinado a "proporcionar momentos de lazer e diversão para toda a família", onde a pessoa
pode encontrar tudo o que procura: alimentação, diversão, produtos e serviços. O único problema

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é que essas opções apenas podem ser usufruídas por uma pequena parcela da população que possui
condições financeiras de pagar pelos serviços e produtos oferecidos.
(Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd89/ativ.htm> Acesso em 18 set. 2020)

TEXTO III
O tempo atual é o de atividades e sensações com a fluidez da água escorrendo pelas mãos.
Ele é formado por um exército de ansiosos e deprimidos buscando algo que não se sabe exatamente
o que, como se não houvesse rumo a seguir, dentre tantos caminhos e possibilidades. Assim, de
modo que retrocedêssemos dez mil anos, em consonância com a vida pacata de nossos
antepassados, queremos “dar um tempo”. A desaceleração vem por meio de terapias, meditação,
relaxamento, enfim, algo que nos remeta a uma essência natural e menos angustiante. A vida mais
longa, possível graças aos avanços da medicina, não é agradável se ela não for também equilibrada.
A era do mercado como um fim em si mesmo vem se mostrando caótica, injustificável do ponto de
vista da sobrevivência da civilização. Talvez o homem esteja começando a mensurar o valor do
tempo, não como negócio, mas por seu caráter mais relevante e imanente: a transitoriedade.
(Disponível em: <http://obviousmag.org/no_rastro_de_clio/2016/o-homem-e-o-tempo.html#ixzz6YPH51wTN> Acesso em 18
set. 2020)

Com base nos textos de apoio, nos texto da prova e em seus conhecimentos gerais, construa um
texto dissertativo-argumentativo, em terceira pessoa, de 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas, sobre
o tema:

“A relação do homem com o tempo na contemporaneidade”

OBSERVAÇÕES:
1. Aborde o tema sem se restringir a casos particulares ou específicos ou a uma determinada pessoa.
2. Formule uma opinião sobre o assunto e apresente argumentos que defendam seu ponto de vista,
sem transcrever literalmente trechos dos textos de apoio.
3. Não se esqueça de atribuir um título ao texto.
4. A redação será considerada inválida (grau zero) nos seguintes casos:
– texto com qualquer marca que possa identificar o candidato;
– modalidade diferente da dissertativa;
– insuficiência vocabular, excesso de oralidade e/ou graves erros gramaticais;
– constituída de frases soltas, sem o emprego adequado de elementos coesivos;
– fuga do tema proposto;
– texto ilegível;
– em forma de poema ou outra que não em prosa;
– linguagem incompreensível ou vulgar;
– texto em branco ou com menos de 17 (dezessete) ou mais de 38 (trinta e oito) linhas; e
- uso de lápis ou caneta de tinta diferente da cor azul ou preta.

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5. Se sua redação tiver entre 17 (dezessete) e 24 (vinte e quatro) linhas, inclusive, ou entre 31 (trinta
e uma) e 38 (trinta e oito) linhas, também inclusive, sua nota será diminuída, mas não implicará grau
zero.

Prova de Redação III


Leia os textos abaixo.
TEXTO I
Em uma megalópole complexa como São Paulo, com enormes desigualdades econômicas,
sociais e culturais, a definição de estratégias de ação e a eficácia de medidas de combate à pandemia
da COVID-19 constituem um formidável desafio.
As diferenças que distinguem grupos sociais em uma cidade de mais de 12 milhões de
habitantes ficam evidentes no estudo “Os padrões urbano-demográficos da capital paulista”,
produzido por Marcelo Nery, Altay de Souza e Sérgio Adorno.
A pesquisa, que teve apoio da FAPESP, foi realizada no âmbito do Núcleo de Estudos da
Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão
(CEPIDs) financiados pela Fundação.
“Enfrentar a pandemia em São Paulo é algo extremamente desafiador devido à
heterogeneidade. Não existe um único corte, entre centro e periferia ou entre ricos e pobres, mas
uma situação muito mais complexa”, diz Adorno à Agência FAPESP. Professor titular da Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, ele é o coordenador científico do NEV-USP.
Adorno cita como exemplo a alta concentração de pessoas em moradias precárias. “Por mais
necessário que seja o confinamento, é muito difícil que ele seja cumprido à risca nos agrupamentos
urbanos onde predominam trabalhadores de baixa renda e escolaridade, e elevada densidade
demográfica por cômodo de residência, o que dificulta o isolamento social.
Além do mais, a maior parte das pessoas passa o dia em atividades fora de casa, o que
intensifica o contato interpessoal. Grande parte dos trabalhadores informais depende de sair à rua
diariamente para se sustentar. A pandemia ressalta, de maneira dramática, toda a escandalosa
desigualdade social do país”, diz.
(Disponível em: <https://exame.com/ciencia/desigualdade-social-torna-o-combate-a-covid-19-ainda-mais-dificil/> Acesso em 18
set. 2020)

TEXTO II
Combater a desigualdade exige uma abordagem nova. Primeiro, é preciso repensar as
políticas fiscais e a tributação progressiva.
A tributação progressiva é um componente essencial de uma política fiscal eficaz. Nossos
estudos mostram que é possível elevar as alíquotas tributárias marginais no topo da distribuição de
renda sem sacrificar o crescimento econômico.
O uso de ferramentas digitais na cobrança de impostos também pode ser um dos elementos
de uma estratégia global para reforçar a receita interna. Reduzir a corrupção pode tanto melhorar a
arrecadação como aumentar a confiança no governo. E, mais importante, tais estratégias podem

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gerar os recursos necessários para investir na ampliação das oportunidades para as pessoas e
comunidades que estão ficando para trás.
A adoção de uma perspectiva de gênero na preparação do orçamento, conhecida como
gender budgeting, é outra ferramenta fiscal valiosa na luta para reduzir a desigualdade. Embora
muitos países reconheçam a necessidade de igualdade de gênero e empoderamento das mulheres,
os governos poderiam usar essa ferramenta para estruturar os gastos e a tributação de modo a dar
novo ímpeto à igualdade de gênero, ampliando a participação das mulheres na força de trabalho e,
dessa forma, impulsionando o crescimento e a estabilidade.
Segundo, as políticas de gastos sociais são cada vez mais importantes para combater a
desigualdade. Quando bem aplicadas, conseguem cumprir um papel fundamental na mitigação da
desigualdade de renda e de seus efeitos nocivos sobre a igualdade de oportunidades e a coesão
social.
A educação, por exemplo, prepara os jovens para se tornarem adultos produtivos que
contribuirão para a sociedade. A saúde salva vidas e também pode melhorar a qualidade de vida. Os
programas de previdência social ajudam a preservar a dignidade dos idosos.
A capacidade de aumentar os gastos sociais também é essencial para cumprir os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS). Um novo estudo do FMI mostra que a elevação necessária varia
bastante entre os países.
Por exemplo: em áreas básicas como saúde, educação e infraestrutura prioritária, estimamos
que as economias de mercados emergentes teriam que elevar os gastos a cada ano até chegar a um
aumento de cerca de 4 pontos percentuais do PIB em 2030, enquanto a média dos países em
desenvolvimento de baixa renda teria de despender o equivalente a um aumento de 15 pontos
percentuais do PIB.
Terceiro, reformar a estrutura da economia poderia apoiar os esforços para combater a
desigualdade ao reduzir os custos do ajuste, minimizar as disparidades regionais e preparar os
trabalhadores para ocupar um número crescente de empregos verdes.
Políticas ativas para o mercado de trabalho — como a assistência na procura de emprego, os
programas de capacitação e, em alguns casos, o salário-desemprego — podem melhorar a
qualificação dos trabalhadores e encurtar os períodos de desocupação.
Facilitar a mobilidade dos trabalhadores entre empresas, setores e regiões minimiza os custos
de ajuste e promove uma recolocação rápida. Políticas de habitação, crédito e infraestrutura podem
ser úteis nesses sentido.
Políticas e investimentos direcionados a determinadas áreas geográficas podem
complementar as transferências sociais já existentes.
(Disponível em: <https://nacoesunidas.org/artigo-reduzir-a-desigualdade-para-gerar-oportunidades/> Acesso em 18 set. 2020)

TEXTO III
Você já deve ter escutado em algum lugar a frase “O Brasil não é pobre, é desigual”. O que
isso significa? Que temos uma economia que produz riqueza, mas que não é distribuída igualmente.
A pobreza é um problema presente em todos os países, pobres ou ricos, mas a desigualdade
social é um fenômeno que ocorre principalmente em países não desenvolvidos. As causas estruturais
da pobreza não estão ligadas apenas ao nível de renda. É por isso que o conceito de desigualdade

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social compreende diversos tipos de desigualdades: de oportunidade, de escolaridade, de renda, de


gênero ou acesso a serviços públicos, entre outras.
A má notícia é que o mundo deve ficar mais desigual. A tendência é de concentração de
riqueza, ou seja, que os ricos fiquem ainda mais ricos, distanciando-se ainda mais das classes de
base. Segundo a Oxfam, organização de combate à pobreza, em 2016 os bens e patrimônios
acumulados pelo 1% mais rico do planeta ultrapassarão a riqueza do resto da população, 99%.
A desigualdade prejudica a luta contra a pobreza e leva instabilidade às sociedades. A ONG
lista uma série de medidas para reduzir o abismo entre ricos e pobres, desde a promoção dos direitos
e a igualdade econômica das mulheres, ao pagamento de salários mínimos justos, a contenção dos
salários de executivos e o objetivo de o mundo todo ter serviços gratuitos de saúde e educação.
(Disponível em: <https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/desigualdade-o-que-o-bairro-onde-voce-
mora-sua-cor-e-sua-renda-dizem-sobre-isso.htm> Acesso em 18 set. 2020)

Com base nos textos de apoio, nos texto da prova e em seus conhecimentos gerais, construa um
texto dissertativo-argumentativo, em terceira pessoa, de 25 (vinte e cinco) a 30 (trinta) linhas, sobre
o tema:

“Caminhos para combater os aprofundamentos das desigualdades sociais”

OBSERVAÇÕES:
1. Aborde o tema sem se restringir a casos particulares ou específicos ou a uma determinada pessoa.
2. Formule uma opinião sobre o assunto e apresente argumentos que defendam seu ponto de vista,
sem transcrever literalmente trechos dos textos de apoio.
3. Não se esqueça de atribuir um título ao texto.
4. A redação será considerada inválida (grau zero) nos seguintes casos:
– texto com qualquer marca que possa identificar o candidato;
– modalidade diferente da dissertativa;
– insuficiência vocabular, excesso de oralidade e/ou graves erros gramaticais;
– constituída de frases soltas, sem o emprego adequado de elementos coesivos;
– fuga do tema proposto;
– texto ilegível;
– em forma de poema ou outra que não em prosa;
– linguagem incompreensível ou vulgar;
– texto em branco ou com menos de 17 (dezessete) ou mais de 38 (trinta e oito) linhas; e
- uso de lápis ou caneta de tinta diferente da cor azul ou preta.
5. Se sua redação tiver entre 17 (dezessete) e 24 (vinte e quatro) linhas, inclusive, ou entre 31 (trinta
e uma) e 38 (trinta e oito) linhas, também inclusive, sua nota será diminuída, mas não implicará grau
zero.

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