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O estudo dos gémeos

Os investigadores que desenvolvem estudos sobre a transmissão hereditária recorrem à análise


dos gémeos para investigarem a influência do meio no comportamento e desenvolvimento
humanos.
Os gémeos falsos resultam da fecundação de dois óvulos por dois espermatozóides. a sua
semelhança genética não é maior do que a apresentada por irmãos comuns.
Os gémeos verdadeiros resultam do desdobramento do ovo. Dado que este resulta de um óvulo
fecundado por um espermatozóide, os dois ovos têm os mesmos cromossomas. São como
clones. A configuração química é a mesma e têm o mesmo grupo sanguíneo.
Muitas investigações procuram avaliar o peso que os genes e o meio têm no desenvolvimento.
Embora o código genético seja exactamente igual, há factores que influenciam a forma como os
genes se expressam. Estes factores podem exacerbar ou amortecer a expressão de um certo
gene e por isso conduzir a pequenas diferenças nos caracteres.
René Zazzo centrou a sua investigação sobre o processo de individuação psicológica. Estudou
sobretudo os gémeos verdadeiros, analisando o que designa por paradoxo dos gémeos. Apesar
das semelhanças das condições biológicas e ambientais, os gémeos vão progressivamente
distinguindo-se, para se diferenciarem em duas pessoas distintas e singulares.
«A mesma hereditariedade, o mesmo meio, e, contudo, dois seres diferentes»

Preformismo e epigénese
Existem muitas teorias para tentar explicar o papel da acção da genética. Umas enfatizam o
papel da hereditariedade enquanto outras o papel do meio.

Preformismo
Umas das teorias mais comuns, considerava que o ovo continha o indivíduo em miniaturas. Esta
defendia que o desenvolvimento embrionário consiste no desenvolvimento de potencialidades
preexistentes no ovo.
O desenvolvimento limitava-se, portanto, ao aumento do tamanho do ser em miniatura
(homúnculo). O que é certo é que se chegaram a formar dois grupos distintos:
● Uns consideravam que o futuro ser já se encontrava em miniatura no espermatozóide;
● No óvulo, no interior estaria um pequeno homem preformado, o qual integrava nas suas
próprias células sexuais um homúnculo, até ao infinito.
O naturalista suíço Charles Bonnet desenvolve esta concepção: o desenvolvimento não é mais
do que uma ampliação, como a que ocorre na ampliação de uma fotografia. O preformismo não
toma em consideração o efeito do ambiente, o desenvolvimento dependeria apenas da
componente hereditária – determinismo hereditário.

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