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A Implantacao Do Liberalismo em Portugal
A Implantacao Do Liberalismo em Portugal
A Obra da Convenção
Girondinos (Moderados) e Montanheses (Radicais)
O governo revolucionário interessou-se pelo Estado Laico (Estado que se liberta da influência
religiosa. Retira às igrejas todo o poder sobre o ensino, à assistência e a legislação civil, e
republicano acima dos interesses privados. Pôs em causa a liberdade individual devido à
igualdade social, da independência da Nação e da salvação da república.
A Convenção acabou por ceder à pressão dos Sans-Culottes. Segundo a Lei do Máximo,
foram afixados os salários e os preços. O espirito de igualdade dos Sans-Culottes finalmente fora
aceite: os bens foram nacionalizados dos emigrados e vendidos; foi decretado a partilha dos
bens comunais; foi abolido qualquer direito feudal. A instrução também mereceu alguma
atenção, nomeadamente o facto de se tornar obrigatória e gratuita.
Os decretos de Ventoso legislaram sobre a partilha dos bens dos suspeitos indigentes;
sobre assistência médica, abonos de família, pensões de invalidez e velhice.
A defesa dos direitos humanos, especialmente o direito de igualdade e de liberdade,
assumiu alguma importância na obra da Convenção. No início de 1794, a escravatura acabou
nas colónias.
Apesar da Convenção salvaguardar os direitos humanos e tudo mais, esta foi bastante
ditatorial e repressiva.
O radicalismo jacobino teve fim. Robespierre mandou executar todos os que o criticassem.
Uma revolta da convenção afastou Robespierre do poder, considerando até fora de lei,
executou-o.
Chegava assim a pior, a mais radical e mais violenta parte da revolução francesa,
ajudando assim a aliança entre os jacobinos e os Sans-Culottes.
Após o golpe, o poder executivo foi entregue a uma comissão consular que pertencia ao
general Napoleão Bonaparte.
A nova Constituição do Ano VIII, aprovada em 1799, concentrou o poder em Napoleão. O
general tinha direito de exercer o seu poder durante 10 anos enquanto primeiro-cônsul, e era a
ele que competia a iniciativa das leis e a nomeação de juízes.
A obra do Consulado pretendia estabilizar a Revolução e consolidar as conquistas
burguesas, esta demonstrou uma centralização administrativa e judicial, e uma recuperação
financeira e reconciliação nacional.
À semelhança dos juízes a administração local coube a funcionários do estado (os
prefeitos e subprefeitos.
O sistema fiscal pôde beneficiar de contribuições directas. Criou-se em 1800 o Banco de
França; uma nova moeda (o franco).
Acabaram as perseguições a toda a gente desde que estas estivessem dispostas a
colaborar e aceitar as ideias de napoleão.
Acabaram-se os conflitos com a Santa Sé. Pela Concordata de 1801, ficou garantido que
qualquer um podia exercer o catolicismo livremente, sendo a religião com mais adeptos
franceses. O clero agora, passaria a ser um mero funcionário do estado, era pago
inclusivamente.
Em 1802 foram criados liceus para acolher os filhos dos burgueses e os alunos bolseiros.
Com a publicação do código civil em 1804, a lei tornou-se igual para todos, declarou o
estado civil laico, a liberdade de crenças, a inviolabilidade da propriedade, a autoridade
masculina na família. O código civil unificou as leis de França.
A duração do Consulado não foi nada mais do que uma oportunidade que surgiu a
Napoleão Bonaparte para que este pudesse afirmar o seu poder pessoal e autoritário. Bonaparte
fez tudo o que estava a seu alcance para que na Constituição do Ano X, viesse garantido que ele
fosse cônsul-vitalício, ou seja, que este deveria permanecer no poder até morrer.
Em 1792, França iniciou a sua guerra com o resto da europa, não só para defender a sua
revolução mas também porque acharam que o mundo deveria ser liberto dos ideais absolutistas.
Porém, esta guerra de libertação rapidamente se tornou numa guerra de conquista devido
à política expansionista da Convenção e do Directório.
Nas guerras do Directório, Napoleão destacou-se. No fim de 1811, a França já tinha
conseguido dominar um vasto império europeu, onde esta afirmava ser a libertadora da
opressão absolutista. Porém, o vasto império de Napoleão não via o seu país como um país
libertador, até pelo contrário.
A rainha D. Maria I foi declarada como louca e por isso estava incapaz de exercer o seu
cargo, portanto, o seu filho D. João (futuro D. João VI) subiu ao poder como príncipe regente.
Nesta altura o país estava ainda muito ligado ao antigo regime.
Todavia, apesar do absolutismo parecer fixo no nosso país, havia uma burguesia
comercial urbana e um conjunto de intelectuais que desejavam imenso a mudança. Muitos deles
iam a cafés, botequins e lojas maçónicas e nestes sítios eram propagados os ideais de
Liberdade, Igualdade e Fraternidade vindos de França.
As revoluções francesas tiveram um grande impacto em Portugal, porque foram elas que
serviram de inspiração e motivação para os portugueses defenderem os seus direitos e tudo
mais, por outras palavras, foram as revoluções francesas que deram as ferramentas necessárias
aos portugueses para se dar uma grande mudança.
Napoleão mentalizou-se que tinha de acabar com o poder que a Inglaterra possuía, e
portanto, no final de 1806, decretou o Bloqueio Continental, onde nenhum país europeu podia
fazer comércio com a Inglaterra.
Porém, Napoleão quase impôs isto a todos os países da europa, e quem não aceitasse
este acordo, seria punido, foi o caso de Portugal. Portugal hesitou em aceitar esta ordem de
Napoleão e, devido a esta hesitação fomos castigados com 3 invasões francesas (1807-1811)
comandadas respectivamente pelo General Junot, General Soult e, pelo Marechal Massena. Com
estas invasões a família real viu-se “obrigada” a partir para o Brasil, transferindo a sede do
poder para lá, deixando o nosso país entregue a um governante inglês, o Beresford.
A devastação e destruição causadas foram tão grandes. Por onde os franceses passavam
levavam tudo de valor e destruíam tudo o que pudessem.
D. João VI insistia em ficar no Brasil, tornando este, em 1815, reino, o que provocou certo
descontentamento dos portugueses que eram constantemente humilhados pelos ingleses.
Beresford quis reestruturar o exército e organizar a defesa do reino contra os franceses, porém,
nos mais altos cargos o general somente colocava ingleses, deixando os portugueses algo
aborrecidos. Reactivou a inquisição e encheu as prisões de suspeitos de jacobinismo.
A situação económica e financeira de Portugal cada vez estava pior. As despesas eram
maiores que as receitas, a agricultura era fraca e o comércio pobre. Isto foi uma grande
consequência do facto dos portos do brasil terem sido abertos, em 1808, assim como o tratado
de comércio em 1810 com a Grã-Bretanha. Este tratado é uma espécie de afirmação do tratado
de methuen, porque em troca de liberdade comercial e navegação, todos os produtos ingleses
teriam de entrar em Portugal e suas colonias.
A perda do exclusivo comercial com o brasil revelou muito mau para a economia de
Portugal uma vez que o brasil, a colónia mais importante de Portugal, deixava de nos fornecer
matérias-primas a baixos preços e alimentos nem constituía um mercado seguro para escoar a
produção manufactureira nacional. A burguesia no meio desta situação toda foi quem ficou pior.
A rebelião em marcha
1820 – revolta
1821 – reunião com as cortes
1822 – constituição assinada
A constituição de 1822
A revolução liberal de 1820 forçou a vinda de D. João VI a Portugal, porém, achava que a
independência estava para vir e por isso pediu a seu filho D. Pedro para ficar lá.
E de facto deu-se a independência em 1822 e teve como motivos:
A política antibrasileira das cortes constituintes de Portugal. A maioria dos deputados
queria que o brasil voltasse a ser colónia. Por isso decidiram fazer leis no sentido de
acabar com os benefícios comerciais da antiga colonia, ao longo do reinado de D. João VI,
e de o subordinar administrativa, judicial e militarmente a Lisboa.
D. Pedro tinha de regressar à Europa para concluir os seus estudos mas este desobedece.
A independência declarada por D. Pedro em 1822, só viria a ser reconhecida em Portugal
a 1825.
A resistência ao Liberalismo
A conjuntura externa desfavorável e a oposição absolutista
A primeira experiencia liberal portuguesa, chamada vintismo, surgiu numa altura em que
as maiores potências queriam apagar o que a revolução francesa deixou.
Em 1815, formou-se a Santa Aliança para manter a ordem politica estabelecida na europa
após o congresso de Viena, ou seja, evitar a propagação dos ideais de liberdade e igualdade
individuais e dos povos.
O clero e a nobreza viram-se prejudicados com as novas leis que lhes tiraram os seus
privilégios e, revoltados com isto, encontram apoio em D. Carlota e no seu filho, infante Miguel,
e juntos planearam a contra-revolução absolutista que veio explodir em 1823.
A revolta só teve fim quando D. João VI chamou Miguel. Simultaneamente, remodelou o
governo, entregando-o a liberais moderados e propôs-se alterar a constituição.
Porém tudo isto não satisfez os revoltosos, em 1824, os partidários de D. Miguel
prenderam os membros do governo e a confusão instaurou-se em Lisboa no sentido de levar o
rei a abandonar a o cargo e passar para a sua mulher.
Dá-se a Abrilada, quando os liberais vencem e há uma reacção absolutista (abrilada é a
reacção). Para conciliar as lutas há um novo governo. Com isto, D. João VI viu-se obrigado a
mandar o seu filho Miguel para o exilio.
Com a morte de d. João VI, em 1826, deu-se uma nova explosão que destabilizou a
política dos últimos anos. O problema da sucessão (d. pedro era imperador no brasil e d. Miguel
era absolutista e estava exilado) não chegou a ser resolvido pelo falecido que o remeteu para
um conselho de regência provisório, presidido pela sua filha, Isabel Maria.
O primeiro acto de regência: enviar para o brasil uma deputação para esclarecer o
assunto da sucessão. D. pedro considerou-se o legítimo herdeiro e tomou um conjunto de
medidas conciliatórias. Confirmou a regência provisoria da infanta D. Isabel Maria; outorgou a
carta constitucional.
Abdicou dos seus direitos à coroa na filha mais velha, D. Maria da Glória de apenas 7
anos. Esta deveria casar com D. Miguel que juraria a carta constitucional e assumiria a regência
do reino de Portugal.
Sendo a carta constitucional um diploma outorgado pelos governantes, ao contrário das
constituições, que são aprovadas pelos representantes do povo, obviamente seria de esperar
uma recuperação do poder real e dos privilégios da nobreza.
As cortes compunham-se em 2 camaras: camara dos deputados eleita através do sufrágio
indirecto, por indivíduos masculinos que tivessem, pelo menos, 100$000 réis de renda líquida
por ano; e a camara dos pares, os seus membros eram da alta nobreza, alto clero, o príncipe
real e os infantes, nomeados a título hereditário e vitalício.
Através do poder moderador, a figura real era engrandecida, porque podia nomear os
pares, convocar as cortes e dissolver a camara dos deputados, nomear e demitir o governo,
suspender os magistrados, conceder amnistias e perdões e vetar, a título definitivo, as
resoluções das cortes.
Ao ampliar os poderes reais, ao proteger a alta nobreza e o alto clero, com assento
vitalício e hereditário, a carta constitucional representava um manifesto retrocesso à
constituição de 1822. Todavia, a abolição do vintismo não foi suficiente para derrotar a contra-
revolução absolutista, novamente liderada por D. Miguel.
A guerra Civil
D. Miguel volta a Portugal em 1828. A sua adesão ao liberalismo era falsa, uma vez que se
fez rei absoluto por umas cortes convocadas à maneira antiga, isto é, por ordens.
Milhares de liberais fugiram e no meio de uma vida pobre, organizaram a resistência. A
partir de 1831, D. pedro apoiou esta resistência que abandonou o trono do brasil e veio lutar
pela restituição da filha do trono português. Dirigiu-se à ilha terceira, que se revoltou e assumiu
a chefia da regência liberal, disposto a acabar de forma violenta com o que D. Miguel fez.
Conseguindo ajudas e dinheiro D. Pedro arranjou um pequeno exército constituído por
emigrados, voluntários, recrutas dos açores e contratados no estrangeiro. O desembarque das
forças liberais deu-se, em 1832, no Mindelo, a que se seguiu a ocupação fácil do porto. Porém, a
cidade do norte estava cercada pelas forças absolutistas e aí viveu-se o pior momento da guerra
civil – o cerco do porto.
D. Pedro entretanto organizou uma expedição ao algarve onde destruíram os absolutistas
daí e voltaram a lisboa onde, já cansados, os absolutistas não aguentaram mais combates. As
batalhas de Almoster e Asseiceira confirmaram a derrota de D. Miguel, que depôs as armas e
assinou a convecção de Évora-Monte e partiu definitivamente para o exilio.