Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Agente Agente
TRANSFERIR RECURSOS Deficitário
Superavitário
Poupadores Tomadores
Rentabilidade Crédito
LUCRO
Apostila 2023 3
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Sistema Financeiro Nacional
Composição
Órgãos Normativos Entidades Supervisoras Principais Operadores
Ø Instituições Financeiras:
BACEN Bancos; Corretoras; Cooperativas
CMN – Banco Central do Brasil de Crédito; Instituições não
Conselho Monetário bancárias; etc.
Nacional
CVM – Comissão de Ø Bolsa de Valores, Mercadorias
Valores Mobiliários e Futuros (B3)
Ø Seguradoras
CNSP – SUSEP – Ø Resseguradoras
Conselho Nacional Superintendência Ø EAPC - Entidades Abertas de
de Seguros Privados de Seguros Privados Previdência Complementar
Ø Sociedades de Capitalização
CNPC - Conselho PREVIC - Superintendência
Ø EFPC - Entidades Fechadas de
Nacional de Previdência Nacional de Previdência
Previdência Complementar
Complementar Complementar
Apostila 2023 4
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
CNSP CNPC
CMN Conselho Nacional
Conselho Nacional
Conselho Monetário Nacional de Seguros Privados
de Previdência
Complementar
• Bancos • B3 S/A
• Corretoras CTVM • EAPC (Aberta) • EFPC (Fechada)
• Empresas Aberta
• Distribuidoras • Sócio Controlador • Seguradora • Fundos de Pensão
• Cooperativas • Resseguradora
• Op. financeiras
Sócio Minoritário
Clientes Segurados Participantes
Debenturista
Apostila 2023 5
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
CMN - Conselho Monetário Nacional
Conceito
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o ÓRGÃO MÁXIMO DO SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL e tem como objetivo a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico
e social do país. Este é um órgão com caráter unicamente normativo, com a
responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito.
Os membros do conselho se reúnem uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos
relacionados com as suas competências, podendo acontecer mais de uma reunião por
mês em casos extraordinários. Ele é composto por 3 pessoas, que são:
Ø Ministro de Estado da Fazenda (Presidente do conselho);
Ø Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento;
Ø Presidente do Banco Central.
Vale ressaltar que, desde a Lei Complementar 179/2021, que dá autonomia ao Banco
Central, algumas funções que lhe faziam parte, foram revogadas, tais como:
Ø Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia
nacional e seu processo de desenvolvimento (Vetado);
Ø Autorizar as emissões de papel-moeda (Vetado);
Ø Determinar o recolhimento do compulsório (Vetado).
Apostila 2023 6
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 7
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
BACEN – Banco Central
Conceito
O banco central é a instituição de um país à qual se tenha confiado o dever de regular o
volume de dinheiro e de crédito da economia. Com isso, os bancos centrais possuem
diversas funções, sendo ele o:
Ø “Banqueiro do governo”;
Ø “Banco dos bancos”;
Ø Supervisor do sistema financeiro;
Ø Executor da política monetária;
Ø Executor da política cambial e depositário das reservas internacionais.
No brasil, o BACEN (Banco Central do Brasil) é uma autarquia de natureza especial, sem
vinculação a Ministérios, tutela ou subordinação hierárquica e tem como objetivos:
Ø Assegurar a estabilidade de preços (principal função);
Ø Zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro;
Ø Suavizar as flutuações do nível de atividade econômica;
Ø Fomentar o pleno emprego.
Apostila 2023 8
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 10
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 11
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
Principais Atribuições
As principais atribuições da CVM são:
Ø PROTEGER OS INVESTIDORES DE VALORES MOBILIÁRIOS;
Ø Assegurar a lisura nas operações de compra e venda de valores mobiliários
(emissão fraudulenta, manipulação de preços e outros atos ilegais);
Ø Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão,
fiscalizando as companhias abertas, a Bolsa de Valores, os agentes do mercado de
capitais e os Fundos de Investimento;
Ø Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores
mobiliários, tais como as operações na Bolsa de Valores (B3);
Ø Fiscalizar a intermediação das operações Corretoras e Distribuidoras de Valores
Mobiliários e dos Fundos de Investimentos;
Ø Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas (S/A) dada prioridade às que não
apresentem lucro em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo
obrigatório;
Ø Propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de
preço, comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos
intermediários do mercado.
Apostila 2023 12
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 13
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
SUSEP – Superintendência de Seguros Privados
Principais Atribuições
As principais atribuições da SUSEP são:
Ø Autorizar e fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das
Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta
e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP;
Ø Zelar (proteger) pela defesa dos consumidores de seguros e previdência aberta.
Ø Atuar no sentido de proteger a captação de poupança que se efetua através das
operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
Ø Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por
este forem delegadas;
Ø Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os
efetuados em bens garantidores de provisões técnicas;
Ø Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a
eles vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros
Privados e do Sistema Nacional de Capitalização;
Ø Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua
expansão e o funcionamento das entidades que neles operem;
Ø Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
Ø Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado.
Apostila 2023 14
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
PREVIC
Conceito
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma autarquia
especial vinculada ao Ministério da Economia, com a finalidade de FISCALIZAR E
SUPERVISIONAR AS ENTIDADES FECHADAS de previdência complementar (EFPC),
também chamadas de FUNDOS DE PENSÃO e de executar políticas para o regime de
previdência complementar.
q PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES:
Ø Autorizar a constituição e o funcionamento das EFPC (FUNDOS DE PENSÃO) e a
aplicação dos respectivos estatutos e dos regulamentos de planos de benefícios;
Ø Apurar e julgar as infrações, aplicando as penalidades cabíveis;
Ø Decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades fechadas de
previdência complementar e nomear interventor ou liquidante, nos termos da lei;
Ø Nomear administrador especial de plano de benefícios específico, podendo
atribuir-lhe poderes de intervenção e liquidação extrajudicial, na forma da lei;
Ø Promover a mediação e a conciliação entre entidades fechadas de previdência
complementar e entre as entidades e seus participantes, assistidos, patrocinadores
ou instituidores.
Apostila 2023 15
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tesouro Nacional
Conceito
O Tesouro Nacional é o órgão do Ministério da Fazenda responsável por garantir que os
recursos arrecadados serão distribuídos conforme o orçamento. A instituição busca
caminhos para que os gastos ocorram com qualidade, acompanhamento e controle. Essa
responsabilidade faz com que o Tesouro leve sempre em consideração a sustentabilidade
das contas públicas brasileiras.
O Tesouro Nacional é como se fosse o caixa do governo. Ele recebe o dinheiro arrecadado
pela Receita Federal e outros órgãos e faz a gestão destes recursos para cumprir o
orçamento público, que é um planejamento dos gastos do governo.
Apostila 2023 16
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 17
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
1.2 Participantes do Mercado
Financeiro
Apostila 2023 18
18
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 19
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Bancos Comerciais
Conceito
São instituições financeiras privadas ou públicas (sempre sendo sociedades anônimas)
que têm como PRINCIPAL OBJETIVO FINANCIAR, A CURTO E A MÉDIO PRAZO, o
comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros
em geral. Sua captação pode ser através de depósitos à vista (conta corrente para livre
movimentação) ou depósitos a prazo, como por exemplo, CDBs. Diante dessas captações,
os bancos comerciais possuem a capacidade de “criar” moeda corrente e colocá-las em
circulação na economia, pois pode oferecer empréstimos e aumentar a base monetária
circulante na economia, de certa forma.
Estas instituições podem oferecer os seguintes serviços:
Ø EMPRÉSTIMOS E OPERAÇÕES DE CRÉDITO;
Ø Aluguel de cofres;
Ø Cobranças, mediante comissão;
Ø Custódia de valores;
Ø Emissão de meios de pagamento, como cheque e cartões de crédito;
Ø Recebimentos de impostos e tarifas públicas;
Ø Serviços de câmbio;
Ø Transferências de fundos.
Apostila 2023 20
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Bancos de Investimento
Conceito
São instituições financeiras privadas especializadas em operações de participação
societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para
suprimento de CAPITAL FIXO E DE GIRO E DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS DE
TERCEIROS, devendo sempre serem constituídas como Sociedades Anônimas (S/A).
q PRINCIPAIS FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES:
Ø Coordenar processos de reorganização e reestruturação de sociedades e
conglomerados, financeiros ou não, mediante prestação de serviços de consultoria,
participação societária e/ou concessão de financiamentos ou empréstimos;
Ø Conceder de crédito para financiamento de capital fixo e de giro;
Ø Operar em bolsas de mercadorias e futuros, bem como em mercados de balcão
organizados, por conta própria e de terceiros;
Ø Operar em câmbio, mediante autorização específica do Banco Central do Brasil;
Ø Pode manter contas de terceiros, mas sem juros e não movimentáveis por cheque;
Ø Praticar operações de compra e venda, por conta própria ou de terceiros, de
metais preciosos, no mercado físico, e de quaisquer títulos e valores mobiliários;
Ø Participar do processo de emissão, subscrição para revenda e distribuição de
títulos e valores mobiliários.
Apostila 2023 21
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Bancos Múltiplos
Conceito
São instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas,
passivas e acessórias das diversas instituições financeiras. Para ser considerado um Banco
Múltiplo, a instituição deve possuir PELO MENOS DUAS das carteiras mencionadas abaixo,
sendo uma delas COMERCIAL ou de INVESTIMENTOS. Além disso, um banco múltiplo
deve ser constituído com um CNPJ para cada carteira, podendo publicar um único
balanço.
q CARTEIRAS DE UM BANCO MÚLTIPLO:
Ø COMERCIAL;
Ø de INVESTIMENTOS e/ou de desenvolvimento (esta última, exclusiva de bancos
públicos);
Ø de crédito imobiliário;
Ø de crédito, financiamento e investimento (financeiras);
Ø de arrendamento mercantil (leasing).
Apostila 2023 22
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 23
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Clearing House
Conceito
As Clearing House (Câmara de Compensação) são responsáveis pelo registro de todas as
operações realizadas, além do acompanhamento das posições mantidas, compensação
financeira dos fluxos e liquidação dos contratos e tem como uma das suas principais
funções MITIGAR O RISCO DE LIQUIDAÇÃO.
Vendedor Comprador
Apostila 2023 24
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 25
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
B3 S/A – Brasil, Bolsa e Balcão
Principais Características
As principais características da B3 – Brasil, Bolsa e Balcão são:
Ø Desenvolve, implanta e provê sistemas e serviços de negociação e pós-negociação
(compensação e liquidação) de ações, derivativos de ações, financeiros e de
mercadorias, títulos de renda fixa, moedas à vista e commodities agropecuárias;
Ø É uma sociedade de capital aberto, cujas ações B3SA3 são negociadas no Novo
Mercado , sendo uma das 5 maiores bolsas de valores do mundo;
Ø Possui receita também através de Emolumentos;
Ø Possui tanto pregão eletrônico, quanto mercado de balcão;
Ø Realiza o registro, negociações e pós-negociações de ações, títulos de renda fixa
câmbio pronto e contratos de derivativos referenciados em ações, ativos financeiros,
índices, taxas, mercadorias, moedas entre outros.
Ø É associada mantenedora da BSM Supervisão de Mercados (BSM), uma associação
civil que dentre uma das suas funções, fiscaliza a atuação da B3, dos devidos
participantes do mercado e suas operações.
Apostila 2023 26
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Clearing House
B3
Conforme mencionado, a B3 tem como principais funções administrar os mercados
organizados de títulos, valores mobiliários e contratos futuros (interfinanceiro). Além
disso, ela presta o serviço de registro, depositária central, compensação e liquidação,
chegando atuar até mesmo como contraparte em alguns tipos de negociação.
Agentes de
Clearing.
Títulos Privados:
Ø Títulos de Renda Fixa (LCI, CRI, ...);
B3 Ø Valores Mobiliários (ações, fundos...);
Ø Mercado de balcão (swaps, termo de moeda e
opções flexíveis);
Ø Commodities;
SELIC Ø Demais títulos.
Apostila 2023 27 27
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Clearing House
SELIC
O SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), do BACEN, é o depositário central
dos títulos públicos federais, tendo como atividade a emissão, o resgate, o pagamento dos
juros e a custódia desses ativos. As suas liquidações são operadas no conceito de
Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), que garante agilidade e segurança.
Agentes de
Clearing.
Apostila 2023 28 28
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Prazos de Liquidação
Conceito
Cada ativo possui um prazo de liquidação (tanto de recebimento do ativo, quanto do seu
pagamento financeiro). Por exemplo, as ações possuem liquidação física & financeira em
D+2 (2 dias úteis após a realização da operação), assim sendo, mesmo que um investidor
venda as suas ações da Petrobrás hoje, ele apenas receberá os recursos após 2 dias úteis.
Desta forma, os prazos de liquidação física e financeira dos principais ativos são:
Ø Tesouro Direto: ocorre em 0 dia útil (d+0), desde que seja até as 13hrs;
Ø Mercado a Vista (ETF de Renda Fixa): liquidação física e financeira em D+1;
Ø Mercado a Vista (Ações, FII, ETF de Ações): liquidação física e financeira em D+2;
Ø Operações day-trade: liquidação física em D+0 e financeira em D+2;
Ø Mercado a termo de ações: poderá ter sua liquidação antecipada, caso contrário,
ocorrerá no vencimento do contrato, onde foi previamente definida entre as partes.
Ø Mercado a Termo ou Swap: poderá ter sua liquidação antecipada, desde que
ambas as partes concordem. Caso contrário, ocorrerá no vencimento do contrato.
Ø Mercado futuro: não há possibilidade de liquidação antecipada, apenas na data
de vencimento. Porém, é possível encerrar a posição, realizando uma operação
contrária ao que foi feito inicialmente realizada.
Ø Mercado de Opções: os prêmios possuem liquidação em D+1 e, no vencimento,
será apurado o valor da liquidação a partir do exercício do direito dos compradores.
Apostila 2023 29
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB)
Conceito
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é o conjunto de procedimentos, regras,
instrumentos e operações integradas que, por meio eletrônico, dão suporte à
movimentação financeira entre os diversos agentes econômicos do mercado brasileiro,
tanto em moeda local quanto estrangeira, ou seja, é “a transferência de fundos próprios
e de terceiros realizados entre bancos em tempo real, com o objetivo de reduzir o risco
sistêmico”. O novo SPB introduziu a TED (Transferência Eletrônica Disponível), mecanismo
que opera no formato de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), fazendo com que
qualquer pessoa possa transferir recursos de sua conta corrente para a conta de outra
pessoa.
q PRINCIPAIS FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES:
Ø É o BACEN que administra o SPB e o meio circulante (moeda na economia);
Ø O SPB dá mais segurança e agilidade nas transferências entre agentes financeiros;
Ø Toda transação econômica que envolva como forma de pagamento a TED, DOC,
Cartão de Crédito, Cheque, entre outras, envolve o SPB.
Ø O Sistema de Transferência de Reservas (STR) realiza a transferência de recursos
entre instituições financeiras, sendo o sistema central do SPB, responsável pela
transferência de fundos com liquidação bruta em tempo real (LBTR).
Apostila 2023 30 30
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Investidor Qualificado
Conceito
INVESTIDOR QUALIFICADO é uma classificação oficial da Comissão de Valores Mobiliários
a um grupo específico de investidores pessoa física ou jurídica. Este grupo tem acesso a
investimentos com mais risco, como por exemplo, investimentos em FIDC (Fundos de
Investimentos em Direitos Creditórios) ou em FIP (Fundo de Investimentos em
Participações).
São considerados Investidores Qualificados:
Ø INVESTIDORES PROFISSIONAIS (trataremos a seguir esse conceito);
Ø Pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor
superior a UM MILHÃO DE REAIS e que, adicionalmente, atestem por escrito sua
condição de investidor qualificado mediante termo próprio; ou
Ø Pessoas naturais que foram aprovadas em exames de qualificação técnica ou
possuam certificações aprovadas pela CVM para Assessor de Investimentos,
administrador de carteira, analista e consultor de valores mobiliários em relação a
seus recursos próprios (Ancord, CEA, CGA, CNPI, CFP® e CFA®); e
Ø Clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais
cotistas, que sejam investidores qualificados.”
Apostila 2023 31
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Investidor Profissional
Conceito
São considerados INVESTIDORES PROFISSIONAIS :
Ø Pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor
superior a DEZ MILHÕES DE REAIS e que, adicionalmente, atestem por escrito sua
condição de investidor profissional mediante termo próprio; ou
Ø Instituições Financeiras, Seguradoras e Resseguradoras;
Ø Fundos de Investimentos e de Previdência (EAPC e EFPC);
Ø Clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de
carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM;
Ø Assessor de Investimentos, administrador de carteira, analista e consultor de
valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios;
Ø INVESTIDOR NÃO-RESIDENTE: pessoa física ou jurídica, fundos e outras entidades
de investimentos individuais ou coletivas, com residência, sede ou DOMICÍLIO NO
EXTERIOR, que investem os seus recursos no Brasil.
Vale ressaltar que todo investidor profissional é um investidor qualificado, mas nem todo
investidor qualificado é um investidor profissional. O Investidor Profissional tem acesso a
estruturas financeiras mais sofisticadas que o Investidor Qualificado, como por exemplo, a
possibilidade de ser cotista de um fundo exclusivo.
Apostila 2023 32
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Investidor Profissional
Investidor Não-Residente
Como dito, o INVESTIDOR NÃO-RESIDENTE pode ser uma pessoa física ou jurídica, fundos
e outras entidades de investimentos individuais ou coletivas, com RESIDÊNCIA, SEDE ou
DOMICÍLIO NO EXTERIOR, que investem os seus recursos no Brasil.
Esses investidores são comumente chamados de “INVESTIDOR 4373”, pois a sua
regulamentação vem através da Resolução nº 4373 da Conselho Monetário Nacional
(CMN), devendo os mesmos se registrarem na CVM, através das regras da ICVM 560. Em
linha geral, estes investidores tem acesso aos mesmos mercados que o investidor
residente possui, podendo investir, por exemplo, na bolsa de valores.
Antes de iniciar seus investimentos, o “investidor 4373” deverá:
Ø Preencher formulário de identificação exigido pela legislação;
Ø Obter registro junto à CVM; e
Ø Constituir um ou mais representantes no País. Esse representante tem diversas
obrigações, tais como: (I) Guardar e apresentar para os órgãos reguladores o
formulário de identificação assinado e o contrato de representação; (II) Efetuar e
manter os registros atualizados; (III) Informar, imediatamente, a existência de
irregularidades; e (IV) Prestar informações aos órgãos reguladores.
Apostila 2023 33
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
1.3 Prevenção a Lavagem de Dinheiro
& Financiamento ao Terrorismo (PLD-FT)
Apostila 2023 34
34
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro
Conceito
Em 1988, através da Convenção de Viena, iniciou-se o debate sobre como a Lavagem de
Dinheiro estava diretamente interligado com o tráfico ilícito de entorpecentes e de
substâncias psicotrópicas, como problema social. Diante disso, a Lavagem de Dinheiro
passou a ser um esforço internacional para coibir esse crime, já que, se o criminoso não
conseguisse utilizar os recursos ilícitos, haveria uma diminuição deste crime.
Mas qual a definição de LAVAGEM DE DINHEIRO? Ele é o processo pelo qual o criminoso
transforma, recursos obtidos através de ATIVIDADES ILEGAIS, em ativos com uma origem
APARENTEMENTE LEGAL, ou seja, caracteriza-se como crimes de lavagem de dinheiro
ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de
infração penal.
No Brasil, este crime está expresso na Lei 9.613/98 (com alteração pela Lei 12.683/12), e
visam garantir que as instituições financeiras, joalherias, concessionárias de veículos entre
outras, cumpram o seu papel no combate e na prevenção à lavagem de dinheiro. No
âmbito do sistema financeiro, as principais normas regulatórios são do Banco Central
(Circular 3.978) e da CVM (Resolução CVM 50/21 – no âmbito do mercado de valores
mobiliários).
Apostila 2023 35
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro
Bacen e CVM
Conforme mencionamos, o Banco Central e CVM também fazem parte da fiscalização e
combate a lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, no qual chamaremos a
partir de agora de PLD-FT (Prevenção a Lavagem de Dinheiro & Financiamento do
Terrorismo).
As regras do Bacen, através da circular 3.978, dispõe sobre a política, os procedimentos e
os controles internos a serem adotados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil visando à prevenção da utilização do sistema financeiro para a
prática dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a
Lei nº 9.613/98 e de financiamento do terrorismo, previsto na Lei nº 13.260/16.
A CVM, através da Resolução CVM 50/21, dispõe sobre a PLD-FT no âmbito do mercado
de valores mobiliários; o estabelecimento da política de PLD-FT, da avaliação interna de
risco e de regras, procedimentos e controles internos; a identificação e o cadastro de
clientes, assim como as diligências contínuas visando à coleta de informações
suplementares e, em especial, à identificação de seus respectivos beneficiários finais; o
monitoramento, a análise e a comunicação das operações e situações mencionadas nesta
Instrução; e o registro de operações e manutenção de arquivos.
Apostila 2023 36
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro
COI: As 3 fases
O crime de Lavagem de Dinheiro ocorre em três etapas basicamente, no qual, muitas
vezes, não são tão simples de se identificar, pois os criminosos acabam fazendo diversas
operações de lavagem de dinheiro e não apenas uma. Estas etapas são chamadas de:
(1) COLOCAÇÃO: Essa é a primeira etapa e os criminosos têm como objetivo inserir
o dinheiro no sistema financeiro. Eles tentam dificultar a identificação da
procedência do dinheiro, com técnicas como: fracionar os valores em pequenos
depósitos, compra de bens ou de instrumentos negociáveis, utilização de
estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie.
(2) OCULTAÇÃO: A segunda etapa consiste em dificultar o rastreamento contábil
dos recursos ilícitos, quebrando a cadeia de evidências ante a possibilidade da
realização de investigações sobre a origem do dinheiro. Os criminosos buscam
movimentá-lo de forma eletrônica, transferindo os ativos para contas anônimas ou
de terceiros (vulgo laranjas), preferencialmente, em países com lei de sigilo bancário;
(3) INTEGRAÇÃO: na última etapa, os ativos são incorporados formalmente ao
sistema econômico. As organizações criminosas prestam serviços entre si ou buscam
investir em empreendimentos que facilitem suas atividades. Uma vez formada a
cadeia, torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.
Apostila 2023 37
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613
COAF
É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, atual Ministério da Economia, o Conselho
de Controle de Atividades Financeiras - COAF, com a finalidade de disciplinar, aplicar
penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de
atividades ilícitas previstas na Lei, sem prejuízo da competência de outros órgãos e
entidades. Ele é o ÓRGÃO MÁXIMO NO COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO e sua
composição é feita por servidores públicos de reputação ilibada e reconhecida
competência.
Com a Lei nº 13.974, de 7 de janeiro de 2020, o COAF foi vinculado administrativamente
ao Banco Central do Brasil, mas dispondo de autonomia técnica e operacional, atuando
em todo o território nacional. Além do mercado financeiro, a fiscalização do COAF
também ocorre obrigatoriamente em outros setores, como por exemplo:
Joias, pedras e metais preciosos;
Fomento comercial (factoring);
Bens de luxo ou alto valor;
Setores que não tem regulador próprio.
Apostila 2023 38
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 39
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613
Quem está sujeito ao crime?
Com a redação dada pela Lei 12.683/12, incorre na mesma pena quem:
ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de
infração penal:
▪ os converte em ativos lícitos;
▪ os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em
depósito, movimenta ou transfere;
▪ importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal;
participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua
atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
Desta forma, todas as pessoas que participarem de alguma forma para que o crime de
Lavagem de Dinheiro ocorra, ficarão sujeitas às punições aplicáveis a este crime e diante
disto, é de suma importância que o profissional que trabalha no mercado financeiro atue
de forma extremamente diligente para que não seja enquadrado nesse crime.
Apostila 2023 40
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 41
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613
Penalização
A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem
cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa. Mas ela
também poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou
semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por
pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente
com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações
penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens,
direitos ou valores objeto do crime.
Desta forma, percebemos que a pena poderá ser de 1 ano, pois é possível ter redução de
dois terços e que poderá chegar a 16,66 anos, pois há possibilidade de aumento de dois
terços.
Apostila 2023 42
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 43
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613
Penalização
A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte
interessada, mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos
terão tramitação em separado em relação ao processo principal.
O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens, com a
descrição e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os detém e local
onde se encontram. Com isso, o juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos
apartados, e intimará o Ministério Público. Feita a avaliação e dirimidas eventuais
divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído
aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão, preferencialmente
eletrônico, por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação.
Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada em conta judicial remunerada. Em
relação a esses depósitos, os processos dependerão se a competência for da Justiça
Federal (ou da Justiça do Distrito Federal) ou se serão de competência da Justiça dos
Estados.
Apostila 2023 44
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 45
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613
Pessoas ligadas ao mecanismo de Controle
Sujeitam-se à lei as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou
eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não:
A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros;
A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro;
A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou
administração de títulos ou valores mobiliários.
Prestem no mercado de valores mobiliários, em caráter permanente ou eventual,
os serviços relacionados à distribuição, custódia, intermediação, ou administração de
carteiras, que são funções do ADMINISTRADOR FIDUCIÁRIO, GESTOR,
CUSTODIANTE e DISTRIBUIDOR INDEPENDENTE;
Os AUDITORES INDEPENDENTES no âmbito do mercado de valores mobiliários;
Bolsas de valores, seguradoras & entidades de previdência, corretoras de seguros,
administradoras de cartão de crédito, administradoras de consórcios, factorings.
Comercializem joias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e antiguidade ou
que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis.
❑ OBS: Análise e classificação de risco de uma empresa por meio de uma agência de risco
(rating) não são atividades sujeitas as leis da Prevenção de Lavagem de Dinheiro (PLD-FT).
Apostila 2023 46
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 47
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613
Responsabilidade Administrativa
As pessoas sujeitas ao mecanismo de controle bem como aos administradores das
pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as devidas obrigações, serão aplicadas,
cumulativamente ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções:
advertência;
multa pecuniária variável não superior ao:
▪ dobro do valor da operação;
▪ dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização
da operação;
▪ valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de
administrador das pessoas jurídicas referidas no mecanismo de controle;
cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, operação ou
funcionamento.
Apostila 2023 48
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 49
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613
Disposições Gerais
A AUTORIDADE POLICIAL e o MINISTÉRIO PÚBLICO TERÃO ACESSO, exclusivamente, aos
dados cadastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço,
INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas
empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos provedores de internet e pelas
administradoras de cartão de crédito.
Além disso, os encaminhamentos das instituições financeiras e tributárias em resposta às
ordens judiciais de quebra ou transferência de sigilo deverão ser, sempre que
determinado, em meio informático, e apresentados em arquivos que possibilitem a
migração de informações para os autos do processo sem redigitação.
Apostila 2023 50
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 51
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro – Bacen
Circular 3.978/20
A política referida anteriormente deve contemplar, no mínimo a:
Ø Avaliação interna de risco e a avaliação de efetividade;
Ø Definição de papéis e responsabilidades para o cumprimento das obrigações;
Ø Definição de procedimentos voltados à avaliação e à análise prévia de novos
produtos e serviços, bem como da utilização de novas tecnologias, tendo em vista o
risco de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo;
Ø Verificação do cumprimento da política, dos procedimentos e dos controles
internos de que trata esta Circular, bem como a identificação e a correção das
deficiências verificadas;
Ø Promoção de cultura organizacional de prevenção à lavagem de dinheiro e ao
financiamento do terrorismo, contemplando, inclusive, os funcionários, os parceiros
e os prestadores de serviços terceirizados;
Ø Seleção e a contratação de funcionários e de prestadores de serviços terceirizados,
tendo em vista o risco de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo; e
Ø Capacitação dos funcionários sobre o tema da prevenção à lavagem de dinheiro e
ao financiamento do terrorismo, incluindo os funcionários dos correspondentes no
País que prestem atendimento em nome das instituições mencionadas na legislação.
Apostila 2023 52
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 53
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro – Bacen
Conheça o seu Cliente (KYC)
O Cadastro de Clientes é elemento chave para fins de Prevenção e Combate à Lavagem de
Dinheiro, sendo o dossiê do cliente suporte e subsídio importantes nas análises de
operações dos clientes com a instituição. Caso o cliente se negue a fornecer informações,
a instituição financeira não deve aceitá-lo.
O procedimento de CONHEÇA SEU CLIENTE, em inglês “Know Your Customer” (KYC), é
feito junto com o cadastro, buscando identificar e conhecer a origem e constituição do
patrimônio e dos recursos financeiros do cliente, reduzindo a possibilidade dos bancos se
tornarem veículos ou vítimas de crimes financeiros. São procedimentos que devem ser
realizados na forma de uma due dilligence sobre o cliente, com o objetivo de conhecer
detalhes da sua vida pessoal e profissional, dando maior segurança às informações
apresentadas pelo cliente na Ficha Cadastral.
Este documento deverá ser atualizado no prazo máximo a cada dois (2) anos e DEVERÃO
SER CONSERVADOS DURANTE O PERÍODO MÍNIMO DE 10 (DEZ) ANOS A PARTIR DO
ENCERRAMENTO DA CONTA OU DA CONCLUSÃO DA TRANSAÇÃO, prazo este que poderá
ser ampliado pela autoridade competente.
Apostila 2023 54
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 55
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro – Bacen
Conhecimento dos Funcionários & Parceiros
As instituições financeiras devem implementar procedimentos destinados a conhecer seus
funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo procedimentos
de identificação e qualificação, devendo esses procedimentos serem compatíveis com a
política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e com a
avaliação interna de risco aprovada pela sua diretoria.
As instituições referidas também devem classificar as atividades exercidas por seus
funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados nas categorias de risco
definidas na avaliação interna de risco e quando forem terceiros não sujeitos a
autorização para funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de
pagamento do qual a instituição também participe, devem:
ter informações que possam compreender a natureza da atividade e da reputação;
verificar se o terceiro foi objeto de investigação ou de ação de autoridade
supervisora relacionada com LD-FT;
quando for o caso, certificar que o mesmo tem licença do instituidor para operar;
conhecer os controles adotados pelo terceiro relativos à PLD-FT;
dar ciência do contrato ao diretor responsável.
Apostila 2023 56
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 57
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro – Bacen
Análise de Operações e Situações Suspeitas
As instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem implementar
procedimentos de análise das operações e situações selecionadas por meio dos
procedimentos de monitoramento e seleção, com o objetivo de caracterizá-las ou não
como suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. Diante disso:
O período para a execução dos procedimentos de análise das operações e
situações selecionadas não pode exceder o prazo de quarenta e cinco dias, contados
a partir da data da seleção da operação ou situação.
A análise mencionada deve ser formalizada em dossiê, independentemente da
comunicação ao Coaf sobre as operações ou situações suspeitas de lavagem de
dinheiro e de financiamento do terrorismo.
É vedado a esta análise a contratação de terceiros para sua realização e ela não poderá ser
realizada no exterior. Vale ressaltar que a vedação mencionada não inclui a contratação
de terceiros para a prestação de serviços auxiliares à análise referida.
Apostila 2023 58
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 59
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro – Bacen
Operações Suspeitas (II)
(...) continuação:
Abertura, movimentação de contas ou realização de operações por detentor de
procuração ou de qualquer outro tipo de mandato;
Aumentos substanciais no volume de depósitos ou aportes em espécie dentro de
curto período de tempo, a destino não relacionado com o cliente;
Fragmentação de depósitos ou outro instrumento de transferência de recurso em
espécie, inclusive boleto de pagamento, de forma a dissimular o valor total da
movimentação;
Movimentação em espécie, que apresentem atipicidade em relação à atividade
econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;
Oferecimento de informação falsa;
Operações realizadas com a aparente finalidade de gerar perda ou ganho para as
quais falte, objetivamente, fundamento econômico ou lega;
Representação de diferentes pessoas jurídicas ou organizações pelos mesmos
procuradores ou representantes legais, sem justificativa razoável para tal ocorrência;
Resistência ao fornecimento de informações necessárias para o início de
relacionamento ou para a atualização cadastral.
Apostila 2023 60
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 61
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro – Bacen
Registro das Operações
As instituições financeiras devem manter registros de todas as operações realizadas,
produtos e serviços contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos,
recebimentos e transferências de recursos, devendo conter, no mínimo, as seguintes
informações sobre cada operação:
Tipo;
Valor, quando aplicável;
Data de realização;
Nome;
CPF ou CNPJ do beneficiário da operação (valores acima de R$ 2.000,00);
Canal utilizado.
As instituições financeiras devem requerer dos sacadores clientes e não clientes
solicitação de provisionamento com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, das
operações de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de pagamento,
de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Vale ressaltar que devem
manter registro de todas as operações, inclusive nas situações em que a operação ocorrer
no âmbito da mesma instituição.
Apostila 2023 62
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 63
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro – CVM
Cadastro e Identificação de Beneficiário Final
As pessoas ligadas ao mecanismo de controle de PLD-FT que tenham relacionamento
direto com o investidor devem identificá-lo, manter seu cadastro atualizado. Elas devem
continuamente difundir perante seus clientes a importância da manutenção de seus
dados cadastrais atualizados, disponibilizando canais para que esses investidores e seus
representantes, conforme o caso, comuniquem quaisquer atualizações, observado que o
cadastro deve constar declaração, datada e assinada pelo investidor de o mesmo se
compromete a informar, no prazo de 10 (dez) dias, quaisquer alterações que vierem a
ocorrer nos seus dados cadastrais.
Vale ressaltar que as informações cadastrais relativas a clientes classificados como pessoa
jurídica, exceto pessoas jurídicas com valores mobiliários de sua emissão admitidos à
negociação em mercado organizado e os fundos de investimento registrados na CVM,
devem abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-los, todos seus
controladores, diretos e indiretos, e as pessoas naturais que sobre eles tenham influência
significativa, até alcançar a pessoa natural caracterizada como beneficiário final. O
percentual de participação mínimo que caracteriza o controle direto ou indireto,
observado que, exclusivamente para fins de cumprimento da lei, o percentual não pode
ser superior a 25% (vinte e cinco por cento) da participação.
Apostila 2023 64
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 65
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro
Conselho de Segurança das Nações Unidas
A LEI 13.810 dispõe sobre o cumprimento de sanções impostas por resoluções do
Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), incluída a indisponibilidade de ativos
de pessoas naturais e jurídicas e de entidades, e a designação nacional de pessoas
investigadas ou acusadas de terrorismo, de seu financiamento ou de atos a ele
correlacionados; e revoga a Lei nº 13.170, de 16 de outubro de 2015.
Esta lei faz com que às instituições reguladas pela CVM e pelo BACEN devam:
monitorar listas de sanções CSNU;
dispor de controles aptos a efetivar imediatamente bloqueio de ativos; e
comunicar imediatamente a indisponibilidade de ativos e as tentativas de sua
transferência ao BACEN ou CVM (conforme aplicável), ao Ministério da Justiça e
Segurança Pública e ao Coaf.
Da mesma forma, o Ministério da Justiça e Segurança Pública também deve ser
comunicado sem demora sempre que, por qualquer razão, a instituição regulada deixar
de dar cumprimento imediato às medidas de indisponibilidade determinadas pelo CSNU
ou designadas por seus comitês de sanções.
Apostila 2023 66
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro
Pessoas Expostas Politicamente (PEP)
São consideradas Pessoas Expostas Politicamente (PEP) aquelas que desempenham ou
tenham desempenhado, nos últimos 5 (cinco) anos, cargos, empregos ou funções públicas
relevantes, no Brasil ou em outros países, territórios e dependências estrangeiros, assim
como seus representantes, familiares (parentes, na linha direta, até o segundo grau, o
cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a enteada) e outras pessoas de seu
relacionamento próximo.
As instituições financeiras devem obter de seus clientes permanentes informações que
permitam caracterizá-los ou não como PEP e identificar a origem dos fundos envolvidos
nas transações dos clientes assim caracterizados, devendo dedicar especial atenção com
pessoas politicamente expostas oriundas de países com os quais o Brasil possua elevado
número de transações financeiras e comerciais, fronteiras comuns ou proximidade
étnica, linguística ou política.
O Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do
Terrorismo (GAFI/FATF), organismo internacional no qual o Coaf representa o Brasil,
enaltece que as medidas envolvendo PEP são preventivas e não devem ser interpretadas
como uma forma de classificar PEP como pessoas com potencial de se envolver em
atividade suspeita.
Apostila 2023 67
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Lavagem de Dinheiro
Exemplos de PEP
PESSOAS NO BRASIL QUE SEJAM: PESSOAS NO EXTERIOR QUE SEJAM:
I – Ministros, Deputados e Senadores; I – Chefes de estado ou de governo;
II – Presidente, Vice-presidente e Diretor de II – Políticos de escalões superiores;
entidades da administração pública ou de III – Ocupantes de cargos
economia mista; governamentais de escalões superiores;
III - Membros do STF e tribunais superiores; IV – Oficiais generais e membros de
IV - Membros do Conselho Nacional do escalões superiores do poder judiciário;
Ministério Público; V – Executivos de escalões superiores de
V - Membros do TCU União; empresas públicas;
VI - Presidentes e Tesoureiros de partidos VI – Dirigentes de partidos políticos.
políticos;
VII – Governadores, Deputados, Prefeitos e
Vereadores.
Apostila 2023 68
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 70
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 71
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Segregação de Atividades
Chinese Wall e o Conflito de Interesse
Configura-se CONFLITO DE INTERESSE “A situação gerada pelo confronto entre interesses
públicos e privados, que possa comprometer o interesse coletivo ou influenciar, de
maneira imprópria, o desempenho da função pública”, ou seja, são situações onde o
julgamento e/ou atitude da pessoa possa estar distorcida em favor de outros interesses,
em detrimento do objetivo primário. Para evitarmos isso, foram criados mecanismos
legais e um deles é o CHINESE WALL.
O CHINESE WALL é uma estratégia na qual as instituições financeiras devem ter as
atividades que possam ter conflito de interesse SEGREGADAS. Por exemplo, uma dessas
áreas é a de administração de recursos próprios e recursos de terceiros (fundos de
investimentos), que deve ser totalmente separadas e independentes, como forma a
prevenir potenciais conflitos de interesses. Desta forma, o gestor que cuida do capital
próprio do banco, não será o mesmo que gere os recursos dos clientes.
Existem funções que poderão existir conflito de interesse, mas que não serão
solucionadas pela segregação de atividades, mas sim, pela transparência da relação. Um
desses exemplos, é a da remuneração pelo comissionamento de produtos. Para minimizar
o problema, o profissional deve informar ao cliente todos os benefícios que eles estaria
recebendo e assim, o cliente terá todas as informações para poder tomar a sua decisão.
Apostila 2023 72
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 73
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Crimes no Mercado de Capitais
Uso Indevido de Informação Privilegiada
Segundo o código penal, o crime por “USO DE INDEVIDO DE INFORMAÇÃO
PRIVILEGIADA” ocorre ao utilizar informação relevante de que tenha conhecimento,
ainda não divulgada ao mercado, que seja capaz de propiciar, para si ou para outrem,
vantagem indevida, mediante negociação, em nome próprio ou de terceiros, de valores
mobiliários. Veremos a seguir, quatro formas que uma pessoa poderá incorrer desse
crime, com as suas seguintes nomenclaturas, que são:
Ø Insider Trading Primário;
Ø Insider Trading Secundário;
Ø Front Running;
Ø Repasse de Informação Privilegiada.
Quem comete esse crime, incorrerá na pena de reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
multa de até 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime. No
entanto, a pena é aumentada em 1/3 (um terço) se o agente comete o crime valendo-se
de informação relevante de que tenha conhecimento e da qual deva manter sigilo.
❑ OBSERVAÇÃO: Importante ressaltar que não é ilegal ter informações privilegiadas. O
que é ilegal é obter ganhos no mercado financeiro através destas informações.
Apostila 2023 74
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 75
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Crimes no Mercado de Capitais
Insider Trading: Exemplo
Para deixar mais claro o crime de Insider Trading, vamos trazer dois exemplos:
Exemplo 1: o Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) denunciou Eike
Batista por uso de informações privilegiadas, pois ele teria vendido ações sem
informar perspectivas negativas da OSX. Segundo o MPF, o empresário obteve um
lucro de R$ 8,7 milhões ilegalmente. Com isso, Eike Batista foi denunciado pelo crime
de INSIDER TRADING PRIMÁRIO.
Exemplo 2: Gustavo, diretor da empresa XYZ, comenta a seu irmão Rodrigo, que a
sua empresa será comprada pelo dobro do valor que está sendo negociada na bolsa
de valores. Com isso, seu irmão compra as ações antes desta notícia ser divulgada ao
mercado financeiro, tendo um lucro por esta informação privilegiada (insider
information). Após a operação, Rodrigo repassa parte do lucro ao seu irmão Gustavo.
Desta forma, por terem tido um benefício ao utilizar uma informação privilegiada,
Gustavo e Rodrigo cometeram o crime de Insider Trading. No entanto, Gustavo
(diretor) seria considerado um “INSIDER PRIMÁRIO” e Rodrigo (irmão), seria
considerado um “INSIDER SECUNDÁRIO”.
Apostila 2023 76
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 77
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Crimes no Mercado de Capitais
Repasse de Informação
Outra forma de ser enquadro pelo crime de uso indevido de informação privilegiada está
relacionada, não a utilizam para si, mas sim, ao REPASSE DE INFORMAÇÃO. O código
penal diz que “incorre na mesma pena, quem repassa informação sigilosa relativa a fato
relevante a que tenha tido acesso em razão de cargo ou posição que ocupe em emissor
de valores mobiliários ou em razão de relação comercial, profissional ou de confiança
com o emissor”.
Desta forma, por exemplo, se o diretor financeiro de uma companhia repassa uma
informação privilegiada a um amigo, ele estará incorrendo do crime de “Uso indevido de
informação privilegiada” por “REPASSE DE INFORMAÇÃO”, mesmo não sendo beneficiado
financeiramente. Caso seja beneficiado financeiramente, seria classificado por “INSIDER
PRIMÁRIO”.
Apostila 2023 78
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 79
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Crimes no Mercado de Capitais
Manipulação do Mercado (Resolução CVM 62)
A Resolução CVM 62 dispõe sobre a vedação às práticas de criação de condições artificiais
de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários, manipulação de preço, realização de
operações fraudulentas e uso de práticas não equitativas, definindo os seguintes termos:
Ø Condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários: aquelas
criadas em decorrência de negociações pelas quais seus participantes ou
intermediários, por ação ou omissão dolosa provocarem, direta ou indiretamente,
alterações no fluxo de ordens de compra ou venda de valores mobiliários;
Ø Manipulação de preços: a utilização de qualquer processo ou artifício destinado,
direta ou indiretamente, a elevar, manter ou baixar a cotação de um valor mobiliário,
induzindo terceiros à sua compra e venda;
Ø Operação fraudulenta: aquela em que se utilize ardil ou artifício destinado a
induzir ou manter terceiros em erro, com a finalidade de se obter vantagem ilícita de
natureza patrimonial para as partes na operação, para o intermediário ou para
terceiros.
Apostila 2023 80
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 81
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Crimes no Mercado de Capitais
Spoofing
Spoofing é uma prática ilegal no mercado financeiro que envolve a criação de uma falsa
impressão de oferta ou demanda para manipular os preços dos ativos através de uma
única oferta manipuladora de grande quantidade.
Para realização dessa manipulação, os traders colocam ordens de compra ou venda com o
objetivo de enganar outros participantes do mercado, mas as cancelam antes de serem
executadas. Essas ordens são colocadas com a intenção de criar uma falsa percepção de
oferta ou demanda no mercado e após a realização da transação almejada pelo trader, ele
cancela as grandes ordens que deram a aparência de aumento de liquidez do papel,
enganando assim os demais investidores.
Apostila 2023 82
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 83
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Crimes no Mercado de Capitais
Manipulação de Benchmark
A MANIPULAÇÃO DE BENCHMARKS ocorre quando há o envio deliberado de informações
falsas ou enganosas relacionadas a benchmarks ou índices. Isso pode incluir a submissão
de dados incorretos, omissão de informações relevantes ou qualquer outra prática que
tenha como objetivo manipular o cálculo ou resultado de um benchmark.
Ela pode ter diversas motivações, como obter ganhos financeiros indevidos, influenciar o
valor de produtos financeiros vinculados ao benchmark, criar uma imagem falsa da saúde
financeira de uma instituição ou distorcer o mercado de forma geral.
Essa prática é considerada ilegal e antiética, pois compromete a integridade e a
confiabilidade dos benchmarks, afetando a transparência e a eficiência dos mercados
financeiros. Reguladores e autoridades governamentais buscam identificar e punir casos
de manipulação de benchmarks, implementando medidas de vigilância e aplicando
sanções para garantir a integridade do sistema financeiro.
Apostila 2023 84
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 85
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Crimes no Mercado de Capitais
Exercício Irregular
Exercer, ainda que a título gratuito, no mercado de valores mobiliários, a atividade de
administrador de carteira, de assessor de investimento, de auditor independente, de
analista de valores mobiliários, de agente fiduciário ou qualquer outro cargo, profissão,
atividade ou função, sem estar, para esse fim, autorizado ou registrado na autoridade
administrativa competente, quando exigido por lei ou regulamento. Quem comete esse
tipo de infração, incorrerá na pena de detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Da mesma forma que uma pessoa não pode exercer a atividade de um médico sem a
devida habilitação, exercer uma dessas atividades acima também incorrerá de crime no
mercado de capitais. A CVM tem fiscalizado as atividades de diversos “digital influencers”,
pois se entende que diversos poderias estar realizando a função de analista de valores
mobiliários, dizendo que ativos deveriam ser adquiridos por estarem “baratos” ou
vendidos por estarem “caros”, mas sem a devida certificação (CNPI).
Apostila 2023 86
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 87
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
1.5 Códigos de Regulação e Melhores
Práticas da ANBIMA
Apostila 2023 88
88
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ANBIMA
Conceito
A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES DOS MERCADOS FINANCEIRO E DE CAPITAIS
(ANBIMA) representa instituições como bancos, gestoras, corretoras, distribuidoras e
administradora. Ela surgiu em outubro de 2009, após uma união entre a Associação
Nacional dos Bancos de Investimento (ANBID) e a Associação Nacional das Instituições do
Mercado Financeiro (ANDIMA)
Sua Visão é “um mercado forte se faz com instituições fortes”, e para isso, trabalham para
fortalecer a representação do setor e apoiar a evolução de um mercado de capitais capaz
de financiar o desenvolvimento econômico e social local e influenciar o mercado global.
Interessante destacar os números da Anbima no Brasil que são:
Ø Mais 1.000 instituições seguem os seus códigos
Ø Mais de 300 instituições associadas
Ø Mais de 350 mil pessoas são profissionais certificados vinculadas
Apostila 2023 89
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ANBIMA
Compromisso
A Anbima tem como compromisso defender os interesses dos associados, atuando em
quatro frentes:
Ø REPRESENTAR: Promove o diálogo para melhorar o mercado, que são
apresentadas ao governo e a entidades do setor privado. Também propõe boas
práticas de negócios, que os associados seguem de forma voluntária;
Ø INFORMAR: É a principal provedora de informações sobre os segmentos de
mercado. Divulgam desde referências de preços e índices que refletem o
comportamento de carteiras de ativos até estudos específicos;
Ø AUTORREGULAR: Baseiam-se em regras criadas pelo mercado, para o mercado e
em favor dele. O cumprimento das normas é acompanhado de perto pela equipe
técnica, que supervisiona as instituições e dá orientações de caráter educativo
através de seus códigos de regulamentação e melhores práticas;
Ø EDUCAR: Educam tanto profissionais do mercado, quanto investidores para poder
elevar os padrões de qualidade dos mercados (certificações, educação continuada e
disseminação sobre educação financeira).
Como gostamos de dizer, a ANBIMA veio trazer felicidade ao mercado, então RIAE!
Apostila 2023 90
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ANBIMA
Deveres dos Associados
São deveres dos Associados:
Ø Prestigiar os objetivos da Associação, bem como prestar toda ajuda e colaboração,
a fim de que a Associação possa cumprir suas finalidades;
Ø Acatar as deliberações e recomendações de sua Assembleia Geral, da Diretoria,
bem como do Conselho de Ética e dos Conselhos de Regulação e Melhores Práticas;
Ø Efetuar pontualmente o pagamento das contribuições que lhe couberem;
Ø Cumprir efetivamente os mandatos recebidos e os encargos atribuídos pela
Diretoria ou pela Assembleia Geral;
Ø Respeitar e cumprir este Estatuto Social, as normas expedidas pela Associação
aplicáveis a suas respectivas atividades, inclusive os Códigos de Regulação e
Melhores Práticas e regulamentação complementares;
Ø Colaborar na prestação de informações estatísticas e técnicas, respeitadas as
normas de sigilo aplicáveis, tendo em vista propiciar um eficiente conhecimento das
condições do mercado; e
Ø Manter atualizadas as suas informações cadastrais, sob pena de, não o fazendo,
perder os direitos de Associado.
Apostila 2023 91
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ANBIMA
Penalidades
Caso o associado que descumprirem os princípios e regras estabelecidos nos Códigos
ANBIMA ou no Código de Ética, conforme o caso, estarão sujeitos à imposição das
seguintes penalidades, observadas as disposições específicas de cada Código:
(I) Advertência pública.
(II) Multa, não podendo ultrapassar:
§ o montante referente a 250 (duzentas e cinquenta) vezes a maior mensalidade
associativa recebida pela ANBIMA; ou
§ o dobro do montante da vantagem econômica obtida pela instituição em
decorrência da operação irregular identificada.
(III) Proibição temporária do uso do Selo ANBIMA (prazo de até 5 anos).
(IV) Desligamento do quadro associativo da ANBIMA
Vale ressaltar que, antigamente, a Anbima tinha uma penalização de até 100 vezes a
mensalidade, além de ter cinco penalizações (excluiu a advertência privada). Estas
penalidades constam no Código de Processos.
Apostila 2023 92
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ANBIMA
Melhores Práticas
A ANBIMA possui 10 Códigos de Melhores Práticas. No entanto, para a prova da CEA
são exigidos apenas quatro deles. Todos os códigos podem possuir regras mais rígidas
que a lei, mas nunca mais brandas. Estes códigos devem ser seguidos por todas as
instituições que desejam fazer parte da ANBIMA, juntamente com seus colaboradores
(funcionários).
Os códigos cobrados na prova da CEA são:
Ø Programa de Certificação Continuada (Capítulo 1);
Ø Distribuição de Produtos de Investimento (Capítulo 1);
Ø Ofertas Públicas de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários (Capítulo 3);
Ø Administração de Recursos de Terceiros (Capítulo 4).
Apostila 2023 93
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ANBIMA
Selo ANBIMA
O selo Anbima possui as seguintes características:
Ø A veiculação do selo ANBIMA tem por finalidade exclusiva demonstrar o
compromisso das Instituições Participantes em atender às disposições dos códigos de
melhores práticas..
Ø A ANBIMA não se responsabiliza pelas informações constantes dos documentos
divulgados pelas Instituições Participantes, ainda que façam uso do selo ANBIMA,
nem tampouco pela qualidade da prestação de suas atividades.
Ø Cabe à Diretoria da Associação expedir diretrizes para regulamentar as regras de
uso do selo ANBIMA.
Apostila 2023 94
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ANBIMA
Definições (Glossário)
Em todos os códigos de melhores práticas da Anbima, há um glossário chamado de
DEFINIÇÕES extremamente importante para a aprovação do candidato, pois, além da
melhor compreensão do conteúdo, a ANBIMA tem por costume perguntar os seus
significado. Desta forma, a cada capítulo, iremos colocar aquelas que compreendemos ser
serem as mais importantes.
Assim, iremos iniciar com três palavras para já irmos nos habituando, que são:
Ø ADERENTES: instituições que aderem ao Código e se vinculam à Associação por
meio contratual, ficando sujeitas às regras específicas deste documento.
Ø ASSOCIADA: instituição que se associa à ANBIMA e passa a ter vínculo associativo,
ficando sujeita a todas as regras de autorregulação da Associação.
Ø CONGLOMERADO OU GRUPO ECONÔMICO: conjunto de entidades controladoras
diretas ou indiretas, controladas, coligadas ou submetidas a controle comum.
Apostila 2023 95
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
1.5.1 Código Anbima:
Certificação
Apostila 2023 96
96
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 97
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Código: Programa de Certificação Continuada
Princípios Gerais de Conduta
As Instituições Participantes devem assegurar que seus profissionais:
Ø Possuam reputação ilibada;
Ø Exerçam suas atividades com boa fé, transparência, diligência e lealdade;
Ø Cumpram todas as suas obrigações, sendo sempre prudente e diligente;
Ø Evitem a adoção de práticas caracterizadoras de concorrência desleal e/ou de
condições não equitativas, respeitando os princípios de livre negociação;
Ø Evitem quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e
princípios contidos neste Código e na Regulação em vigor;
Ø Adotem condutas de idoneidade moral e profissional;
Ø Vedem a intermediação de investimentos ilegais e não participem de qualquer
negócio que envolva fraude ou corrupção, manipulação ou distorção de preços,
declarações falsas ou lesão aos direitos de investidores;
Ø Sejam diligentes e não contribuam para a veiculação ou circulação de notícias ou
de informações inverídicas ou imprecisas sobre o mercado financeiro e de capitais; e
Ø Zelem para que não sejam dadas informações imprecisas a respeito das atividades
que é capaz de prestar, bem como com relação a suas qualificações, seus títulos
acadêmicos e experiência profissional.
Apostila 2023 98
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Apostila 2023 99
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Código: Programa de Certificação Continuada
Princípios Gerais de Conduta
São considerados descumprimento às obrigações e princípios deste Código não apenas a
inexistência das regras e procedimentos exigidos, mas também a sua não implementação
ou implementação inadequada para os fins previstos neste Código.
São EVIDÊNCIAS DE IMPLEMENTAÇÃO INADEQUADA das regras e procedimentos
previstos no Código de Certificação Continuada:
Ø A reiterada ocorrência de falhas, não sanadas nos prazos estabelecidos; e
Ø A ausência de mecanismo ou evidência que demonstre a aplicação dos
procedimentos estabelecidos por este Código.
R$ 500 R$ 1.500
Balança Comercial
PIB = Produção
da Indústria + Produção
Agrícola + Produção
de Serviços
q PRINCIPAIS INFORMAÇÕES:
Ø É a meta da taxa de Juros brasileira;
Ø Definida pelo BACEN através do COPOM;
Ø Alterada através de AGO (cada 45 dias) ou AGE;
Ø Praticada pelo Governo.
SELIC-OVER
Conceito
Já a SELIC-OVER é a taxa de juros apurada no SELIC (Sistema Especial de Liquidação e
Custódia). Ela é obtida mediante o cálculo da taxa média ponderada e ajustada das
operações de financiamento por um dia, lastreadas em Títulos Públicos Federais e
cursadas no referido Sistema na forma de operações compromissadas.
A tendência é que a SELIC-OVER tenda a convergir para à SELIC-META. Essa taxa é o que
chamamos de TAXA LIVRE DE RISCO (TLR) da economia brasileira, que é o quanto um
investidor está recebendo por emprestar recursos para o Brasil. Desta forma, a taxa
cobrada nos demais segmentos de empréstimos existentes no mercado brasileiro é
composta pela meta da taxa de juros Selic, acrescido pelo Risco de inadimplência e
demais custos (custos administrativos, impostos, lucro, ...).
q PRINCIPAIS INFORMAÇÕES:
Ø É a média diária das negociações dos Títulos Públicos Federais (TPF);
Ø É alterada diariamente (dias úteis) e anualizada;
Ø Praticada pelo Mercado Financeiro;
Ø Resolução em vigor para maiores informações: Resolução BCB nº 46/2020.
DI X SELIC
Conceito
O Tesouro Nacional, através da emissão de papéis (mercado primário) dá o parâmetro
para a curva de juros da economia brasileira - curva Selic. No entanto, a taxa Selic Over é
obtida mediante o cálculo da taxa média das operações de financiamento por um dia
entre as instituições financeiras, lastreadas em títulos públicos federais. Quando o
financiamento é lastreado em Títulos Privados, temos a taxa DI.
Banco
Títulos Privados (DI)
Central IF IF
Taxa DI
Venda
de TPF Títulos Públicos Federais
IF
Taxa Selic Over
IF = Instituição Financeira
Taxa de Câmbio
Conceito
Por definição do Banco Central do Brasil a “Taxa de Câmbio é o preço de uma moeda
estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. No Brasil, a
moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos, fazendo com que a
cotação comumente utilizada seja a dessa moeda”.
Contratos de câmbio são realizados por motivos de viagens internacionais, transferências
unilaterais, negociações, podem ser realizados diretamente com uma corretora de câmbio
ou alguma instituição financeira autorizada pelo Bacen, sendo que elas possuem
liberdade para negociar as suas taxas pelos seus spreads. Para o fechamento de contrato
de câmbio, passa-se pelas fases de contratação, negociação da taxa e posterior liquidação.
A liquidação é a última fase do fechamento do contrato de câmbio. Ela acontece quando
se efetiva o envio da moeda estrangeira entre os envolvidos, através de um banco ou
corretora. O fechamento de câmbio se dá quando há a conversão das moedas da
negociação, quando há o crédito ou débito da moeda estrangeira entre as partes e a
instituição responsável realiza a transferência internacional através do SWIFT.
Taxa de Câmbio
Outros tipos de cotação
Além da forma de mensuração do Banco Central do Brasil, podemos ter outros tipos de
cotação, como por exemplo:
Ø COMERCIAL: Conforme o próprio nome diz, faz referências às transações
comerciais, sendo utilizado para balizar as grandes movimentações de importação &
exportação das empresas brasileiras, transferências financeiras, etc. Esta também é a
cotação considerada nas ações do governo no exterior, como empréstimos
(registrados no Banco Central) de brasileiros residentes em outros países e.
Ø TURISMO: Já neste caso, representa a cotação das moedas para as pessoas físicas
que usarão a moeda para viajar ao exterior ou para comprar produtos e serviços em
sites interacionais. Sua cotação é baseada no custo da moeda comercial, com o
acréscimo do IOF praticado pelo Governo. Por se tratar de moeda física, possui
demais custos, como por exemplo, o de logística.
Ø SPOT: Chamado de Dólar a vista ou “Câmbio Pronto”, são operações com
liquidação em até D+2 e podem ser negociados nos mercados da B3.
Ø FORWARD: Termo utilizado para taxações feitas em contratos financeiros que
serão iniciados em uma data futura, como por exemplo, nos contratos futuros ou nos
contratos a termo da B3.
Taxa de Câmbio
Desvalorização do Dólar
Como qualquer objeto, as moedas terão desvalorização quando mais pessoas estiverem
vendendo e/ou houver maior quantidade para vender. Desta forma, quando o dólar está
caro (R$ 4,00), muitas pessoas desejam vender a moeda estrangeira fazendo com que se
tenha mais dólares na economia brasileira DESVALORIZANDO o dólar e VALORIZANDO O
REAL, deixando o cenário mais atrativo para o IMPORTADOR. Esse aumento de dólares
pode ocorrer da seguinte forma:
Quantidade de Quantidade de
Dólares no Brasil Dólares no Brasil
Com o dólar “caro”, o aumento da
$ $ $ quantidade de dólares em $ $ $
$ $ $ circulação poderá ocorrer através $ $ $
de:
o Aumento das Exportações
$ $ $
o Aumento da Conta Turismo $ $ $
US 1,00 = R$ 4,00 o Venda de dólares pelo BC US 1,00 = R$ 2,00
Quantidade de Quantidade de
Dólares no Brasil Dólares no Brasil
Com o dólar “barato”, o seu
$ $ $ aumento de preço poderá $ $ $
$ $ $ ocorrer por causa do: $ $ $
o Aumento das Importações $ $ $
o Diminuição da Conta Turismo
o Compra de dólares pelo BC $ $ $
US 1,00 = R$ 4,00 US 1,00 = R$ 2,00
Inflação
Conceito
Podemos definir INFLAÇÃO como a alta persistente e generalizada dos preços em uma
determinada economia, gerando para as pessoas a perda do poder de compra e como
iremos ver a seguir, existem vários motivos para ocorrer a inflação e para cada motivo,
temos um nome específico: inflação inercial, inflação de demanda, inflação de oferta
(custos), inflação estrutural.
Você pode perceber essa perda de poder de compra de duas formas: a primeira é
perceber que um serviço que custava R$ 50,00 agora está custando R$ 100,00, ou seja,
você precisa do dobro de dinheiro para contratar o mesmo serviço (ou produto). A outra
forma é na diminuição do produto, como por exemplo, nas barras de chocolate. A 10 anos
atrás, uma barra de chocolate de 200 gramas custava R$ 5,00. Hoje, quando você vai
comprar a mesma barra de chocolate, você percebe que ela continua custando R$ 4,00,
mas ao invés de ela ter 200 gramas, a barra de chocolate tem cem gramas (a metade), ou
seja, os mesmos R$ 4,00 compram a metade, ocorrendo a perda do poder de compra.
Importante entender essa perda do poder de compra, para podermos repor ela através de
correções nos contratos de alugueis, nas dívidas e, principalmente, nos salários. Mas para
isso, precisamos entender “quanto foi essa inflação” e assim, surgem os diversos índices
de inflação, sendo os dois principais o IPCA e o IGP-M.
Apostila 2023 157
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Inflação
Motivos para a Inflação
Os dois principais motivos que podemos ter inflação são:
Ø Inflação de Demanda: considerado como o tipo mais clássico, ocorre quando há
muito mais procura por produtos (serviços) do que há de ofertas. Esse tipo de
inflação tende a ocorrer quando há um rápido crescimento econômico e causado
também pela Inflação Monetária, que é quando o governo emite dinheiro de forma
descontrolada, através de redução de taxa de juros ou impressão de papel-moeda.
Ø Inflação de Custos: consiste no aumento dos preços gerados pelo aumento dos
custos, como por exemplo, redução da quantidade de certo produto ou aumento dos
custos de produção. Desta forma, esse tipo de inflação pode ser de duas formas:
§ Inflação de custos autônoma: quando o aumento dos preços ocorrem de forma
autônoma, como foi na pandemia, onde o preço das commodities subiu e gerou
aumento no custo generalizado, ou quando um grupo oligopolista aumenta o
preço dos seus produtos e/ou serviços.
§ Inflação de custos induzida: a inflação de demanda faz com que as empresas
lucrem mais e com isso, as empresas contratam mais pessoas. Se houver poucas
pessoas a serem contratadas, os valores a serem pagos serão maiores, gerando
um aumento no preço do produto e/ou serviço vendido pela empresa. O
exemplo disso, foi o setor de tecnologia durante a pandemia.
Apostila 2023 158
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Inflação
Hiperinflação, Deflação & Estagflação
Vimos que a mudança dos preços dos produtos e serviços geram o conceito de inflação.
No entanto, outros três conceitos são interessantes a serem compreendidos, que são:
Ø Hiperinflação: Como o próprio nome remete, a Hiperinflação ocorre quando há
um aumento dos preços dos produtos e serviços de forma completamente fora do
controle. Não há um percentual definido, mas de praxe, quando uma economia tem
uma inflação acima de 50% ao ano, entendemos que está ocorrendo este efeito. O
Brasil viveu este fenômeno nos anos 80 e início dos anos 90.
Ø Deflação: Este é o caso onde os preços ao invés de subirem, começam a
desvalorizar. Inicialmente, isso aparente ser bom, mas se todos os meses um produto
é vendido a um preço mais barato, o consumidor “sempre” prorroga a sua compra.
Qual a consequência? As empresas não vendem e com isso necessitam demitir
funcionários, fazendo com que a economia fique cada vez mais pobre.
Ø Estagflação: Este é um conceito técnico de quando o PIB de uma economia não
cresce, mas os preços não param de subir. Temos uma economia “estagnada”, com
depreciação do poder de compra da população.
Política Monetária
Conceito
Política monetária é o controle da oferta de moeda na economia, ou seja, o meio de
estabilizar e controlar os níveis de preços para garantir a liquidez ideal (equilíbrio) do
sistema econômico do país. Para controlar o dinheiro e a taxa de juros, as autoridades
monetárias utilizam-se dos seguintes instrumentos:
Ø Operações de Mercado Aberto (Open Market): Compra ou venda de Títulos
Públicos Federais (TPF) pelo BACEN. Este é o instrumento mais ágil e eficaz que o
governo dispõe para fazer política monetária.
Ø Depósito Compulsório: O Banco Central obriga os bancos a depositar parte dos
recursos captados dos clientes, via depósitos à vista, a prazo ou poupança, numa
conta no BACEN. Quanto maior o percentual do compulsório, menor será a liquidez
do mercado.
Ø Operações de Redesconto Bancário: É a taxa de juros cobrada pelo Banco Central
pelos empréstimos concedidos aos bancos. Quanto maior a alíquota cobrada pelo
BACEN, menor a liquidez do mercado.
Importante compreender que maior a oferta de moeda na economia, significa ter mais
dinheiro em circulação, e quanto mais dinheiro em circulação, maior o PIB e maior a
tendência de um aumento da inflação.
Política Monetária
Aplicação Prática
POLÍTICA OPERAÇÃO LIQUIDEZ INFLAÇÃO PIB
• COMPRAR Títulos Públicos.
• REDUZIR a Taxa de Juros.
Expansionista AUMENTA AUMENTA AUMENTA
• REDUZIR Compulsório.
• REDUZIR Redesconto.
• VENDER Títulos Públicos.
• AUMENTAR a Taxa de Juros.
Contracionista REDUZ REDUZ REDUZ
• AUMENTAR Compulsório.
• AUMENTAR Redesconto.
q EXEMPLOS:
Ø EXPANSIONISTA: Havendo uma diminuição do compulsório, os bancos terão mais
recursos para poder emprestar e, com isso, haverá mais recursos circulando na
economia.
Ø CONTRACIONISTA: Quando o Banco Central vende títulos públicos, o investidor
entrega o dinheiro para o governo e recebe os papéis (LFT, LTN, NTN-B ...). Desta
forma, há menos dinheiro na economia circulando.
Apostila 2023 167
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Política Fiscal
Conceito
Política Fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas
(impostos, taxas e contribuições) e realiza despesas de modo a cumprir três funções:
Ø Estabilização macroeconômica: crescimento do PIB e controle da inflação;
Ø Redistribuição da renda: projetos sociais, tais como bolsa família;
Ø Alocação de recursos: fornecimento de bens e serviços públicos.
Quando as arrecadações são menores que as despesas, o governo se financia através da
venda de títulos públicos. Esta análise primária, que leva em consideração somente as
despesas NÃO financeiras, quando positiva, chamamos de Superávit Primário, quando
negativa, déficit primário. Ela serve para analisar o quão eficiente está o governo atual.
Para analisar a eficiência do País como um todo, deve-se descontar também os juros que
ele está pagando por toda a sua dívida (dívidas criadas pelo governo atual e pelos
governos anteriores). Este resultado chamados de Superávit/Déficit NOMINAL.
Caso o governo tenha um déficit fiscal, ele pode tomar mais dívida (Vender Títulos
Públicos) ou tentar aumentar sua receita (aumentar os impostos, exceto o imposto de
exportação, já que o seu aumento faz com que as empresas nacionais vendam menos). O
dinheiro do compulsório não pode ser utilizado para isso.
Política Fiscal
Contas do Setor Público
Superávit / Déficit
PRIMÁRIO
= Receitas
(impostos, taxas e
contribuições) ‒ Despesas NÃO
financeiras
Superávit / Déficit
NOMINAL
= Superávit / Déficit
PRIMÁRIO
‒ Pagamento dos
juros da dívida
Pública
q EXEMPLOS:
Ø Expansionista: Quando o Governo faz obras públicas (por exemplo, estradas), ele
está contratando pessoas e pagando com dinheiro. Consequentemente, estará
retirando dinheiro dos cofres públicos e injetando na economia.
Ø Contracionista: Quando há um aumento dos tributos, os recursos estão saindo das
empresas e das famílias, e indo para os cofres públicos. Desta forma, há menos
dinheiro circulando na economia.
Apostila 2023 170
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Política Cambial
Conceito
O Banco Central define POLÍTICA CAMBIAL como “o conjunto de ações governamentais
diretamente relacionadas ao comportamento do mercado de câmbio, inclusive no que se
refere à estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de
pagamentos”. Nessa política, podemos ter 3 regimes cambiais:
Ø Câmbio Fixo: regime na qual a taxa de câmbio é estritamente imutável ao longo
do tempo. O resultado é uma mudança constante nas reservais cambiais, pois o
governo se compromete a comprar/vender a moeda estrangeira, para manter o
equilíbrio de oferta e demanda.
Ø Câmbio Flutuante: resultado puro de oferta e demanda pela moeda, sem
intervenção do Banco Central, permanecendo inalterado as Reservas Internacionais.
Ø Flutuação Suja: Também chamado por Câmbio Flutuante Administrado, ele é o
Câmbio Flutuante, mas com interferência do Banco Central. Inicialmente, o Bacen
atuava apenas quando ultrapassava a “banda cambial”, que é um certo teto ou um
certo piso estabelecido por ele, mas hoje atua sempre que acredita que há
desiquilíbrio, necessitando de correções
Política Cambial
BP: Conta Corrente
A CONTA CORRENTE, também chamada de transações correntes registra os fluxos entre
residentes e não residentes de um país de quatro sub-contas, que são:
Ø Balança Comercial (bens): também chamada de exportação líquida, mede a
diferença entre exportações e importações de bens.
Ø Serviços: mensura a os resultados das importações e exportações de serviços, e
também pelo saldo da conta turismo (os gastos das viagens de residentes ao exterior,
menos os das viagens de não-residentes para o país). Temos como exemplo nessa
conta, viagens, serviços de transportes e aluguel de equipamentos.
Ø Renda Primária: aqui são registrados os fluxos de renda entre residentes e não-
residentes, como por exemplo, o recebimento de juros, dividendos ou salários.
Ø Renda Secundária: no passado, esta sub-conta era chamada de “transferências
unilaterais”. Nela são registradas as contribuições a entidades de classe, a entidades
associativas e a organismos internacionais, bilhetes e prêmios de loterias oficiais,
impostos, taxas, indenizações não amparadas por seguros, aposentadorias, pensões
e reparações de guerra. Inclui, também, as transferências efetuadas por migrantes
(remessas de trabalhadores, doações, heranças, etc.)
Política Cambial
BP: Conta Financeira
A CONTA FINANCEIRA contabiliza as transações que envolvem ativos e passivos
financeiros entre residentes e não-residentes, sendo dividido da seguinte forma:
Ø Investimentos diretos: Compõem os investimentos diretos a participação no
capital de empresas e os empréstimos intercompanhia, sendo caracterizado por uma
participação duradoura e um significativo grau de influência na direção da empresa.
Ø Investimentos em carteira: Registra os fluxos líquidos de ativos e passivos,
constituídos por valores mobiliários comumente negociados em mercados
secundários de títulos, como ações e dívidas (renda fixa).
Ø Derivativos: Registra os fluxos financeiros relativos à liquidação de haveres e
obrigações decorrentes de operações de swap, opções e futuros e os fluxos relativos
aos prêmios de opções.
Ø Outros investimentos: Representa o somatório dos valores líquidos dos ativos e
passivos relacionados a créditos comerciais, empréstimos e financiamentos, moeda e
depósito e outros ativos e passivos a curto e a longo prazos.
Ø Reservas: Ativos externos que estão prontamente disponíveis e controlados pela
autoridade monetária, para fins de financiamento de necessidades do Balanço de
Pagamentos, intervenção no mercado de câmbio e outros fins relacionados.
Política Cambial
Reservas Internacionais
REGIME ENTRADA DE DÓLARES SÁIDA DE DÓLARES
Política Cambial
Aplicação Prática
POLÍTICA OPERAÇÃO
q EXEMPLOS:
Ø Expansionista: Quando o Banco Central compra dólares, o governo pretende
deixar o dólar mais “caro”, pois pretende ESTIMULAR AS EXPORTAÇÕES e restringir
as importações, fazendo com que haja um AUMENTO no PIB, lembrando que uma
das variáveis do PIB é Balança Comercial (Exportação menos Importação).
Ø Contracionista: Quando o Banco Central vende dólares, o governo pretende deixar
o dólar mais “barato”, pois pretende ESTIMULAR AS IMPORTAÇÕES e restringir as
exportações, fazendo com que haja uma DIMINUIÇÃO no PIB, pois a Balança
Comercial será negativa.
Política Cambial
Cupom Cambial: Fórmula 1
Para chegarmos no valor do cupom cambial, conforme fórmula abaixo, basta dividir a taxa
de juros Brasil do período pela variação do preço do dólar futuro em relação ao dólar a
vista. Mas para deixar mais fácil a compreensão do cálculo, iremos trazer um passo a
passo para o devido cálculo, conforme a seguir:
Ø (1) A TLR Brasil (taxa livre de risco: Selic ou DI) deverá ser convertida para o prazo
do período, utilizando a conversão por juros compostos e dias úteis (lembrando que
um ano possui 252 dias úteis).
Ø (2) Encontrar a variação do dólar, dividindo o dólar futuro pelo dólar spot.
Ø (3) Fazer a divisão da TLR Brasil do respectivo período, pela variação do dólar.
Ø (4) Converter a taxa encontrada para ano, devendo ser utilizada a conversão por
juros simples e através de dias corridos (um ano possui 360 dias corridos).
q FÓRMULA: !"
, + ./0 #$# @AB
!"#$% !'%()'* = −1 ?
1ó345 678759 C)'D E$FF)C$D
1ó345 4 :;<84
(1) TAXA BRASIL 63DU: (2) DÓLAR FUTURO POR (3) FÓRMULA
o 12 [i] DÓLAR A VISTA Com os valores de (1) e (2)
o 252 [n] o 2,10 [ENTER] calculados, iremos enxergar
o 63 o 2,07 [÷] aonde estes números são
o [R/S] R: 1,014493 aplicados na fórmula. Verás
R: 2,8737% = 1,028737 agora. que basta dividir e
converter para ano.
Política Cambial
Cupom Cambial: Cálculo Fórmula 1
q EXEMPLO 1: O contrato futuro de dólar, com vencimento em 90 dias corridos (63 dias
úteis), está sendo negociado a R$ 2,10. Sabendo que o dólar spot está sendo negociado
a R$ 2,07, a taxa livre de risco Brasil está em 12,00%a.a, qual o valor do Cupom Cambial?
!"
, + ./0 #$# @AB
1 !"#$% !'%()'* = −1 ?
1ó345 678759 C)'D E$FF)C$D
1ó345 4 :;<84
,, BHIJ@J @AB
2 !"#$% !'%()'* = −1 ?
,, B,KKLA LB
q FÓRMULA: PQ
, + ./0 HMH
!"#$%#& = ()"*×
21
, + 11×
345
Política Cambial
Cupom Cambial: Cálculo Fórmula 2
q EXEMPLO 2: O contrato futuro de dólar, com vencimento em 90 dias corridos (63 dias
úteis), está sendo negociado a R$ 2,10. Sabendo que o dólar spot está sendo negociado
a R$ 2,07, a taxa livre de risco Brasil está em 12,00%a.a, qual o valor do Cupom Cambial?
!"
, + ./0 #$#
,, BHIJ@J
1 U$FV'FC = W#$X× 6 , + !!×B, HM =
P! ,, B,KKL@
, + !!× @AB
'(
, + ,H% #$#
2 R$ H, ,B = R$ H, BJ× 7 , + !!×B, HM = ,, B,KBK,
LB
, + !!× @AB
R$ H, ,B , + ,H% %,#$
3 R$ H, BJ
=
, + !!×B, HM
8 !!×B, HM = ,, B,KBK, − ,
,, BHIJ@J B, B,KBK,
4 ,, B,KKL@ = 9 !! =
, + !!×B, HM B, HM
'(
, + ,,, HM% #$#
2 U$FV'FC = R$ @, ,I× 6 U$FV'FC = R$ @, ,I×,, B,,I@@
LB
, + A%× @AB
4 ,, ,,HM %,#$
U$FV'FC = R$ @, ,I×
, + B, B,M
Matemática Financeira
Definições
As principais definições para este início são:
Ø CAPITAL (C): Também chamado de Valor Presente (PV), representa o valor do
dinheiro hoje, podendo ser, por exemplo, o valor de um investimento, o valor de uma
dívida ou empréstimo.
Ø JUROS (J): Representam os valores gerados pela remuneração do capital inicial.
Podemos dizer que eles são o custo do dinheiro, podendo ser gerados por uma
aplicação (ou empréstimo) ou ainda pela diferença entre o valor à vista e o valor
pago a prazo de uma compra, ou até mesmo de um pagamento de um tributo. Aqui
entrará os TIPOS DE JUROS (Juros Simples ou Juros Compostos).
Ø TAXA DE JUROS (i): É o percentual aplicado sobre os fluxos de caixa, também
chamado de custo ou remuneração do dinheiro. Ela sempre será associada a um
certo prazo (n), podendo ser ao dia, ao mês, ao bimestre, ao ano...
Ø PRAZO (n): é o tempo do “problema” apresentado. Vale ressaltar que no
momento do cálculo, o prazo (n) e a taxa de juros (i) devem estar no mesmo período.
Por exemplo, 2% ao mês aplicados por 24 meses (e não em 2 anos).
Ø MONTANTE (M): Também chamado de Valor Futuro (FV), representa o capital
inicial mais os juros acrescidos.
q Exemplo: Qual o valor a ser aplicado hoje, para que em 48 meses, a uma taxa de 10%
ao ano, eu tenha R$ 146.410,00?
Ø (1) Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø (2) Digite [146.410] e pressione [FV]
Ø (3) Digite [10] e pressione [i]
Ø (4) Digite [48] e [ENTER], digite [12], pressione [÷] e pressione [n]
Ø (5) Aperte [PV]
Ø Resposta: -100.000,00
q OBS: A resposta desta vez está negativa, pois o valor inserido no PV foi positivo (entrou
R$ 100 mil na nossa conta do banco) e precisamos pagar (saída de caixa) de
R$ 146.410,00.
CONVENÇÃO:
R$1.051 Valor
Futuro Ø Seta para cima: Entrada de recursos,
ou seja, resgates de aplicações e
0
tomadas de empréstimos);
5 Mês
1 2 3 4 Ø Seta para baixo: Saída de recursos,
ou seja, aplicações financeiras e
R$ 1.000 Valor Presente pagamentos de dívidas.
Sendo que:
§ J = Juros;
§ C = Capital ou Valor Presente (PV)
§ FV (M) = Montante ou Valor Futuro
§ i = taxa de juros
§ n = prazo ou período
Principal R$ 100.000,00
Após 1 ano 100.000 + (1 × 0,10) × 100.000 = 110.000
Após 2 anos 100.000 + (2 × 0,10) × 100.000 = 120.000
Após 3 anos 100.000 + (3 × 0,10) × 100.000 = 130.000
Após 4 anos 100.000 + (4 × 0,10) × 100.000 = 140.000
J=C×i×n
q SOLUÇÃO DO PROBLEMA:
Ø (1) J = C x i x n
Ø (2) R$ 40.000,00 = R$ 100.000,00 × i × 4 anos
!$ $%.%%%,%%
Ø (3) i =
!$ (%%.%%%,%% ×$ *+,-
Sendo que:
§ PV = Valor Presente
§ FV = Valor Futuro
§ i = taxa de juros
§ n = prazo ou período
Principal R$ 100.000,00
Após 1 ano 100.000 + (0,10) × 100.000 = 110.000
Após 2 anos 110.000 + (0,10) × 110.000 = 121.000
Após 3 anos 121.000 + (0,10) × 121.000 = 133.100
Após 4 anos 133.100 + (0,10) × 133.100 = 146.410
q OBS: sabemos que a taxa está em ano, pois o prazo (n) foi inserido em anos: 5 anos. O
prazo e a taxa SEMPRE devem estar no mesmo período (taxa em ano, prazo em ano; prazo
em dias, taxa em dias).
q Regra do QUERO/TENHO:
Ø iQ = taxa de juros cujo resultado se pretende encontrar (taxa que “eu quero”).
Ø iT = taxa de juros cujo resultado já sabemos (taxa que “eu tenho”).
Ø q = período em que está expressa a taxa cujo resultado se pretende encontrar
(prazo que “eu quero”).
Ø t = período em que está expressa a taxa cujo resultado já se sabe (prazo que “eu
tenho”).
Apostila 2023 200
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Ø Resposta: 0,948879
Para utilizar este método, é necessário inserir a programação a seguir uma única vez. Para
conferir se a programação foi inserida corretamente, teste com os valores acima. Caso
“limpe” a programação (f PRGM) ou haja algum outro problema, será necessário inserir o
passo-a-passo novamente.
FV = $%×' !×#
Sendo que:
§ PV = Valor Presente
§ FV = Valor Futuro
§ i = taxa de juros
§ n = prazo ou período
§ # = 2,718282 (chamado como número de Euler)
Já a TAXA REAL é dada pela diferença entre a TAXA NOMINAL e a INFLAÇÃO. Ela será a
taxa que realmente terá gerado de riqueza para o investidor. Como o dinheiro somente é
um meio troca, uma forma de pagamento, o que importa de verdade é o quanto ele está
comprando de bens e de serviços e não o seu valor nominal, mas sim o seu valor real.
Por exemplo, imagine que você tenha R$ 100, uma maçã custe R$ 1,00 e haja uma
aplicação financeira no banco que renda 15% por 1 ano. Hoje você poderia comprar 100
maçãs, mas caso você aplique no banco, no próximo ano terá R$ 115,00. Porém, se a fruta
estiver R$ 1,10 (aumentou seu preço em 10%), você comprará 104,5 maçãs, ou seja, o seu
ganho REAL por ter investido no banco, será de 4,5 maçãs (4,5%). Perceba que por se
tratar de juros compostos, não foi feito uma subtração da inflação pela da taxa nominal
(15% menos 10%), mas sim, uma divisão de taxas que te ensinaremos a seguir.
1 + #$%$ ,-./0$)
#$%$ '($) = − 1 ×100
1 + 102)$çã-
Mas não se preocupe, te ensinaremos de uma forma fácil como calcular pra prova!
q EXEMPLO: Qual a taxa real de uma aplicação que rendeu 15% e a inflação foi 10%?
Ø [f] [CLx] → zerar a hp-12c
Ø 100 [ENTER] 10 [+] [CHS] [PV] → Lançar o número “- 110”, entrada negativa
Ø 100 [ENTER] 15 [+] [FV] → Lançar o número “115”, entrada positiva
Ø 1 [n] → Prazo sempre será 1
Ø [i] → Esta será a nossa resposta: 4,55%
q OBS: Esta maneira de calcular serve para toda vez que for necessária “descontar
taxas” (divisão de taxas) em juros compostos.
q EXEMPLO: Qual foi o retorno de uma NTN-B que está remunerando 4,55% + IPCA,
sabendo que a inflação do período foi de 10%?
Perceba que estes são os números que utilizamos até agora nos nossos exemplos: 10%
sendo a inflação e 4,55% a taxa real. Desta forma:
Ø 100 [ENTER] → numero que utilizaremos para a nossa base
Ø 4,55 [%] [+]→ estamos somando a taxa real na nossa base
Ø 10 [%] [+] → estamos crescendo 10% o número anterior
Ø 100 [-] → estamos descontando a nossa base
Ø Resposta: 15% é a nossa taxa nominal
Por exemplo, imagine que estamos no início de 2021 e que a expectativa de juros para
Brasil no ano de 2021 seja de 2% e a que a expectativa de juros para o ano de 2022 seja
de 3%. Se você aplicar hoje R$ 100,00 e tiver esses retornos, ao final do ano de 2021 terá
R$ 102,00 e ao final de 2022, terá R$ 105,06 (3% sobre os R$ 102,00), ou seja, terá um
retorno total de 5,06% para todo o período (ou 2,498780% por ano → conversão de taxa).
Tecnicamente a taxa SPOT do ano 1 é de 2%, que a taxa a TERMO entre os anos 1 e 2 é
de 3% e que a taxa SPOT dos dois primeiros anos é de 2,498780% por ano. Diante disso,
podemos compreender que taxa SPOT é uma taxa que inicia HOJE e que taxa a termo é
uma taxa que NÃO inicia hoje. Outro ponto relevante é que mesmo a gente dizendo que a
taxa spot de 2 anos é de 2,498780% ao ano, isso não quer dizer que rendeu essa taxa
TODOS os anos, pois ela foi uma composição de taxas (2% ano 1 e 3% no ano 2).
Apostila 2023 211
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Estrutura a Termo da Taxa de Juros
Gráfico
As taxas juros podem ter diversos gráficos para o longo prazo. O normal é quanto mais
longo for o empréstimo, maior o retorno por ano (ASCENDENTE). No entanto, podemos
ter fases em que as taxas de juros de um país estão decrescentes (INVERTIDA), quando
temos uma política monetária expansionista. Mas o relevante em se analisar estas curvas
no mercado financeiro é que elas demonstram as expectativas futuras de taxas de juros
de longo prazo.
Sabemos que a grande maioria, quando olha a fórmula apresentada abaixo, sente
calafrios. Mas não se preocupe, pois podemos transformar todos os cálculos exigidos na
fórmula em “soma” e “subtração”. Ou seja, será mais importante a compreensão do
conteúdo e saber montar os gráficos, do que decorar a devida fórmula.
q FÓRMULA:
(" + $! )! = " + $" × " + )# × ⋯×(" + )! )
2% 3% 4%
???
2% 3% 4%
0 (hoje) 3 anos
1 ano 2 anos
9,26% TOTAL
= 2,997% a.a
??? 3% 4%
9,26% ao período
de 3 anos
HP 12C: Parte que deve ser subtraída: HP 12C: Taxa Spot desejada
Ø 100 [ENTER] Ø 109,26 [FV]
Ø 3 [%] [+] Ø 107,12 [CHS] [PV]
1 Ø 4 [%] [+] 2 Ø 1 [n]
Ø 100 [-] Ø clicar em i
Ø Resposta: 7,12% Ø Resposta final: 2% a.a
Para saber o valor que o cliente está antecipando, basta agora subtrair o “Desconto” do
valor nominal (valor futuro):
R$ FV = Preço Futuro,
Valor de Nominal
PV = Valor Atual
D = Desconto
n
tempo
(período de antecipação)
q RESPOSTA:
Ø Primeiramente, devemos calcular o desconto
o Desconto = (Valor Nominal) × (Taxa de juros) × (Prazo)
o Desconto = (R$ 3.000,00) × (2% ao mês) × (6 meses)
o Desconto = R$ 360,00
Ø A partir do desconto, subtraímos este resultado do valor nominal
o Valor Presente = (Valor nominal) – (Desconto)
o Valor Presente = 3.000,00 – R$ 360,00
o Valor Presente = R$ 2.640,00
q RESPOSTA:
Ø Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø Digite [200.000][CHS] e pressione [PV]
Ø Digite [0,5] e pressione [i]
Ø Digite [20] e [ENTER], digite [12], pressione [x] e pressione [n]
Ø Digite [1.000.000] e pressione [FV]
Ø Aperte [PMT]
Ø Resposta: -R$ 731,45
R$ 1.000.000
Taxa de juros
(i) = 0,5 a.m.
0
240n
-R$ 731,45
-R$ 200.000
q RESPOSTA:
Ø Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø Digite [200.000][CHS] e pressione [PV]
Ø Digite [2] e pressione [i]
Ø Digite [20] e [ENTER], digite [12], pressione [x] e pressione [n]
Ø Digite [1.000.000] e pressione [FV]
Ø Aperte [PMT]
Ø Resposta: + R$ 3.860,73
R$ 3.860,73 R$ 1.000.000
0
240n
Taxa de juros
(i) = 2,00 a.m.
-R$ 200.000
q OBSERVAÇÃO: quando uma das variáveis for zero, não é necessário inseri-la. No
entanto, sempre teremos as 5 variáveis: [n],[i],[PV],[PMT] e [FV]
R$ 500.000
Taxa de juros
(i) = 0,5 a.m.
360 meses
0
-R$ 2.997,75
R$ 0,00
q RESPOSTA:
Ø Zerar os registros da HP 12C! Pressione [f][CLX]
Ø Informa a função Begin (depósitos antecipados)
Ø Pressione [g] e depois [7]
Ø Digite [405,74][CHS] e pressione [PMT]
Ø Digite [3.000] e pressione [FV]
Ø Digite [6] e pressione [n]
Ø Aperte [i]
Ø Resposta: 6% ao trimestre
q OBSERVAÇÃO: Após realizar algum exercício que necessite utilizar a função Begin, volte
para a função END [g][8]. Raramente teremos duas questões seguidas com Begin.
+-.
+,(\]^) =
/
q EXEMPLO: Qual valor Rafael precisa investir para ter uma renda perpétua de
R$ 5.000,00 por mês, sabendo que a taxa de investimento é de 0,5% a.m?
Ø Fórmula: PVPER = 5.000 /0,005 = R$ 1.000.000,00
Ø Calculando pela HP-12C:
§ 0,5 [ENTER] → inserir taxa em %
§ 5.000 → inserir renda TOTAL deseja
§ [%T] → tecla para calcular renda perpétua
§ Resposta: R$ 1.000.000,00
As prestações (R) são sempre compostas de: juros (J) e amortização (A)
Tabela Price
Conceito
No sistema pela tabela Price, o empréstimo será pago em prestações iguais e, com isso, o
cálculo para descobrir o valor da parcela, será através da tecla “PMT” da HP-12C.
Comparando com o sistema SAC, as prestações iniciais serão menores, fazendo com que
gera uma possibilidade maior de alavancagem ao cliente.
Tabela Price
Exemplo: Amortização
Sabendo o valor da prestação e o valor do juros da parcela (demonstrado anteriormente),
podemos descobrir agora o valor da amortização de cada parcela, pois a amortização será
a diferença entre o valor da prestação e o juros cobrado daquela parcela, conforme
fórmula abaixo:
Ø Amortização = (Prestação) ‒ (Juros)
Para resolvermos esta dúvida do cliente, basta calcularmos tudo de novo, imaginando que
ele “quitou” a dívida anterior e tomou um novo empréstimo de R$ 2.145,02, simples
assim, conforme cálculo a seguir.
Tabela Price
Exemplo: Repactuação do Saldo Devedor
q Mantendo o valor da prestação (descobrir qual o novo prazo):
Ø PV = + 2.145,02 (novo saldo devedor)
Ø PMT = R$ 1.154,87 [CHS] (manteve o valor da prestação
Ø FV = 0 (valor da dívida que será quitada no final do prazo)
Ø i = 5%
Ø n = ? = 2, a dívida será quitada em mais duas parcelas e não em três.
Dívida (D)
Amortização (A) =
Número de Parcelas (n)
Este sistema é o que se paga menos juros comparado com os demais sistemas. Não
confunda “pagar menos juros” com “taxa de juros menor”. Se paga menos juros na SAC,
pois possui parcelas maiores no seu início, amortizando a dívida mais rapidamente.
Nosso exemplo anterior, supomos que houve uma amortização extraordinária durante a
segunda parcela no valor de R$ 1.000,00. Com isso, utilizaremos o mesmo exemplo.
Assim, analisando a tabela anterior, se o cliente não tivesse essa amortização
extraordinária, Saldo Devedor seria de R$ 3.000,00. Com estes R$ 1.000,00, seu novo
saldo devedor será de R$ 2.000,00 (R$ 3.000,00 menos R$ 1.000,00).
Para resolvermos esta dúvida do cliente, basta calcularmos tudo de novo, imaginando que
ele “quitou” a dívida anterior e tomou um novo empréstimo de R$ 2.000,00, simples
assim, conforme cálculo a seguir.
-R$ 50.000
-R$ 50.000
R$40.000,00
R$30.000,00
TIR
R$20.000,00
Aceitar o projeto
R$10.000,00
R$0,00
0% 5% 10% 15% 20% 25% 27% 30% 35%
(R$10.000,00)
Rejeitar o projeto
-R$ 50.000
-R$ 50.000
R$ 92.820
0
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Encerramento
do projeto
-R$ 50.000
Por fim, calcularemos o retorno (i) deste investimento, que é o que buscamos:
Ø PV = 50.000 [CHS]
Ø PMT = 0
Ø FV = + 92.820
Ø n = 4 anos
Ø i = ? = 16,73% ao ano, esta é a TIR Modificada.
EBITDA (LAJIDA)
Cálculo do EBITDA
(+) RECEITA OPERACIONAL BRUTA
(-) Impostos Incidentes sobre Vendas (tais como PIS/COFINS)
SUBTRAIR O (=) Receita Líquida de Vendas
OPERACIONAL
(-) Custo dos Produtos Vendidos
(-) Despesas Operacionais (Vendas, Administrativas, Outras)
(=) EBITDA (LAJIDA) = LUCRO OPERACIONAL AJUSTADO
(-) Despesas/Receitas Financeiras (tais como Juros e JCP)
SOMAR O NÃO (-) Depreciação e Amortização (*)
OPERACIONAL Tributos (IRPJ e CSLL)
(-)
(=) RESULTADO LÍQUIDO
EBITDA (LAJIDA)
Solução do Exemplo
O EBITDA, também chamado de LAJIDA, pode ser calculado partindo tanto da sua Receita
Operacional (descontando seus custos operacionais), quanto do seu Lucro Líquido
(adicionando a parte não operacional: Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações).
Desta forma, mostraremos das duas formas para chegarmos na resposta de R$ 23.000,00:
!" %
CMPC = !" $ %
×#$ + !" $ %
×#&× ' − )#
Retorno Custo do
Peso do Requerido pelos Peso do Capital de Benefício Fiscal
Capital acionistas Capital de Terceiros
Próprio (CAPM) Terceiros
q Onde:
Ø PL: Patrimônio Líquido Ø RP: Retorno do Capital Próprio (CAPM das ações)
Ø D: Dívidas Ø RT: Retorno de Terceiros (YTM de debentures)
Ø PL + D = Total de Ativos Ø IR = Alíquota do imposto de renda
Renda Fixa
Glossário
Alguns conceitos serão importantes dentro da renda fixa, tais como:
Ø TÍTULO: É a obrigação legal assumida entre um emissor (devedor) e um credor
(investidor), ou seja, o título de renda fixa é um contrato de dívida.
Ø VALOR DE FACE: também chamado de “valor nominal” ou “valor de resgate”, ele é
o valor que o emissor devolverá ao credor no vencimento do título, a menos que não
tenha ocorrido default.
Ø VALOR PRINCIPAL: Este é o valor que o emissor recebeu sobre a emissão do título
e que será devolvido ao credor acrescido dos juros pactuados.
Ø CUPOM: É a remuneração periódica em dinheiro feita ao investidor, ou seja, os
juros pagos pelo título pactuados entre o credor e o emissor.
Ø CUPOM RATE: este é o percentual que será calculado o valor de cupom a ser pago
ao investidor, sendo sempre aplicado sobre o valor principal e não sobre os valores
negociados no mercado secundário.
Ø MATURIDADE (VENCIMENTO): Não devemos confundir “MATURIDADE” com
“PRAZO MÉDIO” do título. Maturidade é quando a dívida irá encerrar. Já o Prazo
Médio leva em consideração todos os recebimentos de juros pagos. Títulos sem
Cupom, possuem Maturidade e Prazo Médio Iguais.
tempo (t)
q LEMBRE-SE: REFLUQSU!
LC – Letras de Câmbio
Características
As LCs são emitidas (sacadas) pelos financiados dos contratos de créditos, sendo aceitas
pelas instituições financeiras participantes da operação, possibilitando que o devedor
confira ao registrador da Letra de Câmbio (sacador/aceitante) ordem de pagamento do
valor devido. Ela é a principal funding (fonte de captação) para operações de
financiamento de bens duráveis (crédito direto ao consumidor) realizadas pelas
sociedades financeiras.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissores: bancos múltiplos com carteira de crédito, financiamento e
investimento e as sociedades de crédito, financiamento e investimento.
Ø Investidores: Pessoas Físicas e Jurídicas.
Ø Remuneração: Prefixado ou Pós-fixado (DI, TR, TLP, IPCA, ...).
Ø Tributação: tabela regressiva de renda fixa (22,5% a 15%).
Ø Garantia de FGC: SIM.
Operações Compromissadas
Características
A operação compromissada é aquela em que o vendedor assume o compromisso de
recomprar os títulos vendidos em uma data futura, com o valor e remuneração
previamente definido. Na mesma operação, o comprador assume o compromisso de
revender o título ao vendedor na data acordada e com o pagamento do preço fixado,
sendo esses valores maiores que o valor de emissão. Assim, o comprador atua como
credor e o vendedor atua como devedor.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Operação: Sempre uma das partes necessita ser uma instituição financeira;
Ø Títulos que podem estar nessa operação: Títulos públicos, CDB, LH, LCI, CRI,
Debêntures, CPR com liquidação financeira, ... E demais títulos que venham a ser
autorizados pelo Banco Central. Quando o lastro for título privado, as operações
ocorrerão na B3 e quando for público, ocorrerão no SELIC.
Ø Registro: Quando o lastro for constituído por títulos privados, as operações são
registradas e liquidadas na B3. Quando o lastro for de títulos públicos federais, seu
registro ocorrerá no SELIC.
Ø Garantia de FGC: SIM, desde que tenham como objeto títulos emitidos após
08.03.2012 por empresa ligada.
Debêntures Incentivadas
Características
As Debêntures Incentivadas, conhecidas como “Debêntures de Infraestrutura”, foram
criadas com o intuito de financiar projetos de infraestrutura de longo prazo (prazo mínimo
de 4 anos), considerados prioritários pelo Governo Federal. Desta forma, são títulos de
crédito privado com isenção fiscal (IR) de empresas que desejam financiar seus projetos a
um custo mais acessível.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Emissor: Sociedades de Propósito Específico (SPE), de capital aberto ou fechado;
Ø Rentabilidade: Taxa de Juros Prefixada + índice de preços ou TR;
Ø Tributação: Isento para pessoas físicas e de 15% para pessoas jurídicas;
Ø Obrigatório pagamento de cupom, com periodicidade mínima de 180 dias;
Ø Obrigatório prazo médio ponderado superior a 4 anos;
Ø Vedada recompra da debênture pelo emissor nos dois primeiros anos após a sua
emissão;
Ø Não pode haver compromisso de revenda por parte do comprador.
Ø Garantia de FGC: NÃO, porém pode haver outras garantias.
Companhia Securitizadora
Definição
Primeiramente, o que significa essa “securitização? A securitização nada mais é que a
transformação de um grupo de ativos (créditos) gerados por uma determinada empresa
(originadora) em títulos mobiliários passíveis de negociação com maior liquidez.
Por exemplo, uma incorporadora vende 500 terrenos de um loteamento a prazo,
originando um grupo de ativos de 500 contratos de Compra & Venda (que são créditos a
receber). A partir desse momento, a construtora passa a ser credora desses 500
comprados. Qual o problema? Ela não tem mais dinheiro para construir novos
empreendimentos, o que ela tem são créditos a receber. É neste momento que surge a
Securitizadora, uma instituição não-financeira cuja sua atividade será converter esse
grupo de ativos em títulos mobiliários com maior liquidez, transferindo o risco de calote
aos investidores desses novos títulos mobiliários, chamados de CRI ou CRA (Certificado de
Recebíveis Imobiliários ou do Agronegócio), ou até mesmo através de debêntures.
Portanto, a securitização corresponde a essa atividade de converter o grupo de ativos em
títulos mobiliários de maior liquidez, transferindo dinheiro dos investidores, através de
valores mobiliários (CRI, CRA ou Debêntures) para a empresa originadora, em troca do
recebimento do fluxo de recursos original.
Companhia Securitizadora
Principais Características
As principais características de uma securitização são:
Ø As Companhias Securitizadoras NÃO SÃO INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS e tem como
objeto exclusivo a aquisição e securitização de créditos oriundos de operações de
empréstimo, de financiamento e de arrendamento mercantil;
Ø A Securitizadora é normalizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e
não pelo Banco Central, como outras instituições financeiras.
Ø CRI, CRA e Debêntures NÃO POSSUEM GARANTIA DO FGC, mas podem possuir
garantias específicas, caso esteja especificado na sua estruturação;
Ø Os valores mobiliários criados (CRI, CRA e Debêntures) são ativos de renda fixa;
Ø É um processo de transferência do risco de crédito aos novos investidores;
Ø Os ativos adquiridos do originador (empresa detentora dos títulos de créditos),
são removidos dos seus balanços patrimoniais associados, sendo movido a dívida
inicial para a carteira securitizada, reduzindo o valor do passivo da empresa
originadora.
q OBS: LCI respeita a regra geral do IOF, porém como exige prazo mínimo de aplicação
superior a 29 dias, a alíquota é zero.
Apostila 2023 327
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
IMA-Geral ex-C
Média ponderada dos retornos diários
do IMA-B, IMA-C, IMA-S e IRF-M
q FÓRMULA:
12*3 *)4 5 64782947)5 JUROS
!"#$%&'% = )*+* (%)×
360 SIMPLES
Títulos Privados
Commercial Papers
Os COMMERCIAL PAPERS (CP) são geralmente emitidos por empresas, mas também há
commercial papers emitidos por bancos e governos. São instrumentos para a obtenção de
recursos no mercado, a um custo inferior às taxas praticadas pelos bancos. O commercial
paper é utilizado principalmente para recursos de curto prazo das empresas, como
pagamento de impostos, aquisição de matéria-prima e eventuais imprevistos. Suas
principais características são:
Ø MENOR QUE 1 ANO, pois seu prazo máximo é de 270 dias (curto prazo);
Ø NÃO PRECISA DE REGISTRO NA SEC (CVM Americana);
Ø Custo inferior às taxas praticadas pelos bancos;
Ø Via de regra: emitidos por empresas e pré-fixado;
Ø Mercado secundário pouco ativo pelo seu curto prazo;
Ø Flexibilidade: livre determinação de percentual de juros e prazos entre as partes;
Ø Não necessita garantias – apenas empresas mais estabelecidas os emitem.
Títulos Privados
Resumo: Euro/Global Bonds
Títulos Privados
High Yield & High Grade Bonds
Os títulos de crédito privado são comumente classificados como High Yield Bonds ou
“High Grade Bonds”.
Ø High Yield Bonds: Poderíamos traduzir para o português como “Títulos com
Retornos Elevado”. Desta forma, são dívidas de empresas com elevado risco de
crédito, normalmente com classificação BB ou menos.
Ø High Grade Bonds: A sua tradução literal ficaria como “Títulos com Nota Elevada”.
Assim, são dívidas de empresas com baixíssimo risco de crédito, sendo classificado
pelas agências de rating como AAA ou AA. Desta forma, os títulos High Grade
possuem baixo risco de crédito, mas também possuem um retorno menor
comparado com os títulos High Yield.
De um modo geral, os títulos classificados como High Yield Bonds são termômetros para
a economia global. Isso porque se o spread de crédito deles em relação aos títulos livres
de risco estiver baixo, há uma confiança grande na economia, pois se acredita em uma
baixa probabilidade de calote de empresas quando houvesse uma crise mundial. Caso o
spread esteja alto, há uma turbulência na economia mundial.
q Onde:
Ø VP = valor presente
Ø Fc = cupom do título, ou seja, fluxo de caixa para o período n
Ø i = taxa de desconto
Ø n = número de fluxos de caixa a serem avaliados
Ø P = principal
Precificação de Ativos
LFT: Exemplo de Cálculo
A taxa Selic projetada para um período de 504 dias úteis é de 12% ao ano. Sabendo que
o valor de atualização entre o valor nominal (R$ 1.000,00) e a data-base (data atual) é de
1,1885, qual o valor que um investidor deve comprar uma LFT para se ter 13% ao ano?
q SOLUÇÃO: As LFTs também podem ser negociadas com ágio ou deságio. Podemos
notar que como o novo investidor deseja uma rentabilidade acima da taxa Selic projetada,
ele deve adquirir o título comprando com desconto. Para resolvermos este problema,
tratamos em 3 partes: (1) valor atual corrigido do título; (2) calcular qual seria o valor
final da LFT pela taxa Selic Projetada; (3) trazer a valor presente este valor pela taxa que
o investidor deseja.
Ø (1) Valor Atual da LFT: Ø (2) LFT corrigida a 12%: Ø (3) Valor da LFT com deságio:
o 1000 [ENTER] o n = 504 ÷ 252 = 2 o n = 504 ÷ 252 = 2
o 1,1885 [x] o i = 12 o i = 13
R: R$ 1.188,50 o PV = 1.188,50 [CHS] o PMT = 0
o PMT = 0 o FV = R$ 1.490,8544
o FV = ? = 1.490,8544 o PV = ? = R$ 1.167,5577
Precificação de Ativos
YTM: Exemplo de Cálculo 2
Uma debênture com vencimento em 10 anos, está sendo negociada no mercado por
R$ 1.040,00. Sabendo que sua taxa do cupom é de 12% ao ano, com pagamento
SEMESTRAL, calcule qual é seu YTM.
q SOLUÇÃO: Desta vez, o cupom é pago semestralmente. Assim, devemos encontrar esta
taxa semestral, para multiplicarmos por R$ 1.000,00 e achar o PMT. Não podemos
esquecer também que o YTM é sempre dito em ano! Desta forma, faremos em 3 etapas:
Precificação de Ativos
CY: Exemplo de Cálculo 2
Uma debênture com vencimento em 10 anos, está sendo negociada no mercado por
R$ 1.040,00. Sabendo que sua taxa do cupom é de 12% ao ano, com pagamento
semestral, calcule qual é seu Current Yield?
q SOLUÇÃO: Desta vez, o cupom é pago semestralmente. Assim, devemos encontrar esta
taxa semestral, para multiplicarmos por R$ 1.000,00. Como são dois semestres por ano,
ele receberá o cupom duas vezes, sem ser considerado o valor do dinheiro no tempo.
Risco de Mercado
Conceito
O RISCO DE MERCADO, também conhecido como RISCO SISTÊMICO, se caracteriza pela
oscilação dos valores de um ativo durante um período de tempo, gerando possíveis
ganhos ou perdas ao investidor. Esta variação dos preços é chamada de VOLATILIDADE, e
quanto maior a volatilidade, maior o risco de mercado de um ativo. Já levando para o lado
matemático, podemos mensurar de duas formas:
Ø Volatilidade HISTÓRICA: Medida estatística que se baseia nos preços do passado
ativo. Neste caso, é utilizado o cálculo de desvio padrão dos retornos do
investimento; ou
Ø Volatilidade IMPLÍCITA: Estimada através da variação futura de um ativo adotada
pelo mercado financeiro. Ela é obtida por meio de modelos de avaliação de preço do
derivativo Opção. Dentre destes modelos, o mais conhecida é o Black & Scholes.
Saindo do lado “numérico”, as causas do risco de mercado são geradas principalmente
pelas condições macroeconômicas, tais como, taxas de juros, câmbio, commodities; mas
também podem ocorrer por questões políticas, como impeachments de um governo.
Ø Sendo que:
§ Fct = cada fluxo de caixa
§ t = período
§ i = YTM (taxa de desconto)
§ VP = valor presente do título
(RSTU)
!Q =
(V + XYS)
Com isso, podemos agora confirmar o impacto da mudança da taxa de juros no exemplo
das LTN de 10anos e 20 anos, no qual houve um aumento de 1% na taxa SELIC.
Preço
Erro de Precificação
Preço Correto do
1.100 Titulo com a mudança
na taxa (YTM)
∆p
1.000
∆p Erro de Precificação
900 Preço estimado
baseado na
Duration
Y*
8% ∆i=-1% 9% ∆i=+1% 10%
YTM
EFEITO NA DURATION
VARIÁVEIS
RELAÇÃO
Maturidade (Prazo do título) Quanto maior, MAIOR a duration DIRETA
Taxas de juros (TLR) Quanto maior, MENOR a duration INVERSA
Retorno (TIR ou YTM) Quanto maior, MENOR a duration INVERSA
Tamanho do Cupom Quanto maior, MENOR a duration INVERSA
Frequência de Cupons Quanto maior, MENOR a duration INVERSA
Risco de Liquidez
Conceito
Trata-se da DIFICULDADE DE VENDER um determinado ativo pelo preço e no momento
desejado. A realização da operação, se ela for possível, implica numa alteração substancial
nos preços do mercado. Portanto, caracteriza-se quando o há poucos compradores, ou
seja, uma dificuldade de encontrar um comprador pelo preço justo de mercado.
Um investidor pode criar este risco propriamente, quando ele possui uma fatia
(percentual) considerável de um ativo específico. Por exemplo, ter 20% de uma empresa,
já que se ele desejar vender sua posição, precisará de muito tempo para conseguir os
recursos desejados (ou terá que vender a um preço menor que o ofertado pelo mercado).
Por isso, é muito importante um planejamento das necessidades de caixa, para que, caso
se necessite recursos, não seja necessária a venda de um ativo por um preço menor do
que o de valor de mercado, simplesmente por não haver liquidez.
q EXEMPLOS: investimento em imóveis, ações de pequenas empresas, ativos com
carência.
Risco de Crédito
Ratings
DESCRIÇÃO STANDAR & POOR’S FITCH MOODY’S
AAA AAA Aaa
“Grau de Investimento”
AA AA Aa
Baixo risco de Calote
A A A
“Grau de Investimento”
BBB BBB Baa
Pequeno risco de Calote
“Grau Especulativo” BB BB Ba
Moderado risco de Calote B B B
CCC CCC Caa
“Grau Especulativo” CC CC Ca
Elevado risco de Calote C C C
D D D
DICA: Quanto mais “As”, melhor é o Rating da empresa
Risco de Reinvestimento
Conceito
Definimos estes risco como o risco de não conseguir reinvestir o dinheiro, em taxas
melhores ou iguais que as atuais, na eventualidade de liquidação financeira da aplicação
(resgate, vencimento, venda ou pagamento de juros). Desta forma, títulos que não
possuem cupom (zero-cupom), seu risco de reinvestimento é ZERO, como por exemplo,
as LTN e os CDBs.
Vimos até agora que quanto maior a Duration, maior o risco de taxa juros e que uma das
formas de diminuição deste risco, é realizar investimentos em títulos com pagamento de
cupom. Porém, quanto maior o pagamento do cupom, maior o risco de Reinvestimento.
Desta forma, devemos sempre analisar qual tipo de risco que desejamos correr.
Em relação as taxas de juros e esses dois riscos, temos a seguinte conclusão:
Ø O aumento da taxa de juros é prejudicial para o preço do título, porém positiva
para os reinvestimentos;
Ø A redução da taxa de juros é positiva para o preço do título, porém prejudicial
para os reinvestimentos.
Risco País
Conceito
O RISCO PAÍS TEM SUA ORIGEM NA POSSIBILIDADE DE UM PAÍS NÃO HONRAR SEUS
COMPROMISSOS, ou seja, não ter capacidade de gerar recursos para o pagamento de
suas obrigações com credores. O risco país também pode ser gerado pelo risco político ou
soberano quando se criam restrições ao livre fluxo de capitais, impondo controles
cambiais que impossibilitam o pagamento das suas dívidas.
Exemplos: Golpes militares, políticas econômicas, resultado de novas eleições entre
outros podem trazer este tipo de restrição.
Um índice frequentemente utilizado como medida do risco país é o EMBI+ (Emerging
Markets Bonds Index), que reflete o comportamento dos títulos da dívida externa
daquele país. Desta forma, EMBI Brasil indica a MÉDIA DO VALOR EXCEDENTE DE
RENTABILIDADE QUE OS TÍTULOS BRASILEIROS ESTÃO PAGANDO EM RELAÇÃO AOS
TÍTULOS DE DÍVIDA DOS EUA (considerado ativo livre de risco).
Risco Cambial
Conceito
O RISCO CAMBIAL ocorre quando uma moeda se desvaloriza perante outra moeda
(lembre-se do conceito que moeda só é um meio de troca, utilizada pra comprar bens ou
pagar serviços). Assim, este risco é relevante ser analisado, principalmente em
investidores estrangeiros
Por exemplo, um americano deseja investir U$ 50 mil em renda fixa no Brasil, no qual 1
dólar está R$ 2,00. Primeiramente ele deverá converter a sua moeda para a moeda
brasileira e, após isso, realizar o investimento (ou seja, investirá R$ 100.000,00). O que
ocorrerá se, após 1 ano, o título render 10% mas o real desvalorizar 25%, sendo cotado
agora em R$ 2,50?
Se o investidor americano retornar o seu capital a seu país de origem, ele necessitará
converter os Reais em Dólares, fazendo com que tenha menos que o aplicado:
Ø U$ 44 mil (R$ 110.000,00 ÷ R$ 2,50).
Renda Variável
Conceitos
A RENDA VARIÁVEL é o tipo de investimento cuja remuneração ou sua forma de cálculo
não é conhecida no momento da aplicação. Esses investimentos são mais arriscados e
recomendados para investidores de perfil moderado ou arrojado. São exemplos desses
tipos de investimos: ações; moedas, tais como dólar, euro, iene...; commodities (soja, café
arábico, boi gordo, petróleo); Clubes de Investimentos e Fundos de Investimentos.
Alguns definições serão importantes sabermos durante nossos estudos, tais com:
Ø Acionista minoritário: É o acionista que possui uma quantidade não expressiva de
ações ordinárias (com direito a voto), sendo estes protegidos pela CVM.
Ø Acionista(s) Controlador(es): É quem exerce o poder de controle na sociedade,
seja uma pessoa ou grupo de pessoas. Eles possuem a maioria dos votos nas
assembleias gerais, tem o poder de eleger a maioria dos administradores da
companhia e tem o poder para dirigir as atividades da companhia e orientar o
funcionamento de seus órgãos, definindo a estratégia da empresa. São estes os
investidores que são fiscalizados pela CVM, referente a proteção aos demais.
Ø Home Broker: É o sistema online de uma corretora que permite seu cliente a
comprar e vender ativos na B3 sozinho, sem a necessidade de um operador. Os
principais ativos negociados são ações, derivativos e fundos de investimentos.
Ações
Conceito
A AÇÃO de uma empresa representa “a menor fração do seu capital social”. O detentor
de uma ação (acionista), se torna um dos donos da companhia (coproprietário) e não um
credor da empresa, desta forma, ações NÃO POSSUEM RISCO DE CRÉDITO! Junto com
todas as outras pessoas (físicas ou jurídicas) que detêm ações da empresa, você passa a
fazer parte do quadro de acionistas da companhia. As ações são conversíveis em dinheiro
a qualquer momento por negociação em bolsa de valores ou mercado de balcão
organizado, desde que haja um outro interessado e por isso há o risco de Liquidez.
As ações possuem algumas características, podendo ser:
Ø Nominativas ou “Ao portador”;
Ø Escriturais ou físicas;
Ø Ordinárias (ON) ou Preferências (PN);
Ø De diferentes Classes (A, B, C, ...).
Ações
Ações Ordinárias (ON)
Os detentores de ações ordinárias nominativas (ON) têm o direito de votar nas
assembleias da empresa. Porém, para do pequeno investidor, esse direito é bastante
limitado, já que seu voto pode ser bastante insignificante perto dos grandes investidores.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Dá direito a voto nas assembleias (1 ação = 1 voto);
Ø Eleição do Conselho Administrativo;
Ø Controle do destino da empresa;
Ø Direito a Tag Along (mínimo de 80% do valor pago por ação com direito a voto em
caso de alienação de controle).
Ações
Ações Preferencial (PN)
Conforme a lei 10.303, somente poderão ser negociadas em bolsa as ações PN com pelo
menos UMA das vantagens abaixo, independentemente do direito de receber ou não o
reembolso de capital:
Ø Direito de participar de dividendo a ser distribuído de, pelo menos, 25% (vinte e
cinco por cento) do Lucro Líquido do exercício; ou
Ø Direito ao recebimento de dividendo de pelo menos 10% (dez por cento) maior do
que o atribuído a cada ação ordinária (ON); ou
Ø Direito de serem incluídas no Tag Along (em caso de venda da companhia, direito
de vender as suas ações recebendo, no mínimo 80% do valor pago por cada ação
integrante do bloco de controle), assegurando o dividendo pelo menos igual ao das
ordinárias (ON).
Depositary Receipts
Custodiante & Depositário
Dentre as figuras importantes no processo das DR’s, temos a Instituição Custodiante, a
Instituição Depositária e a empresa patrocinadora, que possuem as seguintes funções:
Ø Custodiante: a instituição que presta o serviço de custódia (faz a guarda da ação
que estará servindo como lastro para a emissão da DR).
Ø Depositária: a instituição que, no exterior, emite os correspondentes DR. Ela tem
como responsabilidade garantir que os DRs de fato estejam lastreados nos valores
mobiliários e que os mesmos estejam bloqueados para negociação no país de
origem. Ela deverá garantir que não haja qualquer descasamento entre o saldo dos
valores mobiliários no Exterior e dos DRs emitidos.
Ø Empresa patrocinadora: a emissora sediada no País dos ativos que estão servindo
como lastro do programa de DR e signatária de contrato específico com instituição
depositária para a emissão de DR.
Por exemplo, imagine que a Petrobrás (empresa patrocinadora) deseja ter 100.000 ADRs
sendo negociadas na bolsa americana. Assim, caso a paridade ADR por ações seja um (1)
para um (1), 100.000 ações ficarão “guardadas” em uma Instituição Custodiante. Com
isso, a Instituição Depositária fará a emissão de 100.000 ADRs nos EUA e ficará
responsável por garantir que as 100.000 ações no Brasil não sejam negociadas.
AGO e AGE
Conceito
q Assembleia Geral Ordinária (AGO): deve ser convocada obrigatoriamente pela
diretoria da sociedade e tem como objetivo verificar resultados, discutir e votar relatórios
e eleger o conselho fiscal da diretoria. Assembleia deve ser realizada anualmente e em até
quatro meses depois do encerramento do exercício social da empresa.
q Assembleia Geral Extraordinária (AGE): Assembleia extraordinária, como o próprio
nome já sugere, é aquela que não tem periodicidade pré-determinada ou definida. Ela
serve para que seja definido assuntos que não podem ser esperados até a próxima AGO,
assuntos urgentes.
Governança Corporativa
Conceito
Governança corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade alinhar os
objetivos da administração da companhia aos interesses dos acionistas, visando assegurar
que as decisões sejam tomadas em linha com os objetivos de longo prazo das
organizações.
Entre os mecanismos de governança, destacam-se a existência de:
Ø Conselho de administração ativo e que atue com independência;
Ø Maioria obrigatória de conselheiros independentes, todos com excelente
reputação no mercado, experiência e firme compromisso de dedicação ao Conselho;
Ø Comitê de Auditoria composto exclusivamente por membros independentes.
Governança Corporativa
Níveis de diferenciados de Governança
A Bovespa (atual B3) criou em dezembro de 2000, três segmentos especiais de listagem
para as companhias, além do tradicional (lei das S/A). A B3 não registra automaticamente
as empresas nestes níveis, sendo necessário a assinatura do Contrato de Adoção de
Práticas Diferenciadas no nível que se deseja, celebrado entre a B3 e a companhia
(administradores e acionista controlador). Este contrato é imprescindível, pois, enquanto
estiver em vigor, torna obrigatório o cumprimento dos seus requisitos, tendo a B3 o dever
de fiscalizar e, se for o caso, punir os infratores. Estes níveis são:
Ø Nível 1 (padrão mais baixo de Governança, mas maior que a Lei);
Ø Nível 2 (padrão alto de Governança, porém com ações PN e ON);
Ø Novo Mercado (mais alto padrão de Governança)
q Os principais objetivos são:
Ø Incentivar e preparar as companhias para aderirem ao Novo Mercado;
Ø Melhoria da relação com investidores;
Ø Fortalecer o mercado de capitais nacional;
Ø Maior transparência de informações com relação aos atos praticados pelos
controladores e administradores da companhia.
Governança Corporativa
Nível 2
Neste nível, a empresa todavia mantém ações PN na sua composição, mas garante maior
equilíbrio de direitos entre todos os acionistas, pois os itens mais relevantes foram
melhorados (ou seja, muda tudo, exceto que ainda mantém ações PN). Estes itens são:
Ø Composição do conselho de administração: Mínimo de 5 membros, dos quais, pelo
menos, 20% devem ser independentes, com mandato unificado de até 2 anos.
Ø Demonstrações Financeiras: Traduzidas para o inglês
Ø Capital social: Ações ON e PN (com direitos adicionais)
Ø Tag Along: 100% para ações ON e PN;
Ø Oferta Pública de Aquisição: Realização de OPA, no mínimo, pelo valor econômico
em caso de cancelamento de registro ou saída do segmento (salva exceção).
Ø Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado: Obrigatório
ØFree Float Mínimo de 20% (Regra Geral): mesmas regras anteriores
Ø As ações preferencias terão direito a voto, no mínimo, nos seguintes itens:
o Transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia;
o Avaliação de Bens destinados à integralização de aumento de capital;
o Escolha da instituição para determinação do Valor Econômico da empresa;
o Aprovação de contratos entre a Companhia e o Acionista Controlador que
sejam deliberados em Assembleia Geral.
Apostila 2023 426
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Governança Corporativa
Novo Mercado
O nível Novo Mercado tem como principal característica possuir APENAS ações ordinárias
(ON), ou seja, é proibido ter na sua composição, ações preferencias (PNs). Desta forma, as
principais regras são:
Ø Capital social: Somente ações ON
Ø Composição do conselho de administração: Mínimo de 3 membros (conforme
legislação), dos quais, pelo menos, 2 ou 20% (o que for maior) devem ser
independentes, com mandato unificado de até 2 anos
Ø Demonstrações Financeiras: Conforme legislação
Ø Informações em inglês, simultâneas à divulgação em português: Fatos relevantes,
informações sobre proventos (aviso aos acionistas ou comunicado ao mercado) e
press release de resultados;
Ø Tag Along: 100% para ações ON;
Ø Oferta Pública de Aquisição: Realização de OPA por preço justo, com quórum de
aceitação ou concordância com a saída do segmento de mais de 1/3 dos titulares das
ações em circulação (ou percentual maior previsto no Estatuto Social)
Ø Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado: Obrigatório
Ø Comitê de Auditoria, Auditoria Interna e Compliance: Obrigatória
Ø Free Float Mínimo de 20% (Regra Geral): mesmas regras anteriores.
Apostila 2023 427
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Governança Corporativa
Free Float: Regra Alternativa
Com as atualizações nos níveis de governança da B3, surgiu a REGRA ALTERNATIVA para o
percentual mínimo de free float. Vale destacar que o conceito de free float é o de ações
em circulação, ou seja, a parte das ações que não estão nas mãos dos controladores.
A regra geral do percentual mínimo de ações em circulação (free float) para os 3 níveis é
de 20%., mas a regra alternativa reduz esse percentual para 15% nos seguintes casos:
Ø Caso o ADTV (Average Daily Trading Volume – Volume Médio Diário de
Negociações) seja igual ou superior a R$ 20 milhões, considerando os negócios
realizados nos últimos 12 meses; ou
Ø Na hipótese de ingresso no Nível 1, Nível 2 ou Novo Mercado, concomitantemente
ao IPO quando a oferta:
Ø for superior a R$ 2 bilhões; ou
Ø enquadrar-se entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões, desde que respeitadas as
contrapartidas previstas no Regulamento. Neste caso, a companhia poderá
manter o free float em 15% do capital social por 18 meses, sendo que, ao final
do período, o ADTV deve atingir o patamar de R$ 20 milhões, o qual deve ser
consistente por 6 meses consecutivos.
ae mercado primário
mp
$ res (underwriting)
a
C CTVM Bolsa de
Ações Valores / Mercado
Mercado Primário
Ações C
de Balcão
V CTVM
Mercado secundário:
$
títulos passam a ser negociadas
entre os investidores
Ambientes de Negociação
Tipos de Ordens II
Além das ordens anteriores, uma das ordens mais comuns do mercado financeiro é a
Ordem Stop. Na Ordem Stop se especifica o preço do ativo ou direito a partir do qual a
ordem deverá ser executada. Ela poderá ser um:
Ø Stop de COMPRA: irá comprar as ativos para o investidor, caso ocorra um negócio
MAIOR OU IGUAL preço determinado. Utilizada para encerrar uma posição de venda
(aluguel de ações – BTC).
Ø Stop de VENDA: irá vender a posição do investidor, caso ocorra um negócio
MENOR OU IGUAL preço determinado. Utilizada para encerrar uma posição de
compra.
Ø STOP LOSS: será executada para encerrar uma posição de perda.
Ø STOP GAIN: será executada para encerrar uma posição de ganho financeiro.
Dividendos
Conceito
DIVIDENDO É O LUCRO DISTRIBUÍDO EM DINHEIRO ISENTO DE IR (Imposto de Renda).
O percentual mínimo é definido pelo estatuto e caso seja omisso, a lei determina que seja
de 50% a sua distribuição. Após seu pagamento, o preço da ação sofre uma redução do
mesmo valor do dividendo pago por ação (ação passa a ser negociada ex-dividendo). Este
processo ocorre em 3 etapas (anúncio, ajuste e pagamento).
Ø DATA DO ANÚNCIO: Data em que o corpo diretivo da empresa aprova e declara
que serão pagos dividendos;
Ø DATA DO AJUSTE DE PREÇO DE MERCADO (EX-DIVIDENDO): Data em que o preço
de mercado se ajusta ao dividendo e que é definido a base acionária que receberá o
dividendo! A partir desta data, o investidor que comprar a ação não terá mais direito
ao dividendo anunciado;
Ø DATA DO PAGAMENTO: Empresa efetivamente paga os dividendos aos acionistas.
Perceba que o acionista que receberá os dividendos é aquele que possui as ações no dia
do EX-DIVIDENDO. Ele não precisa possui as ações antes dessa data e mesmo que ele
venda as ações no dia posterior a data do ex-dividendo, ele terá direito ao recebimento na
da DATA DO PAGAMENTO.
Direito de Subscrição
Conceito
O DIREITO DE SUBSCRIÇÃO, também chamado de Bônus de Subscrição, são títulos
negociáveis emitidos por sociedades por ações que conferem aos seus titulares, nas
condições constantes do certificado, o direito de subscrever ações do capital social da
companhia, dentro do limite de capital autorizado no estatuto. Tem como objetivo a
proteção dos acionistas dos efeitos de diluição e valor de sua propriedade já existente.
Por se tratar de um título negociável, que dá o direito de comprar novas ações e possui
um prazo definido, o direito de Subscrição se assemelha a uma CALL (opção de compra).
Para a prova, uma das diferenças entre esses Direitos e a Bonificação de Ações, é que no
primeiro o acionista precisa desembolsar os recursos para comprar as ações, já no
segundo é gratuito.
RToro Education Uma empresa possui ao total 100 ações, que estão
1 sendo negociadas na bolsa por R$ 5,00. Desta
100 ações forma, o seu valor de mercado é de R$ 500,00!
Bônus de Subscrição
Exemplo de Cálculo
A empresa “RToro Education S/A” está aumentando seu capital social em 30% através de
uma subscrição aos seus acionistas. O valor de mercado atual das ações está em R$ 2,50
e o valor da subscrição será de R$ 2,40. Desta forma, qual será o valor das ações após o
período da subscrição (Ex-Subscrição)?
q RESPOSTA: Quando a questão não nos informa a quantidade de ações que a
companhia possui, utilizamos como base o número 100 para facilitar os nosso cálculos.
Assim, primeiramente vamos descobrir o valor de mercado atual da companhia, depois o
valor que entrada de recursos na empresa, e por último o novo preço!
(1) Valor Atual de Mercado: (100 ações) × R$ 2,50 = R$ 250,00 é o valor total da empresa
(2) Dinheiro entrando na RToro Education S/A: A questão nos diz que a empresa está
aumentando em 30% o seu capital social. Como utilizamos o número 100 como base, ela
estaria aumentando em 30 ações ao valor de R$ 2,40, ou seja, 30 x R$ 2,40 = R$ 72,00.
(3) Novo Valor de Mercado: Agora que sabemos o valor de mercado antes da subscrição
e o valor em dinheiro que está entrando, sabemos que ela vale ao total R$ 322,00, pois é
a soma dos dois. Para saber o valor da ação, basta dividir pela quantidade de ações, que
agora é de 130 (100 + 30). Portanto, o novo valor será R$ 322,00 ÷ 130 = R$ 2,48.
Bonificação de Ações
Exemplo de Cálculo
Uma empresa que possui ao total 1.000 ações, teve um lucro líquido de R$ 2.000,00.
Através de uma assembleia, a companhia decide que 25% deste lucro será distribuído
em forma de bonificação de ações a valor de mercado. Sabendo que as ações estão
sendo negociadas a R$ 5,00, como ficaria a posição de um acionista chamado Rafael,
que possui 10% da companhia, após a bonificação?
q RESPOSTA: Para resolvermos esse tipo de questão, pense da seguinte forma: “se o
acionista recebesse o valor em dinheiro, e depois tivesse que comprar as ações pelo valor
da bonificação, com quanto ele ficaria?”. Claro que ele não vai precisar desembolsar esse
valor, mas o resultado final será o mesmo! Desta forma:
(1) Antes de Bonificação, Rafael possuía 100 ações (10% de 1.000 ações da companhia).
(2) Como a empresa vai distribuir 25% de R$ 2.000,00, a empresa distribuirá R$ 500,00.
(3) Rafael tem direito a 10% dos R$ 500,00, ou seja, R$ 50,00.
(4) Como a bonificação ocorrerá ao valor de R$ 5,00, Rafael irá ganhar DEZ AÇÕES, pois
com R$ 50,00, ele poderia comprar 10 ações a R$ 5,00.
(5) Posição final: 100 + 10 ações da bonificação = 110 ações.
Grupamento (Inplit)
Conceito
O GRUPAMENTO, também chamado de INPLIT, é a junção de várias ações em uma só,
tendo por finalidade diminuir a volatilidade destes títulos em circulação de uma empresa.
Normalmente este processo ocorre em empresas que o valor nominal da sua ação está
sendo negociado em centavos. Desta forma, diminuirá a quantidade de ações no
mercado e, ao mesmo tempo, aumentará a cotação na mesma proporção. Esse
procedimento NÃO AFETA A ESTRUTURA DE CAPITAL DA EMPRESA fazendo com que o
investidor mantenha o mesmo valor financeiro que tinha antes do grupamento!
q EXEMPLO: Um investidor possui 5.000 ações a R$ 0,10 cada (R$ 500,00 ao total).
Sabendo que a empresa fez um Inplit de 10 para 1, qual será a nova posição e qual o novo
valor da ação?
RESPOSTA: A cada 10 ações do investidor, ele passará a ter 1, ou seja, sua nova posição
será de 500 ações. Como ele deve manter o mesmo valor financeiro investido (R$ 500,00),
cada ação deverá valer agora R$ 1,00. Perceba novamente, que o preço e a quantidade de
ações possui uma relação inversamente proporcional nesses procedimentos!
Estratégias de Investimentos
Conceito
Existem diversas estratégias de investimentos no mercado de ações. Essas estratégias
permitem desde a simples compra de uma ação como pensamento de longo prazo,
quanto a de especular entre a diferença de preços de duas empresas do mesmo setor,
como por exemplo, os bancos Itaú e Bradesco. Desta forma, as estratégias mais usuais e
que são cobradas na prova são:
Ø Compra à Vista;
Ø Compra com uso de margem;
Ø Operações a Termo;
Ø Venda à vista;
Ø Venda Descoberta;
Ø Aluguel de Ações;
Ø Long & Short;
A seguir, veremos cada uma destas operações.
Estratégias de Investimentos
Operações a Termo
O TERMO DE AÇÕES nada mais é que um contrato entre o comprador e o vendedor de
alguma ação, firmando que um dos lados se obriga a comprar no futuro as ações pelo
PREÇO DE HOJE + JUROS e o outro que irá vender por este valor definido. Por se tratar de
uma operação futura, a B3 exige garantias de ambos os lados, podem ser em dinheiro ou
em ativos mobiliários.
qESTRATÉGIAS MAIS UTILIZADAS:
Ø ALAVANCAGEM: o investidor compra mais ações que o seu capital permite,
acreditando na alta das ações por um certo período.
Ø VENDA A TERMO: utilizada para ter a remuneração da taxa de juros do período, o
o investidor compra as ações no mercado a vista e já as vende por um contrato a
termo, recebendo a taxa de juros acordada (tributação de renda fixa).
Ø OPERAÇÃO CAIXA (Obter Recursos): o investidor que necessita de recursos, pode
vender suas as ações e comprar a termo automaticamente. Com isso, ele não precisa
tomar um empréstimo no banco e paga somente os juros da operação.
Ø PROTEÇÃO DE PREÇOS: utilizada pelo investidor que não possui recursos no
momento, mas que deseja garantir o preço de hoje. Utiliza por quem irá receber
recursos no futuro (herança, PLR, bônus, venda de outra ação, ...).
Estratégias de Investimentos
Aluguel de Ações
Retomando o nosso exemplo da Venda Descoberta, no qual havia uma “locadora de
veículos”, a operação de ALUGUEL DE ATIVOS é exatamente ser a locadora de veículos,
recebendo um valor fixo por este empréstimo. Essa é uma forma de rentabilizar os
investidores que não desejam se desfazer das suas posições no curto prazo, mas desejam
ser remunerados de alguma maneira. Vale ressaltar que os ativos que podem ser
colocados para alugar são as ações, units, ETFs e fundos imobiliários
q DEMAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Mesmo emprestando as ações, os proventos continuarão sendo do DOADOR, tais
como JCP, DIVIDENDOS, Bonificação de Ações ou Direito de Subscrição.
Ø Os juros recebidos pelo doador, serão tributado como renda fixa.
Ø O BTC (Banco de Títulos CBLC) é administrado pela B3.
Ø Os contratos de empréstimo poderão ser de três formas distintas, que são:
§ PRAZO FIXO, onde haverá um prazo determinado, não podendo ser terminado
antecipadamente;
§ Doador podendo solicitar a devolução antecipadamente;
§ Tomador podendo liquidar o BTC antecipadamente.
Estratégias de Investimentos
Resumo
ESTRATÉGIAS RESUMO E PONTOS IMPORTANTES PARA A PROVA
Compra de ações com seu próprio dinheiro, acreditando na alta
COMPRA À VISTA
dos preços.
Compra de ações com dinheiro emprestado da corretora,
CONTA MARGEM
acreditando na alta dos preços. Operação alavancada.
Contrato de promessa de compra ou venda futura, já
TERMO DE AÇÕES
estabelecendo os preços hoje + uma taxa de juros.
Venda das próprias ações, acreditando na baixa dos preços, para
VENDA À VISTA
posteriormente comprar mais barato.
Venda de ações que pegou emprestado, acreditando na baixa
VENDA DESCOBERTA dos preços, para posteriormente comprar mais barato e
devolver ao doador.
ALUGUEL DE AÇÕES O investidor empresta suas ações em troca de uma taxa.
Operação que se vende um ação e com o dinheiro da venda,
LONG & SHORT
compra outra.
Apostila 2023 488
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
3.2.6 Modelos de Precificação de
Ações
Apostila 2023 489
489
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Precificação de ativos
Conceitos
Os modelos de precificação de ativos servem para que o investidor de renda variável
encontre o retorno exigido por ele para investir em uma determinada companhia, ou seja,
qual o valor justo destas ações. Este Retorno Exigido, também chamado de Retorno
Requerido, leva em consideração um conceito muito importante, o de “aversão ao risco”,
que significa que quanto maior o risco, maior o Retorno Exigido.
Os modelos de precificação de ativos cobrados na prova são:
Ø Análise Fundamentalista: Modelo que leva em consideração os múltiplos de uma
companhia (Lucro por Ação; Preço sobre o Lucro; EBITDA; etc), incluindo a análise de
Fluxo de Caixa Descontado, que considera o valor de qualquer ativo pelo fluxo
financeiro futuro que esse ativo proporcionará, trazido ao valor presente.
Ø Análise Técnica: Baseada apenas nos preços e volumes negociados no passado.
Precificação de ativos
Conceitos
Continuando sobre os tipos de “valor da empresa”, os outros dois importantes são:
Ø VALOR DE MERCADO: este é o valor que está sendo negociado as ações no
mercado secundário, ou seja, na bolsa de valores (B3). Este é o valor mais comum
que escutamos no nosso dia: “as ações da RToro Education S/A fechou hoje na bolsa
brasileira a R$ 30,00. Com isso, ela está valendo R$ 90 bilhões de reais”. O valor total
da empresa se baseia na multiplicação do valor de mercado pelo número de ações.
Ø VALOR ECONÔMICO: este é o valor que é realizado pelas empresas de análise,
através dos modelos de precificação, sendo o principal deles o de Cash Flow (Modelo
de Fluxo de Caixa Descontado). Quando uma empresa pretende realizar uma OPA e
não ser mais uma empresa de capital aberto (não ter mais negociações na bolsa de
valores), é através deste tipo de avaliação na qual é oferecido a seus acionistas a
venderem suas ações.
Todos estes tipos de “valores de empresa” são números importantíssimos sabermos
quando decidimos comprar ações na bolsa de valores. Portanto, alguns indicadores
econômicos estaremos estudando agora através da Análise Fundamentalista!
Análise Fundamentalista
Lucro por Ação (LPA)
O LUCRO POR AÇÃO (LPA) é uma medida econômica para mostrar a parcela de lucro
líquido que cada ação tem por direito. Isto não quer dizer que o acionista irá receber em
dividendos esse valor, pois o dividendos é a distribuição do lucro, o que normalmente é
menor que o lucro do período.
Por exemplo, a empresa RToro Education S/A possui 1.000.000 ações e teve um lucro
líquido R$ 10 milhões no seu último ano-fiscal . Desta forma, o LPA da empresa foi de
R$ 10,00, ou seja, cada ação tem o direito de receber R$ 10,00 de lucro. Mesmo que a
empresa não distribua todo o valor em dividendos, foi gerado este lucro ao acionista
(crescimento da empresa + dividendos recebido).
q FÓRMULA:
LUCRO LÍQUIDO
!"# =
Número Total de Ações
Análise Fundamentalista
P/L: Preço sobre o Lucro
O P/L (Preço sobre o Lucro) é o múltiplo mais comum para avaliar se uma ação está
barata ou cara. Este indicador significa “quanto tempo vou demorar para recuperar o
capital investido, através do lucro líquido anual da empresa”. Na análise de projetos,
chamamos esse conceito de Payback. Desta forma, quanto menor o índice, maior a
atratividade de se investir na ação (mais “barata” está, pois mais rápido você receberá o
capital investido de volta).
Por exemplo, uma empresa A está sendo negociada na bolsa por R$ 10,00 e possui um
lucro por ação igual a R$ 2,00, possuindo desta forma um P/L de 5 (anos). Já a empresa B
está sendo negociada por R$ 18,00, tem um lucro por ação igual a R$ 6,00, assim, seu
P/L é de 3 (anos). Portanto, a empresa B está mais barata que a empresa A!
q FÓRMULA:
Preço de Mercado
"/! =
LUCRO LÍQUIDO
Análise Fundamentalista
EV/EBITDA
O EV/EBITDA (Enterprise Value ÷ EBITDA), possui uma compreensão maior de
contabilidade. Isto por que adentramos em dois conceitos contáveis:
Ø (1) EV (Enterprise Value): Este é o valor de mercado da companhia somado com a
sua dívida líquida (dívida total menos o caixa da empresa, sendo que o caixa da
empresa são as aplicações financeiras de curto prazo).
Ø (2) EBITDA: Lucro operacional da companhia.
Da mesma forma que o indicador P/L, quanto menor o EV/EBITDA, mais barato está a
companhia. Esse conceito é importante, pois quando alguém adquire uma empresa,
comprando as ações (ou cotas) de um outra pessoa, o novo investidor assume todas as
dívidas da companhia comprada. Assim, esse indicar serve para analisar “quantos anos
serão necessários para, além de recuperar o capital investido na compra da companhia,
quitar todas as suas dívidas (EV - Enterprise Value), apenas pela geração de caixa atual
da empresa (EBITDA)”.
q FÓRMULA:
*+,-. 0+ 123.45+ + 7í9:0+ ;í<=:0+
!"/!$%&'( =
Lucro Operacional
Apostila 2023 498
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Análise Técnica
Conceito
A Análise Técnica (Gráfica) estabelece projeções para os preços das ações baseadas no
comportamento em si do preço e do volume na observação do comportamento passado
dos preços e dos volumes negociados. Em resumo, a análise técnica estuda as
movimentações nos preços passados e, a partir daí, explica a sua evolução futura.
Diferentes métodos são utilizados, mas todos confiam nos mesmos princípios:
Ø Existência de tendências;
Ø Observa o comportamento passado dos preços, acreditando que pode novamente
ocorrer no futuro;
Ø Preços das ações já refletem todas as informações disponíveis até o momento
(fundamentos da empresa não são relevantes.
Ø Principais indicadores:
§ Suporte: Preço da ação não diminui mais que o valor do suporte.
§ Resistência: Preço da ação não sobe mais que o valor da resistência.
§ IFR: Mede a força de um ativo, oscilando de 0 a 100, sendo que acima de 80 o
ativo está com compra excessiva e abaixo de 20 está com venda excessiva.
Análise Técnica
Suporte e Resistência
Percebemos abaixo os pontos aonde eram suporte (momento de comprar a ação) e após
a sua perda (diminuição do preço do suporte), se transformou em resistência (não
consegue mais superar o valor).
q CONCLUSÃO: no SUPORTE SE COMPRA e na RESISTÊNCIA SE VENDE o ativo.
Resistência
Suporte
Rendimentos Tributáveis
Definições
Os rendimentos tributáveis compensáveis no exterior para o residente brasileiro serão:
Ø Rendimentos do trabalho;
Ø Rendimentos de aluguel;
Ø Lucros e dividendos recebidos.
Os três casos acima possuem as mesmas características para a receita federal para os
investidores residentes no Brasil, ou seja:
Ø FATO GERADOR: é o mês de RECEBIMENTO do recurso e não o mês que o
investidor decidiu fazer a remessa para o Brasil, ou seja, independe do valor ser
remetido ao Brasil.
Ø ALÍQUOTA: serão tributados conforme tabela progressiva, com responsabilidade
do próprio contribuinte através de carne-leão
Ø MOMENTO A PAGAR: o pagamento do IR deve ocorrer até o final do próximo mês.
q EXEMPLO: Rafael recebeu aluguel no exterior em janeiro/20 e fez a remessa dos
recursos para o Brasil em Fevereiro/20. Diante disto, ele deverá recolher o tributo no
Brasil até o final de fevereiro através de Carne-Leão, pois o fato gerador foi JANEIRO. Ou
seja, é indiferente a data do envio dos recursos ao Brasil.
Derivativos
Conceito
De uma forma muito direta, derivativos são instrumentos financeiros, cujo preço deriva
de um ativo ou instrumento financeiro de referência (ativo-objeto), ocorrendo sua
liquidação em uma data futura. Por exemplo, você deseja comprar uma casa do seu
vizinho, mas não tem o dinheiro hoje, apenas daqui seis meses. Vocês dois assinam um
contrato hoje, firmando esse compromisso de você comprar a casa em 6 meses,
consequentemente o seu vizinho deverá vender a casa em 6 meses. Pronto, este contrato
é um derivativo, pois o contrato “derivou” (surgiu) de um ativo (um imóvel) e que
ocorrerá a liquidação da operação em uma data futura.
Qual foi o motivo de vocês terem firmado esse contrato? Você não gostaria de correr o
risco de (1) o preço do imóvel subir e/ou (2) alguém comprar o imóvel e ele não estar
mais lá para você adquirir. Com o contrato firmado (derivativo), você se PROTEGEU desses
dois RISCOS. Desta forma, o principal motivo para a utilização dos derivativos é para a
PROTEÇÃO DE RISCOS, que chamamos em inglês de “HEDGE”.
Neste capítulo, veremos quatro tipos de derivativos, com seus devidos conceitos e suas
nomenclaturas.
Derivativos
Principais Estratégias
São quatro as principais estratégias que podemos utilizar os derivativos:
HEDGE OU PROTEÇÃO: Operação financeira que objetiva reduzir ou eliminar o
risco de operações no mercado, protegendo, principalmente, contra oscilações
adversas de preços ou de taxas. Por exemplo, agricultores vendem parte da sua
produção com contratos futuros para minimizar o risco de flutuação de preços.
ARBITRAGEM: Ocorre quando há distorções de preços, possibilitando ganhos
proporcionais oriundos de diferença de preços existentes no mercado à vista e no
mercado futuro, sem risco de mercado.
ALAVANCAGEM: Operação na qual o investidor toma recursos emprestados para
fazer uma aquisição na qual não possuía recursos suficientes, ou quando uma
posição pode ser feita investindo-se um valor de investimento muito menor que o
potencial ganho (ou perda), por exemplo, contratos futuros que somente é
necessário a margem de garantia.
ESPECULAÇÃO: objetivo de lucrar em um curto espaço de tempo, tanto em
operações de compra (acreditando na valorização do ativo), quanto em operações de
venda (acreditando na desvalorização do ativo).
Local de Negociação
B3 – Brasil, Bolsa e Balcão
A B3 foi criada em março de 2017 como fruto da combinação entre a BM&FBOVESPA e a
Cetip, dando origem a uma companhia de infraestrutura de mercado financeiro de classe
mundial e consolidando a atuação da BM&FBOVESPA na negociação e pós-negociação de
produtos listados e da Cetip no registro e depósito de operações de balcão e de
financiamento.
Ela é uma sociedade por ações com fins lucrativos que atua, no mercado de derivativos,
como contraparte (como a vendedora de todos os compradores e como compradora para
todos os vendedores). Para tanto, exige garantias prévias dos participantes (margem).
Além disso, ela organiza, regulamenta e fiscaliza os mercados de liquidação futura. Ela
também administrar as margens de garantia, os ajustes diários e as entregas físicas na
Bolsa. Em resumo, a B3 reduz ao máximo o risco de crédito entre os agentes, além de
mitigar o risco de liquidação.
Sistemas de Garantias
Margens e Ajustes Diários
A B3 reavalia diariamente o montante de garantias necessárias para que as obrigações
decorrentes das operações realizadas nos mercados de derivativos e de empréstimo de
títulos possam ser liquidadas, em caso de inadimplência, nos devidos prazos e formas.
Desta forma, existe 2 mecanismos:
MARGEM DE GARANTIA: corresponde ao valor que deverá ser colocado de
garantia para realizar uma operação. O valor da margem representa apenas um
percentual do valor total do contrato, devendo permanecer depositado na conta da
corretora enquanto o comprador/vendedor mantiver sua posição em aberto.
Quando as posições forem encerradas, a B3 devolve a margem de garantia dos
contratos, já que é ela que faz a administração.
AJUSTE DIÁRIO: É um mecanismo de equalização da posição de todos os
participantes que estão negociando o derivativo chamado de Contrato Futuro.
Diariamente, as contas de compradores e vendedores que possuem posições em
aberto neste mercado, sofrem um ajuste financeiro (crédito ou débito) de acordo
com o preço de ajuste do dia. Veremos a seguir um exemplo e não se preocupe,
adiante será explanado todas as características deste tipo de contrato, o importante
agora é entender a ideia do Ajuste Diário.
Mercado a Termo
Características
As principais características do Mercado a Termo são:
Contrato de obrigações recíprocas, quem compra é obrigado a pagar e quem
vende é obrigado a entregar o bem negociado.
As partes liquidarão a operação pela entrega física ou pela financeira na data de
vencimento.
NÃO POSSUI PADRONIZAÇÃO: As Partes negociam entre si o valor do contrato,
características do ativo e vencimento.
Possuem menor liquidez comparados aos contratos futuros.
Se negocias na B3 são exigidas as seguintes garantias:
o Cobertura: depósito da totalidade do ativo objeto do contrato. Somente é
cobrado do vendedor.
o Margem: estabelecido um percentual do valor do contrato.
Mercado a Termo
Termo de Dólar: Exemplo
Um investidor que acredita na desvalorização do Real (valorização do dólar), assume uma
posição comprada de USD 1MM no Forward de dólar para 180 dias, com o dólar Spot
cotado a R$ 2,00 e o termo de dólar a R$ 2,10 para este prazo. Desta forma, iremos
analisar dois cenários, que são:
❑ CENÁRIO 1: Dólar sobe 10% para R$ 2,20:
Custo Base Inicial: USD 1.000.000 x R$ 2,10 = R$ 2.100.000,00
Valor Atual da Posição: USD 1MM x R$ 2,20 = R$ 2.200.000,00
Resultado = R$ 2,2MM – R$ 2,1MM = R$ 100.000,00 (Lucro)
❑ CENÁRIO 2: Dólar cai 10% para R$ 1,80:
Custo Base Inicial: USD 1.000.000 x R$ 2,10 = R$ 2.100.000,00
Valor Atual da Posição: USD 1MM x R$ 1,80 = R$ 1.800.000,00
Resultado = R$ 1,8MM – R$ 2,1MM = - R$ 300.00,00 (Prejuízo)
Mercado a Termo
Termo de Ações: Estratégias
As principais estratégias utilizadas no termo de ações são:
ALAVANCAGEM: o investidor compra mais ações que o seu capital permite,
acreditando na alta das ações por um certo período.
VENDA A TERMO: utilizada para ter a remuneração da taxa de juros do período, o
investidor compra as ações no mercado a vista e já as vende por um contrato a
termo, recebendo a taxa de juros acordada (tributação de renda fixa).
OPERAÇÃO CAIXA (Obter Recursos): o investidor que necessita de recursos, pode
vender suas as ações e comprar a termo automaticamente. Com isso, ele não precisa
tomar um empréstimo no banco e paga somente os juros da operação.
PROTEÇÃO DE PREÇOS: utilizada pelo investidor que não possui recursos no
momento, mas que deseja garantir o preço de hoje. Utiliza por quem irá receber
recursos no futuro (herança, PLR, bônus, venda de outra ação, ...).
Contrato Futuro
Formação de Preço
O Preço Futuro (F) de qualquer ativo é o seu preço à vista (S – spot) acrescido a uma certa
taxa de juros. Assumindo que a taxa utilizada (i) é constante e igual para todos os
vencimentos (t), temos:
!
!=#× &+(
Um conceito importante é o de BASE, que é a diferença entre o preço futuro de uma
mercadoria para um vencimento qualquer e o seu preço a vista.
Preços
Preço Futuro
Base
Preço à vista
(t)
Data de vencimento
do contrato futuro
Contrato Futuro
Exemplo: Compra de Contrato Futuro
Rafael COMPROU 10 contratos futuros de Ibovespa a 60.000. Se o índice subir 2.000
pontos, ele estará ganhando 2.000 pontos (que equivalem R$ 2 mil) por contrato. Assim,
ele lucrará R$ 20 mil reais ao total. Já caso o índice cair e vier para 58.000 pontos, ele
perderá R$ 20 mil reais, conforme demonstração na tabela.
RESULTADO DA VENDA
DO CONTRATO FUTURO
Resultado
Lucros e
Total (10
Resultado PV Custo Perdas por
contrato (R$)
contratos)
Financeiro
58.000 60.000 +2.000 +20.000
60.000 60.000 0 0
Prejuízo
60.000 60.500 60.000 -500 -5.000
Contrato Futuro
DI Futuro
O DI FUTURO é a principal referência para o mercado financeiro em relação as
expectativas sobre os comportamentos dos juros para períodos futuros do Brasil,
auxiliando na determinação da inclinação da curva de juros. Isso porque neste contrato é
negociado a Taxa Média de Depósitos Interfinanceiros de Um Dia negociado na B3,
funcionando da seguinte forma: ele é um contrato com diversos vencimentos, mas com
valor final sempre de R$ 100.000,00. Com isso, o valor atual do contrato futuro DI
demonstra qual o valor que o mercado financeiro está querendo receber de retorno da
renda fixa, para aquele período.
Quando o investidor está acreditando que a TAXA DE JUROS IRÁ CAIR, ele irá COMPRAR o
contrato de DI FUTURO (dizemos que ele está comprando PU e vendendo taxa). Isso
ocorre, pois quanto menor for a taxa de juros, mais alto fica o valor presente de um título,
fazendo com que ele se valorize!
Já quando o investidor está acreditando que a TAXA DE JUROS IRÁ SUBIR, ele irá VENDER
o contrato de DI FUTURO (dizemos que ele está vendendo PU e comprando taxa). Isso
ocorre, pois quanto maior for a taxa de juros, menor será o valor presente de um título!
Contrato Futuro
Dólar Futuro
O mercado financeiro entende o CONTRATO FUTURO DE DÓLAR, não como uma moeda
física (utilizada para fazer compras), mas como ferramenta de proteção ou de
alavancagem em relação ao preço do dólar em uma data futura. Desta forma, as
negociações ocorridas nesse dólar, levam em consideração a data de hoje do dólar spot
(dólar a vista) mais um prêmio para a data futura.
❑ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Protege o investidor contra oscilações indesejadas de preço (hedge);
Possibilita alavancagem de posição;
Transparência de preço nas negociações em plataforma eletrônica;
Objeto de negociação: Taxa de Câmbio de Reais (BRL) por Dólar Americano (USD);
Contrato: Cada contrato representa um acordo de compra e venda no valor de
USD 50.000,00 (cinquenta mil Dólares). Já no minicontrato (mini dólar), o acordo de
compra e venda é de tem valor de USD 10.000,00.
❑ TÓPICO DE PROVA: para se proteger o EXPORTADOR VENDE dólar futuro (fica passivo
em dólar) e o IMPORTADOR COMPRA dólar futuro (fica ativo em dólar).
Contrato Futuro
Cupom Cambial: Fórmula 1
Para chegarmos no valor do cupom cambial, conforme fórmula abaixo, basta dividir a taxa
de juros Brasil do período pela variação do preço do dólar futuro em relação ao dólar a
vista. Mas para deixar mais fácil a compreensão do cálculo, iremos trazer um passo a
passo para o devido cálculo, conforme a seguir:
(1) A TLR Brasil (taxa livre de risco: Selic ou DI) deverá ser convertida para o prazo
do período, utilizando a conversão por juros compostos e dias úteis (lembrando que
um ano possui 252 dias úteis).
(2) Encontrar a variação do dólar, dividindo o dólar futuro pelo dólar spot.
(3) Fazer a divisão da TLR Brasil do respectivo período, pela variação do dólar.
(4) Converter a taxa encontrada para ano, devendo ser utilizada a conversão por
juros simples e através de dias corridos (um ano possui 360 dias corridos).
❑ FÓRMULA:
(1) TAXA BRASIL 63DU: (2) DÓLAR FUTURO POR (3) FÓRMULA
o 12 [i] DÓLAR A VISTA Com os valores de (1) e (2)
o 252 [n] o 2,10 [ENTER] calculados, iremos enxergar
o 63 o 2,07 [÷] aonde estes números são
o [R/S] R: 1,014493 aplicados na fórmula. Verás
R: 2,8737% = 1,028737 agora. que basta dividir e
converter para ano.
Contrato Futuro
Cupom Cambial: Cálculo Fórmula 1
❑ EXEMPLO 1: O contrato futuro de dólar, com vencimento em 90 dias corridos (63 dias
úteis), está sendo negociado a R$ 2,10. Qual o valor do Cupom Cambial, se o dólar spot
está sendo negociado a R$ 2,07 e a taxa livre de risco Brasil está em 12,00% a.a?
❑ FÓRMULA:
Contrato Futuro
Cupom Cambial: Cálculo Fórmula 2
❑ EXEMPLO 2: O contrato futuro de dólar, com vencimento em 90 dias corridos (63 dias
úteis), está sendo negociado a R$ 2,10. Qual o valor do Cupom Cambial, se o dólar spot
está sendo negociado a R$ 2,07 e a taxa livre de risco Brasil está em 12,00% a.a?
1 6
2 7
3 8
4 9
5 10
1 5
2 6
3 7
Contrato Futuro
Alavancagem: Exemplo
Preço à vista da do ETF BOVA11 (cesta de ações da Bovespa) é de R$ 100,00 e seu
contrato futuro de R$ 105,00. Para comprar um contrato futuro, é necessário depositar
como garantia R$ 10,00. Após alguns dias, o preço a vista subiu para R$ 120,00 e o
contrato futuro, para R$ 125,0. Qual o retorno em cada mercado?
Swap
Conceito
Segundo a B3, os CONTRATOS DE SWAP são negociados em ambiente de balcão
organizado. Estas operações realizam a troca de fluxo de caixa, tendo como base a
comparação da rentabilidade entre dois indexadores. Dessa forma, o investidor assume
as duas posições (de um lado comprado em um indexador e do vendido em outro). O
retorno do agente ocorre quando o indexador em que assumiu a posição comprada
(vendida) for superior ao retorno da posição vendida (comprada).
As operações podem ter o seu valor inicial corrigido por diversos indexadores, entre eles:
Índices de inflação (IPCA e IGP-M);
Índices de ações (Ibovespa e IBrX);
Taxas de juro (CDI, pré-fixada, Selic e TJLP); ou
Taxa de câmbio (dólar, euro e iene).
Swap
Gráfico
O Swap Pode ocorrer trocas de dois fluxos de caixa com taxa pós (exemplo: CDI x IPCA) ou
pré com pós (exemplo: LTN x CDI) em várias datas futuras. Abaixo um exemplo de swap de
Dólar por CDI.
Swap
Exemplo
Continuando o nosso exemplo, a RToro Education S/A assina um SWAP com as seguintes
condições com o banco:
Taxa prefixada: 10% ao ano.
Taxa pós-fixada: 100% do CDI.
Desta forma, a RToro Education S/A ficará no swap ATIVA em pós-fixada e PASSIVA em
prefixada, já o banco estará ao contrário: ATIVO em prefixada e PASSIVO em pós-fixada.
Agora que temos o contrato firmado, vamos simular exatamente alguns cenários e saber o
que irá ocorrer no contrato de swap!
Opções
Conceito
É um contrato em que o comprador (titular) tem o direito de negociar uma determinada
quantidade de um ativo-objeto por um preço estabelecido (preço de exercício ou strike)
até (ou numa) data-futura. Por este motivo que este derivativo se chama Opção, pois o
titular não tem a obrigação de comprar ou vender o ativo, mas sim, a OPÇÃO de querer ou
não querer exercer o contrato. Um caso claro seria o seguro do carro. Nele, o segurado
paga um prêmio ao emissor e assim, passa a ter o direito de exercer seu seguro quando
lhe convir. Importante ressaltar que o segurado nunca é obrigado a exercer sua apólice,
mas quando o fizer, o emissor será obrigado a honrar as devidas cláusulas.
❑ TERMINOLOGIAS:
Comprador (Titular): O titular da opção paga um valor, chamado de prêmio, ao
vendedor (lançador) e assim, possui direito de exercer o seu contrato (opção).
Vendedor (Lançador ou Emissor): O emissor recebe o prêmio e tem a obrigação de
honrar os termos pré-estabelecidos, caso lhe seja solicitado.
Strike (Preço de exercício): É o preço que o titular paga (ou recebe) pelo bem em
caso de exercício da opção, vide por exemplo, a tabela FIPE no seguro do carro.
Prêmio: É o valor pago pelo titular (e recebido pelo lançador) para adquirir o
direito de comprar ou vender o ativo pelo preço de exercício em data futura.
Opções
Classificação das Opções
As opções podem ser classificados de três formas:
Opções in-the-money (ITM): Quando o titular QUER exercer a opção.
o Opção de compra: quando o preço de exercício é MENOR que o preço à vista.
o Opção de venda: quando o preço de exercício é MAIOR que o preço à vista.
o Opção tem valor intrínseco (gera fluxo de caixa positivo se imediatamente
exercida).
Opções out-the-money (OTM): Quando o titular NÃO QUER exercer a opção.
o Opção de compra: quando o preço de exercício é MAIOR que o preço à vista.
o Opção de venda: quando o preço de exercício é MENOR que o preço à vista.
o Opção não tem valor intrínseco.
Opções at-the-money (ATM): Quando o exercício é INDIFERENTE para o titular.
o Preço de exercício = preço à vista do ativo-objeto
P R$ 80 R$ 100 R$ 120
U
T Não quer exercer Tanto Faz Quer Exercer
(OTM) (ATM) (ITM)
Operações Básicas
Long Call - Exemplo
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que COMPRA uma OPÇÃO DE
COMPRA (CALL) pagando um prêmio de R$ 10,00 e com preço de exercício a R$ 120,00.
Resultado do Exercício
Payoff
Opção de Compra (Call) para o titular da Call
Lucro Strike R$ 120,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Prêmio R$ 10,00 Perdas
80 120 -10 -10
Lucro/Perda 90 120 -10 -10
100 120 -10 -10
Resultado do Exercício
Opção de Compra (Call) para o lançador da Call
Lucro Strike R$ 120,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Prêmio R$ 10,00 Preço de Equilíbrio: Perdas
strike + Prêmio = 80 120 +10 +10
120 + 10 = 130
90 120 +10 +10
100 120 +10 +10
110 120 +10 +10
10 Ativo no vencimento 120 120 +10 +10
0 (PV)
70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 125 120 +10 +5
130 120 +10 0
140 120 +10 -10
Lucro/Perda 150 120 +10 -20
160 120 +10 -30
Out of the Money In the Money
(OTM) (ITM)
Operações Básicas
Long PUT - Exemplo
Este é o gráfico do resultado financeiro de um investidor que COMPRA uma OPÇÃO DE
VENDA (PUT) pagando um prêmio de R$ 10,00 e com preço de exercício a R$ 120,00.
Resultado do Exercício
Opção de Venda (PUT) para o titular da PUT
Strike R$ 120,00
Lucro Prêmio R$ 10,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Preço de Equilíbrio: Perdas
strike + Prêmio = 80 120 -10 +30
Payoff 120 - 10 = 110
90 120 -10 +20
100 120 -10 +10
Lucro/ 110 120 -10 0
Perda 115 120 -10 -5
Ativo no vencimento
0 (PV) 120 120 -10 -10
70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
-10 130 120 -10 -10
140 120 -10 -10
150 120 -10 -10
In the Money Out of the Money
(ITM) (OTM)
Resultado do Exercício
para o lançador da PUT
Preço de Equilíbrio: Opção de Venda (PUT)
Lucro strike + Prêmio = Strike R$ 120,00 PV Strike Prêmio
Lucros e
Perdas
120 - 10 = 110 Prêmio R$ 10,00
80 120 +10 -30
90 120 +10 -20
100 120 +10 -10
110 120 +10 0
10
115 120 +10 +5
0 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160
(PV)
Ativo no 120 120 +10 +10
vencimento 130 120 +10 +10
Lucro/
140 120 +10 +10
Perda
150 120 +10 +10
In the Money Out of the Money
(ITM) (OTM)
Compra de CALL
Lucro
x Preço do
ativo-objeto
Prêmio
Prejuízo
Venda de CALL
Prejuízo ilimitado!
Venda de PUT
x Preço do ativo-objeto
Operações Estruturadas
Financiamento (Lançamento Coberto)
A operação FINANCIAMENTO, também conhecida como Lançamento Coberto ou Compra
Coberta, é uma das operações mais comuns no mercado financeiro. Está operação
consiste em ficar comprar uma ação e vender uma opção de compra (vender uma Call) ao
mesmo tempo.
Esta Operação tem como objetivo aumentar a rentabilidade caso o ativo comprado não
suba muita, recebendo o prêmio da opção vendida, além de proteger uma leve queda. Em
contrapartida, o lucro do investidor fica limitado ao teto do strike CALL vendido.
O termo “coberto” significa que a ação cobre o prejuízo ilimitado que uma venda de uma
CALL possa ter, já que o investidor possui a ação para entregar.
Put Spread
Definição
A Put Spread, muito conhecida por Trava de Baixa, é uma operação recomendada para
investidores com expectativa de baixa dos ativos no mercado, proporcionando um
resultado positivo se o ativo de fato não subir. Geralmente é usado quando há pouca
expectativa de valorização do ativo-objeto, ou quando o investidor gostaria de se
proteger contra a desvalorização em uma posição comprada no ativo, sem pagar por isso.
Assim como na trava de alta, novamente o investidor tem ganhos e perdas limitadas.
Para montar essa estrutura, é necessário:
VENDER OPÇÃO DE COMPRA (CALL) de strike menor;
COMPRAR OPÇÃO DE COMPRA (CALL) de strike maior.
-4
Prejuízo
Operações Estruturadas
Box de 4 Pontas
A operação Box de 4 pontas tem como objetivo ganhar uma taxa de juros previamente
estabelecida. Desta forma, ela É CONSIDERADA UMA OPERAÇÃO DE RENDA FIXA
prefixada, ou seja, possui tributação da tabela regressiva da Renda Fixa.
A realização da operação ocorre da seguinte forma:
Compra Call de exercício menor (X1) e vende Call de exercício maior (X2), ambas de
mesmo vencimento.
Compra Put de exercício maior (X2) e vende Put de exercício menor (X1).
❑ Resultado: O investidor exerce ou será exercido de modo que comprará ativo a X1 e
exerce ou será exercido de modo que venderá ativo a X2.. O seu resultado financeira será a
diferença dos strikes, descontado do valor investido.
Modelo Binomial
Conceito
O modelo binomial de precificação de opções foi desenvolvido por Cox, Ross e Rubinstein
em 1979. O modelo envolve a construção de uma árvore binomial, que é um diagrama
que representa diferentes caminhos de preços que pode ser seguido pelo ativo-objeto
durante a vida da opção, procurando identificar as possíveis trajetórias do preço do ativo.
A fórmula que eles criaram, levam em consideração algumas premissas, que são:
As visões dos diversos investidores quanto às probabilidades que acreditam com
relação ao movimento da ação não influenciarão o valor da opção;
O valor da opção não depende das atitudes dos investidores em relação ao risco;
A única variável aleatória da qual o preço da opção de compra depende é o preço
da própria ação (ou do ativo subjacente à opção), definido pela letra S.
C =Preço da opção;
C(u) = Preço da Opção na alta (up);
Fórmula: C(d) = Preço da Opção na baixa (down);
p = probabilidade;
r = taxa de juros
p uS R$ 60,00
S R$ 50,00
1-p dS R$ 40,00
t t+1 Hoje 1 ano depois
EXEMPLO
Preço: Opção de Compra Preço: Opção de Compra
de R$ 10,00
p Cu = Max [0, uS - X]
babilida
pro
C
1-p Cd = Max [0, dS - X]
? prob
abili
dade R$ 0,00
t t+1 Hoje 1 ano depois
Modelo Black-Scholes
Conceito
O modelo Black & Scholes desenvolvido em 1973 por Fischer Black e Myron Scholes é o
mais utilizado pelo mercado financeiro para precificar do tipo EUROPEIA. Este conceito
utiliza algumas premissas para seus cálculos, tais como:
Não há custos de transação ou impostos;
Não há oportunidade de arbitragem sem risco;
A opção só poderá ser exercida na data do vencimento;
As ações não possuem dividendos durante a vida do derivativo;
Volatilidade (medida pelo desvio padrão) é constante;
A TLR é constantes e idêntica a qualquer prazo;
O preço do ativo-objeto subjacente é um processo estocástico (padrão
indeterminado com origem em eventos aleatórios);
É possível emprestar e tomar emprestado a uma taxa de juros livre de
risco constante e conhecida (no caso do Brasil, a taxa Selic);
O preço segue um movimento Browniano geométrico com tendência (drift) e
volatilidade constantes, além do retorno médio esperado.
EFEITO NA CALL
FATORES DETERMINANTES
RELAÇÃO
Quanto maior,
PV: (preço a vista) DIRETA
MAIOR o prêmio
Quanto maior,
PE: (preço do exercício ) INVERSA
MENOR o prêmio
Quanto maior,
J: (taxa de juros) DIRETA
MAIOR o prêmio
Quanto maior,
T: (tempo até o vencimento) DIRETA
MAIOR o prêmio
Quanto maior,
V: (volatilidade esperada) DIRETA
MAIOR o prêmio
Modelo Black-Scholes
Fatores que determinam o preço: PUT
Fatores que influenciam o prêmio de uma PUT: Preço à vista do ativo-objeto, preço de
exercício, taxa de juros, tempo até o vencimento e volatilidade do ativo-objeto.
EFEITO NA CALL
FATORES DETERMINANTES
RELAÇÃO
Quanto maior,
PV: (preço a vista) INVERSA
MENOR o prêmio
Quanto maior,
PE: (preço do exercício ) DIRETA
MAIOR o prêmio
Quanto maior,
J: (taxa de juros) DIRETA
MAIOR o prêmio
Quanto maior,
T: (tempo até o vencimento) DIRETA
MAIOR o prêmio
Quanto maior,
V: (volatilidade esperada) DIRETA
MAIOR o prêmio
Tributação: Derivativos
Regra
Os derivativos (contratos futuros, termo e opções) possuem como regra básica, ser
tributado como renda variável. A exceção ocorre com o Swap e com opções na operação
de “box de 4 pontas”, que possuem tributação como renda fixa, portanto, sem
possibilidade de compensação de prejuízos.
q RESUMO (salve exceções):
Ø Não day trade: imposto de 15% sobre o ganho;
Ø Day Trades: imposto de 20% sobre o ganho;
Ø Possibilidade de compensação de perdas (exceção no caso do Swap)
Ø Não há isenção como ocorre nas ações em vendas abaixo de R$ 20.000,00.
q INFORMAÇÕES RELEVANTES:
Ø Contrato Futuro de Dólar: Um (1) contrato equivale a 50.000,00 dólares.
Ø Contrato Futuro do Ibovespa: O contrato vale o mesmo número de pontos do
índice, ou seja, cada ponto equivale a R$ 1,00. Por exemplo, se o Ibovespa está
60.000 pontos, um contrato futuro padrão vale R$ 60.000,00.
601
4.1 Aspectos Gerais
Apostila 2023 602
602
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Ø Gestão Especializada;
Ø Diversificação da carteira de investimentos;
Ø Menores Custos;
Ø Melhor retorno;
Ø Alta Liquidez;
Ø Acesso a ativos de maior volume financeiro;
Títulos Públicos
FI “MASTER”
Títulos Privados
Taxa de ADM 0,2%
Ações
Fundos Restritos
Conceito
Os fundos restritos podem ser classificados em quatro formas, que são:
Ø Fundos para Investidores Qualificados (IQ)
Ø Fundos para Investidores Profissionais (IP)
Ø Fundos Incentivados de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra)
Ø Fundos Previdenciários
Veremos a seguir, as características ao fundos destinados exclusivamente a investidores
qualificados e aos fundos destinados exclusivamente a investidores profissionais. No
Capítulo 5.5 Outras Modalidades de Fundos de Investimentos, descreveremos as
características dos FI-Infra.
Como os fundos previdenciários não são o foco do exame, não adentraremos em regras
mais específicas.
Fundos de Investimentos
Tipos
q Abertos: Os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas a qualquer momento. No
entanto, suas cotas não podem ser transferidas (não podem ser vendidas, somente
resgatadas), salvo por decisão judicial, execução de garantia ou sucessão universal. Assim:
Ø Permitem a entrada de novos quotistas a qualquer momento;
Ø Permitem que os quotistas aumentem suas cotas investindo mais;
Ø O cotista pode resgatar suas quotas ou liquidar quando desejar;
Ø Não permite a venda (cessão) de cotas a outro cotista.
q Fechados: São fundos no qual as cotas só podem ser resgatadas no término do prazo
de duração do fundo (se houver), porém suas cotas podem ser transferidas (vendidas),
mediante termo de cessão e transferência, assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou
através de bolsa de valores ou mercado de balcão organizado).
q Carência: Os fundos abertos podem estabelecer um prazo mínimo de permanência
para que o cotista tenha direito a receber os rendimentos. Caso o cotista não queira
respeitar este prazo de carência, ele poderá solicitar o resgate, mas não terá direito a
receber os rendimentos do período.
Vale destacar que este é um cálculo de prova, pois na prática, a taxa de administração é
projetada diariamente sobre o patrimônio líquido do fundo e descontada mensalmente.
Pense que a taxa de administração é o “salário” dos prestadores de serviço do fundo.
Final do semestre
Início 1 2 3 4 5
Valor da Cota 1,0000 1,0300 1,0230 1,0280 1,0290 1,0650
Variação do Benchmark 2,50% 1,10% 0,32% 0,58% 1,20%
Veremos a seguir que será cobrado somente nos semestres 1 e 5. Isso porque, no
semestre 3, mesmo tendo performado melhor que o benchmarck, não poderá ser
cobrado, pois não superou a Linha D’Água.
PASSO A PASSO:
(1) Calcular a rentabilidade do fundo para cada período:
Ø Exemplo: Calculando a rentabilidade do período 1
o 1,000 [ENTER]
o 1,030 [∆%]
o Resposta: 3,00%
(2) Analisar se o Fundo excedeu o benchmark.
(3) Analisar Linha D´Agua: Dos períodos que o Fundo Excedeu o benchmark, analisar se
o valor da cota do período é superior ao valor da cota da última cobrança. Cuidado, não
é o período anterior, mas sim o valor da última cobrança da taxa performance
q Patrimônio Líquido:
PL = Valor de Mercado dos Ativos + Valores a Receber − Valores a Pagar
Cota
Fatores que afetam o valor da cota
Os principais fatores que afetam o valor da cota de um fundo de investimentos são:
Ø Marcação a mercado;
Ø Taxa de Administração;
Ø Custos gerais (custo de auditoria, taxas CVM, registro na SELIC);
Ø Valorização/desvalorização dos ativos que compõe o fundo.
Ø Taxa performance (altera o valor, mas não gera um prejuízo % ao fundo);
Ø Amortização de cotas (altera o valor, mas não gera um prejuízo % ao fundo);
Ø Distribuição de dividendos (altera o valor, mas não gera um prejuízo % ao fundo);
Perceba que todos os fatores citados acima, afetam o valor do patrimônio líquido do
fundo de investimentos e, consequentemente, afeta o valor da cota.
q OBSERVAÇÃO: Taxas de entrada ou de saída NÃO AFETAM O VALOR DA COTA. Estas
são taxas são pagas pelo cotista ao aplicar recursos ou resgatar recursos de um fundo,
conforme previsto no regulamento.
Cota
Tipos
A CVM permite que os fundos de investimentos possam utilizar o valor da contabilização
das cotas através de dois tipo, que são:
Ø COTA DE ABERTURA: Calculada a partir do patrimônio líquido do dia anterior,
atualizado por um dia, ou seja, ela é apurada e conhecida no início do dia. Assim, ao
aplicar/resgatar em um fundo que converte as suas cotas em D+0 com cota de
abertura, a quantidade de cotas adquiridas é conhecida no momento da aplicação. A
utilização da cota de abertura é permitida nos seguintes fundos:
§ Todos da Classe Renda Fixa (exceto Longo Prazo e Dívida Externa);
§ Opcional em Fundos registrados como exclusivos ou previdenciários.
Ø COTA DE FECHAMENTO: O patrimônio líquido do dia é apurado e conhecido após
o encerramento dos mercados em que o fundo atue. Assim, ao aplicar/resgatar em
um fundo que converta suas cotas em D+0 com cota de fechamento, a quantidade
de cotas adquiridas/resgatadas é conhecida apenas no final do dia.
q OBSERVAÇÃO: Quando se tratar de fundo que atue em mercados no exterior, o
encerramento do dia pode ser considerado como o horário de fechamento de um
mercado específico indicado no regulamento.
Cotistas
Direitos dos Cotistas
Os principais DIREITOS DOS COTISTAS são:
Ø As cotas dos fundos de investimentos conferirão iguais direitos aos cotistas,
independente do valor investido. A exceção ocorre com os fundos de investimentos
classificados como Direitos Creditórios (FIDCs), que podem possuir mais de um tipo
de cota (Sênior, Mezanino e Subordinada).
Ø Receber a remuneração proporcionada pelo fundo de investimentos, nos termos
do respectivo Regulamento;
Ø Ter acesso ao aos documentos do fundo, como por exemplo, Regulamento e
Lâmina de Informações Essenciais (se houver).
Ø Ter ciência da política de investimento e dos riscos decorrentes;
Ø Ter acesso a composição, ao valor patrimonial e a rentabilidade do fundo.
Ø Ter acesso, anualmente, a documentos contendo informações sobre os
rendimentos obtidos no ano civil, o número de cotas de sua propriedade e seu
respectivo valor;
Ø Ter acesso ao extrato dos investimentos mensalmente.
Ø Participar e votar na Assembleia Geral de Cotistas.
Prestadores de Serviços
Tipos
Todos os fundos de investimento possuem relação com as 5 figuras:
Ø Administrador de Carteiras: O registro de administrador de carteiras de valores
mobiliários pode ser requerido em ambas ou em uma das seguintes categorias:
§ Administrador Fiduciário (*);
§ Gestor de recursos (*).
Ø Custodiante;
Ø Distribuidor;
Ø Auditor independente;
Ø Consultoria.
Todas as atribuições podem ser feitas por uma mesma instituição (menos a de Auditor
Independente, como o próprio nome já diz), porém é comum serem feitas por entidades
diferentes
q (*) OBS: Utilizaremos o nome de ADMINISTRADOR para quando formos nos referir ao
“Administrador Fiduciário” e de GESTOR para quando formos nos referir a “Gestor de
Recursos”.
Administrador de Carteiras
Obtenção da Autorização
Para fins de obtenção e manutenção da autorização pela CVM, o ADMINISTRADOR DE
CARTEIRAS, PESSOA NATURAL, deve atender alguns requisitos e os principais são:
Ø Ser domiciliado no Brasil;
Ø Ser graduado em curso superior ou equivalente;
Ø Aprovado em exame de certificação aprovado pela CVM (salve exceções);
Ø Ter reputação ilibada;
Ø Não estar inabilitado ou suspenso para o exercício de cargo;
Ø Não estar impedido de administrar seus próprios bens.
Já para as PESSOAS JURÍDICAS, os principais requisitos são:
Ø Ter sede no Brasil;
Ø No objeto social ter exercício de administração de carteiras de valores mobiliários;
Ø Atribuir a responsabilidade pela administração de carteiras de valores mobiliários
a um ou mais diretores estatutários autorizados a exercer a atividade pela CVM;
Ø Atribuir a responsabilidade pelo cumprimento de regras, políticas, procedimentos
e controles internos e desta Instrução a um diretor estatutário;
Ø Caso o registro seja na categoria “gestor de recursos”, atribuir a responsabilidade
pela gestão de risco a um diretor estatutário.
Gestor de Recursos
Definição
O gestor de recursos é o responsável por perseguir a estratégia do fundo, escolhendo e
realizando seus investimentos, de acordo com o permitido pelo regulamento. Nos fundos
abertos, em geral, a estratégia é definida pela própria gestora. Já nos fundos exclusivos
(que possuem um único cotista), a estratégia poderá ser desenhada em conjunto com o
cliente.
q RESUMO:
Ø É o Profissional responsável pelas decisões de investimentos do fundo (compra
ou venda de ativos para a carteira do fundo), sempre de acordo com a política de
investimentos do fundo;
Ø Pessoa natural ou jurídica credenciada como administradora de carteira de valores
mobiliários pela CVM;
Ø Tem poder para:
o Definir os melhores momentos de compra e venda dos ativos financeiros;
o Seleção de papéis e alocação, conforme política de investimento do fundo.
Administrador e Gestor
Vedações
É vedado ao administrador e ao gestor praticar os seguintes atos em nome do fundo:
Ø Receber depósito em conta corrente;
Ø Contrair ou efetuar empréstimos, salvo em modalidade autorizada pela CVM;
Ø Prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se sob qualquer outra forma;
Ø Vender cotas à prestação, sem prejuízo da integralização a prazo de cotas
subscritas;
Ø PROMETER RENDIMENTO PREDETERMINADO AOS COTISTAS;
Ø Realizar operações com ações fora de mercado organizado, ressalvadas hipóteses;
Ø Utilizar recursos do fundo para pagamento de seguro contra perdas financeiras de
cotistas;
Ø Praticar qualquer ato de liberalidade.
q Parágrafo único: Os fundos de investimento podem utilizar seus ativos para prestação
de garantias de operações próprias, bem como emprestar e tomar ativos financeiros em
empréstimo, desde que tais operações de empréstimo sejam cursadas exclusivamente por
meio de serviço autorizado pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM.
Administrador e Gestor
Substituição
Devem ser substituídos nas hipóteses de:
I – Descredenciamento para o exercício da atividade de administração de carteiras
de valores mobiliários, por decisão da CVM;
II – Renúncia; ou
III – Destituição, por deliberação da assembleia geral.
Nas hipóteses de (I) e (II), fica o administrador obrigado a convocar imediatamente
assembleia geral para eleger seu substituto, a se realizar no prazo de até 15 dias, sendo
facultado aos cotistas que detenham ao menos 5% das cotas, em qualquer caso, ou à
CVM, nos casos de descredenciamento, a convocação da AGE.
(I) Descredenciamento: a CVM deve nomear administrador temporário até a eleição
de nova administração.
(II) Renúncia: O administrador deve permanecer no exercício de suas funções até sua
efetiva substituição, que deve ocorrer no prazo máximo de 30 dias, sob pena de
liquidação do fundo pelo administrador.
Distribuidor
Definição
É a entidade responsável pela comercialização das cotas do fundo aos investidores,
podendo ser o próprio administrador ou um terceiro contratado para esse fim. Desta
forma, o Distribuidor tem a responsabilidade de traçar o perfil de risco do cliente através
da realização do API e também de realizar os controles à lavagem de dinheiro (KYC –
Conheça seu Cliente), checando se as informações fornecidas pelos novos clientes são
verídicas.
q RESUMO:
Ø São as instituições financeiras autorizadas pela CVM a VENDER as cotas dos
fundos de investimentos.
Ø Responsáveis pelo API e pelo KYC.
Ø São distribuidores de fundos de investimento:
o Bancos de varejo (são os maiores);
o Corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
o Bancos de atacado;
o Gestores.
Consultoria de Investimentos
Definição
O Administrador Fiduciário pode contratar, em nome do fundo de investimentos,
consultoria especializada, que objetive dar suporte em suas atividades de análise, seleção
e avaliação dos ativos. Quando se tratar de fundos imobiliários, o seu custo será pago pelo
próprio CNPJ do fundo; já quando ele tiver outra classificação, este custo será pago pelo
administrador do fundo (estará incluso na taxa de administração), como por exemplo, em
um fundo de ações (FIA).
A consultoria especializada pode, entre outras funções:
Ø Analisar, selecionar, avaliar e acompanhar, de acordo com a política de
investimento e regulamento do fundo de investimentos;
Ø Participar de negociações e propor negócios ao fundo de investimentos;
Ø Monitorar, acompanhar projetos e comercialização dos respectivos ativos, e
consolidar dados econômicos e financeiros selecionados das companhias investidas
para fins de monitoramento;
Ø Quando se tratar de Fundos Imobiliários, poderá administrar as locações ou
arrendamentos de empreendimentos integrantes do patrimônio do fundo imobiliário
e a exploração do direito de superfície.
Estratégias de Gestão
Gestão Ativa
Nesta estratégia o gestor tem liberdade para fazer a seleção dos ativos que vão compor a
carteira de determinado fundo de investimento. Sua meta é obter rentabilidade superior
ao registrado pelo índice de referência (benchmark). Isso significa que o gestor procura no
mercado as melhores alternativas, buscando sempre tentar atingir esse objetivo. O
gestores nessa estratégia, podem se utilizar de derivativos como forma especulativa, não
somente como proteção.
Como o gestor é ativo nesse tipo de estratégia, além da taxa de administração, é comum
cobrarem taxa performance. Importante salientar que a Gestão Ativa pode ocorrer tanto
em fundos de Renda Fixa, quanto em Renda Variável.
Fundo Cambial
Características
Os fundos classificado como “Cambiais” devem ter como principal fator de risco de
carteira a variação de preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial,
sendo que no mínimo 80% (oitenta por cento) da carteira deve ser composta por ativos
relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome
à classe (normalmente dólar ou euro). Vale ressaltar que a aplicação e o resgate sempre
será em reais e que o fundo poderá ter rentabilidade diferente da variação cambial, pois
além da variação cambial, poderá ter a variação do ativo que o fundo investiu.
q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Mínimo 80% do patrimônio líquido (PL) em ativos atrelados à variação cambial.
Ø Proibida a utilização de cota de abertura (ou seja, sempre cota de fechamento);
Ø Permitida a cobrança de taxa performance;
Ø DERIVATIVOS: Não há restrição.
Ø Principais fatores de risco: variação de preços de moeda estrangeira ou a variação
do cupom cambial.
Fundo de Ações
Características
São fundos de investimento que investem no mínimo 67% do seu patrimônio líquido em
ativos que tenham como principal fator de risco a variação de preços de ações admitidas à
negociação em mercado organizado, como por exemplo: AÇÕES negociadas em bolsa ou
balcão organizado; Bônus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações
admitidas à negociação em bolsa ou balcão organizado; Cotas de fundos de ações e cotas
dos fundos de índice de ações negociação em bolsa ou balcão organizado; ou BDRs
classificados como nível II e III. Desta forma, este é um fundo que no máximo poderá
investir 33% em outras modalidades, como por exemplo, em renda fixa.
q PRINCIPAIS REGRAS:
Ø Composição mínima de 67% do patrimônio líquido em ações.
Ø Os Proibida a utilização de cota de abertura (ou seja, sempre cota de fechamento).
Ø Permitida a cobrança de taxa performance.
Ø DERIVATIVOS: Não há restrição.
Ø Principais fatores de risco: risco de mercado e liquidez.
Fundos de Investimentos
Limite por Emissor
O fundo observará os seguintes limites de CONCENTRAÇÃO POR EMISSOR (pelo motivo
de risco de crédito), sem prejuízo das normas aplicáveis à sua classe:
Ø até 20% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for instituição
financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil ou de emissão do seu
administrador, como por exemplo, os CDBs e CRIs.
Ø até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for companhia aberta,
como por exemplo, debêntures e notas promissórias.
Ø até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for fundo de
investimento.
Ø até 5% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for pessoa física ou
pessoa jurídica de direito privado que não seja companhia aberta ou instituição
financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil, como por exemplo, as
CCB (Cédula de Crédito Bancário).
Ø NÃO HAVERÁ LIMITES quando o emissor for a UNIÃO FEDERAL, ou seja, o fundo
pode investir 100% do seu patrimônio líquido em títulos públicos federais. Também
não há limites em operações compromissadas lastreadas em título público federal.
q OBS: Não confunda limite por emissor com limite por modalidade de ativo.
Fundos de Investimentos
Investimentos no Exterior (Tabela)
FUNDOS PARA FUNDOS PARA FUNDOS PARA
INVESTIDORES INVESTIDORES INVESTIDORES
COMUNS QUALIFICADOS PROFISSIONAIS
Até 100% do PL nos Até 100% do PL, se
fundos de RF-Dívida previsto no
Externa regulamento
o mínimo de 67% no Até 100% do PL desde
Como regra geral, exterior. que seja acrescentado
até 20% do PL nos no fundo o sufixo:
fundos de investimento Até 40% do PL em
todos os fundos se não “Investimento no exterior”
houver previsão de
0% do PL nos Fundos
mínimo no
Renda Fixa Simples
regulamento.
Auditor
Administrador
Agência de
Rating
Direitos
Direitos Creditórios
Creditórios
Cotas
Originadores Investidores
Clientes FIDC
dos Recebíveis (cotistas)
Venda $$$ $$$
a prazo Gestor
Cobrança
Custodiante
Carteira Administrada
Conceito
A Carteira Administrada É UM SERVIÇO DE GESTÃO de investimentos no qual o investidor
contrata um gestor para cuidar especificamente dos seus recursos, desde a estratégia de
alocação até o rebalanceamento (compra e venda de cada ativo que compõe a carteira).
Desta forma, a tributação é a mesma de uma pessoa física sem este serviço, mantendo
todos os benefícios de isenção de IR de produtos de Renda Fixa (LCI, LCA, CRI, CRA...) e do
limite de venda de até R$ 20.000,00 por mês em ações. Além disso, a carteira
administrada é moldada para as necessidades de cada cliente, sem ter que seguir regras
rígidas como as da classificação de fundos.
Portanto, diferentemente de aplicar em fundos de investimentos, na Carteira
Administrada o cliente é proprietário dos ativos diretamente e não das cotas, como
ocorre nos fundos. Outro ponto importante, é que a Carteira Administrada permite tanto
a Gestão Discricionária (gestor toma as decisões sem consultar o cliente), quanto a Não
Discricionária (quando há participação do cliente na tomada de decisão), tendo também
um maior grau de liberdade para trabalhar derivativos.
Clubes de Investimento
Vedações
É VEDADO ao Clube de Investimento:
Ø Realizar operações com valores mobiliários fora de mercados organizados.
Ø Adquirir títulos ou valores mobiliários de emissão do administrador, gestor ou de
empresas a eles ligadas; exceto nos casos em que os títulos e valores mobiliários
façam parte de índice de mercado ao qual esteja atrelada a política de investimento
do Clube, podendo ser adquiridos na mesma proporção de sua participação no
respectivo índice; e os casos de aquisição de ações de emissão de companhia por
Clubes formados por seus empregados.
Ø Adquirir cotas de fundos de investimento administrados ou geridos pelo
administrador, pelo gestor ou por empresas a eles ligadas.
Ø Fazer lançamento de opções a descoberto (por exemplo, vender opções de
compra sem ter o ativo-objeto).
Fundos de Investimentos
Classificação
Para fins de tributação, a Receita Federal tem a sua própria classificação para os fundos de
investimento. Esta modalidades são:
Ø Fundos de Renda Fixa Curto Prazo: fundos de investimentos que tenham a
composição da sua carteira com prazo médio MENOR que 365 dias CORRIDOS.
Ø Fundos de Renda Fixa Longo Prazo: fundos de investimentos que tenham a
composição da sua carteira com prazo médio MAIOR que 365 dias CORRIDOS.
Ø Fundos de Ações e Clubes de Investimentos: fundos de investimentos que a
carteira seja composta por no mínimo 67% de ações.
Ø Fundos Imobiliários: neste caso, possuem as mesmas regras da CVM, ou seja,
devem investir em ativos atrelados a imóveis ou dívidas imobiliárias (LCI, CRI, CCI, ...).
A tributação ocorrerá na “transformação” das cotas em dinheiro, sendo:
Ø Fundos abertos: através do resgate (nos fundos de renda fixa, poderá ocorrer a
antecipação do imposto através do come-cotas);
Ø Fundos Fechados: através da (I) alienação (venda) das cotas; (II) amortização de
cotas; (III) dividendos; ou no (IV) resgate (encerramento do fundo).
Fundos Abertos
Come-Cotas
O “Come-cotas” é a ANTECIPAÇÃO do Imposto de Renda devido nos FUNDOS DE RENDA
FIXA ABERTOS, sendo a sua alíquota sempre a menor da sua modalidade, ou seja:
Ø Fundos de Renda Fixa Curto Prazo: Alíquota de 20%.
Ø Fundos de Renda Fixa Longo Prazo: Alíquota de 15%.
Chama-se “come-cotas”, pois a cobrança é através de cotas (diminui-se da quantidade
total do cotista), sendo que o responsável por seu recolhimento é o administrador, tendo
que recolher até o 3º dia útil subsequente ao decêndio do fato gerador. Vale ressaltar que
tanto os fundos de ações, quanto os fundos fechados não possuem come-cotas, como por
exemplo, nos fundos imobiliários.
Nos fundos sem carência (ou com carência superior a 90 dias), ele ocorre no último dia
útil dos meses de maio e novembro. Já nos fundos com carência menor que 90 dias, o
“come-cotas” ocorrerá na data em que completar cada período de carência. Para efeito de
apuração do imposto, a instituição administradora do fundo de investimento poderá
adotar o critério do custo médio ou do custo específico de cada certificado ou cota. A
opção por um dos critérios será exercida em relação a todos os cotistas do fundo e
somente poderá ser alterada no 1º (primeiro) dia útil de janeiro de cada ano-calendário.
Fundos Abertos
Compensação de Perdas
As perdas em fundos abertos só podem ser compensadas com ganhos entre os fundos
com o mesmo regime tributário:
Ø Fundos de Curto Prazo com Fundos de Curto Prazo;
Ø Fundos de Longo Prazo com Fundos de Longo Prazo;
Ø Fundos de Ações com Fundos de Ações.
A compensação deverá respeitar um dos dois casos:
Ø Fundos que tenham o mesmo administrador; ou
Ø As perdas apuradas no resgate de aplicações por conta e ordem de um
distribuidor, poderão ser compensadas com lucros auferidos em resgates futuros,
podendo a compensação ser entre fundos de diferentes administradores, desde que
seja nesta mesma instituição que atuou por conta e ordem.
Em relação ao prazo para se fazer a compensação, a instituição deve manter em seus
sistemas o controle e registro dos prejuízos dos seus clientes, NO MÍNIMO, até o fim do
ano-calendário seguinte ao resgate total das cotas, ou seja, o administrador poderá
compensar a perda por um prazo indeterminado.
Fundos Fechados
Alíquotas
Como vimos anteriormente, o cotista de um fundo fechado será tributado quando ocorrer
resgate, amortização, distribuição de dividendos ou a alienação da cota. A alíquota seguirá
a mesma lógica dos fundos abertos, dependendo exclusivamente de sua composição:
Ø Renda Fixa Curto Prazo: 20% a 22,5%
Ø Renda Fixa Longo Prazo: 15% a 22,5%
Ø Ações: 15%
Ø Fundos Imobiliários: 20% (a exceção ocorre apenas na distribuição de dividendos
para as pessoas físicas, onde o cotista poderá ser isento, desde que seja respeita
todas as regras de isenção, que veremos a seguir).
No entanto, quando ocorrer alienação, deve-se analisar se a Alienação da cota foi na
bolsa de valores (ou em mercado de balcão organizado) ou se a Alienação da cota foi
fora da bolsa. Se a Alienação da cota ocorrer fora da bolsa, o ganho de capital será
tributado por de faixas, através das seguintes alíquotas:
Ø 15% sobre os ganhos de até R$ 5 milhões;
Ø 17,5% sobre os ganhos que excederem R$ 5 milhões até R$ 10 milhões;
Ø 20% sobre os ganhos que excederem R$ 10 milhões até R$ 30 milhões;
Ø 22,5% sobre os ganhos que excederem R$ 30 milhões.
Fundos de Investimentos
Desenquadramento Tributário
Os fundos de investimentos poderão mudar de classificação tributária (alíquota), da
mesma forma que poderiam ter mudanças na sua nomenclatura perante a CVM. Essas
mudanças ocorrem por desenquadramento das devidas regras por um certo período.
Importante compreendermos que para a CVM, para os fundos classificados como Renda
Fixa, Ações, Multimercado ou Cambial, o desenquadramento não poderá ultrapassar o
prazo máximo de 15 (quinze) dias consecutivos e também que não implique alteração do
tratamento tributário conferido ao fundo ou aos cotistas do fundo.
A Receita Federal (RFB), através da instrução normativa RFB nº 1585 (e suas alterações),
definiu regras diferentes das definidas pela CVM. Veremos a seguir, as principais regras de
desenquadramento para os fundos de investimentos que serão de:
Ø Renda Fixa Longo Prazo para Curto Prazo;
Ø Fundos de Ações para Renda Fixa Longo Prazo ou Curto Prazo;
Ø Fundos de Índice de Renda Fixa.
Fundos de Investimentos
Desenquadramento: Ações
Os fundos de investimento em ações são aqueles cujo patrimônio líquido seja composto
por, no mínimo, 67% de ações negociadas no mercado à vista de bolsa de valores ou
entidade assemelhada, no País ou no exterior, na forma regulamentada pela CVM. Essa
composição deverá corresponder à média móvel dos percentuais diários, apurados para
40 dias úteis, com defasagem de 5 dias úteis, do valor das ações em relação ao patrimônio
líquido do fundo de investimento. Caso o fundo de ações (ou clube de investimento)
deixar de cumprir essas regras, ele será tributado, a partir desse momento, como renda
fixa longo prazo ou curto prazo, salvo no caso de, cumulativamente:
Ø A referida proporção não ultrapassar o limite de 50% (cinquenta por cento) do
total do patrimônio líquido
Ø A situação for regularizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias; e
Ø O fundo ou clube não incorrer em nova hipótese de desenquadramento no
período de 12 (doze) meses subsequentes.
Caso de fato ocorre o desenquadramento e a mudança de tributação, esses fundos não
poderão ocorrer em nova alteração no período de doze meses subsequentes. Além disso,
esse desenquadramento não implica em interrupção da contagem do prazo original da
aplicação.
Fundos de Investimentos
Informações Relevantes
Como a classificação para a receita federal é diferente da classificação da CVM para
fundos de investimentos, é importante salientar alguns pontos relevantes:
Ø Fundo Cambial: tributado como renda fixa.
Ø Fundo Multimercado: depende da constituição da carteira, mas em geral é aberto
e tributado como renda fixa de longo prazo.
Ø FIP (Fundo de Investimentos em Participações): Tributado como fundo de ações,
exceto os FIPs que possuem isenção para pessoa física (FIP-IE e FIP-PD&I).
Ø Fundos de Investimentos em Debêntures Incentivas: os cotistas pessoas físicas de
fundos de renda fixa que investirem um percentual mínimo de 85% (oitenta e cinco
por cento) de patrimônio líquido representado por direitos creditórios, e a parcela
restante por títulos públicos federais, operações compromissadas lastreadas em
títulos públicos federais ou cotas de fundos de investimento que invistam em títulos
públicos federais, serão ISENTOS DE IMPOSTO DE RENDA.
Ø Come cotas: fundos de ações e fundos fechados não tem come-cotas.
Ø IOF: Sua cobrança funciona exatamente igual aos ativos de renda fixa: tabela
regressiva, zerando no 30º dia. Importante salientar que os fundos de ações NÃO
possuem IOF.