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Pr ogr

Progr ama de Formação da CNTE


ograma

Um novo conceito de atuação sindical

ENCARTE

Proposta de Exercícios
para o Desenvolvimento do Tema do Fascículo 5
Negociação Coletiva e Orçamento na Área de Educação

Elaboração do Texto: Dieese


Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
Gestão 2008 a 2011 – Diretoria Executiva
Roberto Franklin de Leão (SP)
Presidente
Milton Canuto de Almeida (AL) Rejane Silva de Oliveira (RS)
Vice-presidente Secretária de Assuntos Jurídicos e Legislativos
Juçara Maria Dutra Vieira (RS) Raquel Felau Guisoni (SP)
Secretária de Finanças Secretária de Relações de Gênero
Denílson Bento da Costa (DF) Rui Oliveira (BA)
Secretário Geral Secretário de Política Sindical
Fátima Aparecida da Silva (MS) Alex Santos Saratt (RS)
Secretária de Relações Internacionais Secretário de Saúde
Heleno Araújo Filho (PE) Marco Antonio Soares (SP)
Secretário de Assuntos Educacionais Secretário de Direitos Humanos
Gilmar Soares Ferreira (MT) Maria Madalena A. Alcântara (ES)
Secretário de Formação Secretária de Aposentados e Assuntos Previdenciários
Marta Vanelli (SC) Joel de Almeida Santos (SE)
Secretária de Assuntos Municipais Secretário Adjunto de Assuntos Educacionais
Maria Inez Camargos (MG) Maria Antonieta da Trindade (PE)
Secretária de Organização Secretária Adjunta de Assuntos Educacionais
Rosana Sousa do Nascimento (AC) José Carlos Bueno do Prado - Zezinho (SP)
Secretária de Políticas Sociais Secretário Adjunto de Política Sindical
Antonia Joana da Silva (MS) José Valdivino de Moraes (PR)
Secretária de Imprensa e Divulgação Secretário Adjunto de Política Sindical

CNTE
SDS, Edifício Venâncio III, Salas 101/106
CEP 70393-902 - Brasília-DF - Brasil
Telefones: (61) 3225-1003 - Fax: (61) 3225-2685
E-mail: cnte@cnte.org.br
www.cnte.org.br
Mensagem da CNTE

A CNTE tem se preocupado com o tema


da Negociação Coletiva no Setor Público,
principalmente relacionado com as Redes Municipais.

As dificuldades apresentadas pelos dirigentes da Confederação


e também pelas direções das entidades filiadas,
podem ser refletidas a partir deste exercício prático
de uma simulação de uma Rodada de Negociação.

Ao ser entregue à parte, este material permitirá,


no âmbito dos encontros realizados,
que entre nós possamos visualizar, em exercícios práticos,
os diferentes sujeitos do processo de negociação.

O resultado será de grande valia e deve nos preparar


para intervenções mais qualificadas
de forma a garantir nossas reivindicações.

Bom trabalho a todos e todas.

A Direção da CNTE – maio 2008


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Progr ama de Formação da CNTE
ograma
Um novo conceito de atuação sindical

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Editorial
Núcleo Piratininga de Comunicação - NPC

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Diagramação/Pr odução Gráfica
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Coordenação Edit
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Editorial
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Núcleo atinin
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20031-130 – Centro – Rio de Janeiro / RJ
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Sumário

Pág.
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Proposta de Exercícios para o Desenvolvimento do Tema do Fascículo 5 – Negociação Coletiva e Orçamento na Área de Educação • 9

Apresen
Apresen tação
esentação

Proposta de exercícios para desenvolvimento do tema


Negociação Coletiva e Orçamento na Área de Educação

Este encarte é parte do fascículo número 5 "Nego- Neste encarte são apresentados dois exercícios:
ciação Coletiva e Orçamento na Área de Educação" e contém
sugestões de exercícios que podem ser realizados na discussão O primeiro é uma proposta de simulação de mesa
e aprofundamento dos temas da negociação e do orçamento em um processo de negociação coletiva, fazendo parte
público. Optou-se por sua elaboração por ser necessário que do Tema I "O processo de negociação coletiva no
os participantes tenham acesso a este material apenas no setor público".
momento da atividade formativa. Como, na maior parte dos
O ideal seria a realização deste exercício ao final
casos, os participantes recebem os fascículos antes de as
atividades acontecerem, a melhor alternativa foi elaborá-lo das conversas referentes a este Tema I, pois torna possível
separadamente. a vivência do conjunto das discussões já realizadas.

Este procedimento justifica-se, pois os participantes O segundo é a simulação de uma sessão numa
só devem tomar conhecimento das simulações propostas Câmara Municipal para tratar da questão do orçamento,
apenas no momento da realização do curso, ou melhor, no e compõe a discussão do sub-tema "Orçamento",
próprio momento dos exercícios, como será observado com dentro do Tema II "A negociação é o Orçamento na
mais detalhes adiante. Educação".

Estes eexxer cícios visam criar su


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TEMA 1

O processo
de negociação coletiva
no Setor Público
12 • Proposta de Exercícios para o Desenvolvimento do Tema do Fascículo 5 – Negociação Coletiva e Orçamento na Área de Educação

Simulação da negociação
OBJETIVO:
OBJETIVO:

; Criar condições par


condições paraa que os participantes apr
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estratégia dee con dução da campanha.
condução

P roposta ddee Desenvolvim


Desenvolvimen
entto
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Sugere-se que a simulação de mesa aconteça ao público para todos os participantes; e daquelas de
final da discussão de todos os sub-temas previstos no conhecimento privado para os membros de cada grupo
Tema I “O processo de negociação coletiva no setor e também da sugestão de roteiro para os observadores.
público”, e antes de ser iniciado o Tema II “A negociação Ao final da atividade, todo este conjunto de informações
e o orçamento na educação”. Isso porque, neste pode ser distribuído para todos os participantes.
momento, os participantes já terão realizado as conversas A coordenação iniciará a atividade com a distri-
necessárias para a simulação, como a negociação coletiva, buição para todos os participantes das informações de
seu processo, a argumentação, entre outras.
conhecimento público que irão delimitar o cenário da
Para realizar a simulação de mesa de negociação simulação e informar a pauta a ser negociada. Recomenda-
são necessárias algumas informações de conhecimento se a leitura das informações públicas em voz alta, no
público, que todos os participantes terão acesso na plenário, acrescentando eventuais esclarecimentos. As
atividade ao mesmo tempo, e outras de conhecimento informações privativas do sindicato, do governo e as
privado, que cada grupo de trabalho não poderá mostrar sugestões para os observadores somente serão dis-
ao outro. tribuí-das para cada grupo.
Algumas sugestões de informações de caráter Em seguida, os participantes são divididos em
público e privado, bem como um roteiro para observação três grupos de tamanhos diferentes, que representarão os
da simulação serão apresentadas na seqüência. Vale servidores, os representantes do Poder Executivo e os
ressaltar que tais informações podem ser alteradas e/ou observadores (grupo menor). Nessa divisão, deve-se tomar
modificadas pela coordenação da atividade a depender o cuidado para não compor grupos muito desiguais em
de diversos fatores. Por exemplo, se o tempo disponível experiência, mas se deve garantir, no grupo dos
para o desenvolvimento da simulação for pouco, o total representantes do Poder Executivo, pelo menos uma pessoa
de informações a ser trabalhado pode ser menor. Também bastante experiente, que possa “puxar” a simulação e
pode se optar por informações mais regionalizadas, de assegurar uma discussão enriquecedora. Também no grupo
acordo com a região onde a atividade se desenvolve. Ou dos servidores, deve-se incluir pelo menos um participante
ainda, é possível usar dados mais recentes, caso estejam com mais experiência para que a simulação não resulte
disponíveis. Enfim, há uma ampla gama de possibili- em um “massacre” desestimulante aos seus integrantes.
dades, e este encarte apresenta apenas algumas delas. Os grupos devem ser colocados em salas diferentes
Antes de iniciar a atividade, a coordenação e deve-se solicitar àquele que representa os servidores que
precisa tirar cópias das informações de conhecimento releia as informações de conhecimento público, que leia as
Proposta de Exercícios para o Desenvolvimento do Tema do Fascículo 5 – Negociação Coletiva e Orçamento na Área de Educação • 13

informações privativas, discuta a pauta, componha a é claro, que tais informações não podem ser repassadas
argumentação das reivindicações e se prepare para a mesa. para os participantes dos outros grupos. A entrega dessas
Ao grupo dos representantes do governo deve- informações ajudará aos observadores a avaliar a atuação
se solicitar que faça o mesmo: releia as informações de dos grupos na simulação de mesa de negociação.
conhecimento público, leia as informações privativas A preparação para a simulação pode durar uma
do seu grupo, prepare um discurso mais genérico hora e, depois de uma primeira rodada da simulação,
(questões macroeconômicas, Lei de Responsabilidade serem dados mais 30 minutos para que os grupos possam
Fiscal, entre outras), e tente explorar as debilidades de repensar a ação. Ou pode durar 1 hora e 30 minutos sem
coordenação e de comportamento da bancada sindical intervalo. Tudo irá depender do desenvolvimento das
(por exemplo, falta de liderança, descontrole emocional, discussões do grupo, bem como da experiência ou não
conversas paralelas, entre outras). Além disso, e este é dos participantes em negociações coletivas.
um dos pontos principais, o grupo do governo deverá
Concluída a preparação, iniciar a simulação.
testar a argumentação das reivindicações e exigir expli-
Também aqui não há como definir de antemão a duração,
cações e fundamentação sobre cada uma das cláusulas.
pois tudo dependerá da atuação dos grupos, porém,
É importante solicitar aos representantes do comumente a simulação dura em torno de 1 hora. O
governo que evitem uma postura excessivamente cari- formador pode interromper a simulação, caso esta se
catural para não tornar a simulação muito artificial. Basta prolongue e os elementos necessários à discussão já
explorar as situações surgidas com a habitual postura estejam presentes. Pode também ser necessário haver
observada nas negociações reais – o que já será uma pausa após um tempo de simulação, para que os
suficiente. Na mesa, os representantes do governo grupos possam repensar alguns pontos.
também deverão estar preparados para apresentar
Encerrada a simulação, deve-se iniciar a avaliação
contrapropostas às reivindicações sindicais que forem
do comportamento, condução e organização na mesa e
sendo apresentadas.
da argumentação, tanto dos servidores quanto dos
Simultaneamente, o grupo dos observadores representantes do governo. A palavra deve ser concedida
deve reler as informações de conhecimento público e se inicialmente aos observadores, depois aos representantes
preparar para avaliar a mesa, com base em um roteiro dos servidores e, finalmente, aos do governo. Antes, porém,
sugerido. O planejamento dos observadores é importante, devem ser lidas, em plenário, as informações privativas
tanto para potencializar seu trabalho, quanto para mantê- tanto dos representantes dos servidores como do governo,
los integrados na atividade durante o tempo em que os bem como o roteiro dos observadores.
outros se aprontam para a mesa.
É importante que os participantes sejam orien-
Após a metade do tempo que for definido para tados a não personalizar a avaliação. Devem se referir à
este trabalho em grupo, o formador pode entregar ao simulação apenas como uma atividade feita por “atores”,
grupo de observadores as informações privativas tanto evitando-se a exposição de pessoas a críticas – às vezes
do grupo do governo como da entidade sindical, frisando, muito ásperas – desestimulando a participação.
14 • Proposta de Exercícios para o Desenvolvimento do Tema do Fascículo 5 – Negociação Coletiva e Orçamento na Área de Educação

Informações para a Negociação:


Informações Públicas
• Data-base: não tem data fixa
• Categoria: professores da rede pública estadual de Rio do Oeste
• Base: cerca de 20 mil professores

Pauta de reivindicações dos professores da rede estadual:


a. Reajuste salarial pelo ICV-DIEESE, de 20%
b. Piso salarial de R$ 900,00
c. Incorporação de abonos e gratificações ao salário-base
d. Reajuste no vale-refeição de R$ 4,00 para R$ 10,00
e. Concurso público para professores com vínculos precários
f. Gestão democrática nas escolas

O estado de Rio do Oeste é governado por uma Na última negociação, não houve proposta de
administração que exerce, atualmente, o terceiro ano de reajuste salarial para o piso salarial da categoria. Um
mandato. Neste período, conseguiu promover alguns re- conceituado instituto de pesquisa sobre mercado de tra-
sultados na área fiscal e de educação pública: aumentou balho apontou queda de 7% no rendimento médio real
consideravelmente a arrecadação e reduziu dívidas ativas dos servidores públicos para o ano em curso.
com parcelamentos e outras medidas. Vêm implantando Para o ano seguinte, prevê-se a inflação em
um programa de educação pública inovador, mas sobre o
5% e projeções de consultorias privadas indicam que
qual não há consenso na sociedade quanto a seus impactos.
a arrecadação anual do ICMS do estado poderá crescer
Atualmente, sabe-se que o governo gasta 12%, em termos reais. Todavia, dívidas com preca-
58% da sua receita corrente líquida com o tórios e fornecedores ainda não estão totalmente
funcionalismo público nos três poderes. Desses quitadas, bem como persiste um passivo
58%, cerca de 47% são gastos com o Executivo. previdenciário sem solução em curto prazo.
Nos últimos anos, o conjunto do funcionalismo Por outro lado, o orçamento específico da
público da administração direta não recebeu reajustes, Secretaria de Educação prevê aumento de recursos
apenas abonos e promessas de implantação de planos da ordem de 4% nominais para o conjunto de
de carreira. despesas correntes (custeio e pessoal).
Proposta de Exercícios para o Desenvolvimento do Tema do Fascículo 5 – Negociação Coletiva e Orçamento na Área de Educação • 15

A assembléia da categoria, que contou com cer- servidores, para que as crianças e suas famílias não sejam
ca de 800 pessoas, rejeitou a proposta inicial do governo prejudicadas com a paralisação das aulas e o fechamento
de abono salarial e aprovou indicativo de greve. Em das escolas. E, principalmente, para que os esforços reali-
pronunciamentos na TV e nas rádios, a Secretaria da zados pelo governo no plano das políticas educacionais no
Educação vem fazendo apelos para o “bom senso” dos Estado não venham a ser contestados pela sociedade.
16 • Proposta de Exercícios para o Desenvolvimento do Tema do Fascículo 5 – Negociação Coletiva e Orçamento na Área de Educação

Informações privativas
para o grupo
de representantes
da entidade sindical

Pesquisa recente realizada pelo sindicato indicou A própria proposta de greve não tem consenso
1. que grande parte da categoria tem boa quali-
ficação profissional, tempo de serviço médio
4. na diretoria. Parte acredita que paralisações
parciais, num primeiro momento, seriam mais
superior a 15 anos, é composta majoritariamente eficazes para forçar uma negociação com a Se-
pelo sexo feminino e, principalmente, do ponto cretaria. Outra parte receia que o governo
de vista do vínculo de trabalho, 50% têm aproveite para endurecer o jogo, para tentar
contratos precários. Esse quadro tem gerado passar para a opinião pública e para o governo
intensa e crescente insatisfação na categoria. federal uma imagem de autoridade e austeridade
administrativa.
Estudo do DIEESE mostra que o reajuste
2. necessário para recuperar as perdas salariais,
A diretoria acredita que se não houver acordo
referente ao período da gestão atual, é de 15%.

Não há certeza sobre como se comportaria a


5. com a Secretaria de Educação, e o Legislativo
receber apenas o projeto do Executivo, a ten-
3. categoria, no caso de greve. O comparecimento
à assembléia foi considerado razoável.
dência é que o mesmo seja aprovado pela
maioria governista.
Proposta de Exercícios para o Desenvolvimento do Tema do Fascículo 5 – Negociação Coletiva e Orçamento na Área de Educação • 17

Informações privativas
para o grupo de representantes
do governo

1. O programa de educação pública em


implantação pela Secretaria Estadual 2. Quanto à campanha dos professores na
Educação, o governo teme que o movi-
de Educação, ainda em caráter sigiloso, mento cresça e que leve a uma greve,
prevê a adoção de algumas medidas: com apoio da opinião pública e com
a. Reorganização das escolas e melhor apro-
desgaste junto aos órgãos financiadores
veitamento dos espaços escolares, o que deve internacionais.
significar fechamento de um conjunto de esco-
las, atualmente com baixa demanda escolar
b. Não renovação de contratos de professores
3. Em caso de greve, ainda não existe con-
senso quanto à atitude a adotar:
das escolas a serem fechadas a. Setores do governo defendem repressão à
greve, tão logo ela se estabeleça, com corte
c. Abertura de concurso para substituição gra- de ponto dos faltosos, dando à população uma
dual dos professores contratados em regime imagem de controle da situação
precário (ACTs)
b. Outros setores do governo defendem a busca
d. Redução do que o governo considera “van- de um acordo, com algumas concessões em
tagens” da atual estrutura salarial (qüinqüê- termos de condições de trabalho, além do abo-
nios e sexta-parte), mediante aplicação de no, temendo que a greve possa tomar pro-
um modelo de gratificações por desempenho porções imprevistas
individual, com pagamentos de prêmios pe-
cuniários anuais
e. Zero de reajuste sobre o salário base. Ade-
4. Existem duas propostas em estudo no
governo:
quação do piso do magistério a valores a. Abono salarial diferenciado por jornada de
próximos ao reivindicado pelo Sindicato, trabalho (exceto os aposentados e pensionistas)
mediante abonos não incorporados, sem ex- b. Concessão de benefícios como vale-trans-
tensão para aposentados e pensionistas porte e vale-refeição para todos os ativos
f. Implantação progressiva de um novo Plano c. Abertura de concurso público para 20% dos
de Cargos e Carreiras com base em avaliação contratados
de desempenho
g. Redução de alguns dos direitos do professor,
tais como faltas abonadas e revisão do atual
5. Havendo impasse, o governo pensa em
enviar projeto de lei ao Legislativo, em
processo de remoção (atualmente disciplinado regime de urgência, para pressionar a ban-
por tempo de casa) cada governista, com maioria eventual.
18 • Proposta de Exercícios para o Desenvolvimento do Tema do Fascículo 5 – Negociação Coletiva e Orçamento na Área de Educação

Roteiro
para os observadores

FOCO DA OBSERVAÇÃO: FOCO DA OBSERVAÇÃO:


condução da negociação – comportamento, argumentação
postura, papéis e organização e contra-argumentação

• Alcance dos objetivos da mesa de negociação • Compatibilidade entre a argumentação e o cenário


• Organização utilizada pelos grupos (trabalhadores e go- conhecido
verno) na simulação da mesa: funções e papéis desem- • Uso, por ambas as partes, dos elementos de co-
penhados
nhecimento do outro
• Desempenho dos participantes (dos personagens e
não das pessoas) no que se refere à: • Uso dos fatores externos na argumentação

– postura/atitude • Uso de elementos de pressão na argumentação


– iniciativa
– qualidade das falas (prolixas, sintéticas, entre outras) • Avaliação do peso dos argumentos técnicos e político-
sindicais no resultado da mesa
• Utilização do tempo destinado ao exercício
• Desempenho no exercício da contra-argumentação
• Pontos positivos e debilidades observadas (dos perso-
em ambos os grupos
nagens e não das pessoas)
TEMA 2

A negociação
e o orçamento
na Educação
20 • Proposta de Exercícios para o Desenvolvimento do Tema do Fascículo 5 – Negociação Coletiva e Orçamento na Área de Educação

Simulação de sessão
na Câmara Municipal

OBJETIVO S:
OBJETIVO

; Criar con dições par


condições paraa que os participantes viv
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Este exercício de análise de uma proposta orça- Os grupos terão 20 minutos para preparar sua
mentária é realizado a partir da discussão do orçamento estratégia de atuação de acordo com as informações
em uma simulação de sessão numa Câmara Municipal de conhecimento público (às quais todos terão acesso),
hipotética. e de conhecimento privativo de cada bloco.
Esta vivência faz parte da discussão realizada no Além disso, cada grupo deve escolher uma pessoa
sub-tema “Orçamento”, dentro do Tema II do fascículo que fará parte da mesa, isto é, que será o representante
5, “A Negociação e o Orçamento na Educação”. de cada bloco na mesa condutora dos trabalhos. O
objetivo da sessão é discutir e tentar votar a proposta
Assim, sugere-se que ela ocorra após a conversa orçamentária apresentada pela Prefeitura.
sobre este sub-tema e antes do seguinte (“Momentos e
É recomendável que a discussão na Câmara hipo-
Espaços de Negociação no Ciclo Orçamentário”).
tética se desenvolva por cerca de uma hora. Ao final desse
Para a realização deste exercício, os partici- tempo, a discussão pode ser encerrada para dar início ao
pantes são divididos em três grupos, cada um caracte- debate sobre o exercício com todo o grupo. A suspensão
rizado como uma bancada: Bloco do prefeito, Bloco dos trabalhos pode ocorrer com a conclusão ou não da
dos contratos e Bloco da educação. discussão do “plenário da Câmara”.
Proposta de Exercícios para o Desenvolvimento do Tema do Fascículo 5 – Negociação Coletiva e Orçamento na Área de Educação • 21

Informações para a Negociação:


Informações Públicas
O prefeito de Praia Bela enviou a proposta
ORÇAMENTO MUNICIPAL (em mil reais)
orçamentária à Câmara de Vereadores para discussão.
RECEITA – Previsão para o exercício
A Câmara local, nessa legislatura, divide-se basi- Receitas Correntes 95.000
camente em três blocos de tamanhos similares: Receita Tributária 16.000
Receita de Contribuições 8.000
Receita Patrimonial 2.000
BLOCO DO PREFEITO: Receita Agropecuária 0
Receita Industrial 0
Base de sustentação do Executivo Municipal Receita de Serviços 500
Transferências Correntes 66.000
Outras Receitas Correntes 2.500
BLOCO DOS CONTRATOS:
Receitas de Capital 5.000
Formado por representantes ligados ao Operações de Crédito 1.000
empresariado local, que vive de prestação de Alienação de Bens 500
Amortizações de Empréstimos 0
serviços e obras para a Prefeitura e que Transferências de Capital 3.500
normalmente atua como aliado do prefeito, Outras Receitas de Capital 0
mas que, na discussão orçamentária, busca Subtotal das receitas 100.000
ampliar os recursos disponíveis para Habi- Déficit 0
tação, Urbanismo e Transportes Total das receitas 100.000
DESPESA – Dotação para o exercício
BLOCO DA EDUCAÇÃO: Despesas Correntes 89.500
Com vereadores que, atendendo a uma de- Despesas de Custeio 80.000
Transferências Correntes 9.500
manda da população pela melhoria do
Despesas de Capital 10.000
atendimento da educação, vem batalhando Investimentos 8.000
pela ampliação dos recursos para esse setor Inversões Financeiras 1.500
Transferências de Capital 500
Reserva de Contingência 500
A mesa da Câmara é composta de um vereador Subtotal 100.000
de cada setor: o presidente (Bloco do prefeito), o vice- Superávit 0
presidente (Bloco dos contratos) e um secretário da Total 100.000
mesa (Bloco da educação). DESPESA – Dotação para o exercício por função e programa
Legislativa 4.000
A comissão de orçamento tem como presidente Administração e Planejamento 15.000
um representante do Bloco do prefeito e não chegou a Agricultura 3.000
Defesa e Segurança Pública 2.200
aprovar um relatório para votação, remetendo o que Educação e Cultura 35.000
foi apresentado pela Prefeitura para discussão direta Energia e Recursos Minerais 100
Habitação e Urbanismo 5.700
em plenário. Indústria, Comércio e Serviços 500
Saúde e Saneamento 25.000
Trabalho 500
A população demanda melhorias na área de Assistência e Previdência 7.000
educação e os jornais locais repercutem a discussão na Transporte 2.000
Câmara. Total 100.000
ELABORAÇÃO DO TEXTO:

Direção Executiva
João Vicente Silva Cayres – Presidente STI Metalúrgicos do ABC
Carlos Eli Scopim – Vice-presidente STI Metalúrgicas de Osasco e Região
Tadeu Morais de Sousa – Secretário STI Metalúrgicas de São Paulo e Mogi das Cruzes

Direção técnica
Clemente Ganz Lúcio – diretor técnico
Ademir Figueiredo – coordenador de estudos e desenvolvimento
Nelson Karam – coordenador de relações sindicais
Francisco J. C. de Oliveira – coordenador de pesquisas
Cláudia Fragoso – coordenadora administrativa e financeira

Equipe Técnica Responsável por este Encarte


Alexandre Sampaio Ferraz
Ana Cláudia Moreira Cardoso
Eliana Elias
Fausto Augusto Junior
Patrícia Toledo Pelatieri

Equipe de Revisão Técnica


Adhemar S. Mineiro
Carlindo Rodrigues de Oliveira
Liliane Resende

Revisão Ortográfica
Iara Heger
INFORMAÇÕES PARA A NEGOCIAÇÃO:
Informações Privativas para Bloco do Prefeito

O objetivo é manter a proposta apresentada pela Prefeitura, com pequena margem (3%)
de negociação. O argumento é de que pesquisas feitas pela Prefeitura mostram que é altamente
impopular aumentar os impostos.

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INFORMAÇÕES PARA A NEGOCIAÇÃO:


Informações Privativas para Bloco dos Contratos

O objetivo é ampliar os gastos com compras e prestação de serviços para a Prefeitura,


especialmente nas áreas de “habitação e urbanismo” e transportes, embora exista no Bloco uma
divisão entre os dois interesses.

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INFORMAÇÕES PARA A NEGOCIAÇÃO:


Informações Privativas para Bloco da Educação

O objetivo é ampliar os recursos disponíveis para a educação. Divide-se, entretanto, entre


os “pragmáticos”, mais dispostos a aceitar qualquer melhoria de verbas para a área, e os “eleitorais”,
menos preocupados com os recursos e mais preocupados com a repercussão do debate na mídia.
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