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É indubitável o fato de que hoje os cristãos não se apoiam na lei nem dela se
apropriam enquanto meio à sua salvação. Além do mais, mesmo as ciências humanas
trazem em si limites, quando de fronte ao mistério complexo da pessoa. Outra
característica própria das sociedades contemporâneas é a multiplicidade das opções na
esfera do sentido. Obviamente, isso traz como consequência rápida temores e
perplexidades mediante à tomada de decisões. Soma-se a isso a dura incoerência moral
dos indivíduos, que em grande parte optam por compactuar com os meios de produção
corruptos e contrários ao bem comum do todo.
1
Trabalho referente à obtenção de nota parcial na Disciplina de Antropologia Teológica ministrada pelo
Prof. Dr. Pe. Júnior Aquino.
Obra referencial: MIRANDA, Mário de França. A salvação de Jesus Cristo. Ed. Loyola, SP, 2004. 240p.
2
Aluno do Curso de Bacharelado em Teologia pela Faculdade Católica de Fortaleza (FCF), 2023.2
libertação em S. Paulo – Na Sagrada Escritura, há outros modelos além do da justificação
para evidenciar a doutrina da salvação por meio de Jesus Cristo. As cartas paulinas, por
exemplo, apresentam com veemência o termo liberdade. Outro o conceito caro à teologia
paulina é o de libertação da liberdade, ainda mais profundo e preciso que a noção de
justificação pela fé.
Aderir ao evento Jesus Cristo exige das pessoas profunda e inteira liberdade. Nisso
reside a radicalidade da “liberdade-livre” dos cristãos, bem como seu comprometimento,
sua resposta ou atitude religiosa fundamental a Deus. No Novo Testamento, responder
com liberdade a Deus - tendo Ele por primeiro ido ao encontro do homem - é uma ação
cujos nomes se apresentam com diferentes títulos, conversão, fé ou amor. Mas a questão
central está em torno da adesão total a Cristo que exige o todo da pessoa humana: força,
mente, alma e coração. Na Bíblia, a antropologia identifica o coração como centro da
profunda liberdade do homem. O autor escolhe o termo amor por achar que esse designa
plenamente a atitude fundamental do ser humano para com Deus.
Finalmente, a vivência do amor fraterno não é uma tarefa fácil, mas requer esforço,
oração e mudança no jeito de contemplar a realidade. Embora ofuscada, a vida com Deus
insere o ser no dinamismo interno da vida trinitária. Por essa razão, o amor fraterno é o
maior na hierarquia dos atos bons. Não só, é o critério decisivo segundo o
qual os homens poderão ser salvos. Jesus, ao libertar o homem para a liberdade no amor,
insere-o no dinamismo vivo do risco de ser cristão, o de viver de amor e para o amor
concreto. Na doação concreta em favor dos mais pobres e oprimidos da sociedade, a ação
salvífica de Deus triunfa e torna realidade a libertação. Por isso, qualquer ação pastoral
da Igreja que se afaste da vivência do amor fraterno, nem sequer merece a titulação de
cristã.