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realista, além de ser manso e humilde, Jesus revela a vontade do Pai e liberta o
homem para que este faço o que é bom e justo, trazendo uma experiência de vida
redimida e reconciliada.
No quinto capítulo, o autor trabalha o sentido da morte de Cristo. Para ele, a morte
de Jesus na cruz teve um significado profundo do que é viver para o outro, ou como
ele diz “ser-para-os-outros”; por meio de sua morte, encarou o mal o vencendo por
meio do amor. Diante disso, o cristão é chamado a viver uma vida em semelhança a
seu Mestre, participando “da fraqueza de Deus no mundo”, compreendendo que o
sentido absoluto disto tudo se estende para depois da morte.
O sexto e sétimo capítulo estão interligados, trabalhando os temas da ressurreição e
de quem é Jesus de Nazaré; o primeiro nos mostra que a ressurreição significou a
passagem para a verdadeira liberdade. Por meio dela o caminho da nossa libertação
está trilhado, livrando-nos de todo o tipo de limitação. Por meio da ressurreição, a
Igreja estabeleceu-se e agora deve trilhar em semelhança ao Mestre, aguardando a
restauração do sistema mundial que ocorrerá com o Reino de Deus. Já o segundo
tema, mostra que por meio da ressurreição, Jesus passa a receber diversos títulos
como o de filho de Davi, Messias e mesmo o de Cristo; sendo, na realidade, o fator
de maior importância não os títulos, mas a sua forma de revelação.
O oitavo capítulo discorre a respeito da reflexão que existe por trás dos títulos de
Jesus, recorrendo aos Evangelhos e mostrando como os autores de cada Evangelho
desenvolveram sua própria reflexão por meio da vida de Cristo, como, por exemplo,
com Lucas e Mateus, interpretando Jesus como ponto ômega da história, sendo ele
o filho de Deus, o filho de Davi e o Messias.
O nono capítulo busca compreender o surgimento da dupla natureza de Cristo; Boff
concluiu que esta noção decorre de toda a vida de Jesus. Ele não perde sua
essência como Deus, nem a sua essência como homem por ter ambas as naturezas
em si. É perfeitamente cada uma delas, e por causa disso pode mediar a
humanidade e o Pai.
O décimo e penúltimo capítulo visa trabalhar o Cristo ressurreto nos dias de hoje; a
ressurreição de Cristo trouxe ao homem a possibilidade de uma vivência da fé que
supera a morte e as limitações. Garantiu a humanidade um fim de liberdade total, e
cabe ao ser humano, por meio da Igreja, trilhar este caminho já posto por Jesus
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● Conclusão:
A obra de Boff é, indiscutivelmente, uma leitura importante para todo o teólogo.
Apesar de ser visto com maus olhos por grande parte da cristandade, ele executa de
maneira rica o que se propõe a trabalhar. Sua ênfase no social é explicada por meio
do objetivo que tem em sua teologia, ou seja, trazer a reflexão da responsabilidade
diante da sociedade; isso, no entanto, não impede as discordâncias. Mesmo que,
como supracitado, sua ênfase seja explicada por seu objetivo, em alguns momentos,
Boff parece não aplicar com profundidade a problemática do pecado, trazendo um
Cristo que parece tão mais interessado no social, que, por vezes, não dá espaço para
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● Referência Bibliográfica:
BOFF, Leonardo. Jesus Cristo Libertador: ensaio da cristologia crítica para o nosso
tempo. Petrópolis: Vozes, 2012.