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É fundamental que essa pergunta seja respondida a partir da experiência que o movimento
estudantil teve nestes últimos 9 anos. Não é suficiente afirmar que o DCE é necessário por conta de
uma maior truculência do Estado, embora esta seja um fato. Também não é suficiente afirmar que o
movimento estudantil da UNESP precisa centralizar e estadualizar as lutas, muito embora seja um
caminho desejável.
Para nós, o que gera a necessidade do DCE são três motivos, quais sejam, 1) a crise
duas maneiras: criminalização da luta e cooptação dos movimentos. A nível nacional, no cenário
apresentado, nossos poucos direitos estão sendo sistematicamente cortados e não há nenhuma luta
com projeção de mesmo nível que barre esse avanço da extrema direita e dos representantes do
imperialismo.
De um lado, a maior parte dos setores mais explorados e oprimidos não está organizada para
a luta, de outro, a minoria que está organizada enfrenta ou a burocratização promovida pelas suas
direções sindicais, ou o isolamento político. Essa dinâmica ressoa em todo o Brasil, pois o povo é
sempre a linha de frente na luta de classes, mas quando não está organizado, tende a perder suas
batalhas.
Para enxergar a realidade desta leitura, basta recapitular o histórico de lutas do M.E. da
UNESP Veja, resumidamente, cada momento. Em primeiro lugar, a dissolução do DCE ocorreu em
2007 por conta da burocratização, promovida pela direção da época (PCdoB/UJS). Assim, somente
em 2011, convoca-se um Congresso que discute modelos de DCE e que não há todavia,
A partir do congresso de 2011 que não deliberou o DCE-HR, nós todos experimentamos a
luta sem esta ferramenta e tivemos vários episódios de mobilização, sendo a mais vitoriosa e com
maior adesão aquela ocorrida em 2013, que inclusive foi parte de um processo nacionalizado. O ano
de 2013, de uma lado, nos mostrou que é possível a vitória sem o DCE, mas, de outro, que foi um
erro não ter organizado um ao fim daquele ano, pois deixamos as experiências ganhas e mobilização
gerada cair em ostracismo, afinal, nossa ferramenta, naquele contexto, iria justamente manter
O Diretório Central dos Estudantes – Helenira Rezende deve fomentar, catalisar as lutas
combativas e ativas dentro do Movimento Estudantil estadual, representando de fato as bases, e não
mobilização estudantil, uma vez que não se deve acreditar que a entidade sozinha criará a luta. O
momento histórico de desmonte da universidade pública é a precarização cada vez mais candente
estudantil . Isso requer que o DCE-HR seja uma entidade que se posicione contra o projeto de
mobilizações nas bases. Para tal, se faz necessário a retomada histórica da entidade que se perdeu ao
cultura política que não se efetivou formalmente, assim, fazendo-se necessário uma retomada neste
congresso de maneira estatutária; isto é, a real efetivação de um Estatuto do DCE com base no
elaborado em 2011, como nosso regimento. A formação do modelo de DCE-HR, com gestão mista
de chapa e delegações de base, retrata aquela expressão política, da necessidade dos campi serem
representados efetivamente dentro da gestão eleita, assim como, uma melhor maneira de
estabelecerem diálogos entre a diretoria eleita e a base do movimento estudantil de cada localidade.
Outra medida fundamental do debate, presente a todo momento dentro da diretoria do DCE, para
além do programa político, é que a sua formação seja de, no mínimo, 50% de estudantes de
permanência estudantil. Isso é, estudantes que estejam envolvidos diretamente com políticas de
cursinhos serem consideradas entidades de voz e voto dentro dos espaços de congressos, como já
Por um DCE-HR de luta composto pela base! Por um DCE contrário e combativo a
Nós entendemos que a crise de financiamento que a universidade vem sofrendo desde 2014
se dá principalmente pelo processo de expansão planejado ocorrido entre os anos de 2003 e 2013
Após a expansão, a Unesp angariou mais gastos, sem que houvesse aumento de verba
idealizador desse projeto, uma vez que não permitiu o aumentar o repasse, sufoca financeiramente o
com o pessoal inativo. Além disso a REItoria optou por congelar as contrações e executar cortes de
gastos em todas as áreas. Basta olhar o Anuário Estatístico de 2018: o total de pessoal ativo em
2006 era de 10.350, já em 2017 o total é de 9.375, de outro lado, o pessoal inativo saltou, no mesmo
Enxergamos também que essa expansão não foi mal planejada, na verdade, seu projeto está
Institucional) de 2008. O que vivemos hoje, é resultado de um projeto privatizante que procurou,
antes de tudo, sucatear a universidade. O pacote de reformas são nada mais nada menos do que uma
continuação do PDI. Justo no contexto de 50% de cotas, as Reformas aceleram o movimento que já
vinha sendo feito: substitui o ensino público e gratuito por um outro modelo, qual seja, uma
REFORMA FINANCEIRA
A “Proposta de Sustentabilidade Financeira da Unesp”, feita pela REItoria, já foi
sumariamente reprovada na maioria das congregações, mas não foi suficiente para sua supressão.
Sandro ainda força a aprovação desse documento e o resultado é único: a intensificação da crise
instalada na UNESP. Afirmamos isso com base na similaridade da proposta do “PEC do Fim da
USP”, uma vez que esse projeto, elaborado pela McKeensey (empresa multinacional de
consultoria), coloca um teto de gasto com folha de pagamento de pessoal e promove PDV (plano de
gasto será de 85%. Esse valor, sem um aumento de repasse de verba ou de investimento privado, é
evidentemente impraticável na gerência da UNESP, basta olhar as projeções para 2019 em que o
gasto é de 99,6%. Assim, segundo a mesma proposta, só em 2023 seria possível abrir contratações,
É sabido que o imposto que sustenta as Estaduais é o ICMS. Entretanto, este imposto foi
congelado pelo governo psdbista em 1995, e, com se não bastasse, desde daquele ano foram
decretadas leis que isentam de contribuição as empresas e fazendas exportadoras, que anteriormente
contribuem ao ICMS. Ainda por cima, existe uma hierarquia entre as estaduais, na qual a UNESP,
mesmo sendo maior em termos áreas construídas, recebe menos verba que a USP. Contrário a este
cenário, defendemos o fim de deduções fiscais, isonomia no valor repassado entre as três estaduais
paulistas e o imediato aumento do repasse de verba do ICMS. Só com essas medidas o Ensino
REFORMA ADMINISTRATIVA
A reforma administrativa propõe fusões de sessões técnicas como uma solução para a crise
de financiamento que assola a UNESP, uma vez que a reforma coloca que tal fusão diminuiria o
compreendemos que a solução para resolver este problema seja a fusão de setores administrativos
de bolsas, por exemplo, já se encontram sobrecarregados, se a reforma for aplicada, eles e elas
como a proposta do Bom Prato no lugar do RU (Restaurante Universitário). Entendemos que tal
regime de trabalho (terceirizado) é extremamente precário e que não garante direito algum para os
contratados além de atingir as parcelas mais oprimidas da sociedade. Para além do Bom Prato, a
pelo meritocrático.
A reforma Administrativa proposta pela REItoria é uma cortina de fumaça para o corte de
gastos, mostrando o desprezo da REItoria pela vida das famílias dos técnicos-administrativos que
serão realocadas. O que de fato é necessário para UNESP é a imediata abertura de contas, de forma
REFORMA ACADÊMICA
verdade, é uma justificativa para investir em cursos que são mais rentáveis ao mercado e
negligenciar os investimentos para outros cursos que não são entendidos de tal maneira. A
contradição é evidente, visto que projetos de extensão que atendem a comunidade são sumariamente
fechados.
conhecimento, não tem fundamentação didática, pedagógica, teórica e nem prática, servindo apenas
coletivas nos cursos de graduação, o aumento das bibliotecas já existentes, compra de materiais de
laboratório de acordo com a demanda dos cursos e contratação imediata de professores concursados
em RDIDP uma vez que os substitutos e bolsistas não podem organizar grupos de pesquisa e nem se
PERMANÊNCIA E ACESSO
Estudantes de luta devem treinar seus olhos para enxergar, em cada canto da universidade, as
movimento estudantil, por isso, nós devemos, intransigentemente. defender o Fim do Vestibular, o
universidade. Nosso objetivo tangível, portanto, deve ser a luta por construção e ampliação de
sofrem profundamente com a ausência delas (e de outras políticas de Permanência). Residentes das
moradias passam pela criminalização da pobreza explícita no regimento destas, que é base para
instalação de câmeras e catracas nas casas de estudantes. Salientamos que a oferta de auxílios
alugueis é uma medida paliativa e que não deve ser aplicada em detrimento da construção e
ampliação de Moradias estudantis, pois seu valor não é suficiente para o custeio de alugueis, pode
ser cortada pela Universidade de ano para ano e substitui a construção de espaço político que são as
moradias.
Os cursinhos, da mesma forma, sofrem severos ataques, pois são uma frente popular pelo
acesso à Universidade. Decretos da REItoria retiram bolsas e autonomia dos cursinhos, forçam uma
primeiramente ambos os setores, mas, na contramão do que se espera, o M.E. não tem debatido
estadualmente com qualidade essas questões, abandonando pautas como os Núcleos Locais de
Se o DCE-HR tem como objetivo gerar unidade na luta, então é prioritário que se construa e
fomente os espaços de formação política e de fóruns de moradia e de cursinho, pois será a partir da
Negar moradia é negar Estudo. Por nenhuma bolsa a menos! Que sejam atendidos
todos os pedidos de Auxílio Socioeconômico! Que haja R.U. e Moradias com capacidade de
acordo com a demanda dos estudantes de cada campus! Que estudantes dos Cursinhos
Populares sejam considerados estudantes da UNESP! Pelo fim dos processos meritocráticos
nos Cursinhos Populares! Pela autonomia pedagógica e política dos Cursinhos Populares. Fim
do Vestibular!!
Neste ano, notícias sobre o Brasil apontam níveis alarmantes de feminicídio e agressão às
mulheres. O aborto segue sendo criminalizado, matando em clínicas clandestinas mulheres pobres
em todo território. Essa noção de mundo conservadora e patriarcal tem como finalidade o controle
do corpo e trabalho das mulheres. Neste bojo, a REItoria desfere ataques contra os CCIs (Centro de
Convivência Infantil) , fazendo-se patente que ela quer converter o gasto com estes em “auxílio
creche”, como também quer converter a Moradia Estudantil em Auxílio Aluguel. No primeiro caso,
mães e/ou pais, servidores e servidoras e/ou estudantes têm a real necessidade de um Movimento
Estudantil que pauta incansavelmente a ampliação dos CCIs, sendo um espaço, inclusive, rico do
ponto de vista acadêmico, podendo ser aproveitado para estágios e afins. Ainda, enquanto norte de
luta, entendemos que os CCIs potencialmente podem atender as famílias da comunidade para além
Pela expansão e Paridade nos CCIs! Que a comunidade tenha acesso à biblioteca, R.U.
e CCIs! Que os cursos que estabelecem relação com a educação infantil tenham estágios
TERCEIRIZAÇÃO
vista da Educação Superior, reafirmam o curso que as Estaduais Paulistas já seguiam: a Privatização
da Educação. Esse curso é aplicado paulatinamente de duas formas: por meio de cortes de verbas e
pela terceirização das atividades-meio. Defendemos que a luta contra a terceirização deve ser
radical, tal qual é a exploração desses trabalhadores e trabalhadoras, pois trata-se de um regime de
ao CCIs! Que terceirizadas e terceirizados tenham acesso aos R.U.s gratuitamente! Pela
imediata contratação dos funcionários e funcionárias terceirizadas sem a necessidade de
concurso público!!!
Nas últimas eleições para governador, a população de SP legitimou o projeto das elites com
o nome de Dória, não restando dúvidas sobre a política de precarização da coisa pública. Um dos
alvos dessas elites é o transporte urbano coletivo, que sofre aumentos no preço das passagens, e
que são cada vez mais frequentes, além de cortes nas linhas de ônibus. Neste contexto, o
Movimento Estudantil pode aproveitar sua disposição dispersa por todo Estado, usando-a como
vantagem tática, e fomentar a luta pelo passe livre, em especial, o estudantil, tendo como
protagonista desta luta as escolas estaduais, estudantes de permanência e estudantes dos cursinhos
populares, bem como toda a população dos municípios afetados. Estudante também é morador.
Pelo Passe Livre Estudantil Irrestrito! Pelo Passe Livre à toda classe trabalhadora!
Amanda “Pão” (3° ano C.S./Marília); Júlia Ferreira Reis (3 ° ano Filosofia); Laís Moraes ( 6° ano
C.S./Marília) Mirella Melo Simões (2° ano C.S./Marília); Pâmela Sabrina Dos Santos (2° ano
C.S./Marília) Gabriel Von Prata (2° ano de Filosofia/Marília); Elis Regina (1° ano C.S./Marília).
Ana Júlia Barbosa (1° ano C.S./Marília) Diogo Caldeira Fontana (1° ano C.S./Marília); Thaís
Linhares ( Mestranda em C.S./Marília); Marcelo Novaes (1° ano C.S./Marília); Kyrieh Tonelli (2°
ano C.S/Marília); Maria Paula Concatto (4° ano C.S/Marília); Taís Barbosa Manenti (3° ano
Filosofia/Marília); Catharina Marcondes Celestino de Faria (2° ano de C.S./Marília); Laura Iasmin