Você está na página 1de 9

AMANDA LUCENA GOMES

ISABELLA OLIVEIRA

HISTÓRIA DO DIREITO:

História do direito referente à transição do Brasil Colônia (1500 – 1815) ao Brasil Reino
(1815 – 1822)

PERNAMBUCO

2023
AMANDA LUCENA GOMES

ISABELLA OLIVEIRA

HISTÓRIA DO DIREITO:

História do direito referente à transição do Brasil Colônia (1500 – 1815) ao Brasil Reino
(1815 – 1822)

Trabalho apresentado no curso de graduação de


direito no Instituto de Ensino Superior de Olinda
(IESO)

Orientador (a): Cleris Lima

PERNAMBUCO

2023
SUMÁRIO

1 HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL


COLÔNIA......................................................................................... 4
1.1 O SISTEMA DE CAPITANIAS HEREDITÁRIAS E SUAS

IMPLICAÇÕE JURÍDICAS............................................................. 5

1.2 LEIS PARA REGER AS RELAÇÕES DOS COLONIZADORES

COM OS POVOS INDÍGENAS....................................................... 5

1.3 AS ORDENAÇÕES DO REINO..................................................... 6


2 HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL REINO............................. 6
2.1 A CARTA RÉGIA RELATIVA À ABERTURA DOS PORTOS

DE 1808............................................................................................ 7

2.2 A CARTA DE LEI DE 1815 E A ELEVAÇÃO DO BRASIL

À CONDIÇÃO DE REINO UNIDO................................................ 7

3 CONCLUSÃO................................................................................... 8
4 REFERÊNCIAS................................................................................. 9
4

HISTÓRIA DO DIREITO REFERENTE À TRANSIÇÃO DO BRASIL COLÔNIA

(1500 – 1815) AO BRASIL REINO (1815 – 1822)

1 A HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL COLONIAL

A colonização do Brasil pelos portugueses começou oficialmente em 1500, com a chegada de


Pedro Álvares Cabral. Nesse período, o direito colonial era fortemente influenciado pelo
sistema legal português e pelas Ordenações Filipinas. As Ordenações Filipinas, promulgadas
em 1603, unificaram as leis portuguesas e se tornaram a base legal para a administração da
justiça no Brasil Colônia.

Além disso, a Igreja Católica desempenhou um papel significativo na colonização e no


sistema legal do Brasil. O direito canônico foi aplicado em questões eclesiásticas e também
teve influência nas leis civis. O tribunal eclesiástico, a Inquisição e os padres tinham poderes
legais em muitos aspectos da vida colonial.

Com o tempo, as leis foram adaptadas às necessidades da colônia, considerando as


peculiaridades da região, como a exploração do pau-brasil, a produção de açúcar e,
posteriormente, a mineração de ouro e diamantes. A administração da justiça era
descentralizada e muitas vezes nas mãos dos donatários das capitanias.

A escravidão desempenhou um papel fundamental na economia colonial. O direito


relacionado aos escravos evoluiu ao longo do tempo, com a promulgação do Código Negro
em 1685, que regulamentava o tratamento dos escravos e os direitos dos senhores. Essa foi
uma parte essencial do sistema legal colonial, uma vez que a mão de obra escrava era crucial
para a produção de açúcar, tabaco, algodão, café e outras culturas.

Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808, devido à invasão das tropas
francesas em Portugal durante as Guerras Napoleônicas, várias reformas legais foram
implementadas, incluindo a abertura de escolas de direito, a criação de tribunais e a
promulgação do Código Criminal em 1830. Isso contribuiu para o desenvolvimento de uma
estrutura legal mais sofisticada no Brasil.
5

A independência do Brasil foi proclamada em 1822 por Dom Pedro I, e a nação recém-
independente passou a desenvolver sua própria constituição e sistema legal, culminando na
Constituição de 1824.

Portanto, a história do direito no Brasil Colônia é uma narrativa complexa que reflete a
interação de tradições legais europeias, culturas indígenas e o sistema escravagista. Essa
evolução é fundamental para entender o desenvolvimento posterior do sistema jurídico
brasileiro e suas influências históricas.

1.1 O SISTEMA DE CAPITANIAS HEREDITÁRIAS E SUAS IMPLICAÇÔES


JURÍDICAS

O sistema de Capitanias Hereditárias foi uma forma de colonização implementada pelos


portugueses no Brasil durante o período colonial. Foi introduzido em 1534, por meio da Carta
de Doação, que estabeleceu a divisão do território recém-descoberto em capitanias,
concedidas a particulares chamados donatários. Cada donatário tinha a responsabilidade de
administrar e desenvolver a região atribuída, em troca de prestar serviços à Coroa, como
pagamento de tributos e defesa do território.

Algumas implicações jurídicas desse sistema incluem: poderes locais, sistema legal variado,
conflitos jurídicos e relação com o direito português.

O sistema de Capitanias Hereditárias foi abandonado gradualmente devido a problemas de


gestão, disputas territoriais e insuficiência econômica. No final do século XVI, o governo
português começou a assumir um controle mais direto sobre a administração colonial,
reduzindo a autonomia dos donatários. Em 1759, as capitanias remanescentes foram
transformadas em províncias, e o sistema legal colonial foi gradualmente unificado,
preparando o terreno para a independência do Brasil em 1822 e o subsequente
desenvolvimento de um sistema jurídico nacional.

1.2 LEIS PARA REGER AS RELAÇÃO DOS COLONIZADORES COM OS POVOS


INDÍGINAS

Durante o período colonial do Brasil, as leis e regulamentos que regiam as relações entre os
colonizadores europeus e os povos indígenas variaram ao longo do tempo, refletindo uma
complexa dinâmica de interações, interesses econômicos e políticas coloniais. Aqui estão
algumas das principais leis e políticas que moldaram essas relações: leis indianas, padroado
6

régio e a proteção dos índios, lei do diretório dos índios, escravidão indígena e tribunais
especiais.

As relações entre colonizadores e povos indígenas no Brasil Colônia foram complexas e


multifacetadas, refletindo tanto o desejo de exploração econômica quanto as tentativas de
proteção por parte da Coroa e de alguns missionários. No entanto, essas leis e regulamentos
frequentemente não conseguiram garantir uma proteção eficaz dos direitos indígenas.

1.3 AS ORDENAÇÕES DO REINO (ORDENAÇÕES AFONSINAS, ORDENAÇÕES


MANUELINAS E ORDENAÇÕES FILIPINAS)

Durante o período colonial, vários códigos de direito foram promulgados, incluindo as


Ordenações Filipinas (1603), Manuelinas (1521) e Afonsinas (1446), que buscaram consolidar
e modernizar a legislação colonial. Elas foram importantes compilações e codificações do
direito aplicado pelos portugueses, ajudando a moldar as bases do sistema jurídico que foi
aplicado na colônia e contribuíram para a formação das tradições jurídicas brasileiras, que
perduraram até a independência do Brasil. Cada uma delas representa uma fase diferente na
história legal do império português.

• As Ordenações Afonsinas foram compiladas durante o reinado de Dom Afonso V de


Portugal. Elas representaram uma tentativa de consolidar e organizar as leis existentes
na época;
• As Ordenações Manuelinas foram promulgadas durante o reinado de Dom Manuel I
de Portugal. Elas substituíram as Ordenações Afonsinas e estabeleceram um sistema
legal mais coeso e uniforme;
• As Ordenações Filipinas foram promulgadas durante o reinado de Dom Filipe II de
Portugal, que também era rei da Espanha. Elas buscaram consolidar as leis
portuguesas com as leis espanholas.

2 HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL REINO (1815 – 1822)

A história do direito durante o período do Brasil Reino apresenta uma conexão profunda com
o contexto colonial, notadamente no século XVIII, quando Portugal e Brasil compartilhavam
um único reino. Nesse cenário, merecem destaque uma série de eventos cruciais, como a
chegada da Coroa ao Brasil em 1808, a liberalização dos portos para nações amigas no
7

mesmo ano, o estabelecimento de novas instituições no território brasileiro, a revogação das


Ordenações Filipinas em 1821, o retorno de Dom João VI a Portugal no mesmo ano, a
independência do Brasil em 1822 e a promulgação do Código de Comércio em 1850.

2.1. A CARTA RÉGIA RELATIVA À ABERTURA DOS PORTOS DE 1808

A Carta Régia de 1808, emitida por Dom João VI de Portugal em 28 de janeiro de 1808,
imediatamente após a transferência da corte portuguesa para o Brasil, desempenhou um papel
fundamental na história econômica do Brasil colonial e no início do período do Brasil Reino.
Seu elemento central foi a abertura dos portos brasileiros às nações amigas, permitindo o
comércio livre com o Brasil e pondo fim ao sistema colonial que limitava o comércio
exclusivamente ao monopólio com Portugal. Essa transformação nas práticas comerciais teve
um impacto significativo no desenvolvimento do direito comercial no país.

2.2. A CARTA DE LEI DE 1815 E A ELEVAÇÃO DO BRASIL À CONDIÇÃO DE REINO


UNIDO

Em 16 de dezembro de 1815, a Carta de Lei formalizou a ascensão do Brasil à categoria de


"Reino Unido a Portugal e Algarves". Emanada por Dom João VI, este decreto conferiu ao
Brasil, até então uma colônia, um estatuto igual ao de Portugal e Algarves, estabelecendo uma
unidade dentro do reino. Isso implicou na representação do Brasil nos órgãos de governo do
Reino Unido, permitindo sua participação na formulação de leis e na administração do
território. A carta também teve impacto significativo na esfera administrativa e judiciária,
estabelecendo tribunais e estruturas administrativas distintas para o Brasil, com normas
adaptadas às suas necessidades. Esse marco representou um avanço crucial na direção da
independência do Brasil e de sua transformação em uma nação soberana, além de influenciar
a configuração legal e política do país.
8

3 CONCLUSÃO

Em síntese, a história do direito no Brasil Colonial se caracterizou por uma fusão de


influências portuguesas, indígenas e africanas, adaptadas às condições locais. A instituição da
escravidão desempenhou um papel central no sistema jurídico, deixando sua marca nas leis e
na sociedade. Além disso, o período do Brasil Reino, embora breve, deixou um importante
legado para o desenvolvimento do sistema jurídico brasileiro. Durante esse período,
testemunhou-se a adaptação do sistema legal às novas circunstâncias, como a chegada da
corte real e a abertura dos portos, ao mesmo tempo em que se preparava para as mudanças
legais que viriam com a independência do Brasil.
9

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

file:///C:/Users/User/Downloads/2969-Texto%20do%20artigo-13590-1-10-20140711.pdf

http://www.revistatempodeconquista.com.br/documents/RTC12/GISELDASCHNEIDER.pdf

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/a-historia-do-direito-colonial-brasileiro/756832457

Você também pode gostar