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HISTÓRIA DO DIREITO

AULA 02
II UNIDADE

CONSTITUIÇÃO DE 1824;
CÓDIGO CRIMINAL DE 1830;
CÓDIGO DE PROCESSO CRIMINAL DE 1832;
CÓDIGO COMERCIAL DE 1850.

Prof. Me. Edson Oliveira


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HISTÓRIA DO DIREITO

Objetivos:
Ao final desta aula os alunos deverão:

• Compreender as características da Constituição de 1824;


• Entender o Código Criminal de 1830;
• Conhecer o Código de Processo Criminal de 1832;
• Compreender a criação do Código Comercial de 1850.

Bibliografia:
MACIEL, José Fabio Rodrigues. Manual de história do
direito. 9. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
HISTÓRIA DO DIREITO

O DIREITO NO IMPÉRIO

A Constituição de 1824

Convocada a constituinte em 1823, não é de espantar que


D. Pedro I a tenha dissolvido logo depois, já que sua
composição era de maioria liberal radical, que defendia
interesses bons para o novo país, mas totalmente contrários
aos dos que detinham o poder real.
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O DIREITO NO IMPÉRIO

Os Juristas

A formação jurídica dos que aqui atuavam tinha sido


levada a cabo, na sua esmagadora maioria, na
Universidade de Coimbra. Resultado disso foi que o
processo de independência do país não contou com a adesão
dos magistrados, muito ligados à monarquia lusitana.
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O DIREITO NO IMPÉRIO

Substituição dos juristas

Para alterar esse quadro criaram-se, a partir de 1827, os


cursos jurídicos no Brasil, com o objetivo de substituir a
geração de juízes formados em Coimbra. Em 1831, quando
se formam os primeiros bacharéis em São Paulo e Olinda, dá-
se início à substituição.
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O DIREITO NO IMPÉRIO

Cursos de direito no Brasil

Após a Independência havia a premente necessidade de


buscar identificação jurídica nacional, mas que estivesse
apartada do sistema imposto pela antiga Metrópole. Criaram-
se, então, por Lei de 11 de agosto de 1827, os cursos de
direito no Brasil, com sedes em Olinda e São Paulo.
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O DIREITO NO IMPÉRIO

Título de Doutor - Lei de 11 de agosto de 1827

Art. 9º - Os que frequentarem os cinco anos de qualquer


dos Cursos, com aprovação, conseguirão o grau de
Bacharéis formados. Haverá também o grau de Doutor, que
será conferido àqueles que se habilitarem com os requisitos
que se especificarem nos Estatutos, que devem formar-se, e
só os que o obtiverem, poderão ser escolhidos para Lentes.
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O DIREITO NO IMPÉRIO

Disciplina de História do Direito

A disciplina de história do direito nacional é introduzida


nos currículos acadêmicos pela Reforma Benjamin
Constant (Decreto republicano n. 1.232, de 2-1-1891),
sobrevivendo até 1901, quando nova reforma a retira da
grade. Só recentemente voltou a fazer parte do currículo das
principais faculdades do país.
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O DIREITO NO IMPÉRIO

Características da Constituição de 1824

a) Constituição outorgada pelo poder monárquico, que


institucionalizou a monarquia parlamentar;

b) exacerbado individualismo econômico;

c) governo centralizado, com acentuado centralismo político;


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O DIREITO NO IMPÉRIO

Características – Quarto Poder

d) instituição de um quarto poder, denominado Poder


Moderador, que dava amplos poderes ao detentor do cargo
máximo. Essa previsão constava nos arts. 98 a 101 da
Constituição. Citamos o art. 99 como exemplo: “A Pessoa do
Imperador é inviolável e Sagrada: Ele não está sujeito a
responsabilidade alguma”;
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O DIREITO NO IMPÉRIO

Características - Voto Censitário

e) o voto era censitário, limitado aos homens livres, com renda


superior a cem mil réis, derivada de bens de raiz, indústria,
comércio ou emprego, excluídos os menores de 25 anos, os
filhos que vivessem na companhia dos pais, os criados de
servir e os religiosos. As mulheres, portanto, como em todo o
resto do mundo na época, não votavam (arts. 90 a 97);
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O DIREITO NO IMPÉRIO

Características – Religião Oficial

g) não institui um Estado laico, sendo a religião católica a


oficial do Estado.
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O DIREITO NO IMPÉRIO

O Código Criminal de 1830

Promulgado em 16 de dezembro de 1830, revogou o Livro


V das Ordenações Filipinas, que ainda estava em vigor na
época. Foi o primeiro Código Penal da América Latina e
vigorou até 1890, quando entrou em vigor o Código
Republicano. Com a intenção de assegurar a ordem social do
país, tratava dos crimes e dos delitos e, consequentemente,
das penas a serem aplicadas.
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O DIREITO NO IMPÉRIO

Divisão do Código Criminal de 1830

Era dividido em duas partes principais:


Título I – Definia de forma abstrata o crime, “os crimes
justificáveis”, o criminoso, as circunstâncias agravantes e
atenuantes;
Título II – Definia as penas, como as de morte, galés, prisão
com trabalhos, prisão simples, banimento, privação de direitos
políticos, perda de emprego público, multas.
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O DIREITO NO IMPÉRIO

Tipos de crimes no Código Penal de 1830


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O DIREITO NO IMPÉRIO

O Código de Processo Criminal de 1832

Em 29 de novembro de 1832 foi aprovado o Código de


Processo Criminal. Alterou substancialmente o direito
brasileiro, dando cabo da investigação criminal filipina. Esse
Código, além de sepultar o sistema judicial do antigo regime e
dar ampla autonomia judiciária aos municípios, trouxe
novidades ao ordenamento, como o Conselho de Jurados
e o habeas corpus.
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O DIREITO NO IMPÉRIO

O Código de Processo Criminal de 1832

No âmbito do processo penal, nossa primeira legislação codificada


foi o Código de Processo Criminal de Primeira Instância, no ano
de 1832. Porém o período mais significante para o Processo Penal
Brasileiro foi em meados do século XX. Foi em 1941 que o Código
de Processo Penal foi criado, continuando atual quanto à vigência.
A elaboração do Código de Processo Penal brasileiro foi inspirada
na codificação processual penal italiana da década de 30. Nessa
época a Itália estava em pleno regime fascista. Com isso, culminou
na elaboração de um código com bases extremamente autoritárias.
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O DIREITO NO IMPÉRIO

Das Ações Penais

O Código de Processo Criminal, seguindo o Código Criminal,


distinguia os crimes públicos dos crimes particulares. Aqueles
davam causa à ação penal promovida pelo promotor
público ou por qualquer cidadão, quando cabível a ação
penal popular. Já os crimes particulares davam ao
ofendido a possibilidade de promover a ação penal.
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O DIREITO NO IMPÉRIO

O Código Comercial de 1850

O Código Comercial de 1850 em seu artigo 131, I, aduz que “a


inteligência simples e adequada que for mais conforme a boa-fé e
ao verdadeiro espírito e natureza do contrato deverá sempre
prevalecer. O aspecto dado pelo código comercial de 1850 não é de
natureza psicológica, mas sim de cunho objetivo e, como tal, prevê
uma interpretação baseada na ética e no bom senso. Com isso, o
diploma comercial foi a primeira codificação pátria a prever o
instituto da boa-fé objetiva.
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O DIREITO NO IMPÉRIO

O Regulamento n. 737

Publicado o Código Comercial, havia um vazio jurídico a ser


preenchido, já que a legislação processual utilizada não se
adequava ao disposto na Lei n. 556/1850. Coube ao Ministro
da Justiça na época sancionar um decreto que trouxesse
ordem ao processo e criasse os tribunais de comércio.
DIREITO NO BRASIL IMPÉRIO - CRISE
 A Proclamação da República
(15/11/1889):
 1888 – D. Pedro II tenta implementar reformas
políticas inspiradas no republicanismo através
de Visconde de Ouro Preto:
 Autonomia provincial, liberdade de culto e
ensino, senado temporário, facilidades de
crédito...
 Reformas negadas pelo parlamento que é
dissolvido pelo imperador.
 Republicanos espalham boatos de supostas
prisões de líderes militares.
 Marechal Deodoro da Fonseca lidera
rebelião que depõe D. Pedro II.
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AULA 02
II UNIDADE

CONSTITUIÇÃO DE 1824;
CÓDIGO CRIMINAL DE 1830;
CÓDIGO DE PROCESSO CRIMINAL DE 1832;
CÓDIGO COMERCIAL DE 1850.

FIM
OBRIGADO!

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