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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS

MOMENTO DE INÉRCIA DO
DISCO E DA BARRA

Sumário

Página(s)
Resumo ............................................................................................................ 3

1. Introdução ................................................................................................... 4

2. Desenvolvimento Teórico ......................................................................... 5 a 17

3. Procedimento Experimental .................................................................... 18 a 26


3.1 - Descrição dos Equipamentos ................................................... 18 a 20

3.2 - Momento de Inércia do Disco .................................................. 21 a 23


3.2.1 - Descrição do experimento ................................................... 21
3.2.2 - Dados Obtidos Experimentalmente ..................................... 21
3.2.3 - Interpretação dos Resultados ........................................... 22 a 23
3.2.4 - Análise dos Resultados .......................................................... 23
3.2.5 - Conclusão .............................................................................. 23

3.3 - Momento de Inércia da Barra ................................................ 24 a 26


3.3.1 - Descrição do Experimento ................................................... 24
3.3.2 - Dados obtidos experimentalmente ...................................... 24
3.3.3 - Interpretação dos Resultados .......................................... 24 a 26
3.3.4 - Análise de Resultados .......................................................... 26
3.3.5 – Conclusão ............................................................................ 26

4. Referência Bibliográfica ............................................................................. 27

Resumo
No experimento sobre momento de inércia, explorou-se dois tipos de materiais
homogêneos de formatos diferentes, um no formato de disco e outro no formato de uma
barra. No caso dos discos considerou dois discos centrados sobre um mesmo eixo, que
girava devido a uma força de tração provocada por um fio enrolado em torno do disco
menor. Esta tração era ocasionada por uma faixa na outra extremidade do fio que
realizava um movimento de translação na vertical enquanto o disco realizava seu
movimento de rotação. Para a interpretação dos resultados foram utilizados dois
métodos para a análise do momento de inércia do disco: via conservação da energia
mecânica e via leis de Newton para rotação e translação. Em ambas ainda houve a
influência da cinemática, que foi o tipo de movimento realizado pela massa que
transladou. No caso da barra, o sistema utilizado foi o de um pêndulo físico feito com
uma barra, e para obter a expressão do momento de inércia e para sua interpretação
utilizou-se o conceito de rotação e de movimento harmônico simples. Os resultados
obtidos experimentalmente, mostraram-se de acordo com os previstos teoricamente.

2
1. Introdução

Na mecânica clássica, o momento de inércia de um corpo é definido como a resistência que


esse corpo opõe ao seu movimento de rotação em relação a um eixo fixo. O conceito de
momento de inércia foi inicialmente apresentado por Leonhard Euler em 1765, em seu livro
Theoria motus corporum solidorum seu rigidorum.
O momento de inércia não trata apenas de quanto há de massa num corpo, mas também trata
da distância de cada pequeno “pedaço” de massa até o eixo de rotação. Sendo assim, tem-se que
quanto mais distante a massa estiver do eixo de rotação, maior será o momento de inércia. Como
exemplo, imagine uma patinadora no gelo girando em torno de si mesma com os braços esticados
na horizontal. Ao encolher os braços sobre o seu peito, a sua velocidade angular aumenta
consideravelmente. Observe a imagem abaixo representando as duas situações descritas para a
bailarina. As setas vermelhas indicam a intensidade da velocidade angular.

3
Figura 1: Patinadora no gelo nas duas situações

Os objetivos destes experimentos é obter o momento de inércia de um disco via um


sistema de dois discos girando em torno do eixo que passa pelo seus centros unidas ao
movimento de tranlação de uma massa que se desloca na vertical e de uma barra via
pêndulo físico.

2. Desenvolvimento Teórico
Nesta parte do relatório desenvolve-se a teoria necessária à obtenção e compreensão
dos resultados obtidos nos experimentos realizados. Primeiramente é feita uma
abordagem sobre o movimento de rotação de um corpo, mostrando a energia envolvida
nesse movimento. Por fim, descreve-se propriamente o que vem a ser momento de
inércia e a sua obtenção.
Momento de Inércia é um nome dado a inércia rotacional, ou seja, a uma rotação
análoga a massa para um movimento linear. Esta grandeza aparece numa dinâmica para
corpos em movimento rotacional, que deve ser especificado com respeito aos eixos de
rotação. Para um centro de massa, o momento de inércia é apenas a massa elevada ao
quadrado de uma distância perpendicular ao eixo de rotação, I = mr 2. Esta relação com o
centro de massa é a base para todos outros momentos de inércia.
O movimento de rotação de um objeto (inicialmente em repouso) em torno de um
determinado eixo ocorre quando uma força é aplicada num ponto do objeto, de tal forma
que o momento da força em relação ao eixo de rotação é não nulo. Se uma força F for
aplicada num ponto P de um corpo, o momento dessa força calculado relativamente a um
ponto O é dado pelo produto vetorial.
τ⃗ =⃗r . ⃗
F Eq. 
A seguir estão relacionados alguns momentos de inércia, referentes a diversas
espécies de sólidos.

4
Fig. 2.1: Diferentes sólidos e eixos e seus respectivos momentos de inércia

⃗ , origina por sua vez uma variação do momento angular, ⃗


A existência de momento ❑ L
do objeto:
d⃗L
⃗= Eq. 
dt

sendo ⃗ L o momento angular e ⃗ o momento resultante das forças externas aplicadas ao


objeto (soma dos vetores momentos devidos a cada uma das forças aplicadas ao corpo)
ambos calculados em relação ao mesmo ponto. Esta equação rege a dinâmica do
movimento de rotação de um objeto em torno de um eixo, podendo ser considerada
como a segunda lei de Newton para o movimento de rotação. De fato salienta-se a
semelhança desta equação com a segunda lei do de Newton do movimento de
translação, que estabelece que uma força, ⃗
F , origina uma variação de momento linear, ⃗p
, de tal forma que
⃗ d ⃗p
F= Eq. 
dt

Da equação (2.2) pode concluir-se que se o momento das forças externas aplicadas for
nulo, o momento angular mantém-se constante (k⃗ ¿ .
L= ⃗k
τ⃗ = 0⃗ ⃗ Eq. 
Para um sólido rígido em rotação em torno de um dos eixos principais de inércia (eixo
que passa pelo centro de massa do corpo), o vetor momento angular segundo esse
mesmo eixo pode escrever-se

L=I . ⃗
ω Eq. 

5
Note-se que, comparando as expressões (4) para o momento angular e ⃗p=m. ⃗v para o
momento linear, concluímos que o momento de inércia, I , assume no movimento de
rotação um papel semelhante ao da massa no movimento de translação: I representa a
maior ou menor facilidade em pôr um objeto em rotação. O momento de inércia de um
corpo relativamente a um eixo depende da forma como a massa do corpo está distribuída
em torno do eixo.
Nos casos em que há conservação do momento angular, das equações (2.4) e (2.5)
pode-se deduzir que
L= k⃗ L = I .ω = k
⃗ Eq. 
Quando o momento resultante das forças exteriores não for nulo, não haverá
conservação de momento angular. Das equações (2.2) e (2.5) pode concluir-se que o
corpo adquire uma aceleração angular dada por

dω τ
α= = Eq. 2.7
dt I
Cálculos do momento de inércia tendo em conta a distribuição de massa permitem
concluir que:
- o momento de inércia de um disco, ID, em torno do eixo principal de inércia indicado
na figura 2.1 é dado por:
2
MD . RD
I=
2
2.1 Cinemática da Rotação
Todos os pontos de um corpo que gira ao redor de um eixo fixo descrevem uma
trajetória circular cujo centro é o eixo de rotação e o raio é a distância desse ponto até o
eixo de rotação
Considerando um disco de raio r girando em torno de um eixo perpendicular à sua
superfície passando pelo seu centro O e um ponto P que forma com o centro do disco um
raio r i tem-se as seguintes relações:
O arco descrito pelo ponto P durante o seu movimento é denotado por dS i, e |dθ| é o
ângulo formado pelo deslocamento do ponto, sendo que o seu valor é igual para todos os
pontos do disco, independente da sua localização (desde que pertença ao disco). Esse
valor |dθ| é denotado deslocamento angular.
dS i=r i|dθ| Eq. 2.1.1

A variação do ângulo em relação ao tempo é denominada velocidade angular ( ω ) e é


dado por:

ω= Eq. 2.1.2
dt

Sendo que as unidades de ω é radianos por segundo (rad / s ¿.

A variação da velocidade angular em relação ao tempo é denominada aceleração


angular e é dada por:

6
2
dω d θ
α= = Eq. 2.1.3
dt d t 2

Sendo que as unidades de α é radianos por segundo por segundo (rad / s2 ¿.


Observe o esquema a seguir que representa a situação acima descrita:

Figura 1: Representação esquemática de um disco em rotação

Observando as equações (2.1.1) e (2.1.2), realocando seus termos, temos:

dS i
|dθ|=
ri


ω=
dt

Substituindo a equação (2.1.1.1) na equação (2.1.2), tem-se que:


dS i 1 v t
ω= ∙ = Eq.2.1.4
dt r i r i

Ou seja, a relação entre a velocidade angular (ω ¿ e a velocidade tangencial (v¿ ¿ t)¿ é


dada por:
v t=ω r i Eq. 2.1.5

Da mesma forma, a relação entre a aceleração angular (α ) e a aceleração tangencial


(a t ) é dada por:

a t=r i α Eq. 2.1.6

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Cada partícula do disco também possui uma aceleração centrípeta, aquela que está
direcionado para o centro do disco. Para o caso do ponto P que está sendo estudado, a
aceleração centrípeta é dada por:
2 2
( vt ) (ω r i )
a c= =
ri ri
2
a c =ω r i Eq. 2.1.7

2.2 Energia Cinética da Rotação

Cada partícula de um corpo em rotação possui uma determinada energia cinética.


Assim, a energia cinética do corpo inteiro é igual à soma das energias cinéticas de cada
partícula que constitui o corpo.
Com base nisso, uma partícula i de massa mi possui a seguinte energia cinética:
1 2
Ec = m i v i Eq. 2.2.1
2 i

Como a energia cinética do corpo inteiro é a soma da energia cinética de todas as


partículas que constituem o corpo, tem-se que:
1
( ) ( 1 1
Ec =∑ mi v 2i =∑ mi r 2i ω2 = ∑ ( mi r 2i ) ω 2
i 2 i 2 2 i ) Eq. 2.2.2

Mas o termo ∑ ( mi r i ) corresponde ao momento de inércia I do objeto em relação ao


2

eixo de rotação. Assim:


1 2
Ec = I ω Eq. 2.2.3
2

2.3 Cálculo do momento de inércia


Como já dito anteriormente, o momento de inércia é a medida de resistência que um
corpo impõe ao seu movimento de rotação em relação a um eixo. O momento de inércia
depende da distribuição da massa no corpo em relação ao eixo de rotação, sendo que
quanto mais distante a massa estiver do eixo de rotação, maior o momento de inércia.
Assim, o momento de inércia de um corpo depende do eixo de rotação escolhido, ao
contrário da massa, que é uma propriedade do corpo.

2.4 Sistemas contínuos


O momento de inércia de sistemas contínuos (como no caso, o disco e a barra) pode
ser obtido considerando que o objeto em estudo consiste de um conjunto de partículas
de massa pequena. Como definido anteriormente, o momento de inércia é dado pela
somatória ∑ ( mi r i ), que se transforma na integral
2

I =∫ r dm
2
Eq. 2.4.1

Em que r é a distância da partícula de massa dm até o eixo de rotação.

8
2.5 Momento de inércia de um disco uniforme em relação a um eixo
perpendicular que passa pelo seu centro
Consideremos um disco de massa M e raio R. Cada elemento que possui massa é
representado no disco por um anel de raio r e massa dm. Assim, como o disco é uniforme,
isto é, a massa está uniformemente distribuída em sua superfície, é de se esperar que o
momento de inércia do disco seja igual à somatória dos momentos de inércia de cada
anel considerado.
Observe a figura 3:

Figura 3: Representação de um disco uniforme

O momento de inércia de qualquer um dos anéis considerados é igual a r 2 dm. Como o


disco é homogêneo, sua densidade superficial de área é σ , e sua área é dada por
A=2 π R . Assim, temos que a massa de cada elemento considerado será dada por:
2

M
dm=σdA= 2 πrdr
A

Em que dA é a área de cada elemento.


Assim, teremos que o momento de inércia para o disco será dado por:
R R R 4
2 πM R πM 4 1
I =∫ r dm=∫ r σ 2 πrdr=2 σπ ∫ r dr=
2 2 3 2
∙ = 2
R = MR
0 0 0 A 4 2π R 2

1 2
I= M R
2

2.6 Momento de inércia de uma barra uniforme


Considerando uma barra uniforme de comprimento L e massa M, fixo a um eixo
perpendicular que passa por um de seus extremos, como representado na figura abaixo:

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Figura 4: Representação de uma barra uniforme

Assumindo um elemento na barra (assim como feito anteriormente no disco) de massa


dm a uma distância x do eixo.
Devido à barra ser homogênea, a sua massa está igualmente distribuída em toda a sua
M
extensão. Assim, a densidade de massa linear da barra é dada por λ= . O momento de
L
inércia continua sendo dado pela equação (1.10). Assim, temos:
L
I =∫ x dm(1.12)
2

Como a barra é homogênea, relacionamos dm com dx:

M
dm= λdx= dx
L

Assim, continuando a integração:


L L L

|
3
M M M 1 3 M L 1
I =∫ x dm=∫ x dx= ∫ x dx= ∙ x L = ∙ = M L
2 2 2 2

0 0 L L 0 L 3 0 L 3 3

1 2
I= M L
3

Conceito da Conservação da energia mecânica

Energia é a capacidade de realizar trabalho.

Energia cinética
Energia cinética está associada ao movimento do corpo (cine = movimento). Quando
a força resultante (F) que atua sobre o carro de massa m é não nula, esta imprime uma
aceleração a, fazendo com que haja variação da velocidade do corpo. Quanto maior a
velocidade da partícula, maior a energia cinética. Considerando um caminhão que
tivesse a mesma velocidade do carro, mas possui maior massa, maior também será o
trabalho realizado, ou seja, maior a energia cinética. Podemos observar esta situação
em uma colisão de um carro e de um caminhão com um poste. Na colisão do caminhão
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com o poste, o trabalho é maior, do que o do carro com o poste. Obviamente o carro vai
ficar mais danificado.
A metade do produto da massa pelo quadrado da velocidade é a energia cinética (Ec)
do corpo:
Ec=( m v2)/2
"O trabalho realizado pela força resultante F que desloca um corpo de uma posição
para outra, é igual à variação de energia cinética".
Observe que a unidade de energia é a mesma de trabalho, ou seja no SI é o joule (J).

Energia potencial
Quando um objeto de massa m está a uma determinada altura em relação a um nível
de referência, ele tem capacidade de realizar um trabalho; esta energia associada à
posição que o objeto está que é denominada energia potencial gravitacional (E p). A
energia potencial gravitacional (Ep) é calculada como sendo o produto do peso do objeto
pela altura que ele está em relação a um nível de referência:
Ep = p h = m g h
Não existe somente a energia potencial gravitacional; há também as energias
potenciais elétrica, química, nuclear e elástica.

A energia mecânica (Emec) de um sistema é a soma da energia cinética e da energia


potencial.

Quando um objeto está a uma altura h, ele possui


energia potencial; à medida que está caindo,
desprezando a resistência do ar, a energia potencial
gravitacional do objeto que ele possui no topo da
trajetória vai se transformando em energia cinética e
quando atinge o nível de referência a energia potencial
é totalmente transformada em energia cinética (fig.4).
Este é um exemplo de conservação de energia
mecânica.
Figura 4 - Queda livre
de um objeto
Na ausência de forças dissipativas, a energia mecânica total do sistema se conserva,
ocorrendo transformação de energia potencial em cinética e vice-versa. Podemos
escrever:
E mec = E p + E c = constante
onde: E p = mgh e Ec =( m v2)/2

Foram utilizadas duas metodologias para a interpretação dos resultados experimentais


do momento de inércia de um disco: via energia mecânica e via leis de Newton. E
também a interpretação dos resultados experimentais do momento de inércia de uma
barra.

Momento de inércia de um Disco

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Metodologia 1: via Energia Mecânica
Escrevendo as expressões da energia potencial do sistema quando a massa suspensa
está a uma altura h em relação ao solo e quando a massa chega ao solo:
Altura (h): Ao solo:

Ep massa = m g h Ep massa = 0

Escrevendo as expressões da energia cinética do sistema quando a massa suspensa


está a uma altura h em relação ao solo e quando a massa chega ao solo:
Altura h: Ao solo:
2
ms V
Ec disco = Ec massa = 0 Ec massa =
2
I ω²
Ec disco =
2

O principio de conservação da energia estabelece que a variação da energia mecânica


é nula, ou seja, a variação de energia potencial do sistema adicionada à variação de
energia cinética é nula.
Representando matematicamente esse princípio, temos:
ΔEm = 0

ΔEp + ΔEc = 0

ms V ² I ω ²
ms . g .h= +
2 2

Obtendo a expressão para o momento de inércia:

2 V²
I= m ( gh− )
ω² s 2

Considerando que a linha não desliza sobre o disco menor, a relação entre a
velocidade linear da massa e a velocidade angular do disco é:
Vmassa = ωdisco R
V massa
ωdisco =
R
Velocidade angular da massa:
gt ²
h=
2

12
2h
g=∫

−2 h
V=
t
Para este caso, tal expressão é válida, pois quando a massa desloca-se até o solo, o
movimento descrito por essa é do tipo retilíneo uniformemente variado.
Reescrevendo a equação final de I, em termos de ms, R, g, h e t:
2 ms R ² V²
I= (g h− )
V² 2
2 ms R ² 4h²
I= (g h− )
4h² 2t ²

2 m s R ² t ² g h 2 ms R ²t ² 4 h ²
I= −
4 h² 4 h ² 2t ²
2
t g
I =ms R ²( −1)
2h

Metodologia 2: via Leis de Newton


Escrevendo a equação da segunda lei de Newton para o corpo em translação:

∑ F=ma
P−T =ms a
T =ms ( g−a ) (A)
Escrevendo a expressão de segunda Lei de Newton para o disco em rotação:

∑ τ=I α (1)
τ⃗ =⃗r x ⃗
F
¿ τ ∨¿ r F sen θ
τ =r T sen 90
τ =r T (2)
(1)em (2)
r T =I α

T = (B)
r

Relacionando as equações da segunda lei de Newton para rotação e translação, temos:


Substituindo (B) em (A), temos:

=ms ( g−a )
r

13
r ms
I= (g−a)
α
2
r ms
I=
α

Escrevendo a relação entre a velocidade angular do disco e a velocidade linear da


massa (considerando que a linha não desliza na roldana), obtemos a equação final para o
momento de inércia do disco experimental:

V =ω R

a=α R

a
α=
R

2h
Onde a aceleração linear da massa é 2 , então:
t

r ms
I= (g−a)
α

ms r g ms r a
I= −
a a
R R

ms r ² g
I= −ms r ²
a

Momento de inércia de uma Barra

Para uma barra homogênea, cujo eixo de rotação encontra-se centralizada em uma de
suas extremidades, obtemos a expressão para o Momento de inércia.

I =∫ R ² dm

Escrevendo dm em termos da densidade linear λ :

M
λ=
L

dm= λ dl

Integrando dl de zero a L (comprimento da barra):

dm= λ dl

14
L
I =∫ λ L dl
2

|
3
L L
I =λ
3 0
3
λL
I=
3
3
M L
I=
L 3
2
ML
I=
3

Escrevendo a equação do torque para o sistema, obtemos a seguinte expressão:

τ⃗ =⃗r x ⃗
F
¿ τ ∨¿ r F sen θ

−L
τ= P sen θ
2

O sinal negativo na expressão significa que o torque é uma força restauradora.

Substituindo a segunda lei de Newton para o movimento de rotação:

τ =I α
2
−L d θ
m g sen θ=I 2
2 dt

Fazendo a aproximação para ângulos pequenos (θ<15° ), reescrevemos a equação:


2
d θ L mg
2
+ θ=0(3)
dt 2 I

Assumindo como solução da equação diferencial obtida:

θ=θ° cos ⁡(ω t +φ)

Derivando duas vezes esta solução, substituímos na equação diferencial:


=−θ ° ω sen (ω t +φ)
dt
2
d θ
2
=−θ° ω ² cos ( ω t+ φ ) ( 4 )
dt

(4) em (3)

15
L mg
θ° ω ² cos ( ω t +φ ) = θ ₒcos ⁡(ω t+θ)
2 I

Lm g
ω ²=
2I

Escrevendo a velocidade angular em termos do período de oscilação, substituímos na


condição final:


ω=
T

Lm g
ω ²=
2I

( )
2
2π Lmg
=
T 2I
2
4π Lm g
=
T² 2I

Lm g T ²
I=
8π²

Teoria de Erros:
Toda medida é suscetível a erros e esses devem estar representados juntamente com a
grandeza, portando o mesmo número de algarismos significativos. Assim uma medida é
representada por (valor medido  desvio).
Nesse experimento as únicas grandezas que terão desvio, será: o tempo médio (t m), a
altura (h), a massa da barra e suspensa, os raios dos discos e os momentos de inércia( I).
Toda teoria será mostrada a seguir, porém sem representação dos cálculos referentes ao
experimento realizado.
Como o tempo médio é uma medida indireta de várias medidas então, para calcular o
desvio desse, é necessário utilizar a seguinte equação:


n
∑ ( t m−ti )2
i=1
σ=
n−1 Eq.01 - 2

n: quantidade de medidas de tempos no experimento;


t: tempo de cada espaço (t1, t2, t3, t4, t5) ;
tm: tempo médio.

16
O tempo médio é calculado pela seguinte expressão:
n

∑ (t i ) Eq.02 -2
t m= i=1
n

A altura é uma medida direta provinda de uma única medida, por isso o desvio é
calculado como sendo a metade da menor divisão do instrumento (trena) utilizado. Nesse
caso como a menor medida é 1 mm (milímetro) então, o erro é igual a ± 0,05 mm ou
0,0005 m.
O desvio do raio dos discos é dado pela metade da menor divisão do instrumento
utilizado, porém utilizou-se na medição do raio intrumentos diferentes, isso implica na
diferença da precisão e consequentemente no desvio.
Para encontrarmos o desvio dos momentos de inércia (teórico e experimental), para
ambos os discos, o desvio dependerá exclusivamente das suas propriedades físicas, sendo
essas: raio e massa, aplicaremos a função logaritmica natural (ln).
2
M.R
I=
2
2
M.R
ln I =¿ ln ¿
2
ln I =¿ ln M +2 lnR−ln 2 ¿ Eq.03 - 2

σx
Agora usaremos a seguinte relação: = ln x, ou seja ln x é a razão do desvio de uma
x
determinada grandeza, pela própria.

σM σR
Disco maior: σIteorico = ( +2. ¿. I Eq. 04 -
M R
2
σm σr
Disco menor: σIteorico = ( +2. ¿ . I Eq. 05 - 2
m r
Total: Iteorico total = σIdisco menor + σIdisco maior

σr σ ms σt σh
σIexperimental = 2. ( )+( ) + (2. + ) Eq. 06 - 2
r ms t h

σL σm σT
σIbarra = ( + +2. ¿.I Eq. 07 - 2
L m T
.3. Procedimento Experimental

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3.1 - Descrição dos equipamentos:

 Trena
Utilizada na obtenção do distância (altura), onde a massa suspensa se situará em
relação ao disco menor. Graduada em centímetros (cm).Utilizada na medição do diâmetro
do disco de raio maior. Possui precisão de 0,5mm, isso é referente a metade da menor
divisão, que é 1mm e também porque se deve a uma medida direta.

 Disco Homogêneo
Elemento formado por um disco de aço e outro de acrílico, o qual será calculado o
Momento de Inércia.

 Massa Suspensa

Objeto que tem função de provocar um torque, através de sua queda livre, na roda de
inércia, pois o mesmo é preso a um fio, o qual está preso ao disco de aço ou de acrílico da
roda de inércia.

 Balança
Instrumento utilizado na pesagem da massa suspensa, dos discos e da barra. Possui
precisão de 0,1 g.

18
 Cronômetro
Instrumento necessário na obtenção dos tempos de chegada da massa suspensa, até o
parâmetro métrico (tamanho do fio de prumo) previamente estabelecido. Possui precisão
de 0,01s.

 Transferidor
O Tranferidor é utilizado para pré-estabelecer o ângulo de oscilação (menor que 15 o)
entre a barra de inércia e o suporte que a sustenta.

 Pêndulo Físico

19
Objeto usado na determinação do momento de inércia, posicionado em uma distância
angular menor que 15o, e quando liberado, oscila em torno de seu ponto de equilíbrio.

 Paquímetro
O paquímetro é um aparelho empregado para a medida de espessuras e diâmetros
internos e externos. Consta de uma régua e de um vernier (ou nônio).Usado para medir o
diâmetro do disco de raio menor. Possui precisão de 0,05 mm.

3.2 – Momento de Inércia do Disco:

20
3.2.1 – Descrição do experimento:

O equipamento utilizado neste experimento é um disco metálico montado com


rolamentos em um eixo horizontal ao qual está preso outro disco ,de tamanho menor, os
diâmetros dos quais foram utilizados para medi-los a trena e paquímetro,
respectivamente. Na reentrância periférica do disco menor enrola-se completamente um
fio de nylon, previamente em cuja extremidade está preso um bloco metálico. Esse
bloco, quando o fio estiver completamente enrolado deve estar a uma certa altura do
solo, medida a partir do seu centro de massa. O bloco é liberado a partir do repouso, de
modo que o fio se desenrole completamente da polia no instante em que o bloco atinge o
solo. A queda do bloco faz o conjunto (disco + eixo + polia) rotacionar.

3.2.2 – Dados Obtidos Experimentalmente:

As tabelas 01 e 02 informam os resultados obtidos no decorrer do experimento, tais


referentes ao momento de inércia do disco.
Tabela 01: Dados experimentais do Momento de Inércia.
ms = (0,06210 ± 0,0001) kg
Massa do Disco maior: M = (1,94300 ± 0,00001) kg
Massa do Disco menor: m = (1,5000 ± 0,00001 ) kg

Altura do percurso da massa suspensa: h = (1,5000 ± 0,0005)m

Raio do disco maior: R = (0,0970 ± 0,0003) m


Raio do disco menor: r = (0,0345 ± 0,00003) m

Tabela 02: Dados experimentais dos tempos de percurso vertical da massa ms.
t1(s) t2(s) t3(s) t4(s) t5(s) tm(s)
6,22 6,21 6,25 6,25 6,20 (622 ± 2).10-2

Onde o tempo médio foi obtido através da equação (Eq.02 -2) e o desvio pela equação
(Eq.01 - 2) apresentados na parte teórica.

3.2.3 – Interpretação dos Resultados:

21
Primeiramente calculou-se o tempo teórico para se ter uma idéia do desvio neste
valor:
2
t g
I =ms R ²( −1)
2h
Onde o I foi substituido pelo:
I te ó rico =I discomaior + I discomenor
2 2
M R mr
I te ó rico = +
2 2
−3 2 −3 2
1,943(97 .10 ) 0,079 (34 , 45 . 10 )
I teorico= +
2 2

I teorico=¿ ) 10-4Kg m²

Logo:
2
−3 −3 t 9,8
9 , 18 .10 =0,0621(34 , 45 .10 ) ²( −1)
2(1 , 5)
−2
t te ó rico =( 620 ± 2 ) .10 s

D % tempo=¿Vt −Vexp∨ ¿ ¿
¿ Vt∨¿ 100 % ¿

D % tempo=¿ 6 ,20−6 , 22∨ ¿ ¿


¿ 6 , 20∨¿100 % ¿

D % tempo=0 ,3 %

Com os dados da tabela 1 e 2, inseridas no item 3.3, obtemos o valor do momento de


inércia experimental do disco, com seus respectivos desvios percentuais com a equação
(06 - 2 ):
2
t g
I =ms R ²( −1)
2h
(6 ,22)2 9 ,8
( −3
I =0,0621 34 , 4510 ²() −1)
2 (1, 5)
−2 2
I =( 1 ±2 ) 10 Kg m

Calculando o valor do tempo e do momento de inércia teóricos do disco com seus


respectivos desvios.

22
Obtendo os desvio percentuais:

D % momento=¿ Vt −Vexp∨ ¿ ¿
¿Vt ∨¿ 100 % ¿

D % momento=¿ 9,187.10−3−9,242. 10−3∨ ¿ ¿


−3
¿ 9,187. 10 ∨¿100 % ¿

D % momento=0 ,6 %

3.2.4 – Análise dos Resultados

O momento de inércia de um disco homogêneo foi obtido um desvio percentual de


apenas 0,6 % e para o tempo, um desvio de apenas 0,3%. Tendo como referência esses
valores, vimos que o desvio percentual do momento é o dobro que o desvio percentual
do tempo. Isso ocorre, pois na equação do momento de inércia de um disco homogêneo,
o tempo está elevado ao quadrado e segundo a equação do desvio do momento, o desvio
do tempo é multiplicado por dois. O desvio de 0,3% é justificado, pelo erro de paralaxe
na parada do tempo no cronômetro, após a massa suspensa completar seu percurso.

3.2.5 – Conclusão

Encontrou-se o momento de inércia de dois discos homogêneos acoplados por um


único eixo passando pelo centro. Para isso foram utilizados dois métodos distintos porém
equivalentes, ralacionando os conceitos de rotação e translação de duas formas
diferentes, porém em ambas desprezando as forças dissipativas. Um dos métodos de
obtenção da equação experimental foi o da conservação da energia mecânica
(considerando a energia cinética de rotação e translação) e a outra através da segunda lei
de Newton para rotação e translação.
Assim concluímos que o momento de inércia do disco em função da aceleração linear
m r²g
da massa suspensa é igual a: I = s −ms r ² . Onde esta aceleração é constante,
a
2h
caracterizando o Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (M.R.U.V), dada por: a= 2 ,
t
ficando assim a equação em termos do tempo de percurso da massa que translada:

23
2
t g
I =ms R ²( −1). Neste sistema mostrou-se que o resultado está de acordo com o
2h
previsto teoricamente onde se leva em consideração somente as massas e raios dos dois
discos cujo eixo de rotação encontra-se no seus centros, e sua homogeneidade.

3.3 – Momento de Inércia da Barra

3.3.1 – Descrição do Experimento

O equipamento utilizado nesse experimento é um suporte com eixo horizontal, no qual


é pendurado uma barra metálica, está é pesada anteriormente na balança. A barra é
levemente afastada de sua posição de equilíbrio na vertical, sob um ângulo menor do que
15o , e liberada para oscilar. Medem-se 4 vezes, os tempos de 10 oscilações, utilizando-se
do cronômetro e assim podemos descobrir o período de oscilação do pêndulo físico, pela
razão entre o tempo médio das quatro medidas de tempo e a quantidade de oscilações,
no caso 10 oscilações, da barra.

3.3.2 – Dados obtidos experimentalmente

A tabela 03 e 04 fornece os dados obtidos no experimento de momento de inércia do


pêndulo físico, no qual o ângulo de posicionamento da barra é menor do que 15 o.

Tabela 03: Valores do comprimento e da massa da barra com seus respectivos desvios.
M = (0,5836 ± 0,001) kg
L = ( 0,7600 ± 0,0005) m

Tabela 04: Dados experimentais dos tempos, na obtenção do período de oscilação de


um pendulo físico, com seus respectivos desvios.
t1(s) t2(s) t3(s) t4(s) tm(s) T(s)
-1
14,5 14,15 14,38 14,48 (144±1).10 (144±1).10-2

Os desvios dos tempos são calculados pela equação (01-2).

3.3.3 – Interpretação dos Resultados


Calculando o valor do tempo e do momento de inércia teóricos com seus respectivos
desvios:
 Momento de inércia teórico:

24
2
ML
I=
3
2
0,5836(0 ,76)
I=
3

I =( 1123± 2 ) 10−4 Kg m²

 Tempo teórico:
LmgT ²
I teorico=
8π²

−4 0 , 76 .0,5836 .9 , 8 T ²
1123. 10 =
8π ²

T te ó rico =1 , 43 s

Obtendo os desvios percentuais:

D % momento=¿ Vt −Vexp∨ ¿ ¿
¿Vt ∨¿ 100 % ¿

D % momento=¿ 0,11236−0,11415∨ ¿ ¿
¿ 0,11236∨¿100 % ¿

D % momento=1 , 6 %

D % periodo=¿ Vt −Vexp∨ ¿ ¿
¿ Vt ∨¿ 100 % ¿

D % periodo=¿ 1 , 43−1 , 44∨ ¿ ¿


¿ 1 , 43∨¿ 100 % ¿

D % periodo=0 , 7 %

Com os dados da tabela 3 e 4, inseridas no item 3.3, obtemos o valor do momento de


inércia experimental da barra, com seus respectivos desvios percentuais com a equação
(07 – 2).

25
Lm g T ²
I=
8π²
2
0 ,76 .0,5836 . 9 , 8 ( 1 , 44 )
I=
8π ²

I =( 114 ±2 ) 10−3 Kg m²

Obtendo o desvio percentual para o momento de inércia da barra:

D % momento=¿ Vt −Vexp∨ ¿ ¿
¿Vt ∨¿ 100 % ¿

D % momento=¿ 0,11236−0,11415∨ ¿ ¿
¿ 0,11236∨¿100 % ¿

D % momento=1 , 6 %

3.3.4 – Análise de Resultados

O momento de inércia de uma barra, onde obtivemos um desvio percentual de 1,6% e


para o tempo, um desvio de apenas 0,7%, e pode ser explicado pelo mesmo motivo já
proposto. Podemos explicar esta diferença causada pelo fato de não considerarmos o
atrito envolvido no sistema, além do erro de paralaxe na parada do tempo após o término
das 10 oscilações completas da barra, de modo manual, utilizando-se do cronômetro.

3.3.5 – Conclusão

Foi possível obter o momento de inércia da barra via um pêndulo físico. Para isso
relacionou-se conceitos de rotação e movimento harmônico simples, e a equação final
experimental ficou em função do período de oscilação da mesma, descrita assim:
Lm g T ²
I= . Os resultados obtidos foram compatíveis com os obtidos via equação
8π²
teórica que somente depende da massa e do comprimento da barra, e do conceito de
que seu eixo de rotação encontra-se em uma das extremidades da barra, centrada em
relação a sua largura e espessura. E, de que a barra deve ser homogênea.

26
4. Referência Bibliográfica
[1]Site: http://euclides.if.usp.br/~fisfoto/rotacao/rotacao_mat.htm
[2]Site: http://www.fisica.ufs.br/CorpoDocente/egsantana/solido/din_rotacion/inercia/inercia.htm
[3]Site: http://educar.sc.usp.br/fisica/energiateo.html
[4]Site: http://www.fisica.ufs.br/CorpoDocente/egsantana/unidades/calibre/calibre.htm
[5] TIPLER, Paulo A. Física para Cientistas e Engenheiros – Vol.2 – Terceira Edição – LTC – Livros
Técnicos e Científicos Editora S.A, página 86 (1995) e P.Tipler – 4ª Edição – Vol.1 – página 242
(1995).
[6] David Halliday, Robert Resnick e Jearl Walker - Fundamentos de Física – Vol.2 –LTC
Editora,6ªedição, capítulo 16, pág. 79 (2002).

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