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Índice
Introdução....................................................................................................................................3
1. Neo-realismo: Conceito....................................................................................................4
Conclusão...................................................................................................................................10
Bibliografia................................................................................................................................11
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Introdução
Para entender com segurança a actividade de contestação social e política que marca o
neo-realismo é preciso conhecer as determinações históricas subjacentes ao movimento.
O Neo-realismo posiciona-se contra o regime político e propõe uma literatura
comprometida com os interesses sociais. É por essa atitude original, de defesa dos
oprimidos e de denúncia da exploração das massas que o movimento se coloca como
um neo, um novo realismo. O Novo realismo coloca-se diferente em relação ao
Realismo do Século XIX porque se baseia na concepção marxista da arte e de
sociedade. As raízes ideológicas e as preferências temáticas entre o Realismo de Eça de
Queirós e o novo Realismo são distintas. O movimento em estudo é original e inovador.
Assim, neste presente trabalho, tenta-se mostrar um pouco do contexto histórico do neo-
realismo, as suas características, os autores e obras destacadas e a sua relação com
outras literaturas, caso de (Brasil, Moçambique e Angola).
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1. Neo-realismo: Conceito
Neo- Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de novo e liga-se por hífen
ao elemento seguinte quando este começa por uma consoante: h, r, s.
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refutador das crenças biológicas de eugenia ou superioridade natural dos brancos sobre
outros povos. De certa maneira, pode-se afirmar que este conjunto de ideias embasou o
Nazismo e suas aberrações. Delas, o movimento e testemunha ocular encontra ela, ele
posiciona-se.
Por essas razoes, torna-se possível afirmar que o grupo Neo-realista traçou uma
constante ligação entre a arte e os fenómenos históricos. E isso, e o que explica o
caracter essencialmente colectivista e a proposta de uma relação de solidariedade
naquele tempo de intensas desigualdades sociais e regionais, de violenta exploração
económica e social, de violenta repressão política, social, ideológica e cultural, bem
como a manipulação das consciências e da vida social. A publicação do romance
Gaibéus de Alves Redol, lançado no ano de 1940 e tida como sendo o marco inicial da
literatura neo-realista portuguesa. O Portugal, retratado na obra de literária Gaibéus e o
mundo rural da beira, em deslocamento para o ribatejo. A colheita do arroz pede mão-
de-obra e, para a região, camponeses beirões dirigem-se. Encarando-se o
desenvolvimento da historia retratado nesta narrativa, o grande herói e colectivo, ou
seja, e o povo que sofre. Na verdade, Gaibéus e a designação para o grupo dos
trabalhadores rurais em marcha que, ao longo da trajectória, para entretimento, histórias
são contadas. Em verdade, uma emenda-se a outra e, narrando, os camponeses se
narram. Destacam-se a sua vivacidade e a sua resistência aos impérios de toda a sorte.
Sem embargo destes factos, a narrativa e mais que documento social, uma vez que se
supera a pura necessidade da denuncia. O autor, entretanto, dizia que ficaria satisfeito,
se vissem o seu escrito como ´´um documentário humano fixado no Ribatejo´´.
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1.2. Características do Neo-realismo
Para Urbano Tavares Rodrigues, citado por Ana Ferri (2008), o Neo-Realismo
português teve como características principais “uma explícita solidariedade com o
trabalhador (operários ou rurais) ” e “uma manifesta vontade de intervenção
transformadora”, abaixo segue as todas as características do Neo-realismo:
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para as condições de reivindicação de mudança social. E teve uma participação activa
em movimentos da causa e foi preso duas vezes.
No que se refere a produção literária em Africa, percebemos que, por questões de cunho
histórico, suas literaturas se desenvolveram apenas apos o processo de independência do
Brasil, remetendo-nos a segunda metade do seculo XIX. As referidas questões foram
originadas pelo maior afluxo lusitano as terras africanas na tentativa de repor as perdas
económicas advindas do processo de libertação do Brasil. Sob a estética romântica,
surgem, portanto, obras como os ´´ Sonetos de um mercador´´ do governador Luís
Mendes de Vasconcelos e ´´ espontaneidades da minha alma´´, de José Maia Ferreira,
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em 1849, ambos que bebem de fontes românticas em cronicas e relatos de exótica
literatura de viagens.
Caso de Angola
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soma-se a outro movimento da década de 40, revestido de contornos nitidamente
naturalistas. O escritor angolano, Pepetela, em Mayombe, de certa maneira, extrapola o
limite ideológico das narrativas da revolução que finalmente chegou a Angola ao
discutir espacialmente no interior de uma floresta valores universais como a
fraternidade e o amor. A floresta da Cabinda, distante como Camaxilo, domina o
cenário e rasura vestígios da cultura portuguesa ao apresentar uma majestade tropical
que determina um novo tempo: as arvores enormes, das quais prendem cipos grossos
como cabos, permitem, quando querem, a entrada da luz do sol e do luar e, por entre as
suas copas fechadas, <<apenas o fumo pode libertar-se e subir>>. Portanto, o meio
físico torna-se condutor da obra inaugural da literatura angolana, a diegese permeada
por varias vozes enunciadoras que, coordenadas por um narrador em terceira pessoa,
enfeitiça o leitor e esconjura o veneno da tirania colonialista.
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Conclusão
Desta feita, acredita-se que, em Portugal, o cenário politico e social não era menos
perturbadora. Entrementes, a instauração da ditadura militar após o Golpe de 1926,
precedera a estrutura daquela que seria considerada a mais longeva experiência
autoritária moderna do oriente europeu, devido a ditadura salazarista, cujo nome tem
como referência o seu fundador e líder, António de Oliveira Salazar. Na verdade, o
Neo-realismo tomou-se de intenções ambiciosas visto que tinha a pretensão de ser um
movimento cultural de conscientização das mentes e de transformação da realidade
portuguesa, através da dotada reflexão sobre um momento histórico em que, os grandes
problemas dos homens deixaram de ser individuais para serem colectivos, em que o
desemprego, a fome, as guerras já eram tidos como males, outrossim, colectivos.
Portanto, pode dizer-se que o Neo-realismo português ficou patente nas artes plásticas,
na música, na literatura e até na própria forma de pensar e agir como um ser humano
que almeja uma mudança positiva e justa capaz de conduzir a satisfação total, o que é
visível até hoje.
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Bibliografia
Grande Dicionário, Língua portuguesa. Porto Editora LD. (2004), (P. 627-705).
Malato, Maria Luísa. (2008). História da literatura europeia: uma introdução aos
estudos literários, Lisboa, (p. 247-252)
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