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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA


PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES – PARFOR
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

JOELNA MÁRCIA DO AMARAL COSTA


LUCILENE PIEDADE DA CONCEIÇÃO LOBO

OS JOGOS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA PARA O ENSINO APRENDIZAGEM


DA MATEMÁTICA EM TURMAS DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.

Santo Antônio do Tauá – Pará


2017
2

JOELNA MÁRCIA DO AMARAL COSTA


LUCILENE PIEDADE DA CONCEIÇÃO LOBO

OS JOGOS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA PARA O ENSINO APRENDIZAGEM


DA MATEMÁTICA EM TURMAS DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Federal Rural da Amazônia como
requisito avaliativo a obtenção de grau do curso de
Licenciatura Plena em Pedagogia, sob orientação
da Profª. Canaã dos Santos Barreto.
.

Santo Antônio do Tauá – Pará


2017
3

JOELNA MÁRCIA DO AMARAL COSTA


LUCILENE PIEDADE DA CONCEIÇÃO LOBO

OS JOGOS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA PARA O ENSINO APRENDIZAGEM


DA MATEMÁTICA EM TURMAS DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal Rural da


Amazônia, como requisito avaliativo para obtenção de grau do curso de Licenciatura
Plena em Pedagogia.
Orientador: Profª. Canaã dos Santos Barreto.
.

Data:____/____/____
Conceito:______________

Banca Examinadora

______________________________________
Profª. Canaã dos Santos Barreto.
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA

_____________________________________
Nome do Prof. (Titulação)
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA

______________________________________
Nome do Prof. (Titulação)
Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
4

Dedico à minha mãe Doralice Costa (in meroriam) ao meu


esposo Hilton Palheta, aos meus filhos Marcelo Costa e Lorena
Costa pelo apoio e pela compreensão durante a minha
caminhada nesse curso.
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pois sem ele eu não teria traçado o meu
caminho e feito a minha escolha pela Pedagogia.
Agradeço a minha família, por terem me apoiado e ficarem ao meu lado nas
horas em que eu mais precisava.
A professora, Maria do Carmo Acacio, pelo suporte no pouco tempo que lhe
coube, agradeço por transmitir seus conhecimentos.
6

“Felizes aqueles que se divertem com


problemas que educam a alma e elevam
o espírito.”
FENELON, 2014.
7

RESUMO

Este trabalho com o título “Os jogos como ferramenta didática para o ensino
aprendizagem da matemática em turmas do 3º ano do Ensino Fundamental”, foi
apresentado com o objetivo de pesquisar sobre a importância dos jogos como
ferramenta didática para o professor no ensino da matemática nas séries iniciais do
ensino fundamental, tornando as aulas mais divertidas e prazerosas. As discussões
elencadas nesse trabalho deixaram cada vez mais evidentes da importância do uso
dos jogos no processo de ensino e aprendizagem dos alunos. A metodologia
utilizada foi de aplicação de questionários dirigidos com perguntas abertas e
fechadas para professores da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental
Manoel da Costa e Silva pertencente à rede municipal de ensino do município de
Santo Antônio do Tauá – Pará, e com o apoio bibliográfico para fundamentar a
pesquisa de campo na escola com professores que trabalham nas séries iniciais do
ensino fundamental. Os resultados nos mostraram que ainda temos muito que fazer,
pois segundo os resultados obtidos a prática dos jogos como ferramenta didática
para o ensino da matemática se faz necessária para assumir de forma eficiente os
resultados esperados.

Palavras-Chave: Jogos, Ensino aprendizagem, ferramenta didática, matemática,


Ensino Fundamental.
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ABSTRACT

This work with the title "Games as a didactic tool for the teaching of mathematics
teaching in classes of the 3rd year of Elementary School", was presented with the
objective of researching about the importance of games as a didactic tool for the
teacher in the teaching of mathematics in the Elementary school, making classes
more fun and enjoyable. The discussions highlighted in this paper have become
increasingly evident about the importance of using games in the teaching and
learning process of students. The methodology used was the application of
questionnaires addressed with open and closed questions to teachers of the Manoel
da Costa e Silva Municipal School for Elementary and Secondary Education
belonging to the municipal education network of the municipality of Santo Antônio do
Tauá - Pará, and with bibliographic support To support field research in school with
teachers working in the initial grades of elementary school. The results showed us
that we still have a lot to do, because according to the results obtained the practice of
games as a didactic tool for teaching mathematics is necessary to efficiently assume
the expected results.

Keywords: Games, Teaching learning, didactic tool, mathematics, Elementary


School.
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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Quadro representativo do perfil dos docentes entrevistados.................35


10

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01: Escola Municipal de Ensino Fundamental Manoel da Costa e Silva....33


FIGURA 02: Escola Municipal de Ensino Fundamental Manoel da Costa e Silva....33
FIGURA 03: Jogo Construindo Números..................................................................41
FIGURA 04: Jogo dos numerais...............................................................................42
11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................... ..................................12

2 OS JOGOS E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO.......................................15


2.1 TEORIAS DA APRENDIZAGEM..........................................................................15
2.2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O
DESENVOLVIMENTO DO INDIVÍDUO......................................................................17
2.3 O PAPEL DO PROFESSOR NO ENSINO DA MATEMÁTICA ATRAVÉS DE
JOGOS.......................................................................................................................19
2.4 POR QUE O LÚDICO PODE SER UM ALIADO PARA O DOCENTE?...............22
2.5 A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS NO ENSINO DA
MATEMÁTICA............................................................................................................25
2.6 COMO UTILIZAR OS JOGOS MATEMÁTICOS EM SALA DE AULA.................26
2.7 CARACTERÍSTICAS DOS JOGOS MAIS ADEQUADOS PARA O ENSINO DA
MATEMÁTICA NAS SERIES INICIAIS......................................................................28
2.7.1 Jogo construindo números................................................................................29
2.7.2 Jogo dos numerais............................................................................................29
2.7.3 Jogo do 1,2,3 ....................................................................................................30
2.7.4 Jogo da caça aos números...............................................................................30
3 METODOLOGIA.....................................................................................................32
3.1 TIPO DE PESQUISA............................................................................................32
3.2 CONTEXTO/PARTICIPANTES DA PESQUISA...................................................32
3.3 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA E ANALISE DOS DADOS......................34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 35
CONSIDERAÇÕES....................................................................................................45
REFERÊNCIAS..........................................................................................................46

APÊNDICES
12

1 INTRODUÇÃO
A matemática se faz presente na vida cotidiana nas mais corriqueiras ações,
como, por exemplo, um simples ato de compra e venda em um mercado. Assim,
lidamos com a matemática de forma prática sem nos dar conta.
Quando nos referimos à matemática formal, aquela ensinada nas escolas, ela
ganha ainda mais importância, pois comporta um amplo campo de relações que
podem despertar a curiosidade e instigar a capacidade de generalização, projeções,
previsões e abstrações, favorecendo, assim, a estruturação do pensamento e do
raciocínio lógico do indivíduo.
Dada essa importância, se faz necessário uma educação matemática para
desenvolver no aluno o conhecimento matemática de forma efetiva em sala de aula,
no qual o educando consiga participar ativamente da construção do conhecimento e
consiga compreender a importância desse conhecimento para sua vida cotidiana.
Estudos desenvolvidos por Floriani (2000), e muitos outros pesquisadores
com atuação em diferentes contextos, defendem em comum quatro pontos
fundamentais à educação matemática: contextualização do ensino, respeito à
diversidade, desenvolvimento de habilidades e reconhecimento das finalidades
científicas, sociais, políticas e histórico-culturais.
A educação matemática, mais que um ensino de matemática no espaço da
escola, caracteriza-se como processo imerso na totalidade concreta e se desenvolve
a partir de pensamentos matemáticos. Através dela se pretende dar conta de um
conjunto de práticas ligadas à justificação e à argumentação, com base na
perspectiva das relações sociais manifestadas na realidade concreta. Por isso
mesmo, conhecer representações e sentidos organizados por um dado grupo social
acerca desse processo contribui por desvelar determinantes que podem influenciar
no desencadear das inúmeras ações dele decorrentes. (DOHME, 2003, p. 47).
Nesse contexto, acredita-se que os jogos configuram-se como uma alternativa
didática voltada para tornar a aprendizagem da matemática mais efetiva e prazerosa
para os estudantes. Através dos jogos, os alunos têm a possibilidade de ampliar seu
repertório de ação, assim como construir conceitos e habilidades, e ainda de
colaborar no processo de construção da autonomia.
O jogo como ferramenta didática e facilitador da aprendizagem de alunos em
turmas do 3º ano do ensino fundamental tem sido objeto de estudo e análise por
13

parte de muitos estudiosos das questões relativas ao processo de


ensino/aprendizagem.
Ao longo do tempo, essa ferramenta pedagógica, busca consensos
funcionais, didáticos e conceituais para sua construção enquanto identidade
pedagógica, pois é fundamental que se questione: qual a importância do jogo como
ferramenta didática de ensino dos professores voltada a construção do
conhecimento da matemática para os alunos do 3º ano do ensino fundamental?
Até que ponto os jogos pode ser considerado importante no ensino da
matemática nas séries iniciais do ensino fundamental? Quais as contribuições que
os jogos trazem para o ensino da matemática em sala de aula? De que forma os
professores das séries iniciais da Escola Municipal de Ensino Fundamental Manoel
da Costa e Silva compreendem o uso de jogos para o ensino da matemática? Como
os jogos matemáticos podem ajudar o professor em sala de aula, tornando as aulas
mais divertidas e prazerosas? Quais os jogos mais adequados e como deve ser as
intervenções pedagógicas durante a realização de um jogo em sala de aula.
O objetivo geral desse trabalho é pesquisar sobre a importância dos jogos
como ferramenta didática no ensino da matemática nas séries iniciais do ensino
fundamental, tornando as aulas mais divertidas e prazerosas. Os objetivos
específicos são: Verificar a importância dos jogos no ensino da matemática nas
séries iniciais do ensino fundamental; Identificar a compreensão dos professores das
séries iniciais da Escola Municipal de Ensino Fundamental Manoel da Costa e Silva
com relação ao uso de jogos para o ensino da matemática; Analisar as
características dos jogos matemáticos e sua contribuição em sala de aula para uma
aula mais divertida e prazerosa; Levantar os jogos mais adequados e as formas
adequadas de intervenções pedagógicas durante a realização de um jogo em sala
de aula; Realizar experiência em sala de aula utilizando jogos no ensino da
matemática nas séries iniciais do ensino fundamental.
Justifica-se esse trabalho ressaltando que atualmente existe uma
necessidade cada vez maior de proporcionar aos nossos alunos uma educação
matemática de qualidade e aulas que despertem o interesse dos estudantes, e isso
tem nos levado a refletir e também a propor formas diferenciadas de realizar o
conhecimento matemático em sala de aula.
Em meio a diferentes possibilidades, se faz necessário considerarmos a
participação efetiva do aluno nos processos de ensino-aprendizagem como o
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elemento central do ensino, ou seja, um ser ativamente empenhado no processo de


construção do seu próprio conhecimento, sempre interpretando seu mundo e suas
experiências com os diferentes fenômenos com que se puser em contato, inclusive o
matemático.
Ao considerarmos o uso dos jogos, como uma excelente estratégia para a
aprendizagem, o que não é novidade para a maioria dos professores, ainda não são
muitos os que se utilizam esse recurso como estratégia para favorecer uma
aprendizagem mais significativa e prazerosa para o ensino da matemática,
principalmente nos anos iniciais do ensino fundamental no processo de
escolarização.
Como é do conhecimento de todos que através dos jogos, os alunos têm a
possibilidade de ampliar seu repertório de ação, assim como construir conceitos e
habilidades, e ainda de colaborar no processo de construção da autonomia.
Portanto, essa pesquisa justifica-se pela importância que o tema tem para a
atuação dos professores de séries iniciais do ensino fundamental em sala de aula,
como recurso metodológico no ensino aprendizagem da matemática.
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2 OS JOGOS E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO


2.1 TEORIAS DA APRENDIZAGEM
O homem pode ser considerado naturalmente lúdico, no seu cotidiano, sente
prazer em jogar, brincar e se relacionar com a sociedade de forma lúdica. Sabe-se
que toda criança passa por um processo natural de desenvolvimento, recebendo por
sua vez uma grande influência do meio em que vive. Podemos dizer que durante
todo esse processo, requer um ambiente acolhedor, uma liberdade de ação e
estimulação para novas descobertas.
Para Platão, grande filósofo grego, dizia que o desenvolvimento da
aprendizagem de uma criança somente deveria ser iniciado a partir dos sete anos,
sendo assim, os primeiros anos da criança dedicados À prática de jogos educativos
realizados sob vigilância e um meio propício.
A metodologia com a utilização dos jogos como fator determinante na
educação e desenvolvimento da aprendizagem das crianças, foi abordada por
PIAGET (1974), onde o autor afirma que:

A importância dos jogos torna-se ainda maior quando estes são


desenvolvidos pela própria criança, uma vez que esse trabalho de
reconstrução exige do educando uma adaptação mais completa
denominada de síntese progressiva da assimilação com acomodação.
(PIAGET, 1974, p. 57).

Segundo a fala do autor acima, o homem por ser considerado o sujeito da sua
própria história, toda ação educativa deve promover no indivíduo sua relação com o
mundo por meio da consciência crítica do indivíduo, da libertação e de sua ação
concreta com o objetivo de transformá-lo.
Diante do exposto, Piaget (1974), defende que no trabalho de educação com
crianças é necessário que se forneça um material conveniente, com o objetivo de
que, jogando, elas cheguem a assimilar realidades intelectuais que, sem essa ação,
permaneceriam exteriores à inteligência infantil.
Percebe-se também que o autor caracteriza o lúdico diante das suas funções,
uma delas é consolidar os esquemas formados, equilíbrio emocional e prazer à
criança. “Por isso, o ato de brincar representa um modo de aprender a respeitar os
objetos e eventos novos e complexos, de consolidar e ampliar conceitos e
habilidades e integrar o pensamento com as ações dependendo a forma como as
16

crianças brincam em dada ocasião do estágio de desenvolvimento cognitivo em que


se encontram”. (PIAGET, 1974, p. 87).
Segundo Machado (1999):

Os primeiros jogos do bebê estão relacionados ao seu próprio corpo, os


quais proporcionam um conhecimento de si mesmo. Esse tipo de jogo é
conhecido como jogo funcional, no qual os bebês colocam em exercício
suas funções de bater, pegar, jogar, entre outras e realizam os mais
variados tipos de movimentos com seu corpo. (MACHADO, 1999, p. 68).

O autor citado acima, afirma ainda que é por volta dos três anos que surge o
brincar. De acordo com os jogos citados pelo autor ainda, é possível perceber a
criança dramatizando no seu dia a dia, com isso, imitando ações do adulto trazendo
sua fantasia em algumas situações reais. Diante dessa fase, o comportamento da
criança está ligado ao significado dos objetos e não mais à sua percepção imediata
da mesma.
Segundo Vygotsky (1991, p 45), “antes dos três anos, a criança ainda não
desenvolveu o pensamento abstrato e por isso age de acordo com a estimulação
imediata dos abjetos”. Diante das teorias de desenvolvimento da aprendizagem
onde podemos chamar de situações imaginárias, como definição de regras
específicas. O brinquedo, por sua vez, acaba propiciando, na criança o que
Vygotsky (1984) chama de zona de desenvolvimento proximal. O autor ainda
classifica como:

A zona de desenvolvimento proximal é a distancia entre o nível de


desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução
independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial,
determinado através da solução de problemas sob a orientação de um
adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (VYGOTSKY,
1984, p. 97).

Em se tratado de zonas de desenvolvimento o autor afirma que com quatro


anos que a criança já começa a perceber e aceitar regras de jogos e surge à
brincadeira em grupo, sendo, por volta dos cinco anos aproximadamente, que as
brincadeiras de meninos e meninas já apresentam suas respectivas características,
as brincadeiras das meninas refletem as atividades realizadas pela mãe e os
meninos demonstram mais interesse pelos jogos de aventura.
17

2.2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O


DESENVOLVIMENTO DO INDIVÍDUO.
Os jogos, as brincadeiras, até mesmo o faz-de-conta são expressões de uma
fase especifica da vida, da infância, que destaca justamente um momento de
divertimento, de inocência, em que o mundo infantil e o mundo do adulto entram em
simbiose e onde a criança aprende, se desenvolve, cria regras para o seu jogo e
brincadeira, assume papéis que ainda não é capaz de assumir na realidade e por
isso amplia seu conhecimento sobre o mundo, sobre os objetos e das relações com
os outros, através da criação de uma zona de desenvolvimento.
De acordo com Moyles (2001, p. 114), “é nessa fase que o brincar caracteriza
o ser no mundo, onde a criança assume seu lugar como ser social, apesar da
infância ser cultural, é necessário que nos ambientes escolares todos possam ter
acesso a brincadeira, os jogo, como forma de externar essa espontaneidade e
autonomia do tempo de criança”.
Diante da importância e valorização, citada pelo autor anteriormente, no
âmbito escolar no que se refere à construção de jogos, brinquedos com sucatas e
também o resgate das brincadeiras, às quais permitam à criança vivenciar e
manifestar sua natureza singular. Sobre essa importância BARROS (2002)
complementa com a seguinte explanação que:

O brincar por si apresentam uma série de alternativas que auxiliam na


construção do conhecimento, cuja criança aproprie-se deste conhecimento
de uma forma muito agradável e interessante. No jogo, brincando ela
mesma consegue avaliar seu crescimento e sente-se naturalmente
desafiada a ir adiante. (BARROS, 2002, p. 36).

O brincar é a ação dos desejos internalizados na criança. Fora de escola, o


brincar retrata um momento especifico da vida, onde o mundo da criança é
constantemente transformado e tudo pode se transformar em brinquedo,
dimensionando as experiências da criança com o mundo.
Segundo RAU (2007):

a idéia de brincar se origina na imaginação criada pela criança, em que os


desejos impossíveis pode ser resgatados, reduzindo a tensão e, ao mesmo
tempo, constituindo uma maneira de acomodação a conflitos e frustrações
da vida real. Vygotsky afirma que “brincar leva a criança a tornar-se mais
flexível e buscar alternativas de ação. Enquanto brinca, a criança concentra
18

sua atenção na atividade em si e não em seus resultados e efeitos. Permitir


brincar às crianças é uma tarefa essencial do educador. (RAU, 2007, p. 46).

Dessa forma o autor explica que o brincar é uma importante ferramenta de


superação de medos, angústias, e equilíbrio das tensões decorrentes de sua relação
com o meio em que vive. Imagine como seria a escola que viabilizasse em seus
domínios a promoção, a valorização e o resgate do brincar.
Para Moyles (2001, p. 181) “na escola, o brincar pode ser dirigido, livre ou
exploratório, o essencial é que ele faça a criança avançar do ponto em que está no
momento em sua aprendizagem, criando condições para a ampliação e revisão de
seus conhecimentos’”.
Dessa maneira, o brincar torna-se essencial no desenvolvimento da criança,
pois no brincar não se aprende somente conteúdos, mas se aprende para a vida. É
por meio da ludicidade que as crianças criam, têm o poder, esquecendo assim o
distanciamento entre elas e os adultos. Assim, vão construindo sua inteligência e o
próprio amadurecimento social. Para MOYLES (2001):

É por meio do brincar que a criança exterioriza seus anseios e imita o


mundo dos adultos e através deste comportamento ela consegue
aproximar-se do processo de conscientização sobre a responsabilidade,
tanto de sua conduta quanto do seu desenvolvimento social. (MOYLES,
2001. p.181).

O ato de brincar reflete a uma situação de autoria e de autonomia por parte


da criança, pois as ações dela, comumente de caráter imitativo, desvelam processos
mentais complexos, onde a criança vê a exteriorização e determinados
comportamentos pelos adultos, ela interioriza esses comportamentos e depois
exterioriza através da ação imitativa. Podemos citar como exemplo quando uma
criança tem o costume de ver o pai dirigindo o carro, e esse comportamento de
dirigir é reiterado, possivelmente em outras situações a criança era reproduzir esse
comportamento, ora fazendo movimentos no próprio objeto, ou emitindo sons que se
pareçam com os do carro e fazendo movimentos do carro.
É através do brincar que as crianças exteriorizam o que aprenderam e é no
brincar que elas organizam suas idéias, demonstrando suas apreensões a respeito
do mundo e das pessoas, caminhando para o desenvolvimento da criança em
muitos aspectos como o motor, social, e psicológico.
19

2.3 O PAPEL DO PROFESSOR NO ENSINO DA MATEMÁTICA ATRAVÉS DE


JOGOS.
Inicialmente, podemos dizer que o desenvolvimento em si começa a partir do
momento em que uma criança interage com o próprio conteúdo, muitas vezes de
forma indireta através de um lecionado, identificando possíveis dificuldades e
habilidades. Levando-se em consideração esse conceito é possível estabelecer,
uma relação entre desenvolvimento e atividades lúdicas, uma vez que essa
proporciona contato a fim de estimular o auto-aprendizado, impulsionando a
concentração, atenção, curiosidade e raciocínio lógico. De acordo com BARBOSA
(1998), o objetivo dos jogos de maneira geral é:

Divertir o usuário, sem a necessidade direta de aderir a processos de


ensino e aprendizagem, focando em designer e funcionalidade. Assim,
jogos que proporcionam o aprendizado comprime tal carência de maneira
que o usuário aprenda constantemente com o jogo, proporcionando uma
sensação agradável e, consequentemente, mais eficaz. Tal resultado não
se dá apenas ao layout colorido e efeitos musicais; todo o processo de
criação tende a estruturar o aprendizado partindo de objetivos
intermediários embasados em psicologia e pedagogia, assim como
atividades que, mesmo subconsciente, o indivíduo aprenda da mesma
maneira que consciente, fixando o aprendizado a partir de momentos
vividos e compartilhados. (BARBOSA, 1998, p. 74).

Através dos objetivos citados pelo autor acima passamos a considerar os


jogos educacionais podem ser um elemento catalisador, capaz de contribuir, ainda
segundo o autor, para o “processo de resgate do interesse do aprendiz, na tentativa
de melhorar sua vinculação afetiva com as situações de aprendizagem” (BARBOSA,
1998). E de acordo com Tarouco (2004):

A vinculação afetiva exerce um papel fundamental, pois, cansado de muitas


vezes tentar e não alcançar resultados satisfatórios no chamado "tempo" da
escola, o aluno experimenta sentimentos de insatisfação constantes os
quais funcionam como bloqueadores nos avanços qualitativos de
aprendizagem. (TAROUCO, 2004, p. 01).

Muitas vezes há necessidade de se utilizar os jogos na disciplina de


matemática como ferramenta pedagógica de ensino, como foi mencionada na seção
anterior, parte de uma reflexão de nós docente como uma alternativa para aumentar
a motivação em relação à aprendizagem do aluno, sempre explorando a
concentração, o raciocínio lógico e também o senso cooperatividade e de uma
20

interação do aluno com seus colegas. Em decorrência disto, devemos levar em


consideração como docentes a reflexão de SCHWARTZ (1996), que:

(...) a noção de jogo aplicado à educação desenvolveu-se com lentidão e


penetrou, tardiamente, no universo escolar, sendo sistematizada com
atraso. No entanto, introduziu transformações decisivas... Materializando a
ideia de aprender divertindo-se (...) (SCHWARTZ, 1966, p. 74).

Em se tratando da utilização de jogos para o ensino de matemática, o mesmo,


representa, na maioria das vezes, uma mudança de postura de nós professores em
relação ao o que é ensinar matemática, ou seja, o nosso papel de professor muda
de comunicador de conhecimento para o de observador, mediador, interventor e
incentivador da aprendizagem, do processo de construção do conhecimento do
aluno.
Através de atividades lúdicas que envolvam os jogos o aluno vai refletir,
analisar, levantar hipóteses e testá-las para conseguir realizar o jogo. Por isso os
jogos podem ser utilizados ocasionalmente para completar as atividades produzidas
durante as aulas diárias, sempre ocupando um horário dentro do planejamento da
aula. Dessa forma, torna-se possível explorar todo o potencial do jogo, como o
processo de solução, registros, discussões e possíveis dúvidas que poderão surgir a
seu respeito.
A construção de novas estratégias para garantir o jogo como uma ferramenta
de subsídio ao professor no processo de ensino aprendizagem em sala de aula pode
ser considerada uma tarefa árdua, pois devemos levar em consideração o
planejamento das nossas atividades como docentes e os benefícios que o mesmo
pode trazer para o desenvolvimento dos nossos alunos. De acordo com VYGOTSKY
(1989), dentre os benefícios o autor destaca que:

Os jogos propiciam o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da


concentração. O lúdico influencia no desenvolvimento do aluno, ensinando-
o a agir corretamente em uma determinada situação e estimulando sua
capacidade de discernimento. Os jogos educacionais são uma alternativa
de ensino e aprendizagem e ganham popularidade nas escolas. Sua
utilização deve ser adequada pelos professores como um valioso
incentivador para a aprendizagem, estimulando as relações cognitivas como
o desenvolvimento da inteligência, as relações afetivas. Portanto, jogos
educativos digitais usados em sala de aula podem auxiliar na
aprendizagem. (VYGOTSKY, 1989, p. 30).
21

Quando utilizado o jogo como recurso na disciplina de matemática,


poderemos detectar as dificuldades que nossos alunos possuem e de eles
aprenderem sem perceber, e o interesse na disciplina consequentemente
aumentará. Mas como qualquer outro recurso utilizado em sala de aula, alguns
aspectos podem ocorrer e nós professores deveremos estar preparados.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais propõem o jogo como um dos recursos
a serem utilizados no ensino da matemática porque,

Por meio dos jogos as crianças não apenas vivenciam situações que se
repetem, mas aprendem a lidar com símbolos e a pensar por analogia
(jogos simbólicos): os significados das coisas passam a ser imaginados por
elas. Ao criarem essas analogias, tornam-se produtoras de linguagens,
criadoras de convenções, capacitando-se para se submeterem a regras e a
dar explicações (BRASIL, 2001, p. 48)

Cabe ressaltar a importância de trabalhar outros aspectos juntos com o


recurso dos jogos como a história de algum jogo, isso desperta mais ainda o
interesse do aluno. Em relação ao uso de jogos no ensino da Matemática, os PCN
(BRASIL, 2001, p. 49) destacam:

Um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles provocam no


aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos
façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor, analisar e avaliar a
potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que
deseja desenvolver. (BRASIL, 2001, p. 49).

Como podemos perceber de acordo com os PCN’s os jogos passam a ser


considerados um recurso favorável ao ensino da matemática, pois apresentam
situações-problema significativas que desafiam o pensamento, desencadeando o
processo de equilíbrio, responsáveis pela construção de novos conhecimentos. A
linguagem matemática, que é muitas vezes difícil pelo aluno entender na sala de
aula, pode ser mais entendido em um contexto lúdico.

2.4 POR QUE O LÚDICO PODE SER UM ALIADO PARA O DOCENTE?


O lúdico influencia diretamente na formação da personalidade da criança, e o
mesmo associado aos jogos acabam desenvolvendo a capacidade psicomotora,
capacidade de raciocínio lógico, além de facilitar a formação de conceitos e idéias.
22

O lúdico possibilita o estudo da relação da criança com o mundo externo,


integrando estudos específicos sobre a importância do lúdico na formação
da personalidade. Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma
conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra
percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e
desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando. (SILVA,
2007 p. 48).

Para Olivier (2003, p. 21) o lúdico tem como objetivo a vivência prazerosa, é
realizado sem motivo, é espontâneo; privilegia a criatividade devido à sua ligação
com o prazer, não tem regras pré-estabelecidas e seu local de manifestação é o
lazer, e o lazer “tem no prazer uma das suas características fundamentais”.
Ao pensarmos em um conceito concreto para o lúdico nos deparamos com as
palavras de Silva (2007), onde o lúdico é definido como “qualquer atividade em que
existe uma concentração espontânea de energias com finalidade de obter prazer da
qual os indivíduos participam com envolvimento profundo e não por obrigação”. Silva
(2007, p. 07).
Para Marcellino (1989):

é por meio do lúdico que a criança consegue se expressar. Sempre houve a


utilização de jogos na escola, para que o aluno se desenvolva e aprenda. E,
com base nisto, o autor traz que é por meio da atividade lúdica que ocorre a
integração entre o desenvolvimento do aluno e o desenvolvimento
educacional. (MARCELLINO, 1989, p 40).

O autor acima relaciona o lúdico com os jogos, mostrando as suas


semelhanças e como sua relação pode ser de fundamental importância para o
desenvolvimento do aluno. Silva (2007), novamente, afirma que “o conceito de jogo
está mais relacionado com o lúdico; assim como o lúdico, o jogo faz parte da história
da humanidade e é por meio dele que nos desenvolvemos”. Marcellino (1989, p. 27)
também acredita que “o lúdico ajuda na formação do ser humano e que essa
formação servirá para torná-lo participante da cultura da sociedade e não somente
um indivíduo”. O jogo, para Mello (2003, p. 14), “é uma relação dialética entre a
realidade e a fantasia, e o seu conteúdo e significado dependem do local de
realização”.
23

Oliveira (2002) comenta que:

O jogo é visto como um recurso que auxilia no desenvolvimento e


aprendizagem da criança, por meio de conteúdos e habilidades que devem
ser trabalhados, e que o jogo auxilia na autonomia e criatividade da criança,
podendo ser usado para dar sentido às atividades descontextualizadas que
são realizadas. (OLIVEIRA, 2002, p. 61)

O jogo é considerado um elemento determinante no cotidiano escolar. Pois,


pode trazer ao aluno várias possibilidades de interação com a aula e o assunto
abordado. Além disso, pode-se considerar que o jogo educa o aluno e estimula a
interação com o grupo, e também ajuda na resolução de problemas entre os
mesmos. O jogo expõe os alunos a desafios e obstáculos. Ele deve ser elaborado
para proporcionar vivência, pois o aluno, quando joga, presencia e vivencia as
influências que é atribuído ao jogo, como: alegrias, prazeres, entre outros.
Na concepção piagetiana, Faria (1995, p. 19), comenta que “os jogos
consistem numa simples assimilação funcional, num exercício das ações individuais
já aprendidas gerando, ainda, um sentimento de prazer pela ação lúdica em si e pelo
domínio sobre as ações”. Portanto, os jogos têm dupla função: consolidar os
esquemas já formados e dar prazer ou equilíbrio emocional ao aluno.
Contudo podemos afirmar que o lúdico é de fundamental importância no
ensino aprendizagem da matemática, visto que, as ferramentas que são utilizadas
servirão de auxilio, tanto para nós educadores no ato de ensinar, assim como para
os alunos no que se refere ao fato de aprender. Ao utilizar esse recurso como um
facilitador, para se trabalhar os bloqueios que os alunos apresentam em relação às
dificuldades encontradas na matemática e detectando as dificuldades, tendo assim
em vista que os jogos mostram-se capazes de contribuir para a aprendizagem e o
desenvolvimento dos alunos no aspecto cognitivo, afetivo, emocional.
É possível afirmar que o ensino lúdico é um fator essencial no processo de
ensino aprendizagem. Nós professores, como mediadores do conhecimento dos
nossos alunos devemos oferecer-lhes oportunidades para formar o hábito de pensar,
desenvolvendo o raciocínio, adquirindo mais segurança e chegando à redescoberta.
Conholato (1992) afirma que:

ao tornamos o jogo como ferramenta do ensino, ele passa a ter novas


dimensões, e é isto que nos obriga a classifica-lo considerando o papel que
24

pode desempenhar no processo de aprendizagem. O jogo pode, ou não, ser


jogo no ensino. Ele pode ser tão maçante quanto à resolução de uma lista
de expressões numéricas: perde a ludicidade. No entanto, resolver uma
expressão numérica também pode ser lúdico, dependendo da forma como é
conduzido o trabalho. O jogo deve ser o jogo do conhecimento, e isto é
sinônimo de movimento do conceito e desenvolvimento. (CONHOLATO,
1992, p. 79).

Nas palavras do autor acima os jogos podem ser considerados o instrumento


mais recomendado para o desenvolvimento da criança, com isso, acredita-se que os
jogos contribuem de maneira significativa no aprendizado da matemática, pois de
uma forma lúdica o professor consegue ter um bom desempenho no
desenvolvimento e aprendizagem dos alunos, principalmente em se tratando das
aulas de matemática.
Quando fazemos, novamente uma relação entre o lúdico e o jogo, Huizinga
(2004, p. 16) diz que “essa relação ocorre porque o jogo é uma atividade livre, “não
séria”, é exterior a vida habitual, tem a capacidade de absorver o jogador, não está
ligada a interesses materiais, é praticado em tempo e local determinado, segue
regras e possui uma ordem”. O mesmo autor diz que “o lúdico possui as seguintes
características: ordem, tensão, movimento, mudança, solenidade, ritmo e
entusiasmo, que também podem ser vistos no jogo”.
Contudo, podemos afirmar que o ensino da matemática deve ser ensinado em
sala de aula relacionando-a com as variadas situações reais do cotidiano,
detectando as dificuldades produzindo meios que venham aumentar a autoestima
dos alunos, visando ampliar um melhor conhecimento na aprendizagem. A sala de
aula é uma experiência única.

2.5 A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS NO ENSINO DA MATEMÁTICA


Atualmente existe uma necessidade cada vez maior de proporcionar aos
nossos alunos uma educação matemática de qualidade e aulas que despertem o
interesse dos estudantes, e isso tem nos levado a refletir e também a propor formas
diferenciadas de realizar o conhecimento matemático em sala de aula. Para que isso
aconteça Faria (1995), diz que:

Em meio a diferentes possibilidades, se faz necessário considerarmos a


participação efetiva do aluno nos processos de ensino-aprendizagem como
o elemento central do ensino, ou seja, um ser ativamente empenhado no
processo de construção do seu próprio conhecimento, sempre interpretando
25

seu mundo e suas experiências com os diferentes fenômenos com que se


puser em contato, inclusive o matemático. (FARIA, 1995, p. 29).

Nesse sentido, podemos perceber que o autor propõe a utilização de jogos


como sendo uma ferramenta didática essencial para tornar a aprendizagem
matemática mais eficiente e prazerosa para os alunos. O mesmo nos mostra ainda
que os jogos matemáticos desenvolvem o raciocínio lógico dos alunos e suas
habilidades. Levando-os a reconhecer a matemática como uma disciplina prazerosa
e também os proporcionam a criação de vínculos positivos na relação professor-
aluno e aluno-aluno.
É importante ressaltar também que com os jogos matemáticos, os nossos
alunos acabam desenvolvendo habilidades ao associar o equilíbrio entre o real e o
imaginário, e, além disso, desenvolver novos conhecimentos em relação ao
raciocínio lógico-matemático.
Ainda para o autor citado anteriormente, o fato de se utilizar os jogos no
processo de ensino e aprendizagem ensino da matemática, o professor tem variadas
possibilidades de oferecer opções para o desenvolvimento de capacidades dos
seus alunos em cada fase em que se encontram. O fato de utilizar jogos de forma
coerente com os objetivos a serem alcançados, explorando a ludicidade, é uma
maneira inteligente e criativa de promover a superação de obstáculos no ensino de
matemática.
Por sua vez, Aranão (1996, p. 27) esclarece que “o jogo é um importante
recurso metodológico que pode ser utilizado em sala de aula, para desenvolver a
capacidade de lidar com informações e criar significados culturais para os conceitos
matemáticos”. E ainda complementa dizendo que “a utilização de jogos nas aulas
auxilia os alunos a aprenderem a respeitar regras, a exercer diferentes papéis, a
discutir e a chegar a acordos, a desenvolver habilidade de pensar de forma
independente e na construção de conhecimento lógico matemático”.
Outro autor que defende a utilização dos jogos como recurso didático em
salas de aulas é Kishimoto (1999, p. 45) quando diz que “o jogo possibilita à criança
aprender de acordo com seu ritmo e suas capacidades”. Diante disso, percebemos
que há um aprendizado significativo associado à satisfação e ao sucesso, sendo
este a origem da autoestima. Quando esta aumenta, a ansiedade diminui, permitindo
26

a criança participar das tarefas de aprendizagem com motivação. Em se tratando


disso BORIN (1996) afirma que

dentro da situação do jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a


motivação é grande, notamos que ao mesmo tempo em que estes alunos
falam da Matemática, apresentam também um melhor desempenho e
atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem. (BORIN,
1996, p. 09).

Compreende-se a partir do exposto que a utilização de jogos no ensino da


matemática tem papel relevante em situações de aprendizagem, pois contribui para
o desenvolvimento de capacidades físicas manipulação de materiais, objetos,
desenvolvimento do corpo, capacidades afetivas, valores, atitudes, interesses e
capacidades cognitivas, e essas capacidades contribuem para a formação de um
indivíduo complexo e preparado.

2.6 COMO UTILIZAR OS JOGOS MATEMÁTICOS EM SALA DE AULA


Ensinar matemática, não é uma tarefa fácil, muitos profissionais da educação
relatam suas dificuldades para desenvolverem bons resultados com os alunos em
sala de aula, o mais importante é o desenvolvimento do raciocínio lógico, estimular o
pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas.
Nós como profissionais da educação, devemos está atentos a novas alternativas
que possam aumentar a motivação de nossos alunos para a aprendizagem,
desenvolver a autoconfiança dos mesmos, a organização, concentração, atenção,
raciocínio lógico-dedutivo e o senso cooperativo, desenvolvendo a socialização e
aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas.
Os jogos, se convenientemente planejados, são um recurso pedagógico
eficaz para a construção do conhecimento matemático. Referimo-nos àqueles que
implicam conhecimentos matemáticos.
Vygotsky (1989) afirmava que através do brinquedo a criança aprende a agir
numa esfera cognitivista, sendo livre para determinar suas próprias ações. Segundo
o autor, o brinquedo estimula a curiosidade e a autoconfiança, proporcionando
desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção.
Para Kishimoto (1999):
27

O uso de jogos e curiosidades no ensino da Matemática tem o objetivo de


fazer com que os adolescentes gostem de aprender essa disciplina,
mudando a rotina da classe e despertando o interesse do aluno envolvido. A
aprendizagem através de jogos, como dominó, palavras cruzadas, memória
e outros permite que o aluno faça da aprendizagem um processo
interessante e até divertido. Para isso, eles devem ser utilizados
ocasionalmente para sanar as lacunas que se produzem na atividade
escolar diária. Neste sentido verificamos que há três aspectos que por si só
justificam a incorporação do jogo nas aulas. São estes: o caráter lúdico, o
desenvolvimento de técnicas intelectuais e a formação de relações sociais.
(KISHIMOTO, 1999, p. 67).

De acordo com as palavras do autor acima, jogar não é estudar nem


trabalhar, porque jogando, a aluno aprende, sobretudo, a conhecer e compreender o
mundo social que o rodeia. Os jogos são educativos, sendo assim, requerem um
plano de ação que permita a aprendizagem de conceitos matemáticos e culturais de
uma maneira geral. Já que os jogos em sala de aula são importantes, devemos
ocupar um horário dentro de nosso planejamento, de modo a permitir que o
professor possa explorar todo o potencial dos jogos, processos de solução, registros
e discussões sobre possíveis caminhos que poderão surgir.
Nesse sentido, os jogos devem ser utilizados pra introduzir, amadurecer
conteúdos e preparar o aluno para aprofundar os itens já trabalhados. Devem ser
escolhidos e preparados com cuidado para levar o estudante a adquirir conceitos
matemáticos de importância. Por isso, devemos utilizá-los não como instrumentos
recreativos na aprendizagem, mas como facilitadores, colaborando para trabalhar os
bloqueios que os alunos apresentam em relação a alguns conteúdos matemáticos.
Para que possamos alcançar nossos objetivos em sala de aula com a
utilização dos jogos devemos realizar uma seleção de jogos que estimulem a
resolução de problemas, desvinculando do conteúdo do dia a dia, não nos
esquecendo de respeitar as condições de cada comunidade e o querer de cada
aluno. Essas atividades não devem ser muito fáceis nem muito difíceis e ser
testadas antes de sua aplicação, a fim de enriquecer as experiências através de
propostas de novas atividades, propiciando mais de uma situação.

2.7 CARACTERÍSTICAS DOS JOGOS MAIS ADEQUADOS PARA O ENSINO DA


MATEMÁTICA NAS SERIES INICIAIS
Os jogos, de um modo geral, estão em correspondência direta com o
pensamento matemático. Em ambos temos regras, instruções, operações,
28

definições, deduções, desenvolvimento, utilização de normas e novos


conhecimentos.
Os jogos trabalhados em sala de aula devem ter regras, esses são
classificados em três tipos: jogos estratégicos, onde são trabalhadas as habilidades
que compõem o raciocínio lógico. Com eles, os alunos lêem as regras e buscam
caminhos para atingirem o objetivo final, utilizando estratégias para isso. O fator
sorte não interfere no resultado; jogos de treinamento, os quais são utilizados
quando o professor percebe que alguns alunos precisam de reforço num
determinado conteúdo e quer substituir as cansativas listas de exercícios. Neles,
quase sempre o fator sorte exerce um papel preponderante e interfere nos
resultados finais, o que pode frustrar as idéias anteriormente colocadas; jogos
geométricos, que têm como objetivo desenvolver a habilidade de observação e o
pensamento lógico. Com eles conseguimos trabalhar figuras geométricas,
semelhança de figuras, ângulos e polígonos.
Apresentamos a seguir exemplos de jogos que podem ser trabalhados em
sala de aula e são classificados como jogos estratégicos, jogos de treinamento e
jogos geométricos.
Os jogos estratégicos, neste jogo são trabalhadas as habilidades que
compõem o raciocínio lógico. Com eles, os alunos lêem as regras e buscam
caminhos para atingirem o objetivo final, utilizando estratégias para isso. O fator
sorte não interfere no resultado.
Já os jogos de treinamento, os quais são utilizados quando o professor
percebe que alguns alunos precisam de reforço num determinado conteúdo e quer
substituir as cansativas listas de exercícios. Neles, quase sempre o fator sorte
exerce um papel preponderante e interfere nos resultados finais, o que pode frustrar
as idéias anteriormente colocadas.
E por fim, os jogos geométricos que têm como objetivo desenvolver a
habilidade de observação e o pensamento lógico. Com eles conseguimos trabalhar
figuras geométricas, semelhança de figuras, ângulos e polígonos.

2.7.1 JOGO CONSTRUINDO NÚMEROS


O Jogo Construindo Números tem como objetivo reconhecer o valor relativo
dos números, e utiliza como material para realização do mesmo, fichas numeradas
de 0 a 9, sendo 3 fichas de cada algarismo, 10 (dez) fichas (em cartolina de cor
29

diferente) com as ordens do jogo e fichas de registro do jogo. Neste jogo o número
de participantes pode ser dois. As regras do jogo são:
− Colocar as cartas com números em um monte e as cartas com ordens em outro
monte, todas viradas para baixo
−Os dois jogadores tiram 3 cartas com números cada um, guardando-as para si e
um dos jogadores tira uma carta com a ordem e lê em voz alta
− Os jogadores devem construir, usando suas cartas, um valor de acordo com o
pedido na ordem e anotar na ficha de registro, o número que formou e os pontos que
ganhou
− O jogador que tiver o número mais adequado à ordem, ganha um ponto no placar
− Em caso de empate, os 2 jogadores marcam ponto
− O jogo termina quando as cartas com números acabarem e vence o jogo quem
tiver o maior número de pontos.

2.7.2 JOGO DOS NUMERAIS


O objetivo do Jogo dos Numerais é reconhecer os números de um a cem, e
para a execução do mesmos é necessário a confecção de números de zero a cem
em papel cartão. Para a realização do jogo é preciso dois jogadores e as regras são:
− os jogadores disputam par ou ímpar para começar
− os números ficam virados, para cima, sobre a mesa
− o jogador A escolhe um número e o outro tenta adivinhar
− o jogador B pode fazer cinco perguntas, para tentar adivinhar o número
− o jogador A responder sim ou não; logo após a resposta, o educando que tenta
adivinhar o número retira os números que não atendem a sua pergunta. Ex.: é um
número par? Se o educando responder sim, ele retira todos os números ímpares
− depois de cinco perguntas ele tenta adivinhar o número, observando os números
restantes
− e assim prossegue o jogo intercalando os jogadores.

2.7.3 JOGO DO 1, 2, 3
O objetivo do Jogo do 1,2,3 é incentivar o cálculo mental dos alunos e para
realização do mesmo são necessários matérias como papel, lápis ou caneta. Para a
realização do jogo é6 preciso que os alunos formem duplas. As regras são:
− os jogadores disputam par ou ímpar para iniciar
30

− o jogador só pode fazer as somas usando os números: um, dois ou três


− o jogador começa com um dos números: um, dois ou três
− o jogador seguinte soma o número com um, dois ou três e coloca o resultado
embaixo. E assim por diante, até chegar ao número vinte
− ganha o jogo, o educando que primeiro chegar ao número vinte.

2.7.4 JOGO DA CAÇA AOS NÚMEROS PRIMOS


O Jogo da Caça aos Números Primos tem como objetivo reconhecer os
números primos e estabelecer os divisores de um número, e para a realização do
jogo são necessários os seguintes matérias, um quadro numerado de 1 a 45, dois
marcadores (giz, lápis ou caneta) de cores diferentes e uma tabela para registros.
Este jogo é realizado em duplas de alunos ou por duas equipes de alunos. As regras
são:
− O jogador A escolhe um número de 1 a 45, risca-o na tabela e registra tantos
pontos quantos o valor do número escolhido
− O jogador B elimina todos os divisores do número escolhido por A, registrando na
sua coluna de registros, tantos pontos quantos a soma dos divisores que eliminou.
− Em seguida inverte-se o processo. O jogador B escolhe um número ainda não
riscado, anota-o na sua tabela de classificação, cabendo ao jogador A ficar com os
divisores ainda não eliminados desse número, marcando na tabela o valor da sua
soma
− O jogo prossegue até que se eliminem todos os números do quadro
− Vence o jogador que alcançar maior pontuação.

Observa-se que muitas são as possibilidades de trabalhar a Matemática na


sala de aula, trabalho este, que na maioria das vezes, é vista como uma disciplina
pronta e acabada, sem espaço para a criatividade. Isso acaba gerando uma grande
aversão nos alunos, fazendo com que acreditem que é algo difícil, distante da
realidade e, muitas vezes, sem utilidades, onde quem aprende ou a compreende é
considerado muito inteligente. Por isso, o que devemos fazer é tirar a idéia de que a
matemática é para poucos e, mostrar que todas as pessoas têm a capacidade de
aprendê-la e ainda explorar o lúdico.
31

Assim, conhecer diferentes estratégias e analisar os métodos de ensino e


propor mudanças que tornem as aulas mais dinâmicas é de grande relevância para
um melhor ensino e melhor aprendizagem.
Como podemos perceber por meio da brincadeira a criança envolve-se no
jogo e com certeza sentirá a necessidade de partilhar com o outro. Ainda que em
postura de adversário, a parceria é um estabelecimento de relação. Esta relação
expõe as potencialidades dos participantes, afeta as emoções e põe à prova as
aptidões testando limites.
Portanto, acreditamos que, com os jogos as crianças têm a oportunidade de
desenvolver capacidades indispensáveis à sua futura atuação profissional, tais como
atenção, afetividade, o hábito de permanecer concentrado e outras habilidades
perceptuais psicomotoras.
32

3 METODOLOGIA
Com o objetivo de construir compreensões a respeito do olhar dos
professores do ensino fundamental sobre a utilização de jogos para o ensino da
matemática, esta pesquisa realizou entrevistas com 6 (seis) professores de uma
escola municipal pública localizada no município de Santo Antônio do Tauá- PA.
As entrevistas seguiram um modelo semiestruturado com perguntas abertas e
fechadas, sendo as respostas dos professores registradas em áudio para posterior
transcrição e análise.

3.1 TIPO DE PESQUISA


Este estudo, inicialmente, é caracterizado como um estudo teórico, com a
utilização de autores relacionados ao assunto abordado. A presente pesquisa é
também um estudo descritivo de campo, com uma abordagem qualitativa.
Assim, a metodologia utilizada para este estudo é caracterizada como uma
pesquisa de campo por se tratar de uma pesquisa específica com levantamento de
dados bibliográficos que demonstraram como os professores podem utilizar os jogos
como ferramenta didática para o ensino aprendizagem da matemática em turmas do
3º ano do ensino fundamental.
Segundo Gil (2002), “a pesquisa de campo procura o aprofundamento de uma
realidade específica”. É basicamente realizada por meio da observação direta das
atividades do grupo estudado e de questionários com informações para captar as
explicações e interpretações do que ocorre na realidade.

3.2 CONTEXTO/PARTICIPANTES DA PESQUISA


A pesquisa foi desenvolvida na Escola Municipal de Ensino Fundamental
Manoel da Costa e Silva que fica localizada na Rua Marechal Hermes, s/n no bairro
do Moraeszão no Município de Santo Antônio do Tauá – Pará. A mesma foi fundada
no dia 04 de março de 1986, pelo Prefeito Manoel da Costa e Silva.
33

FIGURA 01: Escola Municipal de Ensino Fundamental Manoel da Costa e Silva

Fonte: Arquivo pessoal, março de 2017.


Essa Escola é considerada uma escola polo, que atualmente tem como
gestora, atualmente, a professora Ana Maria Albuquerque, a qual pertence outras
cinco escolas anexas: Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Merivaldo
Paiva, Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Perpétuo Socorro, Escola
Municipal de Ensino Infantil e Fundamental São Sebastião e Escola Municipal de
Ensino Infantil e Fundamental do Barro Branco e Escola Municipal de Ensino
Fundamental Antônio Waris.

FIGURA 02: Escola Municipal de Ensino Fundamental Manoel da Costa e Silva

Fonte: Arquivo pessoal, março de 2017.


A unidade foi construída para atender crianças de séries do Ensino
Fundamental, a escola conta com um espaço bastante amplo e se encontra em boas
34

condições para receber as crianças. No mais, ainda dispõe de quatro salas de aula,
um laboratório de informática, uma secretária, uma cozinha e quatro banheiros.
Atualmente, a escola possui 29 (vinte e nove) funcionários lotados dentre eles,
professores, pessoal de apoio como auxiliares administrativos, merendeira, vigias,
porteiros e serventes. Possui uma técnica pedagógica e uma professora responsável
com formação superior em pedagogia
A instituição realiza eventos baseado em aspectos culturais de acordo com o
calendário letivo fornecido pela Secretária Municipal de Educação (SEMED). A
relação escola-comunidade é feita através de ações culturais e reuniões bimestrais
com os pais e alunos.
As salas de aula possuem um quadro de giz, expositor de atividades, uma
mesa com alguns livros e revistas para recorte e colagem, dois ventiladores, um
armário para guardas os livros didáticos, lápis de colorir, livros de histórias infantis,
borrachas e alguns brinquedos para uso coletivo, cadeira, carteiras e mesas
suficientes para o número de alunos. Nas paredes estão expostas atividades feitas
pelos alunos, o alfabeto, os números, o cantinho dos aniversariantes do mês,
constituindo o que compõe a sala de aula.
Participaram desta pesquisa professores da Escola Municipal de Ensino
Fundamental Manoel da Costa e Silva da rede municipal de ensino vinculados à
Secretaria Municipal de Educação –SEMED do município de Santo Antônio do Tauá
– Pará.

3.3 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA E ANALISE DOS DADOS

O instrumento de coleta de dados foi feito por meio da pesquisa de campo e


bibliográfica. Destaca-se que foram necessárias a coleta de informações para a
análise da viabilidade por meio da pesquisa em campo através de questionários com
os professores para investigar a forma como os professores das séries iniciais da
Escola Municipal de Ensino Fundamental Manoel da Costa e Silva, no município de
Santo Antônio do Tauá – Pará, compreendem o uso de jogos para o ensino da
matemática. Optamos pelo questionário com perguntas abertas e fechadas Os
dados coletados foram analisados considerando os referenciais teóricos
pesquisados.
35

4 RESULTADOS/DISCUSSÃO
A pesquisa deu-se início com a aplicação de um questionário contendo
perguntas objetivas e subjetivas, que foi entregue aos professores da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Manoel da Costa e Silva, visto que a participação
dos mesmos contribuiu de forma relevante nesse processo.
A partir dos resultados obtidos através da pesquisa, segue abaixo a análise
dos mesmos, que será apresentado por meio de tabela para que os resultados
sejam mais facilmente visualizados, seguida de uma análise mais detalhada dos
dados resultantes na conclusão do trabalho de campo.
Dos sujeitos participantes dessa pesquisa, 2 (dois) possuem graduação em
Pedagogia e 2 (dois) possuem graduação em outra área e 2 (dois) sujeitos possuem
apenas o Magistério. Verificamos também que apenas 50% dos entrevistados
possuem especialização em áreas como Psicopedagogia, Educação Inclusiva e em
Língua Portuguesa e Literatura.

Tabela 01 - Quadro representativo do perfil dos docentes entrevistados


Quadro representativo do perfil dos docentes entrevistados

Docente- Área de Pós- Tempo de Carga Escolas em


D Formação graduação Docência Horária que
trabalha
P-1 Magistério Não possui 15 anos 200 horas 1 escola

P-2 Magistério Não possui 19 anos 200 horas 1 escola

P-3 Graduação Não possui 9 anos 200 horas 2 escolas


Lic. Biologia

P-4 Graduação Especialização 10 anos 200 horas 1 escola


Lic. Letras Língua
Portuguesa
P-5 Graduação Especialização 10 anos 200 horas 1 escola
Pedagogia Psicopedagogi
a
P-6 Graduação Especialização 9 anos 200 horas 1 escola
Pedagogia Educação
Inclusiva
Fonte: Pesquisa de campo, 2017.

Analisando esse dado, percebe-se que a minoria dos professores possui


graduação em pedagogia e prosseguiu os estudos para cursos de especialização na
área, o que é preocupante, pois se sabe que o professor de séries iniciais do ensino
36

fundamental não é um profissional pronto e acabado, precisa estar em constante


aprendizado para agir como agente de transformação.
Sobre isso, Steinle (2009, p 29) afirma que “a formação de profissional de
séries iniciais do ensino fundamental deve se constituir de maneira continua para
que tenham condições de desenvolver um trabalho de qualidade”. No entanto, essa
atualização pode se dar através de leitura, participação em cursos, eventos, mas
também durante a sua pratica docente com os alunos dentro da instituição.
Outro dado relevante para situarmos a nossa análise diz respeito ao tempo de
docência dos professores entrevistados. 2 (dois) dos sujeitos dessa pesquisa
revelaram lecionar há mais de 10 (dez) anos e 4 (quatro) disseram ter de 1 (um) a 10
(dez) anos de docência. Verificando os dados obtidos, percebe-se que o percentual
de professores em idade de aposentadoria é mínima, mais devido prolongado tempo
em que exerce à docência, as atividades em séries iniciais do ensino fundamental
ficam comprometidas, pois visto que os mesmo não dedicam tempo em participar de
formação continuada e cursos de aperfeiçoamentos.
De acordo com Steinle (2009, p. 111):

Ainda que haja um reconhecimento sobre a importância do atendimento


pedagógico para alunos de séries iniciais do ensino fundamental, o
educador ainda depara com constantes desafios em sua pratica devido à
inexistência de qualificação profissional que atenda aos requisitos dos
mesmos. (STEINLE, 2009, p. 111).

No que diz respeito ao grau de interesse dos alunos nas aulas de Matemática,
observou-se com a pesquisa que 14% dos profissionais entrevistados acham que
seus alunos têm pouco interesse nas aulas, 33% consideram o interesse mediano e
50% acreditam que seus alunos têm muito interesse.
A falta de interesse pela matemática é uma realidade na maioria de nossas
escolas. Percebe-se que, boa parte dos alunos não demonstra interesse pelos
estudos e não dá a devida atenção aos conteúdos e atividades propostas pelo
professor. No entanto, acreditamos que cabe ao professor descobrir o motivo dessa
falta de interesse para, a partir daí, planejar suas ações na tentativa de amenizar tal
desinteresse.
Mediante os dados acima, também foi perguntados aos professores quanto a
sua jornada de trabalho e o tempo dedicado ao planejamento de suas aulas. Todos
os entrevistados trabalham 40 (quarenta) horas semanais, ou seja, possuem 200
37

horas trabalham em dois turnos, sendo que 2 (dois) precisam trabalhar em mais de
uma escola, conforme mostram as falas a seguir:

P5- Como tenho que completar minha carga horária para melhorar meus
salário, trabalho em duas turmas de séries iniciais do ensino fundamental,
uma do 1º e outra do 3º ano, de manhã e à tarde.
P3- trabalho 200 horas, mas se ganhasse melhor preferia trabalhar somente
um horário para poder me dedicar melhor pra menus alunos e poder ter mais
templo pra fazer meus planos de aula.

Claramente os professores entendem que carga horaria de sala de aula


elevada compromete de forma significativa a qualidade das aulas, uma vez que eles
não tem muito tempo de planejar suas aulas e pensar em atividade diferenciadas.
Isso também inclui as aulas de matemática dos mesmos, pois fica difícil o professor
planejar uma aula dessa disciplina com a utilização de jogos matemáticos porque
para isso os mesmos precisam de tempo para pesquisar, organizar e colocar em
prática essa metodologia e desenvolve-la em sala de aula.
Diante dessa realidade, Kramer (2010) salienta que “se faz necessário
defender o direito de todos os professores a condições salariais e de trabalho
dignos, bem como, seu direito à formação profissional perante a educação e,
portanto, com o avanço na carreira, progressão na escolaridade, e que rendesse em
grandes salários concretos”.
O planejamento não pode ser encarado como uma mera formalidade
burocrática sem finalidade educativa. Planejar é refletir sobre que cidadão quer
formar, é prevê aprendizagens significativas, é criar oportunidades que favoreçam a
participação ativa do aluno do aluno na aquisição de novos conhecimentos, é agir de
modo a garantir a permanência com sucesso do aluno no contexto escolar
(STEINLE, 2009).
Foi também questionado aos professores da pesquisa quais as estratégias de
ensino eles costumam trabalhar com o ensino da matemática. O P6 respondeu
“Algumas brincadeiras, contextualizando as relações sociais que elas proporcionam,
trabalhando a interatividade em grupo.” Contudo, o P4 falou “A solidariedade,
cooperação, a socialização e as brincadeiras tradicionais”. O P3 respondeu
afirmando “Tenho que propor sempre atividades novas, algumas vezes com jogos e
brincadeiras que estimulem o desenvolvimento na tarefa”.
38

Baseado nos dados coletados percebe-se que os professores entrevistados


acreditam que as aulas devem ser planejadas de forma que os alunos sintam prazer
em participar. E os jogos matemáticos podem ser uma grande ferramenta
pedagógica nesse processo. Essa prática oportuniza os alunos a explorar conceitos
como liberdade existente implicitamente em situações lúdicas, levando assim ao
desenvolvimento da autonomia.
Foi perguntado aos professores se eles percebem alguma diferença no
interesse e na aprendizagem dos alunos quando eles utilizam metodologias
diferentes da tradicional. O P1 disse que “não percebe muita diferença, pois os
alunos gostam das minhas aulas”. O P6 afirmou que “não vejo muita diferença, o
importante pra mim é conseguir repassar o conteúdo”. O P2 disse que “há muita
diferença, os alunos se interessam mais e tem maior rendimento quando utilizo
aulas diferenciadas com jogos, brincadeiras é mais gratificante e eu fico menos
cansada”. O P6 ressaltou que “percebo maior interesse dos meus alunos quando
faço uma aula diferenciada, principalmente de matemática, porque eles não gostam
muito dessa disciplina, ai eu tenho sempre que realizar aulas com alguns jogos”.
Conforme as respostas dos professores há certa controvérsia quanto à
utilização dos jogos nas aulas de matemática e sua produtividade junto aos alunos.
Isso pode ser fruto da atuação do professor na proposição dessas atividades, pois
os jogos no ensino da matemática requer o desprendimento de velhas práticas que
engessam o fazer educativo, fazendo com que os alunos participem como se
estivesse brincando em sua própria casa, pois o objetivo de participação dos alunos
nas aulas através dos jogos implica quando é levado a sério nos planejamentos dos
professores.
Sobre o ensino tradicional Neiva (2010), ressalta que:

O ensino tradicional é um fator comum e predominante no âmbito escolar.


Dessa forma, se configura em uma metodologia sem desafios e, por isso,
favorece o desinteresse dos alunos. Portanto, o lúdico é uma importante
ferramenta que contribui para auxiliar o professor a desenvolver o trabalho
de ensinar com atividades atraentes. Além de ampliar o estimulo dos alunos
a participarem das aulas, bem como proporcionar-lhes formas diferentes
para a assimilação do conhecimento. (NEIVA, 2010, p. 19).

Alguns dos professores acreditam que é possível observar o desenvolvimento


dos alunos a partir de atividades que envolvem os jogos nas aulas de matemática,
39

como mostra o P3 quando diz que “os alunos aprendem mais com as aulas
contextualizadas, sempre envolvendo um jogo ou uma brincadeira”. Com isso,
podemos perceber que os alunos aprendem com mais ânimo e interesse,
demonstrando assim todo seu potencial, o que nem sempre ocorre nas tarefas
tradicionais.
Na sequência questionou-se, se os professores utilizam os jogos como
ferramenta didática para o ensino da matemática com seus alunos. O P6 disse
“Sempre utilizo trabalhar com jogos nas minhas aulas de matemática, o jogo
promove uma interação entre os alunos, e os mesmos precisam dessa interação e
isso os prepara para na vida”. O P2 disse que “já utilizei jogos pra trabalhar a adição,
multiplicação, divisão e subtração. E trabalhei com jogos também, quando lecionei
numa turma em que tinha um aluno especial e ele era mais participativa nas aulas.
Os alunos se interessaram mais pelo assunto. É bem interessante e dinâmico”. O P6
diz que “é satisfatório; percebo que os alunos aprendem com mais facilidade e de
forma agradável. Já utilizei jogos para trabalhar todas as quatro operações
matemática”. Outros professores também fazem uso dos jogos como ferramenta
didática nas suas aulas de matemática como mostram as repostas abaixo:

P1- Já utilizei vários jogos: brincando e aprendendo a resolver problemas


por meio de jogos, adição e subtração de pequenas quantidades, jogos de
memória, dominó, utilização do cálculo mental, música, etc. A muito tempo
venho trabalhando com jogos, sempre com muito entusiasmo para melhorar
o aproveitamento de cada criança. Os resultados tem sido proveitoso.
P3- Sim. Utilizo quebra cabeça chinês. O tangran, esse jogo exerce grande
atração dos alunos, além da criatividade, ele explora o pensamento lógico
na composição e transformação de figuras. Com as sete peças se pode
formar uma variedade de figuras, além das formas geométricas.

Podemos dizer que os jogos no ensino da matemática se configura como uma


proposta instigadora visando sempre melhorar a compreensão e elevar o
desenvolvimento intelectual dos alunos. Pensado como um recurso pedagógico, os
jogos articulam a teoria com a prática e incentivam os alunos a estudarem sem
perceber, tornando a aprendizagem dos mesmo mais atrativa.
Enquanto a maioria dos professores entrevistados acreditam na eficiência dos
jogos no processo de ensino aprendizagem da matemática dos alunos e fazem uso
desse recurso constantemente em suas aulas outros professores ainda encontram
dificuldade para utilização do mesmo. Como mostra as falas abaixo:
40

P4- Esse trabalho com jogos foi logo no primeiro ano que comecei a
lecionar, em uma turma de 4ª série na época. Foi uma experiência
desafiadora, mas levou os alunos a participar mais das aulas e dessa forma
compreender que enquanto brinca, aprende.
P5- Utilizei os jogos no início do magistério e foi muito proveitoso porque
pude perceber que os alunos gostaram das atividades, o que gerou o
interesse em aprender por meio dos desafios lançados a eles como forma
de superação”.

Os trechos das falas dos professores acima, parece indicar que o contato dos
professores com o lúdico enquanto atividade pedagógica esteve limitada ao período
de formação inicial. O que se percebe é que esses professores em algum momento
de suas carreiras utilizaram os jogos em suas aulas. Porém não é uma prática
rotineira pra nenhum deles. Segundo Nóvoa (1992, p. 44), “houve uma grande
revolução na formação dos professores nos últimos anos, porém ainda não é
suficiente. O autor aborda que há uma grande dificuldade em colocar em prática,
concepções e modelos inovadores”.
Perguntou-se aos professores quais as contribuições do uso dos jogos para o
ensino da matemática em sala de aula. O P6 disse que “Os jogos são ferramentas
relevantes pela regra, assim os conteúdos podem ser vivenciados com mais
envolvimento”. O P2 disse que “os jogos contribuem para atividades voluntárias,
pode ser um recurso eficiente para a motivação. A aula de matemática passa a ser
vista como um momento prazeroso onde o aluno vai buscar o conhecimento
incentivado pela curiosidade”. Para o P1 “Os jogos contribuem para o aprendizado
porque favorece o raciocínio, a criatividade, concentração, além de ser um recurso
que facilita a disciplina. Deixa as aulas bem interessantes, integra os alunos
despertando o espírito competitivo”. Já para o P3 “além de motivá-los, eles também
desenvolvem o raciocínio e o espírito de competitividade. As aulas se tornam mais
interessantes, os alunos se mobilizam durante as atividades, absorvem o
conhecimento mais rápido e aprendem brincando”. Em todas as falas dos
professores, pode-se observar o reconhecimento dado aos jogos como algo de
suma importância no processo de ensino, os professores apontam claramente as
vantagens e contribuições de se utilizar dos jogos para aprendizagem da
matemática.
41

Sobre essas contribuições Kishimoto (2000) afirma que:

O jogo é um instrumento pedagógico muito significativo. No contexto


cultural e biológico é uma atividade livre, alegre que engloba uma
significação. É de grande valor social, oferecendo inúmeras possibilidades
educacionais, pois favorece o desenvolvimento corporal, estimula a vida
psíquica e a inteligência, contribui para a adaptação ao grupo, preparando a
criança para viver em sociedade, participando e questionando os
pressupostos das relações sociais tais como estão postos. (KISHIMOTO,
2000, p. 61).

A autora contribui significativamente aos ideais dos professores entrevistados,


que deixam claro o entendimento da importância e da contribuição de utilizar os
jogos como ferramenta pedagógica na sala de aula, pois, estes podem facilitar a
aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa
saúde mental, facilitando os processos de socialização, comunicação, expressão e
construção do conhecimento.
Para contribuir com essa pesquisa foi posto em prática em sala de aula, de
uma turma do 3º ano do ensino fundamental, a utilização dos jogos citados nesse
trabalho. O objetivo dessa prática foi demonstrar como se torna eficaz uma aula de
matemática com a utilização de jogos matemáticos, e como se pode contribuir para
o desenvolvimento do ensino e aprendizagem dos alunos das séries iniciais do
ensino fundamental.
O jogo “Construindo Números” teve o objetivo de reconhecer o valor relativo
dos números. Esse jogo foi desenvolvido através de uma atividade em sala de aula,
que contou com a participação de todos os alunos. O jogo exige regras para sua
aplicação.
42

FIGURA 03: Jogo Construindo Números

Fonte: Arquivo pessoal, março de 2017.


Durante a realização do jogo, pude perceber o entrosamento dos alunos, os
mesmos foram divididos em duplas para a execução do jogo. Os alunos escutaram
atentos as regras do jogo, e também, fizeram perguntas para tirarem suas dúvidas.
Além disso, percebeu-se durante a atividade o desenvolvimento de habilidades
como o raciocínio lógico dos alunos na execução da atividade.
O jogo “Jogo dos numerais” teve como objetivo principal estimular o
reconhecimento dos números de um a cem. Esse jogo foi desenvolvido através de
duplas formadas pelos alunos, e também estimulou o desenvolvimento do raciocínio
lógico dos alunos em sala de aula.

FIGURA 04: Jogo dos numerais

Fonte: Arquivo pessoal, março de 2017.


Durante a execução desse jogo, percebi o desempenho dos alunos em
participar das atividades. Os mesmos demonstraram interesse na matemática
43

durante a prática do jogo. Além disso, o jogo acabou colocando em prática seus
conhecimentos teóricos de forma mais divertida.
O “Jogo do 1,2,3”, teve como objetivo o incentivo do cálculo mental dos
alunos diante de operações matemáticas desenvolvidas durante a execução do jogo.
Para a execução do mesmo, os alunos também foram divididos em duplas e
seguiram algumas regras básicas.
Esse jogo foi de suma importância para esse trabalho, pois foi nesse
momento que pudemos perceber nos alunos os saberes matemáticos que os
mesmos possuem. Esses saberes são considerados totalmente teóricos e muitos
não sabiam como a matemática poderia ser apreendida ou posta em prática de
maneira diferente dos tradicionais exercícios. Não queremos questionar a eficácia
dos exercícios, mas poderíamos incluir os jogos matemáticos nas aulas para se
obter melhor desenvolvimento do processo de aprendizagem dos nossos alunos.
Por fim, o “Jogo da caça aos números primos”, esse jogo teve como objetivo
reconhecer os números primos e também estabelecer os divisores dos mesmos. O
jogo foi desenvolvido com os alunos divididos em duas grandes equipes, e também
seguiram algumas regras.
Esse jogo, executado em sala de aula, além de estimular a capacidade de
raciocínio lógico dos alunos, estimulou, também, a competitividade entre os
mesmos. Esse processo de competição acabou desenvolvendo a busca em
aprender e estudar mais, para poderem alcançar conhecimentos acerca do assunto.
Os alunos sentiram-se muito a vontade com a execução desse jogo e perceberam
que houve uma diferença nas nossas aulas com jogos para a da professora titular da
turma.
Espera-se que os resultados obtidos com essa pesquisa e as aplicações dos
jogos citados acima, possam contribuir para o desenvolvimento da prática docente
dos profissionais da educação, atuantes nas séries iniciais do ensino fundamental,
em especial ao 3º ano. Pois, todos os jogos foram pensados de acordo com a grade
curricular anual da escolar. E podem fazer-se presente em todas as escolas de
ensino fundamental. E, também, podem servir de inspiração para outros
profissionais executarem ou aperfeiçoá-los de acordo com a sua necessidade em
sala de aula.
44

CONSIDERAÇÕES

Diante das pesquisas realizadas até o presente momento estamos convictos


de que os jogos não servem apenas para brincar como a maioria das vezes as
pessoas acham.
Compreendemos que dentro dos diversos jogos podemos utilizar
conhecimentos pedagógicos que envolvam a aprendizagem. Devido aos diferentes
modos de vida, valores e conhecimentos humanos, dentro da educação eles tornam-
se um desafio interessante. Os alunos trazem para a escola conhecimentos, ideias,
intuições construídas através da experiência que vivenciam em seu ambiente
sociocultural.
Com base nisto Neto (1991, p. 37), afirma que, “o aprendizado das crianças
começa bem antes de elas frequentarem a escola. Qualquer situação de
aprendizado com a qual a criança se defronta na escola, tem sempre uma história
prévia”.
Assim, deve-se considerar, nesse contexto, que o uso de jogos para a
aquisição de conhecimentos e outras habilidades, ainda são muito impregnados de
preconceitos. Proporcionar situações desafiadoras, agradáveis e significativas em
sala de aula, motivar o aluno para o aprendizado da Matemática e aprimorar a
didática usada durante as aulas, proporcionam qualidade na arte de ensinar e
melhoram a receptividade por parte dos estudantes.
Portanto, o jogo pode ser considerado como um meio pelo qual o educando
expressa suas qualidades espontâneas e que permite ao educador compreender
melhor seus alunos.
Ao final dessa pesquisa, espera-se, demonstrar que a utilização de jogos no
ensino da Matemática nas séries iniciais do ensino fundamental possa proporcionar
uma inovação do processo ensino/aprendizagem melhorando a qualidade das aulas
e promovendo entre os alunos o gosto pelo conhecimento.
45

REFERÊNCIAS

ARANÃO, Ivana V. D. A Matemática através de brincadeiras e jogos. Campinas,


SP: Papirus, 1996.

BORIN, J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de


matemática. São Paulo: IME-USP; 1996.

DOHME, Vânia. O valor educacional dos jogos. São Paulo: Informal, 2003.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisas. 4º Ed. São Paulo: Atlas. 2002.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 3º


ed. São Paulo – Editora Cortez. 1999.

MONTESSORI, Maria. Disponível em:


<http://lereescrevercerto.blogspot.com/1965/correntes-pedagogicas-
montessori.html>. Acesso em: 22 de fevereiro. 2016.

NETO, Ernesto Rosa. Didática: Matemática. Ed. Ática, São Paulo, 1991.

VYGOTSKY, LS. A formação social da mente. Martins Fontes. São Paulo, 1989.
46

ANEXOS
47

ANEXO 1
PROFESSOR 1
QUESTIONÁRIO
PREZADO (A) PROFESSOR (A) DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO
FUNDAMENTAL MANOEL DA COSTA E SILVA.
Solicitamos sua colaboração no preenchimento deste questionário. O mesmo é parte
do Projeto de Pesquisa intitulado: OS JOGOS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA
PARA O ENSINO APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA EM TURMAS DO 3º ANO
DO ENSINO FUNDAMENTAL.
A título de elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC da UFRA.
O principal objetivo é Pesquisar sobre a importância dos jogos como ferramenta
didática no ensino da matemática nas séries iniciais do ensino fundamental,
tornando as aulas mais divertidas e prazerosas. Busca-se neste conhecer o uso de
jogos para o ensino da matemática pelos professores das séries iniciais da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Manoel da Costa e Silva. As informações serão
utilizadas na pesquisa e não haverá identificação individual daqueles que
responderem a este questionário.
1 Fez Magistério: (X) Sim ( ) Não
2 Ensino Superior: ( ) Sim (X) Não - Curso: ______________________________
3 Especialização: ( ) Sim (X) Não Curso: ________________________________
4 Tempo que atua no magistério: 15 ANOS
5 Quantas escolas você trabalha? 1 ESCOLA (200 HORAS)
6 Como você classificaria o grau de interesse dos alunos nas aulas de Matemática?
( ) Muito interesse ( ) Interesse mediano (x) Pouco interesse
7 Quais as estratégias de ensino que você utiliza quando trabalha com o ensino
da Matemática?
R: faço atividades no livro e no caderno pra casa.
8 Você percebe alguma diferença no interesse e na aprendizagem dos alunos
quando utiliza metodologias diferentes da tradicional?
R: não percebo muita diferença, pois os alunos gostam das minhas aulas.
9 Você utiliza os jogos como ferramenta didática para o ensino da matemática com
seus ---alunos? Se sim, quantas vezes por semana?
R: acho que já utilizei, não me lembro direito.
48

10 Em sua opinião, quais as contribuições do uso de jogos para o ensino da


matemática em sala de aula?
R: Os jogos contribuem para o aprendizado porque favorece o raciocínio, a
criatividade, concentração, além de ser um recurso que facilita a disciplina. Deixa as
aulas bem interessantes, integra os alunos despertando o espírito competitivo.
49

PROFESSOR 2
QUESTIONÁRIO
PREZADO (A) PROFESSOR (A) DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO
FUNDAMENTAL MANOEL DA COSTA E SILVA.
Solicitamos sua colaboração no preenchimento deste questionário. O mesmo é parte
do Projeto de Pesquisa intitulado: OS JOGOS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA
PARA O ENSINO APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA EM TURMAS DO 3º ANO
DO ENSINO FUNDAMENTAL.
A título de elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC da UFRA.
O principal objetivo é Pesquisar sobre a importância dos jogos como ferramenta
didática no ensino da matemática nas séries iniciais do ensino fundamental,
tornando as aulas mais divertidas e prazerosas. Busca-se neste conhecer o uso de
jogos para o ensino da matemática pelos professores das séries iniciais da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Manoel da Costa e Silva. As informações serão
utilizadas na pesquisa e não haverá identificação individual daqueles que
responderem a este questionário.
1 Fez Magistério: (X) Sim ( ) Não
2 Ensino Superior: ( ) Sim (X) Não - Curso: _____________________________
3 Especialização: ( ) Sim (X) Não Curso: ________________________________
4 Tempo que atua no magistério: 19 ANOS (200 HORAS).
5 Quantas escolas você trabalha? 1 ESCOLA
6 Como você classificaria o grau de interesse dos alunos nas aulas de Matemática?
( ) Muito interesse (x) Interesse mediano ( ) Pouco interesse
7Quais as estratégias de ensino que você utiliza quando trabalha com o ensino da
Matemática?
R: não utilizo muito.
8 Você percebe alguma diferença no interesse e na aprendizagem dos alunos
quando utiliza metodologias diferentes da tradicional?
R: há muita diferença, os alunos se interessam mais e tem maior rendimento quando
utilizo aulas diferenciadas com jogos, brincadeiras é mais gratificante e eu fico
menos cansada.
9 Você utiliza os jogos como ferramenta didática para o ensino da matemática
com seus ---alunos? Se sim, quantas vezes por semana?
50

R: já utilizei jogos pra trabalhar a adição, multiplicação, divisão e subtração. E


trabalhei com jogos também, quando lecionei numa turma em que tinha um aluno
especial e ele era mais participativa nas aulas. Os alunos se interessaram mais pelo
assunto. É bem interessante e dinâmico.

10 Em sua opinião, quais as contribuições do uso de jogos para o ensino da


matemática em sala de aula?
R: os jogos contribuem para atividades voluntárias, pode ser um recurso eficiente
para a motivação. A aula de matemática passa a ser vista como um momento
prazeroso onde o aluno vai buscar o conhecimento incentivado pela curiosidade.
51

PROFESSOR 3
QUESTIONÁRIO
PREZADO (A) PROFESSOR (A) DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO
FUNDAMENTAL MANOEL DA COSTA E SILVA.
Solicitamos sua colaboração no preenchimento deste questionário. O mesmo é parte
do Projeto de Pesquisa intitulado: OS JOGOS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA
PARA O ENSINO APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA EM TURMAS DO 3º ANO
DO ENSINO FUNDAMENTAL.
A título de elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC da UFRA.
O principal objetivo é Pesquisar sobre a importância dos jogos como ferramenta
didática no ensino da matemática nas séries iniciais do ensino fundamental,
tornando as aulas mais divertidas e prazerosas. Busca-se neste conhecer o uso de
jogos para o ensino da matemática pelos professores das séries iniciais da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Manoel da Costa e Silva. As informações serão
utilizadas na pesquisa e não haverá identificação individual daqueles que
responderem a este questionário.
1 Fez Magistério: (X) Sim ( ) Não
2 Ensino Superior: (X) Sim ( ) Não - Curso: Graduação em Biologia
3 Especialização: ( ) Sim (X) Não Curso: ________________________________
4 Tempo que atua no magistério: 9 ANOS (200 HORAS): trabalho 200 horas, mas se
ganhasse melhor preferia trabalhar somente um horário para poder me dedicar
melhor pra menus alunos e poder ter mais templo pra fazer meus planos de aula.
5 Quantas escolas você trabalha? 2 ESCOLAS
6 Como você classificaria o grau de interesse dos alunos nas aulas de Matemática?
( ) Muito interesse (x) Interesse mediano ( ) Pouco interesse
7Quais as estratégias de ensino que você utiliza quando trabalha com o ensino da
Matemática?
R: Tenho que propor sempre atividades novas, algumas vezes com jogos e
brincadeiras que estimulem o desenvolvimento na tarefa.
8Você percebe alguma diferença no interesse e na aprendizagem dos alunos
quando utiliza metodologias diferentes da tradicional?
R: os alunos aprendem mais com as aulas contextualizadas, sempre envolvendo um
jogo ou uma brincadeira.
52

9Você utiliza os jogos como ferramenta didática para o ensino da matemática com
seus ---alunos? Se sim, quantas vezes por semana?
R: eu sempre utilizo nas minhas aulas.
10Em sua opinião, quais as contribuições do uso de jogos para o ensino da
matemática em sala de aula?
R: além de motivá-los, eles também desenvolvem o raciocínio e o espírito de
competitividade. As aulas se tornam mais interessantes, os alunos se mobilizam
durante as atividades, absorvem o conhecimento mais rápido e aprendem
brincando.
53

PROFESSOR 4
QUESTIONÁRIO
PREZADO (A) PROFESSOR (A) DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO
FUNDAMENTAL MANOEL DA COSTA E SILVA.
Solicitamos sua colaboração no preenchimento deste questionário. O mesmo é parte
do Projeto de Pesquisa intitulado: OS JOGOS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA
PARA O ENSINO APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA EM TURMAS DO 3º ANO
DO ENSINO FUNDAMENTAL.
A título de elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC da UFRA.
O principal objetivo é Pesquisar sobre a importância dos jogos como ferramenta
didática no ensino da matemática nas séries iniciais do ensino fundamental,
tornando as aulas mais divertidas e prazerosas. Busca-se neste conhecer o uso de
jogos para o ensino da matemática pelos professores das séries iniciais da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Manoel da Costa e Silva. As informações serão
utilizadas na pesquisa e não haverá identificação individual daqueles que
responderem a este questionário.
1 Fez Magistério: (X) Sim ( ) Não
2 Ensino Superior: (X) Sim ( ) Não - Curso: Graduação em Letras
3 Especialização: (X) Sim ( ) Não Curso: Especialização Língua Portuguesa
4 Tempo que atua no magistério: 10 anos (200 horas)
5 Quantas escolas você trabalha? 1 escola
6Como você classificaria o grau de interesse dos alunos nas aulas de Matemática?
( x) Muito interesse ( ) Interesse mediano ( ) Pouco interesse
7Quais as estratégias de ensino que você utiliza quando trabalha com o ensino da
Matemática?
R: A solidariedade, cooperação, a socialização e as brincadeiras tradicionais.
8Você percebe alguma diferença no interesse e na aprendizagem dos alunos
quando utiliza metodologias diferentes da tradicional?
9Você utiliza os jogos como ferramenta didática para o ensino da matemática com
seus ---alunos? Se sim, quantas vezes por semana?
R: Esse trabalho com jogos foi logo no primeiro ano que comecei a lecionar, em uma
turma de 4ª série na época. Foi uma experiência desafiadora, mas levou os alunos a
participar mais das aulas e dessa forma compreender que enquanto brinca, aprende.
54

10Em sua opinião, quais as contribuições do uso de jogos para o ensino da


matemática em sala de aula?
R: as contribuições são boas.
55

PROFESSOR 5
QUESTIONÁRIO
PREZADO (A) PROFESSOR (A) DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO
FUNDAMENTAL MANOEL DA COSTA E SILVA.
Solicitamos sua colaboração no preenchimento deste questionário. O mesmo é parte
do Projeto de Pesquisa intitulado: OS JOGOS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA
PARA O ENSINO APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA EM TURMAS DO 3º ANO
DO ENSINO FUNDAMENTAL.
A título de elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC da UFRA.
O principal objetivo é Pesquisar sobre a importância dos jogos como ferramenta
didática no ensino da matemática nas séries iniciais do ensino fundamental,
tornando as aulas mais divertidas e prazerosas. Busca-se neste conhecer o uso de
jogos para o ensino da matemática pelos professores das séries iniciais da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Manoel da Costa e Silva. As informações serão
utilizadas na pesquisa e não haverá identificação individual daqueles que
responderem a este questionário.
1 Fez Magistério: (x) Sim ( ) Não
2 Ensino Superior: (x) Sim ( ) Não - Curso: Graduação Pedagogia
3 Especialização: (x) Sim ( ) Não Curso: Especialização Psicopedagogia
4 Tempo que atua no magistério: 10 anos (200 horas): Como tenho que completar
minha carga horária para melhorar meus salário, trabalho em duas turmas de séries
iniciais do ensino fundamental, uma do 1º e outra do 3º ano, de manhã e à tarde.
5 Quantas escolas você trabalha? 1 escola.
6Como você classificaria o grau de interesse dos alunos nas aulas de Matemática?
(x) Muito interesse ( ) Interesse mediano ( ) Pouco interesse
7Quais as estratégias de ensino que você utiliza quando trabalha com o ensino da
Matemática?
R: Não utilizo nenhuma.
8Você percebe alguma diferença no interesse e na aprendizagem dos alunos
quando utiliza metodologias diferentes da tradicional?
R: não vejo muita diferença, o importante pra mim é conseguir repassar o conteúdo.
9Você utiliza os jogos como ferramenta didática para o ensino da matemática com
seus ---alunos? Se sim, quantas vezes por semana?
56

R: Utilizei os jogos no início do magistério e foi muito proveitoso porque pude


perceber que os alunos gostaram das atividades, o que gerou o interesse em
aprender por meio dos desafios lançados a eles como forma de superação.
10Em sua opinião, quais as contribuições do uso de jogos para o ensino da
matemática em sala de aula?
R: Os jogos são ferramentas relevantes pela regra, assim os conteúdos podem ser
vivenciados com mais envolvimento.
57

PROFESSOR 6
QUESTIONÁRIO
PREZADO (A) PROFESSOR (A) DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO
FUNDAMENTAL MANOEL DA COSTA E SILVA.
Solicitamos sua colaboração no preenchimento deste questionário. O mesmo é parte
do Projeto de Pesquisa intitulado: OS JOGOS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA
PARA O ENSINO APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA EM TURMAS DO 3º ANO
DO ENSINO FUNDAMENTAL.
A título de elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC da UFRA.
O principal objetivo é Pesquisar sobre a importância dos jogos como ferramenta
didática no ensino da matemática nas séries iniciais do ensino fundamental,
tornando as aulas mais divertidas e prazerosas. Busca-se neste conhecer o uso de
jogos para o ensino da matemática pelos professores das séries iniciais da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Manoel da Costa e Silva. As informações serão
utilizadas na pesquisa e não haverá identificação individual daqueles que
responderem a este questionário.
1 Fez Magistério: (x) Sim ( ) Não
2 Ensino Superior: (x) Sim ( ) Não - Curso: Graduação em Pedagogia
3 Especialização: (x) Sim ( ) Não Curso: Especialização em Educação Inclusiva
4 Tempo que atua no magistério: 9 anos (200 horas)
5 Quantas escolas você trabalha? 1 escola.
6Como você classificaria o grau de interesse dos alunos nas aulas de Matemática?
( x) Muito interesse ( ) Interesse mediano ( ) Pouco interesse
7Quais as estratégias de ensino que você utiliza quando trabalha com o ensino da
Matemática?
R: Algumas brincadeiras, contextualizando as relações sociais que elas
proporcionam, trabalhando a interatividade em grupo.
8Você percebe alguma diferença no interesse e na aprendizagem dos alunos
quando utiliza metodologias diferentes da tradicional?
R: percebo maior interesse dos meus alunos quando faço uma aula diferenciada,
principalmente de matemática, porque eles não gostam muito dessa disciplina, ai eu
tenho sempre que realizar aulas com alguns jogos.
9Você utiliza os jogos como ferramenta didática para o ensino da matemática com
seus ---alunos? Se sim, quantas vezes por semana?
58

R: Sempre utilizo trabalhar com jogos nas minhas aulas de matemática, o jogo
promove uma interação entre os alunos, e os mesmos precisam dessa interação e
isso os prepara para na vida.

10Em sua opinião, quais as contribuições do uso de jogos para o ensino da


matemática em sala de aula?
R: é satisfatório; percebo que os alunos aprendem com mais facilidade e de forma
agradável. Já utilizei jogos para trabalhar todas as quatro operações matemática.

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