A Comunicação Interna Como Fator Motivacional

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ISSN 1984-9354

A COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FATOR


MOTIVACIONAL

Área temática: Gestão Estratégica e Organizacional

Luana de Oliveira Alves


admluanaalves@gmail.com
Camila de Fátima Araujo Souza
admluanaalves@gmail.com

Resumo: Today it is known that the world stage is in constant transformation and change thus creating major
challenges for companies. The Home Front communication to these changes acquires a strategic importance to the
organization. So this research has as main objective to examine how internal communication impacts on employee
motivation. Specific objectives were to analyze the aspects of internal communication, identify the process of employee
motivation and finally understand the relationship between internal communication and motivation. Therefore we
adopted the literature drawn from already published material, consisting mainly of books, journal articles beyond
material available on the Internet that had this issue. These were reviewed and divided into two parts, where the first is
on the internal communication and the second will include the aspects of motivation. So can see that-an environment
that encourages open communication, tends to improve job satisfaction the work the generating motivation for
achieving organizational goals with efficiency.

Palavras-chaves:
XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
13 e 14 de agosto de 2015

1. INTRODUÇÃO

O cenário mundial vive uma época de grandes mudanças e transformações. São vários desafios
por quais as empresas passam: globalização, responsabilidade social, questões éticas, crises
organizacionais, rápidas mudanças nas tecnologias etc. Portanto é necessário que as empresas estejam
preparadas para esses ambientes mutáveis, ágeis e dispostas para o desenvolvimento de novos
processos, seja na área dos recursos humanos, estrutura ou tecnologia.
Ao direcionar o olhar para o Recursos Humanos constata-se um instrumento importante que
vem passando por várias mudanças nos últimos anos: a comunicação interna que frente a essas
transformações adquire uma importância estratégica para a organização.
Desde os tempos mais remotos o homem já utilizava diversas formas de se comunicar, como
por exemplo, no “tempo das cavernas” a comunicação se dava através de desenhos e gestos. No mundo
dos negócios não é diferente já que existe a necessidade de tornar os funcionários influentes,
integrados e informados do que acontece na empresa, fazendo-os sentir parte dela. Dessa forma surge a
comunicação interna, considerada hoje como algo imprescindível às organizações já que ela gerencia a
entrada e a saída de informações, possibilitando assim uma compreensão de ações necessárias para o
alcance dos objetivos organizacionais.
Torna-se possível, portanto estabelecer canais que possibilitem o relacionamento ágil e
transparente da direção da organização com o seu público interno e entre os próprios elementos que
integram este público.
É fato que ela constitui uma inesgotável fonte de informações sobre o ambiente organizacional
e quando se volta para os recursos humanos viabiliza o conhecimento prévio das opiniões e aspirações
dos colaboradores, facilitando a criação de mecanismos capazes de avaliar a satisfação e de fomentar a
motivação agregando, portanto, valor às atividades das organizações. Dessa forma o problema de
pesquisa consiste na seguinte pergunta: De que forma a Comunicação interna impacta na motivação
dos funcionários?
Como objetivo geral o estudo se dispôs a analisar de que forma a comunicação interna impacta
na motivação dos funcionários. Para tanto se fez necessário delinear alguns objetivos específicos:
analisar os aspectos da comunicação interna, identificar o processo de motivação dos funcionários e
por fim compreender a relação entre comunicação interna e motivação.
Do ponto de vista metodológico essa pesquisa é essencialmente exploratória, em que, segundo

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Gil (1999), visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a
construir hipóteses. Para tanto adotou-se a pesquisa bibliográfica elaborada a partir de material já
publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos além de material disponibilizado
na Internet.
Sobre a estrutura do trabalho, este está organizado da seguinte forma: duas partes contendo o
referencial teórico, em que a primeira abordará sobre a comunicação interna e a segunda sobre
motivação destacando assim a relação entre os fenômenos. Logo em seguida as considerações finais a
respeito do tema pesquisado e por conseguinte a análise do alcance dos objetivos deste presente
trabalho.
Acredita-se que a realização deste trabalho é de suma importância para que se possa entender
que uma boa comunicação interna pode trazer benefícios para a motivação dos funcionários,
conferindo assim uma ação estratégica que leva ao alcance dos objetivos organizacionais.
2 REFERECIAL TEÓRICO

2.1 Comunicação interna

Antes de definir a palavra comunicação faz-se necessário entender que informar é diferente de
comunicar, pois informar é apenas a transmissão de uma informação sem verificar se o receptor
recebeu de forma correta ou não, enquanto que comunicar é a troca de informações estabelecendo-se
um diálogo entre as partes envolvidas certificando-se que, portanto, o receptor além de receber a
mensagem entendeu o conteúdo.
Segundo Matos (2009. p.2) comunicação significa o mesmo que “tornar comum, partilhar,
repartir, trocar opiniões". Já Ferreira (2004), fala que comunicar quer dizer associar, estabelecer
comunicação entre; ligar, unir, compartilhar, tornar comum.
Por outro lado, Brum (2010 p.40) afirma que “A comunicação é a base para qualquer
relacionamento humano”. Ainda segundo esse mesmo autor a comunicação é a transferência da
informação de uma pessoa para outra, seja para repassar pensamentos, idéias ou valores. Já a
comunicação interna entende-se que é a ação de tornar comuns os objetivos organizacionais, através
do alinhamento do pensamento dos colaboradores as diversas estratégias e diretrizes da empresa.
Baseado nisso é que as empresas utilizam a comunicação interna como uma ferramenta para
criar de certa forma um comprometimento por parte dos colaboradores já que eles estarão mais
envolvidos com o que acontece no ambiente de trabalho. Sobre isso Brum (2010, p. 149) afirma que:
A partir do momento em que o funcionário passa a conhecer verdadeiramente a empresa na

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qual trabalha e o que pensa a direção, sente-se desempenhando um papel determinante para a
manutenção e o crescimento dessa empresa. O sentir-se importante passa pelo grau de
informação que recebe, já que na comunicação interna este é o produto da troca.

A este respeito, Kunsch (2003, p.159) afirma que a “oportunidade de se manifestar e comunicar
livremente canalizará energias para fins construtivos, tanto do ponto de vista pessoal quanto
profissional”, ainda mais por conta do extenso tempo que se passa dentro da empresa, é imprescindível
que o clima organizacional propiciado “seja o mais agradável possível”.
Dessa forma a comunicação na empresa garante o alinhamento dos funcionários com os
objetivos a serem alcançados, além de poder ajudar na prevenção de possíveis contratempos, pois a
empresa tem a possibilidade de intermediar conflitos buscando soluções rapidamente, além de permitir
um trabalho a ser desenvolvido mais harmoniosamente, ou seja, um bom líder deverá usufruir de
maneira benéfica a comunicação.
Segundo Pasqualini (2006, p. 36), a comunicação interna é determinante para manter a “saúde
organizacional” e têm como finalidade comunicar os fatos e notícias a todos os funcionários de uma
determinada empresa. Essa mesma autora ainda afirma que a comunicação interna tem como objetivo
essencial “firmar a imagem positiva da empresa na mente de seus colaboradores”.
Assim o papel do profissional da comunicação é analisar os fenômenos da comunicação,
orientar e formar pessoas. (VIGNERON, 2000)
Porém é válido ressaltar que informar está muito longe de ser o principal objetivo da
comunicação interna, se tratando de algo muito além do que somente passar a informação adiante. É
um processo diretamente ligado à cultura da empresa, ou seja, aos valores e ao comportamento das
suas lideranças além das crenças dos seus colaboradores.
O conteúdo da comunicação interna deve estabelecer um canal direto com os colaboradores e
seu público de interesse de forma a desenvolver um diálogo contínuo, com a finalidade de garantir a
total compreensão do todo por parte dos funcionários.
Não basta assegurar que a comunicação ocorra. É preciso fazer com que o conteúdo seja
efetivamente aprendido para que as pessoas estejam em condições de usar o que é informado, por isso
deve-se estabelecer um clima de verdade e autenticidade, pois caso contrário será apenas jogos de
aparência. (RUGGIERO, 2014)
De fato é necessário que o conteúdo seja realmente aprendido para que o processo de
comunicação ocorra com eficiência. Sobre isso Marques (2004), defende que a comunicação interna é
como uma via de mão dupla, portanto, é preciso saber comunicar, bem como escutar. Ele define os 5
“C” de uma comunicação interna eficaz, que são: clara, consciente, contínua e frequente, curta e rápida

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e completa.
Com base nisso, pode-se afirmar que a comunicação interna exerce um dos seus principais
papéis, que é aproximar a empresa de seus colaboradores, visto que estes executam suas atividades de
forma agregada aos objetivos e negócios da empresa.
Quando não existe comunicação muitas vezes os funcionários nem sequer conhecem a empresa
na qual trabalham, mas o que acontece é que a maioria das organizações não se preocupa com essa
questão e não imaginam o problema que isso pode causar. As empresas devem contribuir para reverter
esse quadro, tendo como ponto de partida a valorização do capital humano que, por sua vez, gera
satisfação pessoal, comprometimento e participação de todos os atores envolvidos.
É válido, ainda, destacar que a comunicação não é tarefa apenas dos especialistas, ela é assunto
de todos e de todos os momentos, desde o staff de direção que determina a política de comunicação até
o chão da fábrica.
Nesse processo ainda é importante salientar que se obtenha um feedback (resultado), pois é a
partir do feedback que se garante os resultados e fluxos das mensagens com êxito. Se não houver
retornos, a comunicação será ineficaz e poderá prejudicar os objetivos da organização.
É fato que a comunicação deve ser eficaz para atingir seu objetivo, mas para isso acontecer ela
deve ser capaz de mudar a atitude das pessoas, não só as ideias.
Sobre o sucesso da estratégia de comunicação Argenti (2006, p. 69) diz que: “o sucesso da
estratégia de comunicação de uma empresa depende em grande parte do elo entre a estratégia de
comunicação e a estratégia geral da empresa. É preciso ter um sólido desempenho da comunicação
empresarial para apoiar tais missões e visão”.
Para Ruggiero (2014), a qualidade da comunicação é derivada de alguns pontos considerados
de suma importância: Prioridade à comunicação; Abertura da alta direção; Processo de busca;
Autenticidade; Foco em aprendizagem; Individualização; Competências de base; Velocidade;
Adequação tecnológica.
Dentre os principais objetivos da comunicação interna lista-se alguns:
 Difundir dentro da empresa os conhecimentos adquiridos pelos empregados, diretores e
proprietários;
 Divulgar as ações da empresa de forma direta e transparente;
 Envolver a equipe de trabalho da empresa nas metas da organização.

Existem algumas ferramentas que merecem destaques, tais como: jornal, revistas, newsletter e

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redes sociais. Entretanto, é necessário primeiramente um conhecimento do seu público-alvo, ou seja, é


preciso verificar em quais plataformas seus funcionários são mais adeptos. Na atualidade, por
exemplo, muitas empresas pequenas têm adotado o uso corporativo de aplicativos de comunicação,
como o WhatsApp, que são ao mesmo tempo sociais.
Sobre isso, a Jornalista Rebeca Fleury, no artigo Ferramentas da Comunicação Interna, no site
www.nancyassad.com.br/ferramentas-da-comunicacao-interna, defende a ideia de que antes de criar
uma nova plataforma para divulgar informações e compartilhar ideias é fundamental analisar as já
existentes na organização. A questão é que a eficiência e o desempenho do meio de comunicação da
empresa devem ser avaliados e, a partir disso, explorar mais o que geram bons resultados. (Disponível
em http://www.nancyassad.com.br/ferramentas-da-comunicacao-interna/).
Ainda de acordo com o site www.nancyassad.com.br/ferramentas-da-comunicacao-interna é
preciso estar atento a algumas características que a Comunicação Interna deve seguir para conseguir
atingir os objetivos esperados:
 Avaliar a plataforma de comunicação: é mais rápido e menos oneroso explorar o canal já
existente, mas deve-se analisar se o canal está sendo eficiente ou se é necessário mudar.
 Respeite a cultura organizacional: se a maioria dos colaboradores são pessoas que pouco
usam celular, certamente não será bom utilizar aplicativos para celular ou vice-versa.
 Considere (e muito) a logística: Deve-se estar atento aos mecanismos de distribuição e
circulação das mensagens, pois causa desconforto na medida em que parte dos funcionários
é informada com atraso em relação a outros colegas.
 Cuidado com os gêneros de comunicação: geralmente o funcionário é mais receptivo a
formatos claramente demarcados, com os quais ele se identifica.
 Mescle conteúdo funcional com conteúdo relacional: a informação não deve ser tão formal
para não ficar “chato de se ler”, é preciso equilibrar com conteúdos relacionados à questão
prática do negócio e conteúdos que falam sobre comportamento, qualidade de vida
 Medir para melhorar: Faz-se necessário saber se a ferramenta que está sendo utilizada está
trazendo algum retorno assim deve ser medida a qualidade e eficiência do trabalho.

2.2 Motivação nas organizações

É notória a importância da motivação para o bom funcionamento das organizações, e que o


grau de desempenho dos colaboradores é determinado pelo o que os motiva. Assim, a motivação
humana tem sido uma das principais preocupações e desafios da gestão organizacional moderna, onde

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várias teorias tentam explicar o sentido desta força misteriosa que leva as pessoas a agirem de forma a
alcançar seus objetivos. Anteriormente era um tema discutido apenas na área de Recursos Humanos,
agora passa a fazer parte da estratégia das empresas.
Segundo Marins (2007, p. 17) "Motivar é ter 'motivos'.Ter motivos para trabalhar, para se
dedicar, para se comprometer, para querer vencer e aprender”.
A motivação tem sido vista como uma saída para melhorar o desempenho profissional no que
diz respeito tanto à produtividade quanto à saúde organizacional e à satisfação dos trabalhadores
(CASADO, 2002). Dessa forma se os líderes desejam melhorar os resultados de uma organização
precisam dar atenção aos níveis de satisfação dos seus subordinados, direcionando seus esforços para o
alcance dos objetivos e metas organizacionais. Ainda sobre isso Bekin (2004) afirma que para obter
melhores resultados organizacionais o público interno precisa estar motivado, mobilizado.
Vale ressaltar que motivar é ir além do dinheiro e do desejo, faz parte do entendimento que o
ser humano está em constantes mudanças e que a todo o momento suas prioridades, desejos, vontades
e necessidades também mudam. Por isso é preciso estar atento, pois num determinado momento ele
anseia por certos benefícios e em outros ele deseja coisas completamente diferentes, como por
exemplo, um simples reconhecimento do seu esforço. Assim a solução é conhecer bem os
colaboradores, identificar seus desejos e expectativas na tentativa de tentar supri-las, assim esses
passam a se engajarem com os objetivos da organização.
Existem duas variáveis dentro da motivação que são complementares: automotivação e
estímulo. A primeira está dentro de cada pessoa, enquanto a segunda deve ser proporcionada pela
empresa. (BRUM, 2010)
Nesse contexto é importante que fique claro que a tarefa da administração não é motivar as
pessoas até porque se leva em conta que é um processo intrínseco, ou seja, uma pessoa não é capaz de
motivar outra, já que a própria pessoa que se motiva. No entanto essa evidencia não pode significar
que o fenômeno da motivação deva ser desconsiderado pelos gestores. Muito pelo contrário, os
gestores precisam estar atentos à motivação interna de seus colaboradores. Precisam estar aptos para
identificar suas necessidades e criar as condições para que as tarefas a eles atribuídas, assim como seu
ambiente de trabalho, sejam capazes de satisfazê-los. Vale salientar que, o fenômeno da motivação
determinou, ainda, o aparecimento de diferentes teorias, tais como a hierarquia de necessidades de
Abraham Maslow, a Teoria X e a Teoria Y, de Douglas McGregor, a Teoria Higiene-Motivação de
Frederick Herzberg, entre outras, teorias essas que não cabem analisar neste trabalho, mas que trazem
importantes discussões que podem ser abordadas em uma outra pesquisa.

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Esse mesmo autor é mais contundente ao afirmar que as empresas desejam ter colaboradores
mais engajados para obterem maiores níveis de qualidade, excelente atendimento ao público externo
etc.
Dessa forma os gestores devem criar condições para que essa motivação aumente e tome conta
das ações dos liderados, fazendo-os crescer cada vez mais, além de mostrar que o trabalho de cada um
é fundamental para o sucesso de todos, pois quando o colaborador vê significado para o seu esforço se
sente importante dentro de todo o processo e, assim, é recompensado, desafiado e recebe
constantemente feedback positivo.
Segundo Chiavenato (2007, p.96), “o líder capaz de reduzir as incertezas do trabalho é tido
como um motivador porque aumenta a expectativa dos subordinados de que seus esforços levarão às
recompensas procuradas”.
Alguns tipos de motivação merecem destaque, observe a seguir alguns:
 Motivações fisiológicas (primárias): são aquelas relacionadas às necessidades do corpo, as
necessidades básicas. Como por exemplo, o sono, a dor, a fome, a sede.

 Motivações sociais (secundárias): são aquelas que resultam do processo de socialização e


variam de pessoa para pessoa. Destacam-se as necessidades de realização/sucesso e de
poder/prestígio.

 Motivações combinadas: designam-se assim porque combinam as outras duas anteriores. São
muito marcadas pela aprendizagem, mas não são essenciais à sobrevivência do indivíduo nem à
manutenção do equilíbrio do organismo.

Cada pessoa é diferente uma da outra, assim a motivação também o é. Alguns se sentem
motivados por fatores econômico-financeiros enquanto outros pelo desejo de serem reconhecidos, de
se sentirem competentes, de participar de decisões. Se o trabalho lhe proporciona promoções de
desenvolvimento pessoal, de satisfação, benefícios dessa ordem, é possível que nele encontre
significado.

2.3 Comunicação interna x Motivação

Cada vez mais as organizações têm percebido que manter a equipe bem informada é essencial,
principalmente, em momentos de crise, já que funcionários bem amparados com um bom clima interno
afetam diretamente a produtividade. O colaborador tem a necessidade de estar socializado ao grupo
para que se sinta aceito e visualizar a importância do seu trabalho na organização, o que irá gerar neste,

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maior comprometimento com a empresa, mas para isso, deve haver a comunicação de forma clara e
objetiva, com o líder e o colaborador.
No entendimento de Brum (2010), a comunicação interna quando contém credibilidade e
confiabilidade gera envolvimento que gera comprometimento e consequentemente motivação, em
outras palavras a motivação é, portanto, fruto do comprometimento gerado pela comunicação interna.
Brum (2010, p.100) ainda comenta que:
No momento que uma empresa decide democratizar a informação internamente permitindo que
os funcionários saibam mais sobre a empresa, seus processos, mercados, produtos, serviços,
metas e desafios, faz que se sintam parte do processo e, portanto, determina um nível maior de
motivação pelo simples fato de colocá-los numa posição de importância.

Seguindo esse raciocínio, Chiavenato (2007, p.126) defende que “um ambiente que encoraja a
comunicação aberta, tende a melhorar a satisfação no trabalho e eficácia da organização”. Brum (2010,
p.26) esclarece essa questão ao destacar que “um programa de comunicação interna bem feita é capaz
de encorajar idéias, diálogos, parcerias e envolvimento emocional. Tudo isso traz a felicidade das
pessoas no ambiente de trabalho”.
Produzir grandes resultados é o que toda empresa espera e nesse processo a comunicação
interna pode ser um diferencial enfatizando a relevância de uma gestão voltada para o
desenvolvimento, através de uma administração flexível e democrática na qual a troca de informações
torna possível a melhor tomada de decisão, além de melhorar o relacionamento interpessoal dos seus
colaboradores. A esse respeito Chiavenato (2010), afirma que os gerentes devem dar uma maior
importância à comunicação com os demais membros da organização, não somente porque é o meio
primário de conduzir as atividades da organização, mas porque ela é a ferramenta básica para satisfazer
as necessidades humanas dos colaboradores.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A comunicação interna é, sem dúvidas, uma importante ferramenta estratégica para as


organizações, contribuindo de forma relevante para o alcance dos objetivos organizacionais. Criar um
ambiente em que exista uma gestão participativa produz um clima harmônico, positivo e de respeito,
beneficiando a integração grupal e o alcance dos objetivos, assim como auxilia na tomada de decisões.
Independente do nível hierárquico ocupado na organização, todos os funcionários são
comunicadores e interagem dentro do processo, mesmo através da comunicação informal, facilitando a
integração e a participação de todos os envolvidos na empresa.

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A participação de todos depende do ambiente que está sendo oferecido. Assim, oferecer um
ambiente de trabalho no qual as pessoas mantenham-se motivadas, um ambiente que encoraja uma
comunicação aberta em que todos possam se envolver já é o primeiro passo para gerar a satisfação dos
seus colaboradores e consequentemente torná-los motivados para desempenhar seus trabalhos.
Outra questão de suma importância levantada neste trabalho trata sobre a motivação nas
organizações, que hoje tem sido uma das principais preocupações e desafios não só do setor de
Recursos Humanos como também da área de estratégias das empresas. Assim é importante que fique
claro que a tarefa da administração não é motivar as pessoas, mas de criar um ambiente motivador em
que as pessoas busquem satisfazer suas necessidades; daí a preocupação da área de estratégias, visto
que, a partir disso, os colaboradores passam a se engajar cada vez mais com os objetivos da
organização.
Pode-se concluir, portanto, que a comunicação interna eficaz se faz necessária nas organizações
para que seja possível evitar insatisfação e descontentamento no ambiente de trabalho. A utilização dos
diversos canais de comunicação pode tornar este processo mais eficiente e as barreiras superadas,
permitindo a intervenção dos funcionários na apresentação de sugestões para a melhoria da
comunicação da empresa e dessa forma proporcionar motivação para que os colaboradores se sintam
parte do processo e passem a “vestir a camisa” da empresa.

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