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TÍTULO - A SE PENSAR

Síntese de sentimentos, emoções ou qualquer tipo de fator que contribua para a criação de
uma sensação patriota, a formação de uma Identidade Nacional é um processo
extremamente importante para o estabelecimento de um Estado-nação, principalmente
quando esta regula a interação cultural de um grupo de indivíduos com o resto do mundo e
seus respectivos integrantes sociais.
Em 7 de Setembro de 1822, a Independência do Brasil marcou o início de uma grande
jornada na construção de uma configuração estrutural, de caráter cultural e identitário, que
dissesse respeito a todos os brasileiros. Nesse sentido, o Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro (IHGB), mais antigo e tradicional instituto de fomento à pesquisa no Brasil, retém
importante papel no processo de criação de uma história capaz de unir a nação brasileira.
Através de investigações e de produção de artigos científicos, especificamente de caráter
nacional, o IHGB buscava construir uma história unitária e garantir a criação de uma
identidade compatível a todos os brasileiros.
Evidentemente, a crescente hegemonia das oligarquias elitistas impunha uma
‘identidade’ que não era comum a todos os indivíduos brasileiros. Naquela época, a influência
no meio social, basicamente representada pelo poder econômico, político ou intelectual, era
um determinante nessa identidade que não alcançava todas os âmbitos sociais. Ou seja,
aqueles ‘não influentes’ tornavam-se fantasmas aos olhos das grandes elites, incapazes de
serem representados integralmente. Esse processo delimitou uma fronteira social que excluía
do projeto de identidade nacional a grande maioria populacional brasileira. Por outro lado,
não surpreendentemente, eram nas revoltas populares que o corpo social da época
encontrava força e coragem para reivindicar sua verdadeira identidade. Nesse contexto, as
revoltas colocavam-se como instrumentos de contestação, principalmente das parcelas
populares, de sua autêntica imagem, na tentativa de fugir daquela ‘imposta-os' a força.
Durante muito tempo, o projeto de identidade brasileira se configurou também como
um reflexo de elementos de culturas estrangeiras, principalmente as europeias. O fluxo de
informações entre países, crescente processo que se aprimorava cada vez mais, colocava-
se como fator determinante no vínculo cultural entre as grandes consciências europeias e a
recém-nascida nação brasileira. A influência desses países por muito tempo tomou conta da
cultura nacional, mas também foi pouco a pouco dando espaço para o surgimento de uma
harmonia cultural verdadeiramente brasileira, que absorvia de componentes estrangeiros
para a criação de sua própria identidade. Esse caráter ‘sintetizante’ promoveu a revisão da
imagem identitária que compunha o Brasil, agora reforçada por uma exigente valorização da
diversidade cultural que a história brasileira sempre apresentou.
Dessa maneira, o ‘ser’ brasileiro construiu-se como uma associação de elementos que
dizem respeito a diversas culturas. Os indígenas, os africanos ou qualquer outro conjunto
cultural que já passou pelo país contribuiu para a formação do que hoje é a figura brasileira.
A imagem do brasileiro anda lado a lado com o respeito às diferenças culturais, mas também
com o sentimento de união entre todos. Ser brasileiro é entender a disparidade com o outro
e reconhecer a diversidade cultural, mas também compreender que cada pedaço de história
que passou por esse país se costura em uma grande teia social, integral e diversa, que hoje
nos diz o que é ser brasileiro.

LUIZ GUILHERME CARVALHO VIANA - 2° A

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